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maquiavel vida e obra.pdf

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Niccolò Machiavelli, dito Maquiavel, ensinou ao mundo uma lição de política 
prática. Nasceu em 1469, filho de um advogado, e cresceu na cidade italiana 
de Florença. Em 1498, conseguiu um cargo secundário de funcionário do 
governo de Florença, emprego que conservou durante 14 anos. Tornou-se 
funcionário público de confiança e, finalmente, um diplomata, que viajou para 
todas as importantes cidades-Estado da península e também para diversas 
cortes estrangeiras. 
 
Em toda a parte, Maquiavel observava os políticos e suas maneiras; tornou-se 
um analista do poder. Acima de tudo, amava a Itália e queria vê-la unida sob 
um monarca. Em 1512, perdeu sua posição por causa de uma mudança no 
governo florentino. Instalou-se, então, numa pequena comunidade fora da 
cidade e pôs-se a escrever. A mais famosa de suas obras é O Príncipe, um 
manual que contém as regras desenvolvidas a partir de suas observações, as 
quais esperava ver utilizadas por um monarca para unir a Itália. Maquiavel 
morreu em 1527 e O Príncipe foi publicado cinco anos mais tarde. 
 
Típico pensador do Renascimento, Maquiavel é considerado o primeiro teórico 
do Estado moderno. Ele vislumbrava a necessidade de um Estado 
centralizador e poderoso, em que o governante se sobressaísse sobre os 
demais senhores feudais e tivesse poder para conduzir a sociedade. Como 
outros humanistas italianos da Renascença, Maquiavel sempre foi um ávido 
leitor. Suas leituras incluíam uma série de livros tradicionais, dirigidos aos 
governantes e contendo conselhos de como exercer o governo. 
 
Os autores tinham escrito em termos idealistas, orientados por crenças 
religiosas medievais. Maquiavel inverteu suas máximas. Para ele, não havia 
meios que os fins não justificassem, nem códigos morais que não pudessem 
ser transgredidos, nem princípios religiosos que reprimissem o governante. Ao 
fazer a distinção entre o que um homem era e aquilo que deveria ser, ficou com 
a realidade como a via e eliminou o "deve ser" de seu vocabulário. 
 
 
Nicolau Maquiavel 
 
Biografia, obras, frases, idéias defendidas, vida política, teorias sobre 
o poder, sociologia 
 
Nicolau Maquiavel: um dos grandes teóricos do Renascimento 
Introdução 
 
Nicolau Maquiavel foi um importante historiador, diplomata, filósofo, estadista e 
político italiano da época do Renascimento. Nasceu na cidade italiana de 
Florença em 3 de maio de 1469 e morreu, na mesma cidade, em 21 de junho 
de 1527. 
Vida e obras 
Filho de pais pobres, Maquiavel desde cedo se interessou pelos estudos. Aos 
sete anos de idade começou a aprender latim. Logo depois passou a estudar 
ábaco e língua grega antiga. 
Aos 29 anos de idade, ingressou na vida política, exercendo o cargo de 
secretário da Segunda Chancelaria da República de Florença. Porém, com a 
restauração da família Médici ao poder, Maquiavel foi afastado da vida pública. 
Nesta época, passou a dedicar seu tempo e conhecimentos para a produção 
de obras de análise política e social. 
Em 1513, escreveu sua obra mais importante e famosa “O Príncipe”. Nesta 
obra, Maquiavel aconselha os governantes como governar e manter o poder 
absoluto, mesmo que tenha que usar a força militar e fazer inimigos. Esta obra, 
que tentava resgatar o sentimento cívico do povo italiano, situava-se dentro do 
contexto do ideal de unificação italiana. 
Entre os anos de 1517 e 1520, escreveu “A arte da guerra”, um dos livros 
menos lidos do autor. 
Em 1520, Maquiavel foi indicado como o principal historiador de Florença. 
Nos “Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio”, de 1513 a 1521, 
Maquiavel defende a forma de governo republicana com uma constituição 
mista, de acordo com o modelo da República de Roma Antiga. Defende 
também a necessidade de uma cultura política sem corrupção, pautada por 
princípios morais e éticos. 
O termo “maquiavélico” 
Em função das idéias defendidas no livro “O Príncipe”, o termo “maquiavélico” 
passou a ser usado para aquelas pessoas que praticam atos desleais (até 
mesmo violentos) para obter vantagens, manipulando as pessoas. Este termo 
é injustamento atribuído a Maquiavel, pois este sempre defendeu a ética na 
política. 
Frases de Maquiavel 
 
- "Os homens ofendem mais aos que amam do que aos que temem." 
- "O desejo de conquista é algo natural e comum; aqueles que obtêm sucesso 
na conquista são sempre louvados, e jamais censurados; os que não têm 
condições de conquistar, mas querem fazê-lo a qualquer custo, cometem um 
erro que merece ser recriminado." 
- "Nada faz o homem morrer tão contente quanto o recordar-se de que nunca 
ofendeu ninguém, mas, antes, ajudou a todos." 
- "Quem do prazer se priva e vive entre tormentos e fadigas, do mundo não 
conhece os enganos." 
- "Todos os profetas armados venceram, e os desarmados foram destruídos." 
- "A ambição é uma paixão tão forte no coração do ser humano, que, mesmo 
que galguemos as mais altas posições, nunca nos sentimos satisfeitos." 
- "Os homens quando não são forçados a lutar por necessidade, lutam por 
ambição." 
- "O homem que tenta ser bondoso todo tempo está fadado à ruína entre os 
inúmeros outros que não são bons." 
- "O homem esquece de forma mais fácil a morte do pai do que a perda do 
patrimônio". 
- "Na política, os aliados atuais são os inimigos de amanhã." 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nicolau Maquiavel 
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. 
Ir para: navegação, pesquisa 
Nicolau Maquiavel 
Niccolò di Bernardo Machiavelli 
 
Nicolau Maquiavel 
Nascimento 3 de Maio de 1469 
Florença, Itália 
Falecimento 21 de Junho de 1527 
Nacionalidade Italiana 
Magnum opus O Príncipe 
Escola/tradição Republicanismo Clássico, Renascimento 
Principais 
interesses 
Política, História, Literatura, Música 
Influências Dante Alighieri, Tito Lívio, Aristóteles, Cícero e 
Tácito, Políbio 
Influenciados Thomas Hobbes, James Harrington, Rousseau, 
David Hume, Spinoza, Montesquieu, Hegel, 
Benedetto Croce, Antonio Gramsci e Antonio 
Negri 
Assinatura 
 
Nicolau Maquiavel, em italiano Niccolò Machiavelli, (Florença, 3 de Maio de 
1469 — Florença, 21 de Junho de 1527) foi um historiador, poeta, diplomata e 
músico italiano do Renascimento. É reconhecido como fundador do 
pensamento e da ciência política moderna, pela simples manobra de escrever 
sobre o Estado e o governo como realmente são e não como deveriam ser. Os 
recentes estudos do autor e da sua obra admitem que seu pensamento foi mal 
interpretado historicamente. Desde as primeiras críticas, feitas postumamente 
por um cardeal inglês, as opiniões, muitas vezes contraditórias, acumularam-
se, de forma que o adjectivo maquiavélico, criado a partir do seu nome, 
significa esperteza, astúcia. 
Niccolò di Bernardo dei Machiavelli viveu a juventude sob o esplendor político 
de Florença durante o governo de Lourenço de Médici e entrou para a política 
aos 29 anos de idade no cargo de Secretário da Segunda Chancelaria. Nesse 
cargo, Maquiavel observou o comportamento de grandes nomes da época e a 
partir dessa experiência retirou alguns postulados para sua obra. Depois de 
servir em Florença durante catorze anos foi afastado e escreveu suas 
principais obras. Conseguiu também algumas missões de pequena 
importância, mas jamais voltou ao seu antigo posto como desejava. 
Como renascentista, Maquiavel se utiliza de autores e conceitos da 
Antiguidade Clássica de maneira nova. Um dos principais autores foi Tito Lívio, 
além de outros lidos através de traduções latinas, e entre os conceitos 
apropriados por ele, encontram-se o de virtù e o de fortuna. 
 
[editar] Contexto históricoA divisão da Península no período do Renascimento. 
Durante o Renascimento, as cinco principais potências na península Itálica 
eram: o Ducado de Milão, a República de Veneza, a República de Florença, o 
Reino de Nápoles e os Estados Pontifícios.[1] A maior parte dos Estados da 
península era ilegítima, tomados por mercenários chamados "condotiere". 
Eram incapazes de se aliar durante muito tempo estando entregues à intriga 
diplomática e às disputas, e, por suas riquezas, eram atrativos para as demais 
potências européias do período, principalmente Espanha e França. A política 
italiana era, portanto, muito complexa e os interesses políticos estavam sempre 
divididos. Batalhando entre si, ficavam a mercê das ambições estrangeiras, 
mas a influência de alguém como Lourenço de Médici havia impedido uma 
invasão. Com a morte deste em 1492, e a inaptidão política de seu filho, a Itália 
foi invadida por Carlos VIII, causando a expulsão dos Médici de Florença. 
Esta era em si palco do conflito entre duas tendências: a da exaltação pagã do 
indivíduo, da vida e da glória histórica, representada por Lourenço de Médici e 
seu irmão Juliano de Médici; e a da contemplação cristã do mundo, voltada 
para o além, que se formava como resposta ao ressurgimento da primeira nos 
mais variados aspectos da vida como a arte e até na Igreja, representada por 
religiosos como Girolamo Savonarola. 
Anunciando a chegada de Carlos VIII como a de um salvador, contrário aos 
Médici e com grande apoio popular, o pregador Girolamo Savonarola tornou-se 
a figura mais importante da cidade dando ao governo um viés teocrático-
democrático. Com sua crescente autoridade e influência Savonarola passou a 
criticar os padres de Roma como corruptos e o Papa Alexandre VI por seu 
nepotismo e imoralidade. O Papa excomungou o frei, mas a excomunhão foi 
declarada inválida por ele. No entanto, Savonarola acabou preso e executado 
pelo governo provisório em 23 de maio de 1498. Com a demissão de seus 
simpatizantes era nomeado para o cargo de secretário da Segunda 
Chancelaria de Florença, cinco dias depois da morte do frei, Maquiavel, com 29 
anos. 
[editar] Juventude 
Pouco se conhece da biografia de Maquiavel antes de entrar para a vida 
pública. Ele era o terceiro de quatro filhos de Bernardo e Bartolomea de' Nelli. 
Sua família era Toscana, antiga e empobrecida. Iniciou seus estudos de latim 
com sete anos[2] e, posteriormente, estudou também o ábaco, bem como os 
fundamentos da língua grega antiga. Comparada com a de outros humanistas 
sua educação foi fraca, principalmente por causa dos poucos recursos da 
família. 
Não se sabe ao certo o que teria levado à escolha de Maquiavel para a 
Chancelaria em 19 de Junho de 1498. Alguns autores afirmam que ele teria 
trabalhado aí como auxiliar em 1494 ou 1495, hipótese contestada atualmente. 
Outros preferem atribuir a sua entrada à escolha de um antigo professor seu, 
Marcelo Virgilio Adriani, o qual ele teria conhecido em aulas na Universidade 
Pública de Florença e naquele momento era Secretário da Primeira 
Chancelaria.[3] 
[editar] Segunda Chancelaria 
 
 
Catarina Sforza Riario 
 
 
Estátua de Maquiavel na Galleria degli Uffizi. 
A principal instituição de Florença nesse período era a Senhoria[4] com diversos 
órgãos auxiliares como as duas Chancelarias. A Primeira Chancelaria era 
responsável pela política externa e pela correspondência com o exterior. A 
Segunda ocupava-se com as guerras e a política interna. No entanto, essas 
funções muitas vezes se sobrepunham e a autoridade da Primeira Chancelaria 
prevalecia sobre a da Segunda. Entre as funções exercidas por Maquiavel 
estavam tarefas burocráticas e de assessoria política, de diplomacia e de 
comando no Conselho dos Dez, um outro órgão auxiliar da Senhoria.[5] 
[editar] Primeiras missões diplomáticas 
A primeira de suas missões[6] foi a de convencer um condotiere a continuar 
recebendo o mesmo soldo. Nesse momento, o governo de Florença desejava 
reaver o controle de Pisa que havia aproveitado a passagem de Carlos VIII 
para rebelar-se, de forma que, ao realizar essa primeira missão de forma 
satisfatória, foi enviado em julho de 1499 para negociar com Catarina Sforza, 
duquesa de Ímola e Forlì a renovação da "condotta" de seu filho Otaviano e 
para tentar conseguir o auxílio dela com soldados e artilharia para a tomada de 
Pisa. 
O governo de Florença contratara o filho da duquesa por 15 mil ducados 
sabendo-o mau estrategista militar e Maquiavel tinha como instruções, diminuir 
o soldo e conseguir tropas e munição para o retomada de Pisa. Ele conseguiu 
de forma satisfatória reduzir o soldo a 12 mil ducados e não comprometeu a 
cidade na defesa de Ímola e Forlì como queria Catarina.[6] A partir dessa 
primeira missão, escreveu o Discorso fatto al Magistrato dei Dieci sopra le cose 
di Pisa, de 1499, seu primeiro escrito político.[6] 
[editar] Missão à corte francesa 
Pouco depois Luís XII, sucessor de Carlos VIII, conquistou o Ducado de Milão 
a Ludovico Sforza e, em troca de seu apoio, Florença solicitou o auxílio deste 
na guerra contra Pisa. Luís XII enviou um exército mercenário que se mostrou 
indisciplinado e desinteressado pela luta, tendo até mesmo prendido um 
comissário de Florença. Logo foi necessário enviar representantes à corte 
francesa em Nevers para relatar a situação e encontrar uma solução sem, 
entretanto, irritar o rei. Para isso, foram enviados Francisco della Casa e 
Maquiavel. Pouco antes de ir, seu pai morreu e ficou só com o irmão Totto, que 
em breve se dedicaria a vida eclesiástica, pois as duas irmãs já haviam se 
casado.[7] 
Aos dois, o rei respondeu que parte da culpa pelo fracasso era de Florença e 
inclusive insistiu para que o ataque a Pisa continuasse às custas da cidade 
para reparar a honra do rei. Sem poderes para negociar, Maquiavel limitou-se a 
aconselhar a Senhoria durante o período em que acompanhou a corte através 
da França e a solicitar o envio de embaixadores que pudessem tratar destes 
assuntos com mais autoridade. Aí pôde conhecer um pouco mais sobre uma 
nação que havia se unificado em torno de um rei, diferentemente da Itália. 
Depois de mais duas viagens à França anos depois, reuniria suas observações 
sobre a política francesa em dois textos: "Ritrati delle cose di Francia" (1510) e 
"De natura gallorum". 
De volta à cidade, casou-se com Marietta Corsini, com quem teria quatro filhos 
e duas filhas (Bernardo, Ludovico, Piero, Guido, Bartolomea e outra menina 
morta na primeira infância), mas teve logo que viajar de novo, pois os partidos 
políticos de Pistoia, outra cidade submetida a Florença, haviam se unido e 
ameaçavam rebelar-se. Maquiavel foi de opinião que se deveria dar fim e 
proibir tais partidos. 
[editar] César Bórgia 
 
 
César Bórgia ou Duque Valentino. 
Por volta de 1501 César Bórgia, como condotiere da Igreja e filho de Alexandre 
VI, vinha conquistando territórios na Toscana, como Faenza. Acercou-se de 
Florença com seus exércitos e exigiu que a cidade se aliasse a ele, pagasse-
lhe um tributo e mudasse seu governo para um mais favorável a si. Quando os 
florentinos, sem opção, estavam prestes a ceder, Luís XII pressionou César 
Bórgia que foi obrigado a levantar acampamento. Dirigiu-se para Piombino, 
conquistando-a facilmente e também Pesaro e Rimini, após o quê voltou para 
Roma. 
César Bórgia percebeu que com a aliança francesa Florença seria um 
empecilho a seu plano de expansão e por isso solicitou o envio de 
representantes com os quais tratar de seus interesses. Para essa missão foi 
enviado Francisco Soderini, tendo Maquiavel como secretário e auxílio. 
Durante a ida, surpreende-os a notícia da conquistado ducado de Urbino pelo 
Duque Valentino: ele pediu um reforço de artilharia para a cidade e quando 
este lhe foi enviado, voltou-se contra o ducado. 
Chegadas tropas francesas, os enviados puderam retornar. É após a retirada 
das tropas de Bórgia da Toscana que Maquiavel escreve o Del modo di trattare 
i popoli della Valdichiana ribellati (1502) sua primeira obra sem relação com as 
atividades da Chancelaria[8], e é neste período que se dá uma reforma na 
Constituição florentina tornando o cargo de gonfaloneiro vitalício. Ele era 
ocupado por Piero Soderini, de quem Maquiavel tornou-se próximo. 
Nesse meio tempo, César Bórgia conquistou a seus próprios condotiere 
Castello e a Bolonha. Temendo o Duque, estes se reuniram em Mangione para 
conspirar contra ele. César Bórgia solicitou a Florença um embaixador para 
negociar uma aliança e enviaram-lhe Maquiavel, sem poderes de embaixador, 
em 5 de outubro de 1502, apenas com a incumbência de entregar os 
conjurados, afirmando que eles haviam convidado Florença para participar da 
conspiração, mas que esta havia se negado. 
A 9 de dezembro, César Bórgia marcha para Cesena com a intenção de dar fim 
ao conluio. Lá, mandou prender seu lugar-tenente, Ramiro de Lorque, que 
apareceu morto no dia seguinte. Dirigiu-se para Pesaro e depois, para Fano, 
ordenando que Orsini e Vitellozzo Vitelli, dois de seus subordinados, 
conquistassem Sinagaglia aonde, juntamente com Oliverotto de Fermo 
deveriam aguardá-lo. Foi aí que, ao chegar com suas tropas, mandou prender 
e, mais tarde, executar os três. Desse acontecimento deu Maquiavel sua 
análise no escrito: "Descrizione Del modo tenuto dal duca Valentino nell' 
ammazzare Vitellozzo Vitelli, Oliverotto da Fermo, il Signor Paolo e il Duca di 
Gravina Orsini" (1502). 
Pedindo ajuda florentina, mas sem esperá-la, partiu para conquistar Città di 
Castello, Perugia, Corinaldo, Sassoferrato e Gualdo, de onde Maquiavel foi 
chamado de volta por ter sido nomeado um embaixador. Chegou a Florença 
em 23 de janeiro de 1508. Com a morte de Alexandre VI e tendo Júlio II se 
tornado Papa, César Bórgia perdeu seu apoio e veio a se enfraquecer. Feito 
prisioneiro duas vezes, morreu lutando pelo exército de Navarra, mas a figura 
de César Bórgia ficaria marcada para Maquiavel como a do perfeito 
representante de seu príncipe.[9][10] 
[editar] Guarda florentina 
Com a morte de César Bórgia, surge um novo problema: a expansão de 
Veneza pela Romanha que surpreendeu o Papa, os florentinos e o Imperador 
Maximiliano. Sentindo os perigos externos se avolumarem e, por outro lado, 
conhecendo a ineficiência das tropas mercenárias, Maquiavel solicitou a 
Soderini a permissão para criar um exército formado por cidadãos de Florença. 
Recebida a autorização após alguma resistência, iniciou imediatamente seus 
trabalhos e apenas cinco meses depois, em 15 de Fevereiro de 1506 as novas 
tropas desfilaram na Piazza della Signoria. Pouco antes havia terminado o 
Decennale primo, poema de 550 versos em "terça rima" que narravam os 
últimos dez anos e ao qual se seguiria o Decennale secondo (em 1509). 
Por essa época, o Papa Júlio II decidiu retomar os domínios da Igreja 
conquistados por Veneza e pelos homens de Bórgia: Baglioni e Bentivoglio. 
Marchando contra eles, pede ajuda de Florença através do envio de tropas. 
Sem querer desguarnecer Pisa ou desgostar o Papa, decidiu-se enviar 
Maquiavel para ganhar tempo. Ele acompanhou o Papa até Perugia, onde 
assistiu espantado à rendição de Baglioni, pois não compreendia como ele 
havia deixado passar a oportunidade de prender o Papa, na sua visão, um 
príncipe invadindo seus domínios como outro qualquer.[11] Não estava presente 
a tomada da Bolonha por que Florença finalmente enviou as tropas solicitadas, 
bem como um embaixador para substituí-lo. 
[editar] Queda de Soderini 
Nesse período Maximiliano declarou ter a intenção de conquistar a Itália para 
restaurar o antigo Sacro Império Romano-Germânico fazendo-se coroar em 
Roma. Com isso, os florentinos decidiram enviar representantes para saber a 
que custo poderiam preservar a cidade. Maquiavel e Francesco Vettori — que 
se tornariam amigos daí em diante — foram encarregados dessa negociação e 
chegaram à corte em janeiro de 1508. 
No entanto, não permaneceram durante muito tempo, pois Maximiliano seria 
derrotado por Veneza. Maquiavel retorna em junho do mesmo ano e passa a 
organizar as operações contra Pisa, vencida em 4 de junho de 1509 após 15 
anos de guerra. Da experiência com a viagem ao Império, Maquiavel 
escreveria o "Ritratti delle cose dell'Alemagna" (1508-1512). 
Entrementes as hostilidades entre o Papa e Veneza chegaram ao máximo e a 
última acabou derrotada pela Liga de Cambrai. Por outro lado, decidindo que 
não poderia deixar a Itália cair em mãos estrangeiras, o Papa forma uma 
aliança com a Espanha e Veneza contra a França. 
Os florentinos que sempre contaram com a ajuda do rei francês e que não 
queriam desagradar o Papa viram-se divididos. Maquiavel foi enviado à corte 
francesa para explicar a prudência dos florentinos apesar da exigência do rei 
de que esta se declarasse a seu favor. Sem sucesso, retorna em outubro de 
1510 com a certeza de que haverá uma guerra entre a França e os Estados da 
Igreja. 
Tendo Luís XII convocado um concílio cismático e este decidido reunir-se em 
Pisa, domínio florentino, o Papa ameaçou Florença com a excomunhão e 
Maquiavel teve que negociar o afastamento da reunião. Apesar do sucesso da 
missão — os padres dirigiram-se para Milão — o Papa resolveu dar fim ao 
governo de Soderini. Uniu-se ao rei de Aragão contra a França e como 
Florença se recusou a apoiá-lo, a Dieta de Mântua atacou a cidade e destituiu 
Soderini, trazendo os Médici de volta ao poder. 
[editar] Escrita das principais obras 
 
 
O túmulo de Maquiavel na Basílica da Santa Cruz. 
Em 7 de novembro de 1512 Maquiavel foi demitido acusado de ser um dos 
responsáveis por uma política anti-Médici e grande colaborador do governo 
anterior. Foi multado em mil florins de ouro e proibido de se retirar da Toscana 
durante um ano. 
Para piorar sua situação, no ano seguinte dois jovens, Agostino Capponi e 
Pietropolo Boscoli, foram presos e acusados de conspirarem contra o governo. 
Um deles deixou cair, sem querer, uma lista de possíveis adeptos do 
movimento republicano, entre os quais estava o de Maquiavel que foi preso e 
torturado.[12] Para sua sorte, com a morte de Júlio II em 21 de fevereiro de 1513 
e a eleição de João de Médici, um florentino, como Leão X, todos os suspeitos 
de conspiração foram anistiados como sinal de regozijo e com eles Maquiavel, 
depois de passar 22 dias na prisão. 
Libertado, seguiu para uma propriedade em Sant'Andrea in Percussina distante 
sete quilômetros de San Casciano. Foi durante esse ostracismo e inatividade, o 
qual duraria até sua morte, que ele escreveu suas obras mais conhecidas: "O 
Príncipe" e os "Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio" (1512-1517). 
Foi também nesse período que conheceu vários escritores no Jardim Rucellai, 
círculo de literatos, e se aproxima de Francesco Guicciardini apesar de já 
conhecê-lo há tempos. Entre os escritos desse período estão o poema Asino 
d'oro (1517), a peça A Mandrágora (1518), considerada uma obra prima da 
comédia italiana,[13] e Novella di Belfagor (romance, 1515), além de inúmeros 
tratados histórico-político, poemas e sua correspondência particular 
(organizada pelos descendentes) como Dialogo intorno alla nostra lingua 
(1514), Andria (1517), Discorso sopra il riformare lo stato di Firenze (1520), 
Sommario delle cose della citta di Lucca (1520), Discorso delle cose florentine 
dopo la morte di Lorenzo (1520),Clizia, comédia em prosa (1525), Frammenti 
storici (1525) e outros poemas como Sonetti, Canzoni, Ottave, e Canti 
carnascialeschi. 
Com a morte de Lourenço II em 1520, Júlio de Médici assume o poder em 
Florença. Ele via Maquiavel com melhores olhos que seus antecessores e o 
contrata como historiador da República para escrever uma História de 
Florença, obra a qual dedicaria os sete últimos anos de sua vida. Nesse 
mesmo ano, ele estava ocupado escrevendo A Arte da Guerra (1519-1520). E 
é a partir de uma viagem a trabalho a Lucca que ele escreve a "Vita di 
Castruccio Castracani da Lucca" (1520). 
Após a queda dos Médici em 1527 com a invasão e saque de Roma por tropas 
espanholas, a República instalou-se novamente na cidade, mas Maquiavel viu 
mais uma vez suas esperanças de voltar a servir à cidade serem desfeitas pois 
havia trabalhado para os Médici e foi tratado com desconfiança pela nova 
República. Poucos dias depois, ficou doente, sentindo dores intestinais, e 
morreu obscuramente sendo enterrado no túmulo da família na Igreja de Santa 
Croce em Florença. 
[editar] O Príncipe 
Ver artigo principal: O Príncipe 
O Príncipe é provavelmente o livro mais conhecido de Maquiavel e foi 
completamente escrito em 1513, apesar de publicado postumamente, em 1532. 
Teve origem com a união de Juliano de Médici e do Papa Leão X,[14] com a 
qual Maquiavel viu a possibilidade de um príncipe finalmente unificar a Itália e 
defendê-la contra os estrangeiros, apesar de dedicar a obra a Lourenço de 
Médici II, mais jovem, de forma a estimulá-lo a realizar esta empreitada. Outra 
versão sobre a origem do livro, diz que ele o teria escrito em uma tentativa de 
obter favores dos Médici, contudo ambas as versões não são excludentes. 
Está dividido em 26 capítulos. No início ele apresenta os tipos de principado 
existentes e expõe as características de cada um deles. A partir daí, defende a 
necessidade do príncipe de basear suas forças em exércitos próprios, não em 
mercenários e, após tratar do governo propriamente dito e dos motivos por trás 
da fraqueza dos Estados italianos, conclui a obra fazendo uma exortação a que 
um novo príncipe conquiste e liberte a Itália. Em uma carta ao amigo Francesco 
Vettori, datada de 10 de dezembro de 1513, Maquiavel comenta sobre o 
escrito: 
E como Dante diz que não se faz ciência sem registrar o que se aprende, eu 
tenho anotado tudo nas conversas que me parece essencial, e compus um 
pequeno livro chamado De principatibus, onde investigo profundamente o 
quanto posso cogitar desse assunto, debatendo o que é um principado, que 
tipos de principado existem, como são conquistados, mantidos, e como se 
perdem. 
— Carta de Nicolau Maquiavel à Francisco Vettori de 10 de Dezembro de 
1513.[15] 
[editar] Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio 
Os Discursos opõem-se a O Príncipe pelo tema, apesar de ambos 
compartilharem alguns conceitos. Foram pensados como análise e comentário 
a toda a obra de Tito Lívio,[16] mas permaneceram incompletos, não passando 
da primeira década. 
Surgiu a partir da vontade do autor de comparar as instituições da antiguidade, 
em especial as da Roma clássica, com as de Florença no período.[17] Assim, 
seguindo a obra de Tito Lívio, analisa como surgem, se mantém e se 
extinguem os Estados. Ficou assim dividido em três partes, estudando na 
primeira a fundação e a organização, em seguida o enriquecimento e a 
expansão e por fim sua decadência. 
[editar] Interpretações comuns 
A obra de Maquiavel relaciona-se diretamente com o tempo no qual foi 
produzida. O método utilizado por ele rompe com a tradição Medieval ao 
fundamentar-se no empirismo e na análise dos fatos recorrendo a experiência 
histórica da Roma Antiga ganha por ele em seus estudos. Além disso, ele foi o 
primeiro a propor uma ética para a política diferente da ética religiosa, ou seja, 
o fim da política seria a manutenção do Estado. 
O primeiro a se pronunciar sobre sua obra foi o cardeal inglês Reginald Pole, 
se dizendo horrorizado com a influência que ela teria sobre o Lorde 
Cromwell.[18] Os jesuítas o acusaram de ser contra a Igreja e convenceram o 
Papa Paulo IV a colocá-lo no Index Librorum Prohibitorum em 1559.[18] Na 
França, um huguenote chamado Innocent Gentillet escreveu uma obra na qual 
o acusou de ateísmo e, seus métodos, de causadores do Massacre da noite de 
São Bartolomeu. Esta obra foi muito difundida na Inglaterra, contribuindo para a 
visão apresentada no teatro do século XVI. Em geral seus críticos se basearam 
em O Príncipe, analisando a obra isoladamente das demais obras de 
Maquiavel e sem levar em conta o contexto no qual foi produzida. 
Houve também aqueles que quiseram conciliar seu pensamento com a Igreja 
ou torná-lo um nacionalista; sem muito sucesso, pois manipulavam seu 
pensamento da mesma forma.[18] No presente, as análises feitas procuram 
levar em conta principalmente os Discursos sobre a primeira década de Tito 
Lívio e sua A Arte da Guerra, contextualizando seus escritos e declarando que 
Maquiavel não inventou uma teoria política, apenas descreveu as práticas que 
viu refletindo sobre elas.[19] 
[editar] Conselheiro de tiranos 
Essa análise começou a difundir-se com a Reforma e a Contra-Reforma. Se 
até então suas obras eram ignoradas, a partir daí, o autor e suas obras 
passaram a ser vistos como perniciosos, sendo forjada a expressão "os fins 
justificam os meios", não encontrada em sua obra.[20][21] 
Essa interpretação está ligada também a visão de seus escritos como base 
teórica do absolutismo, ao lado de Thomas Hobbes e Bossuet, sem, no 
entanto, contemplar-se os Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio em 
que faz elogios à forma republicana de governo. 
Foi muito difundida no século XVI e encontram-se aproximadamente 400 
peças[22] que citam Maquiavel, todas vinculando seu nome à maldade, a 
ardilosidade e a falta de escrúpulos. William Shakespeare, por exemplo, o 
coloca em uma fala de Ricardo, Duque de Gloucester na sua peça Henrique 
VI[23] 
[editar] Conselheiro do povo 
Uma segunda interpretação diz que ao escrever O Príncipe, Maquiavel tentava 
alertar o povo sobre os perigos da tirania, tendo entre seus adeptos, Baruch de 
Espinoza e Jean-Jacques Rousseau. Este último escreveu "(...) é o que 
Maquiavel fez ver com evidência. Fingindo dar lições aos reis, deu-as, e 
grandes, aos povos."[24] Foi defendida recentemente por estudiosos da obra 
dele como Garret Mattingly. 
Há os que afirmam ser O Príncipe uma sátira dos costumes dos governantes 
ou que o autor não acreditaria no que escreveu, baseando esta afirmação na 
preferência que teria Maquiavel pela República como forma de governo. 
Contudo o autor também faz críticas a República.[25][26] 
[editar] Nacionalista 
No cenário da Europa do século XIX, durante as Guerras Napoleônicas, com a 
Alemanha e a Itália fragmentadas e com os nacionalismos internos surgindo, 
forma-se a visão de Maquiavel como um nacionalista exaltado, disposto a tudo 
pela união e defesa da Itália. 
Hegel, Herder, Macaulay e Burd foram alguns de seus defensores,[27] 
certamente fundamentando sua interpretação no capítulo final de O Príncipe 
em que Maquiavel faz uma apaixonada defesa de uma Itália unificada, 
afirmando que um povo só pode ser feliz e próspero se estiver unido. 
[editar] Pensamento 
 
 
Busto de Maquiavel em Florença no Palazzo Vecchio. 
Maquiavel não foi um pensador sistemático.[28][29] Ele utiliza o empirismo para 
escrever através de um método indutivo e pensa em seus escritos como 
conselhos práticos, sendo além disso antiutópico e realista.[28] A teoria não se 
separa da prática em Maquiavel.[29] Os conceitos desenvolvidos por elerompem com a tradição medieval teológica e também com a prática, comum 
durante o Renascimento, de propor Estados imaginários perfeitos, os quais os 
príncipes deveriam ter sempre em mente. A partir da observação da política de 
seu tempo e da comparação desta com a da Antiguidade vai formular o seu 
pensamente por acreditar na imutabilidade da natureza humana. 
[editar] Virtù e fortuna 
Os conceitos de virtù e fortuna são empregados várias vezes por Maquiavel em 
suas obras. Para ele, a virtù seria a capacidade de adaptação aos 
acontecimentos políticos que levaria à permanência no poder. A virtù seria 
como uma barragem que deteria os desígnios do destino. Mas segundo o 
autor, em geral, os seres humanos tendem a manter a mesma conduta quando 
esta frutifica e assim acabam perdendo o poder quando a situação muda.[30] 
A idéia de fortuna em Maquiavel vem da deusa romana da sorte e representa 
as coisas inevitáveis que acontecem aos seres humanos. Não se pode saber a 
quem ela vai fazer bens ou males e ela pode tanto levar alguém ao poder como 
tirá-lo de lá, embora não se manifeste apenas na política. Como sua vontade é 
desconhecida, não se pode afirmar que ela nunca lhe favorecerá.[31] 
[editar] História 
Maquiavel escreve história mais como pensador político do que como 
historiador.[32] Assim ele não se preocupa tanto com a referência precisa de 
afirmações contidas nas suas obras, ainda que tenha ido aos arquivos de 
Florença - prática incomum na época - e deixa transparecer nas suas obras 
históricas a defesa de algumas das suas ideias através da narração dos factos 
históricos.[33] Ele também acredita que a história se repete, tornando a sua 
escrita útil como exemplo para que os homens, tentados a agir sempre da 
mesma maneira, evitassem cometer os mesmos erros.[34][35] 
Assim, enquanto alguns dos seus biógrafos atribuem-lhe os fundamentos da 
escrita moderna da história,[32] outros admitem que ele não possuía uma visão 
crítica o suficiente para poder separar os factos históricos dos mitos e aceitou 
como verdade, por exemplo, a fundação mitológica de Roma,[35] Outros, ainda, 
atribuem-lhe uma "concepção dogmática e ingénua da história".[35] 
[editar] Ética 
A ética em Maquiavel se contrapõe a ética cristã herdada por ele da Idade 
Média. Para a ética cristã, as atitudes dos governantes e os Estados em si 
estavam subordinados a uma lei superior e a vida humana destinava-se à 
salvação da alma. Com Maquiavel a finalidade das ações dos governantes 
passa a ser a manutenção da pátria e o bem geral da comunidade, não o 
próprio, de forma que uma atitude não pode ser chamada de boa ou má a não 
ser sob uma perspectiva histórica.[36] 
Reside aí um ponto de crítica ao pensamento maquiavélico, pois com essa 
justificativa, o Estado pode praticar todo tipo de violência, seja aos seus 
cidadãos, seja a outros Estados. Ao mesmo tempo, o julgamento posterior de 
uma atitude que parecia boa, pode mostrá-la má.[37] 
[editar] Natureza humana 
"Mesmo as leis mais bem ordenadas 
são impotentes diante dos costumes" 
(...) [38] 
Maquiavel 
 
Para ele, a natureza humana seria essencialmente má e os seres humanos 
quereriam obter os máximos ganhos a partir do menor esforço, apenas fazendo 
o bem quando forçados a isso.[39] A natureza humana também não se alteraria 
ao longo da história[39] fazendo com que seus contemporâneos agissem da 
mesma maneira que os antigos romanos e que a história dessa e de outras 
civilizações servissem de exemplo. Falta-lhe um senso das mudanças 
históricas.[40] 
Como consequência acha inútil imaginar Estados utópicos, visto que nunca 
antes postos em prática e prefere pensar no real.[40] Sem querer com isso dizer 
que os seres humanos ajam sempre de forma má, pois isso causaria o fim da 
sociedade, baseada em um acordo entre os cidadãos. Ele quer dizer que o 
governante não pode esperar o melhor dos homens ou que estes ajam 
segundo o que se espera deles.[39]

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