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RESUMO DIREITO ELEITORAL - LEANDRO NAVA

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Direito Eleitoral – Leandro Nava
1 - Fontes e Conceitos
Por se tratar de um ramo do Direito Público, o direito eleitoral é encarregado de regulamentar os direitos políticos dos cidadãos e o processo eleitoral, conforme disposto na CF/88, artigo 22, inciso I. 
“Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho.”
Compete Privativamente à União legislar sobre matéria eleitoral.
OBS: O artigo 62, parágrafo 1º, inciso I, alínea “a”, veda a edição de Medidas Provisórias que versem sobre matéria relativa à cidadania, nacionalidade, partidos políticos, direitos políticos e direito eleitoral.
A lei 4737/65 (Código Eleitoral), deixa facultado ao TSE a edição de “instruções” (Resolução TSE nº XX – Título das instruções) para a fiel execução do Direito eleitoral em si.
Artigo 16 da CF/88 – Princípio da Anualidade ou da anterioridade (CAI NA PROVA):
“Art.16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 4, de 1993)”
2 – Conceitos de Direito Eleitoral
	A – Professor Joel José Cândido – “Direito Eleitoral é o ramo do direito público que trata dos institutos relacionados com os direitos políticos e das eleições, em todas as suas fases, como forma de escolha dos titulares dos mandatos eletivos e das instituições do Estado.”
	B – Professor Djalma Pinto – “Direito Eleitoral é o ramo do Direito Público que disciplina a criação dos partidos políticos, o ingresso do cidadão no corpo eleitoral para fruição dos direitos políticos, o registro das candidaturas, a propaganda eleitoral, o processo eletivo e a investidura no mandato.”
	*C – Professor Marcos Ramayama – “Direito Eleitoral é o ramo do direito público que disciplina o alistamento eleitoral, o registro de candidatos, a propaganda política eleitoral, a votação, apuração e diplomação além de regularizar os sistemas eleitorais, os direitos políticos ativos e passivos, a organização judiciária eleitoral, dos partidos políticos e do MP, dispondo de um sistema repressivo penal especial.
* Conceito que mais se aproxima da realidade (mais utilizado pelo professor).
	D – “Professor Tito Costa – Direito Eleitoral é o conjunto de normas destinadas a regular os deveres do cidadão em sua relação com o Estado, para sua formação e atuação. Estado aqui, entendido no sentido de governo, administração, nas suas esferas federal, estaduais e municipais. Estado, entidade político-jurídica”.
QUESTÂO: O que é Direito Eleitoral? (Costuma cair na Regimental)
3 – Finalidade e Objeto do Direito Eleitoral
Finalidade – É garantir o exercício da cidadania em todas as suas formas e em toda a sua plenitude.
Objeto – Objeto são as normas jurídicas positivadas e os princípios eleitorais.
A Doutrina separa/divide o objeto do direito eleitoral em Direto e Indireto. 
Direto: É subdividido em primário e secundário. O direito primário são as normas eleitorais trazidas na CF/88 anteriores ao processo eleitoral. Como por exemplo, o Alistamento Eleitoral, filiação partidária, condições de elegibilidade. O Objeto Direto Secundário são as normas que surgem com o processo eleitoral e que dele são decorrentes, tais como a diplomação, propaganda, doação de campanha, votação, ações e recursos eleitorais.
Indireto: Tudo aquilo que dá suporte à aplicabilidade do objeto direito, como o sistema eleitoral, organização da justiça eleitoral.
4 – Fontes do Direito Eleitoral
De forma genérica, as fontes do direito eleitoral são:
Constituição Federal de 1988, legislações eleitorais, doutrina, jurisprudência dos tribunais eleitorais e resoluções expedidas pelo TSE.
As fontes são classificadas em Formais e Materiais.
As fontes materiais estão relacionadas aos órgãos que criam as normas – Compete Privativamente à União – CF/88 artigo 22, inciso I:
“Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;”
A fontes formais se dividem em Diretas/Primárias e Indiretas/Subsidiárias:
Diretas/Primárias: CF/88, Código Eleitoral e outras legislações específicas, como a Lei da Ficha Limpa (LC 135/2010), Mini Reforma Eleitoral (Lei 13.165/2015) e Lei das Inelegibilidades (LC 64/90).
4.1 – Eficácias das normas jurídicas eleitorais
Artigo 16 da CF/88 – Anterioridade ou anualidade – Só valerá se tiver sua vigência até 1 ano antes das eleições.
“Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 4, de 1993)”.
5 – Princípios do Direito Eleitoral
5.1 – Princípios Constitucionais:
A – Princípio Republicano
O artigo 1º, caput, primeira parte da CF, caracteriza o país como uma república federativa formada pela União INDISSOLÚVEL dos estados, municípios e do Distrito Federal.
“Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal.”
B – Princípio Democrático – Artigo 1º, caput, segunda parte.
O Brasil é um Estado Democrático de Direito, ou seja, a ordem jurídica brasileira é democrática pois o poder emana do povo que poderá exercê-lo direta ou indiretamente.
“[...] constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:”
C – Princípio da Soberania Popular – Artigo 1º, inciso I da CF/88 + parágrafo único.
“I - a soberania;
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.”
D – Princípio do Pluralismo Político – Artigo 1º, inciso V da CF/88.
”V - o pluralismo político.”
Significa que o Estado acolhe todas as formas de exercício da soberania e as diferentes ideologias existentes nas diferentes camadas sociais. A CF/88 veda a criação de partidos cuja a ideologia busque a criação de exército paramilitar, ódio racial, étnico, cultural, etc.
5.2 – Princípios Infraconstitucionais
A – Princípio da Legalidade
Todas as decisões praticadas pela justiça eleitoral, seja na esfera judicial ou administrativa deverá observar a lei vigente, sendo conditio sine qua non (condição senão a qual) para que o ato ou decisão sejam legítimos e produzam seus efeitos.
B – Princípio da Celeridade
Todos os prazos da justiça eleitoral são extremamente curtos, seja no processo judicial ou administrativo, pois buscam a maior eficácia no menor tempo possível.
Exemplos:
Pedido de direito de resposta – 48 horas da data da publicidade;
Defesa contra o direito de resposta – 24 horas;
Interposição de ação de impugnação de registro de candidato: 3 dias.
Observação: A justiça eleitoral ainda não está funcionando em sua totalidade com o processo eleitoral eletrônico, motivo pelo qual, em determinados casos, contar-se-á como data final o dia e horário do protocolo físico. 
C – Princípio da Anualidade – Artigo 16 da CF/88 (Costuma cair na prova)
“Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 4, de 1993).”
D – Princípio da Preclusão – Artigos 223 caput e 259 do Código Eleitoral
“Art. 223. A nulidade de qualquer ato, não decretada de ofício pela Junta, só poderá ser arguida quando de sua prática, não mais podendo ser alegada, salvo se a arguição se basear em motivo superveniente ou de ordem constitucional.”
“Art. 259. São preclusivos os prazos para interposição de recurso, salvo quando neste se discutir matéria constitucional.
Parágrafo único. O recurso em que se discutir matéria constitucional não poderá ser interposto fora do prazo. Perdido o prazo numa fase própria, só em outra que se apresentar poderá ser interposto.”
É a perda do direito de praticaratos processuais, devido a inércia do legitimado. No direito eleitoral, os prazos são preclusivos. 
EXCEÇÃO: salvo quando se tratar de matéria constitucional esta poderá ser alegada no momento processual oportuno (no ato e dentro do prazo para interposição de recurso).
E – Princípio da Moralidade Eleitoral – Artigo 14, parágrafo 9º da CF/88
“§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 4, de 1994).”
Este princípio visa proteger a probidade administrativa, a moralidade para o exercício do mandato, considerada a vida pregressa do candidato e a normalidade das eleições contra a influência do poder econômico e o abuso do exercício da administração pública, conforme disposto também na Lei Complementar Nº 64/90, Artigo 1º, inciso I, alínea “a”.
Art. 1º São inelegíveis:
I - para qualquer cargo: a) os inalistáveis e os analfabetos;
F – Princípio da Devolutividade dos Recursos
No processo brasileiro, temos 2 modalidades/EFEITOS:
Devolutivos e Suspensivos.
A regra é que no direito eleitoral os recursos possuam somente o efeito devolutivo, salvo algumas exceções (Artigo 216 + 362 do Código Eleitoral + Artigo 15 da Lei Complementar Nº 64/90).
“Art. 216. Enquanto o Tribunal Superior não decidir o recurso interposto contra a expedição do diploma, poderá o diplomado exercer o mandato em toda a sua plenitude.
Art. 362. Das decisões finais de condenação ou absolvição cabe recurso para o Tribunal Regional, a ser interposto no prazo de 10 (dez) dias.
Art. 15.  Transitada em julgado ou publicada a decisão proferida por órgão colegiado que declarar a inelegibilidade do candidato, ser-lhe-á negado registro, ou cancelado, se já tiver sido feito, ou declarado nulo o diploma, se já expedido. (Redação dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010).”
6 – Justiça Eleitoral
Criada em 1932, a justiça eleitoral é o ramo do Poder Judiciário responsável por todos os trabalhos eleitorais, ou seja, iniciando-se no alistamento eleitoral até a diplomação dos eleitos.
O professor Marcos Ramayama diz que cumpre a justiça eleitoral a nobre missão de resguardar a democracia e o Estado Democrático, nos moldes do artigo 1º da CF/88, efetivando, praticamente, a soberania popular, a cidadania e o pluralismo político, como princípios fundamentais trilhados pelo legislador constituinte.
“Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
 II - a cidadania;
 III - a dignidade da pessoa humana;
 IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
 V - o pluralismo político.
 Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.”
6.1 – Órgãos da Justiça Eleitoral – Artigo 92 inciso V + 118 da CF/88
A justiça eleitoral é composta por 4 órgãos:
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – Artigo 118, inciso I;
Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) – Artigo 118, inciso II;
Juízes Eleitorais – Artigo 118, inciso III;
Juntas Eleitorais – Artigo, inciso IV.
“Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;
Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:
I - o Tribunal Superior Eleitoral;
II - os Tribunais Regionais Eleitorais;
III - os Juízes Eleitorais;
IV - as Juntas Eleitorais.”
6.2 – Organização da Justiça Eleitoral
A – Tribunal Superior Eleitoral – Artigo 119 da CF/88
“Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos:
I - mediante eleição, pelo voto secreto:
a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;
II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça.
A composição, de maneira resumida será:
7 Ministros no total = 3 do STF (1 presidente e 1 vice presidente) + 2 do STJ (1 como Corregedor Eleitoral) + 2 advogados de idoneidade moral e notável saber jurídico que são oriundos de uma lista sêxtupla que é analisada pelo Presidente da República, após indicação do STF.
	B – Tribunais Regionais Eleitorais – Artigo 120 da CF/88
“Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito Federal.
§ 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:
I - mediante eleição, pelo voto secreto:
a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça;
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça;
II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo;
III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.
§ 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente- dentre os desembargadores.”
De maneira resumida, os TREs são assim divididos:
7 desembargadores = 2 juízes dentre os desembargadores do TJ daquela UF + 2 juízes entre os juízes de direito (justiça estadual, não pode ser da especial) + 1 Juiz Federal (TRF) + 2 advogados de idoneidade moral e notório saber jurídico oriundos de lista sêxtupla feita pelo TJ e nomeados pelo presidente.
OBS: Tanto no TSE quando no TRE tais magistrados avocam as funções de Ministros/Desembargadores, continuando com a sua atividade anterior, ou seja, continuam magistrados em suas respectivas varas.
	C – Juízes eleitorais
Formado por Juízes de Direito;
São os juízes de direito, ou seja, juiz estadual, federal, obrigatoriamente de 1ª instância, que cumulam ambas as funções, tanto na sua vara de origem quando na justiça eleitoral.
OBS (VALE PARA O TSE, TER E AFINS): O prazo de mandato de um magistrado eleitoral é de 1 biênio (2 anos), renovável 1 ÚNICA vez pelo mesmo tempo.
Prazo de mandato: 2 anos, renovável uma única vez por igual período. Para poder voltar é necessário aguardar 1 ano para se candidatar novamente.
D – Juntas Eleitorais
Órgão colegiado composto de 2 a 4 cidadãos de reputação ilibada. São constituídas 60 dias antes das eleições, com o objetivo de atuar nas fases finais do processo eleitoral, em especial na apuração e totalização dos votos.
OBS: Possui SOMENTE a competência para expedição do diploma eleitoral, não podendo assiná-lo, visto não deter jurisdição para tal.
7 – Funções da Justiça Eleitoral
A – Jurisdicional
Tal função visa solucionar os conflitos de interesse e zelar pela uniformidade das decisões da justiça eleitoral.
Exemplo: Cassação de mandato eletivo, aprovação da prestação de contas, apuração de crimes eleitorais, pedido de registro de candidatura.
B – Administrativa
É responsável pelos atos preparatórios das eleições, onde são dispendidos diversos tipos de recursos (financeiro, material e laboral). Esta função dá o poder para a Justiça Eleitoral administrar todo o processo eleitoral, ou seja, ela que prepara, organiza e administra todas as etapas eleitorais.
Aqui não há lide (não há discussão, a decisão dela é soberana).
Exemplos: Organização das urnas eletrônicas (zonas eleitorais), nomeação dos mesários, transferência de domicílio eleitoral, etc.
C –Consultiva
Compete exclusivamente a justiça eleitoral responder as consultas formuladas, que deverão ser genéricas, tanto ao TSE quanto aos TREs, conforme artigo 23, inciso XII + o Artigo 30, inciso VIII do código eleitoral.
“Art. 23 - Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior:
XII - responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas em tese por autoridade com jurisdição, federal ou órgão nacional de partido político; “
“Art. 30. Compete, ainda, privativamente, aos Tribunais Regionais:
VIII - responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas, em tese, por autoridade pública ou partido político; “
Tais consultas poderão ser formuladas do TSE pelo Diretório Nacional do partido ou autoridade com jurisdição federal, já para os TREs poderão formular consultas o diretório estadual partidário e autoridades com jurisdição estadual ou municipal.
D – Normativa – Artigo 1º parágrafo único do Código Eleitoral
“Art. 1º Este Código contém normas destinadas a assegurar a organização e o exercício de direitos políticos precipuamente os de votar e ser votado.
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral expedirá Instruções para sua fiel execução. “
Aqui, a justiça eleitoral poderá expedir “instruções” (Resolução TSE nº XX) auxiliando assim a aplicabilidade da lei eleitoral em face do processo eleitoral, trazendo instruções gerais, abstratas (que remeta a todos os partidos) e impessoais, aplicáveis a todos.
8 – Competência da justiça eleitoral
Além das funções jurisdicional, administrativa, normativa e consultiva desempenhada pela justiça eleitoral, essa também estipula competências relativas aos seus órgãos e suas funções, quais sejam:
A – Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – Artigos 22 e 23 do Código Eleitoral (CAI NA PROVA)
“Art. 22. Compete ao Tribunal Superior:
        I - Processar e julgar originariamente:
        a) o registro e a cassação de registro de partidos políticos, dos seus diretórios nacionais e de candidatos à Presidência e vice-presidência da República;
        b) os conflitos de jurisdição entre Tribunais Regionais e juizes eleitorais de Estados diferentes;
        c) a suspeição ou impedimento aos seus membros, ao Procurador Geral e aos funcionários da sua Secretaria;
        d) os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem conexos cometidos pelos seus próprios juizes e pelos juizes dos Tribunais Regionais;
        e) o habeas corpus ou mandado de segurança, em matéria eleitoral, relativos a atos do Presidente da República, dos Ministros de Estado e dos Tribunais Regionais; ou, ainda, o habeas corpus, quando houver perigo de se consumar a violência antes que o juiz competente possa prover sobre a impetração; (Vide suspensão de execução pela RSF nº 132, de 1984)
        f) as reclamações relativas a obrigações impostas por lei aos partidos políticos, quanto à sua contabilidade e à apuração da origem dos seus recursos;
        g) as impugnações á apuração do resultado geral, proclamação dos eleitos e expedição de diploma na eleição de Presidente e Vice-Presidente da República;
        h) os pedidos de desaforamento dos feitos não decididos nos Tribunais Regionais dentro de 60 (sessenta) dias da conclusão ao relator; 
        h) os pedidos de desaforamento dos feitos não decididos nos Tribunais Regionais dentro de trinta dias da conclusão ao relator, formulados por partido, candidato, Ministério Público ou parte legitimamente interessada. (Redação dada pela Lei nº 4.961, de 1966)
        i) as reclamações contra os seus próprios juizes que, no prazo de trinta dias a contar da conclusão, não houverem julgado os feitos a eles distribuídos. (Incluído pela Lei nº 4.961, de 1966)
        j) a ação rescisória, nos casos de inelegibilidade, desde que intentada dentro de cento e vinte dias de decisão irrecorrível, possibilitando-se o exercício do mandato eletivo até o seu trânsito em julgado. (Incluído pela  LCP nº 86, de 1996) (Produção de efeito)
        II - julgar os recursos interpostos das decisões dos Tribunais Regionais nos termos do Art. 276 inclusive os que versarem matéria administrativa.
        Parágrafo único. As decisões do Tribunal Superior são irrecorrível, salvo nos casos do Art. 281.
        Art. 23 - Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior,
        I - elaborar o seu regimento interno;
        II - organizar a sua Secretaria e a Corregedoria Geral, propondo ao Congresso Nacional a criação ou extinção dos cargos administrativos e a fixação dos respectivos vencimentos, provendo-os na forma da lei;
        III - conceder aos seus membros licença e férias assim como afastamento do exercício dos cargos efetivos;
        IV - aprovar o afastamento do exercício dos cargos efetivos dos juizes dos Tribunais Regionais Eleitorais;
        V - propor a criação de Tribunal Regional na sede de qualquer dos Territórios;
        VI - propor ao Poder Legislativo o aumento do número dos juizes de qualquer Tribunal Eleitoral, indicando a forma desse aumento;
        VII - fixar as datas para as eleições de Presidente e Vice-Presidente da República, senadores e deputados federais, quando não o tiverem sido por lei:
        VIII - aprovar a divisão dos Estados em zonas eleitorais ou a criação de novas zonas;
        IX - expedir as instruções que julgar convenientes à execução deste Código;
        X - fixar a diária do Corregedor Geral, dos Corregedores Regionais e auxiliares em diligência fora da sede;
        XI - enviar ao Presidente da República a lista tríplice organizada pelos Tribunais de Justiça nos termos do ar. 25;
        XII - responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas em tese por autoridade com jurisdição, federal ou órgão nacional de partido político;
        XIII - autorizar a contagem dos votos pelas mesas receptoras nos Estados em que essa providência for solicitada pelo Tribunal Regional respectivo;
        XIV - requisitar a fôrça federal necessária ao cumprimento da lei e das suas próprias decisões, ou das decisões dos Tribunais Regionais que o solicitarem; 
        XIV - requisitar a força federal necessária ao cumprimento da lei, de suas próprias decisões ou das decisões dos Tribunais Regionais que o solicitarem, e para garantir a votação e a apuração; (Redação dada pela Lei nº 4.961, de 1966)
        XV - organizar e divulgar a Súmula de sua jurisprudência;
        XVI - requisitar funcionários da União e do Distrito Federal quando o exigir o acúmulo ocasional do serviço de sua Secretaria;
        XVII - publicar um boletim eleitoral;
        XVIII - tomar quaisquer outras providências que julgar convenientes à execução da legislação eleitoral. “
	Em suma, compete originariamente ao TSE:
*1 – O registro e a cassação de registro de partido ou diretório em âmbito nacional;
*2 – Registro e Cassação de Registro de candidatos a presidente e vice presidente;
3 – Decidir conflitos de jurisdição entre os TREs;
4 – Julgar os recursos interpostos pelos TREs;
5 – Expandir “Instruções” (Resolução TSE Nº XX/Ano);
6 – Responder as consultas formuladas por autoridades com jurisdição federal ou órgão nacional de partido político;
7 – Requisitar FORÇA NACIONAL para fiel execução da lei eleitoral. 
* - Mais importantes
B – Tribunais Regionais Eleitorais – Artigos 29 e 30 do Código Eleitoral
“Art. 29. Compete aos Tribunais Regionais:
        I - processar e julgar originariamente:
        a) o registro e o cancelamento do registro dos diretórios estaduais e municipais de partidos políticos, bem como de candidatos a Governador, Vice-Governadores, e membro do Congresso Nacional e das Assembléias Legislativas;
        b) os conflitos de jurisdição entre juizes eleitorais do respectivo Estado;
        c) a suspeição ou impedimentos aos seus membros ao Procurador Regional e aos funcionários da sua Secretaria assim como aos juizes e escrivães eleitorais;
        d) os crimes eleitorais cometidos pelos juizes eleitorais;
        e) o habeascorpus ou mandado de segurança, em matéria eleitoral, contra ato de autoridades que respondam perante os Tribunais de Justiça por crime de responsabilidade e, em grau de recurso, os denegados ou concedidos pelos juizes eleitorais; ou, ainda, o habeas corpus quando houver perigo de se consumar a violência antes que o juiz competente possa prover sobre a impetração;
        f) as reclamações relativas a obrigações impostas por lei aos partidos políticos, quanto a sua contabilidade e à apuração da origem dos seus recursos;
         g) os pedidos de desaforamento dos feitos não decididos pelos juízes eleitorais em 60 (sessenta) dias da sua conclusão para julgamento, sem prejuízo das sanções aplicadas pelo excesso de prazos. 
        g) os pedidos de desaforamento dos feitos não decididos pelos juizes eleitorais em trinta dias da sua conclusão para julgamento, formulados por partido candidato Ministério Público ou parte legitimamente interessada sem prejuízo das sanções decorrentes do excesso de prazo. (Redação dada pela Lei nº 4.961, de 1966)
        II - julgar os recursos interpostos:
        a) dos atos e das decisões proferidas pelos juizes e juntas eleitorais.
        b) das decisões dos juizes eleitorais que concederem ou denegarem habeas corpus ou mandado de segurança.
        Parágrafo único. As decisões dos Tribunais Regionais são irrecorríveis, salvo nos casos do Art. 276.
        Art. 30. Compete, ainda, privativamente, aos Tribunais Regionais:
        I - elaborar o seu regimento interno;
        II - organizar a sua Secretaria e a Corregedoria Regional provendo-lhes os cargos na forma da lei, e propor ao Congresso Nacional, por intermédio do Tribunal Superior a criação ou supressão de cargos e a fixação dos respectivos vencimentos;
        III - conceder aos seus membros e aos juizes eleitorais licença e férias, assim como afastamento do exercício dos cargos efetivos submetendo, quanto aqueles, a decisão à aprovação do Tribunal Superior Eleitoral;
        IV - fixar a data das eleições de Governador e Vice-Governador, deputados estaduais, prefeitos, vice-prefeitos , vereadores e juizes de paz, quando não determinada por disposição constitucional ou legal;
        V - constituir as juntas eleitorais e designar a respectiva sede e jurisdição;
        VI - indicar ao tribunal Superior as zonas eleitorais ou seções em que a contagem dos votos deva ser feita pela mesa receptora;
        VII - apurar com os resultados parciais enviados pelas juntas eleitorais, os resultados finais das eleições de Governador e Vice-Governador de membros do Congresso Nacional e expedir os respectivos diplomas, remetendo dentro do prazo de 10 (dez) dias após a diplomação, ao Tribunal Superior, cópia das atas de seus trabalhos;
        VIII - responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas, em tese, por autoridade pública ou partido político;
        IX - dividir a respectiva circunscrição em zonas eleitorais, submetendo essa divisão, assim como a criação de novas zonas, à aprovação do Tribunal Superior;
        X - aprovar a designação do Ofício de Justiça que deva responder pela escrivania eleitoral durante o biênio;
        XI - nomear preparadores, unicamente dentre nomes indicados pelos juizes eleitorais, para auxiliarem o alistamento eleitoral;       (Revogado pela Lei nº 8.868, de 1994)
        XII - requisitar a força necessária ao cumprimento de suas decisões solicitar ao Tribunal Superior a requisição de força federal;
        XIII - autorizar, no Distrito Federal e nas capitais dos Estados, ao seu presidente e, no interior, aos juizes eleitorais, a requisição de funcionários federais, estaduais ou municipais para auxiliarem os escrivães eleitorais, quando o exigir o acúmulo ocasional do serviço;
        XIV - requisitar funcionários da União e, ainda, no Distrito Federal e em cada Estado ou Território, funcionários dos respectivos quadros administrativos, no caso de acúmulo ocasional de serviço de suas Secretarias;
        XV - aplicar as penas disciplinares de advertência e de suspensão até 30 (trinta) dias aos juizes eleitorais;
        XVI - cumprir e fazer cumprir as decisões e instruções do Tribunal Superior;
        XVII - determinar, em caso de urgência, providências para a execução da lei na respectiva circunscrição;
        XVIII - organizar o fichário dos eleitores do Estado.
        XIX - suprimir os mapas parciais de apuração mandando utilizar apenas os boletins e os mapas totalizadores, desde que o menor número de candidatos às eleições proporcionais justifique a supressão, observadas as seguintes normas:     (Incluído pela Lei nº 4.961, de 1966)
        a) qualquer candidato ou partido poderá requerer ao Tribunal Regional que suprima a exigência dos mapas parciais de apuração;     (Incluído pela Lei nº 4.961, de 1966)
        b) da decisão do Tribunal Regional qualquer candidato ou partido poderá, no prazo de três dias, recorrer para o Tribunal Superior, que decidirá em cinco dias;     (Incluído pela Lei nº 4.961, de 1966)
        c) a supressão dos mapas parciais de apuração só será admitida até seis meses antes da data da eleição;     (Incluído pela Lei nº 4.961, de 1966)
        d) os boletins e mapas de apuração serão impressos pelos Tribunais Regionais, depois de aprovados pelo Tribunal Superior;     (Incluído pela Lei nº 4.961, de 1966)
        e) o Tribunal Regional ouvira os partidos na elaboração dos modelos dos boletins e mapas de apuração a fim de que estes atendam às peculiaridade locais, encaminhando os modelos que aprovar, acompanhados das sugestões ou impugnações formuladas pelos partidos, à decisão do Tribunal Superior.      (Incluído pela Lei nº 4.961, de 1966)”
Em suma, compete aos TREs:
1 – Processar e julgar o registro e cassação de registro de partidos políticos no âmbito estadual e MUNICIPAL;
2 – O registro e cassação de registro dos candidatos aos cargos de: governador, vice governador, deputado federal, deputado estadual e senador;
3 – Expedir e assinar os diplomas eleitorais dos candidatos eleitos aos cargos de: governador, vice governador, deputado federal, deputado estadual e senador;
4 – Processar e julgar os recursos interpostos perante os juízes eleitorais;
5 – Responder a consultas formuladas por partidos políticos estaduais e municipais;
6 – Cumprir as decisões do TSE;
7 – Requisitar auxílio da FORÇA POLICIAL para cumprimento da lei eleitoral.
C – Juízes Eleitorais – Artigo 35 do Código Eleitoral
“Art. 35. Compete aos juizes:
        I - cumprir e fazer cumprir as decisões e determinações do Tribunal Superior e do Regional;
        II - processar e julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhe forem conexos, ressalvada a competência originária do Tribunal Superior e dos Tribunais Regionais;
        III - decidir habeas corpus e mandado de segurança, em matéria eleitoral, desde que essa competência não esteja atribuída privativamente a instância superior.
        IV - fazer as diligências que julgar necessárias a ordem e presteza do serviço eleitoral;
        V - tomar conhecimento das reclamações que lhe forem feitas verbalmente ou por escrito, reduzindo-as a termo, e determinando as providências que cada caso exigir;
        VI - indicar, para aprovação do Tribunal Regional, a serventia de justiça que deve ter o anexo da escrivania eleitoral;
        VII - representar sobre a necessidade de nomeação dos preparadores para auxiliarem o alistamento eleitoral, indicando os nomes dos cidadãos que devem ser nomeados;     (Revogado pela Lei nº 8.868, de 1994)
        VIII - dirigir os processos eleitorais e determinar a inscrição e a exclusão de eleitores;
        IX- expedir títulos eleitorais e conceder transferência de eleitor;
        X - dividir a zona em seções eleitorais;
        XI mandar organizar, em ordem alfabética, relação dos eleitores de cada seção, para remessa a mesa receptora, juntamente com a pasta das folhas individuais de votação;
        XII - ordenar o registroe cassação do registro dos candidatos aos cargos eletivos municiais e comunicá-los ao Tribunal Regional;
        XIII - designar, até 60 (sessenta) dias antes das eleições os locais das seções;
        XIV - nomear, 60 (sessenta) dias antes da eleição, em audiência pública anunciada com pelo menos 5 (cinco) dias de antecedência, os membros das mesas receptoras;
        XV - instruir os membros das mesas receptoras sobre as suas funções;
        XVI - providenciar para a solução das ocorrências que se verificarem nas mesas receptoras;
        XVII - tomar todas as providências ao seu alcance para evitar os atos viciosos das eleições;
        XVIII -fornecer aos que não votaram por motivo justificado e aos não alistados, por dispensados do alistamento, um certificado que os isente das sanções legais;
        XIX - comunicar, até às 12 horas do dia seguinte a realização da eleição, ao Tribunal Regional e aos delegados de partidos credenciados, o número de eleitores que votarem em cada uma das seções da zona sob sua jurisdição, bem como o total de votantes da zona.”
Em suma, compete aos juízes eleitorais:
1 – Processar e julgar o registro e cassação de registro de candidatos aos cargos de: Prefeito, vice prefeito e vereador;
*2 – Assinar o diploma eleitoral dos candidatos eleitos aos cargos: prefeito, vice prefeito e vereador;
3 – Expedir o título eleitoral, autorizar transferência de eleitor, excluir o eleitor. Transferência de local de eleição (do colégio A para o colégio B);
4 – Assinar justificativa de não votação.
* Mais Importante.
D – Juntas eleitorais – Artigo 40 do Código Eleitoral
“Art. 40. Compete à Junta Eleitoral;
        I - apurar, no prazo de 10 (dez) dias, as eleições realizadas nas zonas eleitorais sob a sua jurisdição.
        II - resolver as impugnações e demais incidentes verificados durante os trabalhos da contagem e da apuração;
        III - expedir os boletins de apuração mencionados no Art. 178;
        IV - expedir diploma aos eleitos para cargos municipais.
        Parágrafo único. Nos municípios onde houver mais de uma junta eleitoral a expedição dos diplomas será feita pelo que for presidida pelo juiz eleitoral mais antigo, à qual as demais enviarão os documentos da eleição.”
Em suma, as competências das Juntas Eleitorais são:
1 – EXPEDIR o diploma eleitoral dos candidatos aos cargos de Prefeito, vice prefeito e vereador. Só expedem pois não possuem jurisdição para assinar;
2 – Efetuar a contagem dos votos nas eleições municipais.
9 – Cidadania – Direitos Políticos e Sufrágio
A - Direitos Políticos: são os direitos do cidadão que autorizam sua participação e influência nas atividades do Estado.
Para o professor Pimenta Bueno, direitos políticos são “as prerrogativas, os atributos, faculdades ou poder de intervenção dos cidadãos ativos no governo de seu país, intervenção direta ou indireta mais ou menos ampla, segundo a intensidade do gozo destes direitos.
A CF/88 no seu artigo 14 traz os direitos e garantias fundamentais aos direitos políticos. Os direitos políticos compreendem os institutos do direito de sufrágio, sistemas eleitorais, privação dos direitos políticos e inelegibilidades. “
“Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos.
§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
 V - a filiação partidária;        
VI - a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador.
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subseqüente.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997)
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
 § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 4, de 1994)
§ 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.
§ 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
II - incapacidade civil absoluta;
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
B – Direito de Sufrágio
Se caracteriza pelo exercício do direito eleitoral ativo (votar), pelo direito eleitoral passivo (ser votado) e ainda de participar direta ou indiretamente do poder estatal.
10 – Voto e sufrágio
O direito de sufrágio será exercido mediante o voto.
10.1 – Voto – Artigo 14 da CF/88
Direto: Não cabe representação no ato de votar, ou seja, o cidadão exerce DIRETAMENTE o seu direito de voto.
Secreto: A obrigação de manter em segredo o voto é da justiça eleitoral, que é obrigada a manter total sigilo quanto a decisão tomada pelo cidadão na urna.
Igual: O voto tem a mesma valoração para todas e quaisquer pessoas, ou seja, cada cidadão tem direito a 1 único voto.
10.2 – Tipos de Sufrágio
A – Universal
Todo cidadão do país deverá ter o direito de votar, não sendo admitidas restrições quanto a capacidade econômica, financeira, intelectual ou por motivos étnicos.
B – Igual
Todo voto tem o mesmo valor e cada pessoa corresponde a 1 voto, respeitando o princípio da igualdade.
C – Restrito
Era concedido a determinada categoria ou classe de pessoas seja por sua condição financeira ou capacidade intelectual ou ainda sua titulação perante a sociedade(NÃO se aplica no Brasil).
D – Desigual
Aqui o voto possuía valoração diferente, ou seja, podendo ter o dobro ou o triplo do seu valor, ou ainda, o detentor deste direito poderia votar mais de uma vez. Era concedido aos maiores recolhedores de tributos (Não se aplica mais no Brasil).
11 – Perda e suspensão dos direitos políticos
11.1 – Perda dos direitos políticos
Artigo 15, inciso I da CF/88: 
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
Artigo 12, parágrafo 4º, inciso II: 
Art. 12. São brasileiros:
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis;
Em suma, a perda ocorre em casos de cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado e perda voluntária da nacionalidade brasileira.
11.2 – Suspensão dos direitos políticos
Trata-se de sensação temporária aplicada ao cidadão na qual terá seus direitos políticos suspensos pelo prazo estipulado em lei.
Ocorre nos seguintes casos:
A - Artigo 15, inciso II da CF/88: Decretação da incapacidade civil absoluta.
“Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:
II - incapacidade civil absoluta; “
OBS: Refere-se ao menor de 16 anos, que é considerado absolutamente incapaz, bem como para aqueles portadores de enfermidades ou deficiência mental que não tiverem o necessário discernimento para a prática dos atos da vida civil que não puderem exprimir sua vontade.
B – Artigo 15, inciso II da CF/88:
Condenação criminal transitada em julgado enquanto durarem seus efeitos.
C – Artigo 15, inciso V + Artigo 37 parágrafo 4º:
Improbidade Administrativa.
“Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
Art 37 § 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. “
D – Decreto Nº 70391/72
Estatuto especial de igualdade entre brasileiros e portugueses – Esse estatuto garante direitos políticos entre Brasil e Portugal sem ter a nacionalidade.
Esta lei faculta ao brasileiro residente em Portugal e ao português residente no Brasil, sem necessariamente adquirir aquela nacionalidade, tornar-se detentor e direitos políticos naquele Estado.
12 – Cadastro Eleitoral
A – Alistamento Eleitoral
Ato administrativo praticado pelo indivíduo (povo) junto à Justiça Eleitoral, que após a análise e deferimento de tal requerimento, expedirá sua “autorização eleitoral”, denominado título eleitoral, caracterizando este indivíduo, agora, como um cidadão detentor de direitos políticos.
B – Transferência Eleitoral
Após o deferimento do alistamento, o eleitor que mudar de um município para outro, no mesmo Estado ou em outro Estado, deverá solicitar a transferência de sua inscrição eleitoral.
C – Revisão
Destina-se a atualização de dados cadastrais perante a justiça eleitoral, bem como a alteração do local de votação no mesmo município, havendo ou não alteração de zona ou seção eleitoral
D – 2ª Via
É solicitada quando ocorre a perda furto, extravio, deterioração do título eleitoral.
E – Quitação Eleitoral
Trata-se de declaração expedida pela justiça eleitoral, justificando que o cidadão está regular com a justiça eleitoral.
Tal quitação é condição para, por exemplo, receber posse em cargo público, requerer primeira via ou renovação do passaporte, inscrição em instituição de ensino do Estado (Município, Estado, União, DF), empréstimo bancário em instituição com capital estatal e etc.
F – Multa Eleitoral
Trata-se de sanção que será imposta ao cidadão na esfera eleitoral que poderá ter caráter administrativo ou judicial.
Multa eleitoral administrativa: aqui não há lide pois é ato privativo da justiça eleitoral devido a ação e/ou omissão do cidadão. Exemplo: alistamento tardio, eleitor faltoso, mesário faltoso.
Multa eleitoral judicial: será aplicada após processo judicial pelo juiz eleitoral, desembargador (TRE) ou ministros (TSE). Exemplo: condenação por propaganda eleitoral, compra de voto, etc.
13 – Condições de Elegibilidade – CAI NA PROVA
São condições/requisitos que o cidadão eu pretender exercer seu direito passivo de voto (ser votado) deverá preencher. Quais sejam:
 A – Domicílio Eleitoral
Para o direito eleitoral o domicílio do candidato poderá ser: local onde possua residência, local onde seja proprietário de bem imóvel, possua vínculo empregatício ou laboral ou afinidade ou ainda um relacionamento.
Artigo 9º da lei 9504/97: O candidato deverá possuir seu domicílio eleitoral na mesma circunscrição (município ou Estado), por, no mínimo, 1 ANO ANTES DO PLEITO.
OBS1: Para os candidatos ao pleito de prefeito/vice prefeito e vereador deverão possuir domicílio eleitoral no NO MESMO MUNICÍPIO
OBS2: Para o pleito de governador/vice, deputado federal, deputado estadual e senador estes deverão possuir domicílio eleitoral em qualquer município daquele Estado.
OBS3: Para presidente e vice presidente estes candidatos deverão possuir domicílio eleitoral em qualquer município do país.
B – Filiação Partidária – Lei 9504/97 – Artigo 9º
O candidato deverá estar com sua filiação partidária deferida por pelo menos 6 meses antes do pleito.
No Brasil, o candidato deverá estar filiado à um ÚNICO partido pois não cabe eleição avulsa (apartidária).
C – Idade Mínima – Artigo 14, inciso VI da CF/88
A legislação traz requisitos de idade mínima para os cargos pleiteados tanto no executivo quanto no legislativo.
OBS: Esta data deverá ser contada até o dia do pedido de registro de candidatura para as eleições de VEREADOR.
OBS2: Para todos os demais cargos, a idade mínima exigida tem que ter sido atingida na data da POSSE, conforme artigo 11, parágrafo 2º da Lei 9504/97.
“Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
VI - a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador. “
D – Ser alfabetizado, conforme artigo 14, parágrafo 4º da CF/88.
E – Militar – Artigo 14, parágrafo 8º da CF/88
“§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. ”
F – Escolha em Convenção Partidária
A legislação eleitoral impõe que o candidato esteja vinculado à um partido político e ainda deverá ser escolhido em convenção daquele seu partido, ou seja, é o partido que escolhe quem o representará nas eleições.
OBS: A lei 9504/97 alterada pela Minirreforma Eleitoral 12034/09 trouxe como requisito a necessidade de 30% de seus candidatos serem do sexto oposto.
G – Prazo para registro de candidatura – Lei 9504/97, artigo 11
O prazo limite para pedido de registro de candidatura será até as 19:00 do dia 15/08 do ano do pleito.
H – Nacionalidade Brasileira
Existem 2 formas de nacionalidade brasileira:
Nato: Nascido em território nacional;
Naturalizado: Estrangeiros que adquiriram, após procedimento legal, anacionalidade brasileira, recebendo assim direitos políticos.
OBS: Para candidatar-se aos cargos de presidente e vice presidente, o candidato deverá ser obrigatória brasileiro NATO.
I – Pleno exercício dos Direitos Políticos
Verificar as condições de perda e suspensão dos direitos políticos. Se o candidato não estiver na sua plenitude (com todos os seus direitos políticos ativos) não poderá eleger-se.
A perda ocorre em casos de cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado e perda voluntária da nacionalidade brasileira.
A suspensão ocorrerá nos casos de incapacidade civil absoluta, condenação criminal transitada em julgado enquanto durarem seus efeitos e em casos envolvendo improbidade administrativa.
J – Alistamento Eleitoral
O candidato, por óbvio, deve possuir título de eleitor.
14 – Ação de Impugnação ao Registro de Candidatura – AIRC
É o instrumento jurídico pelo qual busca impedir o registro de candidatura de cidadão que, aparentemente, não preenche os requisitos legais (condições de elegibilidade).
Fundamentação jurídica: Artigo 11, parágrafo 10º da Lei 9504/97.
O Artigo 3º caput da LC 64/90 (Lei das Inelegibilidades) traz que caberá qualquer, partido político, coligação ou MP, no prazo de 5 dias contados da publicação do pedido de registro do candidato efetuar tão impugnação.
A – Hipóteses de cabimento do AIRC – Artigo 14, parágrafo 3º, incisos I ao VI da CF/88.
“§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
 V - a filiação partidária;        
VI - a idade mínima de: “
B – Pólos da Demanda
Polo ativo: Qualquer outro candidato, partido, coligação ou MP, conforme artigo 3º caput da LC 64/90.
Polo Passivo: O candidato impugnado.
C – Competência do AIRC – CAI NA PROVA
A competência para o processamento e julgamento da AIRC varia de acordo com o cargo pleiteado, ou seja:
TSE – Presidente e Vice Presidente;
TRE – Governador, Vice Governador, Deputado Federal, Deputado Estadual e Senador;
Juiz Eleitoral – Prefeito, Vice Prefeito e Vereador.
Prazo para interposição de ação: Artigo 3º caput da LC 64/90: 5 dias corridos e contados da data da publicação do edital.
OBS: Este prazo é improrrogável e decadencial.
D – Sanção
Cancelado o registro de candidatura, os votos recebidos serão nulos e se tiver assumido o cargo, o mesmo será retirado do cargo.

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