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Revolução Argelina e o Feminismo

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Thamires Romualdo Vasques
	Feminismo e a Revolução
Em 1830 a França invadiu a Argélia. Após a 2ª Guerra Mundial, os conflitos entre a França e a FLN (Frente de Libertação Nacional) argelina se intensificaram e a repressão Francesa foi muito forte.
Eram constatados torturas, assassinatos, confiscos de bens, queima de colheitas, prisões por parte das autoridades Francesas desde que se instalaram na Argélia. 
Esta batalha deu início a uma internacionalização do problema, com o conhecimento da ONU foi posto em debate, que ficou conhecido como “Questão Argelina”.
Na Revolução de 19625 na Argélia, mulheres foram ativamente soldadas, carregando armas e bombas. Estas foram criadas com uma figura oposta ao colonizador, com sua luta feminista iam atrás de políticas econômicas e sociais que teriam como objetivo reproduzir igualdade entre mulheres e homens, introduzindo a mulher ao mercado de trabalho, a vida política e etc. Essas mulheres deixaram de ser apenas mães e passaram a ser guerrilheiras, lutavam em esfera pública e privada.
Neste contexto, a luta feminista de mulheres na Argélia foi de extrema importância. Nessa luta, três mulheres se destacaram.
Zohra Drif Bitat era advogada argelina, nascida em classe alta juntou-se a FLN ainda jovem durante a guerra de independência da Argélia. Em 1956 botou uma bomba em um café que causou a morte de três jovens franceses e alguns feridos. Foi capturada no fim de 1957 acompanhada de Saadi Yacef (supostamente seu namorado na época) e condenada em 1958 e foi perdoada com a independência da Argélia.
A segunda mulher foi Djamila Bouherid, nascida em uma família de classe média na Argélia. Ainda estudante, já tinha seu espírito revolucionário. Foi punida pelo diretor na escola pois em vez de falar “França é nossa mãe” como todos estudantes argelinos, falava: “Argélia é nossa mãe”. Já nova se juntou a FLN. Durante a revolução trabalhou com o comandante Saadi Yacef (um dos líderes da Argélia da Frente de Libertação Nacional durante a guerra de independência).
Em 1957 além de ser capturada antes de uma grande manifestação, onde alega que foi torturada por autoridades francesas em busca de informações, foi presa suspeita de bombardear um café que resultou em mortes. Na época um advogado francês se sensibilizou com a sua história e decidiu defendê-la porém sem sucesso, Djamila foi condenada a guilhotina, o que foi adiado posteriormente e com a independência da Argélia também foi libertada com outros prisioneiros.
Seu advogado afirmou posteriormente que se tornou alvo do governo Francês e foram falhas todas as tentativas de assassinato contra ele.
Djamila e seu advogado Jacques Vergès se casaram e tiveram dois filhos. Ela se tornou Presidente da Associação das Mulheres da Argélia, mas com muitos desentendimentos com o presidente, resolveram se mudar para Paris.
A terceira e última revolucionária é Hassiba Ben Bouali, se mudou para Argel em 1947, se juntou ao movimento e suas viagens fizeram com que ela conhecesse a barbaridade em que vivia o povo argelino colonizado pela França.
Apesar de serem símbolo do nacionalismo nessa luta e de seu destaque nas lutas de independência da Argélia, posteriormente com o código familiar de 1984 muitas mulheres descobrem que apesar desta luta revolucionária e todo seu esforço neste processo democrático, que seus esforços não se lhe deram os direitos que desejavam, já que o fundamentalismo islâmico tornam mulheres inferiores aos homens perante a lei, seguindo até os dias de hoje.

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