Buscar

Projeto Fundacoes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ 
DEPARTAMENTO ACADEMICO DE ENGENHARIA 
CURSO DE ENGUENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
 
FELIPE DANNEBROCK 
FELIPE DE MATTOS VIEIRA 
MARIANE DE PIERI 
TAIARA APARECIDA ZAPARTE 
VALDEMAR MARTINS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROJETO DE FUNDAÇÕES 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRABALHO ACADÊMICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PATO BRANCO 
2010 
 
FELIPE DANNEBROCK 
FELIPE DE MATTOS VIEIRA 
MARIANE DE PIERI 
TAIARA APARECIDA ZAPARTE 
VALDEMAR MARTINS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho acadêmico apresentado ao curso 
de Engenharia Civil da Universidade 
Tecnológica Federal do Paraná, como 
requisito parcial para conclusão da disciplina 
de Introdução a Engenharia. 
 
Orientador: Prof. Dr. Rogério Carrazedo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PATO BRANCO 
2010 
PROJETO DE FUNDAÇÕES 
 
 
 LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
Figura 1 – Estrutura de uma edificação............................................................. 6 
Quadro 1 – Peso específico dos materiais empregados em uma construção. 10 
Quadro 2 – Sobrecarga ou cargas úteis em lajes de piso e forro..................... 11 
Quadro 3 – Tensão admissível recomendada pela ABNT................................ 12 
Figura 2 – Posicionamento do equipamento e abertura do pré-furo em SPT... 14 
Figura 3 – Avanço do furo até a subseqüente cota inteira................................ 15 
Figura 4 – Planta de localização dos furos de sondagem bloco UTFPR.......... 16 
Figura 5 – Relatório de sondagem.................................................................... 17 
Quadro 4 – Apresenta uma classificação com os vários tipos de fundação..... 17 
Figura 6 – Bloco em alvenaria de tijolos............................................................ 19 
Figura 7 – Tipos de alicerces............................................................................. 19 
Figura 8 – Sapatas isoladas.............................................................................. 20 
Figura 9 – Sapata corrida.................................................................................. 21 
Figura 10 – Sapata corrida – Forma de fundação............................................. 21 
Figura 11 – Sapata corrida – Corte longitudinal................................................ 22 
Figura 12 – Sapatas associadas....................................................................... 22 
Figura 13 – Sapatas Alavancadas..................................................................... 23 
Figura 14 – Radier – Forma de fundação ......................................................... 24 
Figura 15 – Radier – Corte longitudinal............................................................. 24 
Figura 16 – Estacas de madeira........................................................................ 28 
Figura 17 – Estacas metálicas........................................................................... 29 
Figura 18 – Estaca pré-moldada sendo cravada............................................... 30 
Figura 19 – Ferramentas para perfuração......................................................... 34 
Figura 20 – Execução de estaca-raiz................................................................ 34 
Quadro 5 – Características das fundações superficiais.................................... 35 
Quadro 6 – Características das estacas pré-fabricadas.................................... 35 
36 
Quadro 7 – Características das estacas escavadas......................................... 36 
37 
Quadro 8 – Características dos tubulões......................................................... 37 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 5 
2 CONCEITOS..................................................................................................... 6 
2.1 DEFINIÇÃO................................................................................................... 6 
2.2 ELEMENTOS NECESSÁRIOS AO PROJETO.............................................. 7 
2.3 AS CARGAS DA FUNDAÇÃO....................................................................... 9 
2.4 RESISTÊNCIA OU CAPACIDADE DA CARGA DO SOLO........................... 11 
3 INVESTIGAÇÃO DO SUBSOLO..................................................................... 12 
3.1 PROCESSOS DE INVESTIGAÇÃO DO SUBSOLO..................................... 14 
3.1.1 Soços e Sondagens a Trado...................................................................... 14 
3.1.2 Sondagem a Percussão.............................................................................. 14 
4 TIPOS DE FUNDAÇÕES................................................................................. 17 
4.1 FUNDAÇÕES DIRETAS RASAS................................................................... 18 
4.1.1 Blocos e Alicerces....................................................................................... 19 
4.1.2 Sapatas....................................................................................................... 20 
4.1.2.1 Sapatas Isoladas..................................................................................... 20 
4.1.2.2 Sapatas Corridas..................................................................................... 20 
4.1.2.3 Sapatas Associadas................................................................................ 22 
4.1.2.4 Sapatas Alavancadas.............................................................................. 22 
4.1.2.5 Radiers..................................................................................................... 23 
4.2 FUNDAÇÕES DIRETAS PROFUNDAS........................................................ 24 
 
4.2.1 Tubulões..................................................................................................... 24 
4.2.1.1 Tubulão a Céu Aberto.............................................................................. 25 
4.2.1.2 Tubulão a Ar Comprimido........................................................................ 25 
4.3 FUNDAÇÕES INDIRETAS............................................................................ 26 
4.3.1 Brocas......................................................................................................... 26 
4.3.2 Estacas....................................................................................................... 27 
4.3.2.1 Estacas de Madeira................................................................................. 27 
4.3.2.2 Estacas Metálicas.................................................................................... 28 
4.3.2.3 Estacas de Concreto................................................................................ 29 
4.3.2.4 Estacas de Concreto Moldada in loco..................................................... 30 
4.3.2.4.1 Estaca Tipo Franki................................................................................ 30 
4.3.2.4.2 Estaca Tipo Strauss.............................................................................. 32 
4.3.2.4.3 Estacas Escavadas e Barretes............................................................. 31 
4.3.2.4.4 Estacas-Raiz......................................................................................... 31 
5 CARACTERÍSTICAS DAS PRINCIPAIS FUNDAÇÕES.................................. 35 
5.1 FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS...................................................................... 35 
5.2 ESTACAS PRÉ-FABRICADAS...................................................................... 35 
5.3 ESTACAS ESCAVADAS............................................................................... 365.4 TUBULÃO...................................................................................................... 37 
6 CONCLUSÃO................................................................................................... 38 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................... 39 
 5 
1 INTRODUÇÃO 
 
Fundações são elementos estruturais cuja função é transmitir as cargas da 
estrutura para o terreno onde ela se apóia. Assim as fundações devem ter 
resistência adequada para suportar as tensões causadas pelos esforços solicitantes. 
Existem vários tipos de fundações e a escolha do tipo mais adequado é 
função das cargas da edificação e da profundidade da camada resistente do solo. 
Com base na combinação destas duas análises optar-se-á pelo tipo que tiver o 
menor custo e o menor prazo de execução, analisando-se juntamente os mais 
variados elementos para o desenvolvimento como presença de ruídos, vibrações, 
tipos de solos, profundidade, cargas, etc. das quais serão abordadas neste trabalho. 
É importante que a pessoa responsável pela contratação tenha o 
conhecimento dos tipos de fundação disponíveis no mercado e de suas 
características, sendo, somente assim, possível escolher a solução que atenda às 
características técnicas e ao mesmo tempo se adéqüe à realidade da obra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 6 
2 CONCEITOS 
2.1 DEFINIÇÃO 
A estrutura de uma obra é constituída pelo esqueleto (figura 1) formado 
pelos elementos estruturais, tais como: lajes (1), vigas (2), pilares (3) e fundações 
(4), etc. 
 
Figura 1 – Estrutura de uma edificação 
Fonte: Rodrigues (P. 35) 
O sistema de fundações é formado pelo elemento estrutural do edifício que 
fica abaixo do solo (podendo ser constituído por bloco, estaca ou tubulão, por 
exemplo) e o Maciço de bloco envolvente sob a base e ao longo do fuste. 
Sua função é suportar com segurança as cargas provenientes do edifício, ou 
seja, é o elemento estrutural que transmite a carga de uma edificação para uma 
camada mais resistente do solo. Assim, as fundações devem ter resistência 
adequada para suportar as tensões causadas pelos esforços solicitantes. Além 
disso, o solo necessita de resistência e rigidez apropriadas para não sofrer ruptura e 
não apresentar deformações exageradas ou diferenciais. 
Convencionalmente, o projetista estrutural repassa ao projetista de fundação 
as cargas que serão transmitidas aos elementos de fundação. Confrontando essas 
informações com as características do solo onde será edificado, conhecidas através 
 7 
de testes de sondagens, o projetista de fundações calcula o deslocamento desses 
elementos de compara com os recalques admissíveis da estrutura, ou seja, primeiro 
elabora-se o projeto estrutural e depois o projeto de fundação. 
Quando o projeto estrutural é elaborado em separado do projeto de 
fundação, considera-se, durante o dimensionamento das estruturas, que a fundação 
terá um comportamento rígido, indeslocável. Essas fundações, quando carregadas, 
se deformam e resultam deslocamentos verticais (recalques), horizontais e rotações, 
prejudicando a hipótese usual de apoios indeslocáveis, contribuindo para uma 
redistribuição de esforços nos elementos da estrutura. 
Essa redistribuição ou nova configuração de esforços nos elementos 
estruturais, em especial nos pilares, provoca uma transferência das cargas dos 
pilares mais carregados para os menos carregados sendo, geralmente, os pilares 
centrais mais carregados que os da periferia. 
Ao se considerar a interação solo-estrutura no dimensionamento da 
fundação, os pilares que estão mais próximos do centro terão uma carga menor do 
que a calculada, havendo uma redistribuição das tensões. 
Dessa forma, é possível estimar os efeitos da redistribuição dos esforços na 
estrutura do edifício, bem como a intensidade e a forma dos recalques diferenciais 
tendo, conseqüentemente, um projeto otimizado. Fundações bem projetadas 
correspondem de 3% a 10% do custo total do edifício, porém, se forem mal 
concebidas e mal projetadas, podem atingir 5 a 10 vezes o custo da fundação mais 
apropriada para o caso. O custo da fundação aumenta também em casos em que as 
características de resistência do solo são incompatíveis com os esforços a ele 
transferidos, pois nestas situações, elementos de fundação mais complexos são 
exigidos, podendo-se ter, inclusive, a necessidade de troca de solo, com reaterro e 
compactação, levando a custos muitas vezes não previstos inicialmente. 
Torna-se clara a importância da união entre o projeto estrutural e o projeto 
de fundação em um único grande projeto, uma vez que os dois estão totalmente 
interligados e mudanças em um provocam reações imediatas no outro. 
 
2.2 ELEMENTOS NECESSÁRIOS AO PROJETO 
Os elementos necessários para o desenvolvimento de um projeto de 
fundações são: 
(1) Topografia da área 
 8 
 Levantamento topográfico (planialtimétrico); 
 Dados sobre taludes e encostas no terreno (ou que possam atingir o 
terreno); 
 Dados sobre erosões (ou evoluções preocupantes na geomorfologia). 
(2) Dados geológico-geotécnicos 
 Investigação do subsolo (às vezes em duas etapas: preliminar e 
complementar); 
 Variabilidade das camadas e a profundidade de cada uma delas; 
 Existência de camadas resistentes ou adensáveis; 
 Compressibilidade e resistência dos solos; 
 Posição do nível d’água; 
 Outros dados geológicos e geotécnicos (mapas, fotos aéreas e 
levantamentos aerofotogramétricos, artigos sobre experiências na área, publicações 
da CPRM, etc.). 
(3) Dados da estrutura a construir 
 Tipo e uso que terá a nova obra; 
 Sistema estrutural (hiperestaticidade, flexibilidade, etc.); 
 Sistema construtivo (convencional ou pré-moldado); 
 Cargas (Ações nas fundações). 
(4) Dados sobre construções vizinhas 
 Número de pavimentos, carga média por pavimento; 
 Tipo de estrutura e fundações; 
 Desempenho das fundações; 
 Existência de subsolo; 
 Possíveis conseqüências de escavações e vibrações provocadas pela 
nova obra. 
(5) Aspectos econômicos 
 Além do custo direto para a execução do serviço, deve-se considerar o 
prazo de execução. Há situações em que uma solução mais custosa oferece um 
prazo de execução menor, tornando-se mais atrativa. 
Pode-se perceber que, para realizar a escolha adequada do tipo de 
fundação , é importante que a pessoa responsável pela contratação tenha o 
conhecimento dos tipos de fundação disponíveis no mercado e suas características. 
 9 
Somente com esse conhecimento é que será possível escolher a solução 
que atenda às características técnicas e ao mesmo tempo que se adéqüe à 
realidade da obra. 
 
2.3 AS CARGAS DA FUNDAÇÃO 
As cargas da edificação são obtidas por meio do projeto arquitetônico e 
estrutural, onde são considerados os pesos próprios dos elementos constituintes e a 
sobrecarga ou carga útil a ser considerada nas lajes que são normalizadas em 
função de sua finalidade. 
As solicitações a que uma estrutura está sujeita podem ser classificadas de 
diferentes maneiras e em outros países é comum separá-las em dois grandes 
grupos: Cargas vivas e cargas mortas, que se subdividem em: 
 
(a) Cargas vivas: 
 Operacionais: 
- Ocupação por pessoas e móveis; 
- Passagem de veículos e pessoas; 
- Operação de equipamentos móveis (guindastes, etc.); 
- Armazenamento; 
- Atracação de navios, pouso de helicópteros; 
- Frenagem, Aceleração de veículos (pontes); 
 Ambientais: 
- Ventos; 
- Ondas, correntes; 
- Sismos. 
 Acidentais: 
- Solicitações especiais de construção e instalação; 
- Colisão de veículos(navios, aviões, etc.); 
- Explosão, fogo. 
(b) Cargas mortas ou permanentes: 
- Peso próprio da estrutura e equipamentos permanentes; 
- Empuxo de água; 
- Empuxo de terra. 
 10 
Já no Brasil, a norma NBR 8681/84 (Ações e segurança nas estruturas) 
classifica as ações nas estruturas em: 
(a) Ações permanentes: As que ocorrem com valores constantes durante 
toda a vida da obra (peso próprio da construção e de equipamentos fixos, empuxos, 
esforços devidos a recalques de apoios); 
(b) Ações variáveis: As que ocorrem com valores que apresentam 
variações significativas em torno da média (ações devidas ao uso da obra, 
tipicamente); 
(c) Ações excepcionais: As que têm duração extremamente curta e muito 
baixa probabilidade de ocorrência durante a vida da obra, mas que precisam ser 
consideradas no projeto de determinadas estruturas (explosões, colisões, incêndios, 
enchentes, sismos). 
 
Quadro 1 – Peso específico dos materiais mais empregados em uma construção. 
Fonte: Rodrigues (P. 36) 
 
 11 
 
Quadro 2 – Sobrecargas ou cargas úteis em lajes de piso e forro. 
Fonte: Rodrigues (P. 36) 
 
 
2.4 RESISTÊNCIA OU CAPACIDADE DE CARGA DO SOLO 
A determinação da tensão admissível, resistência ou capacidade de carga 
do solo consiste no limite de carga que o solo pode suportar sem se romper ou 
sofrer deformação exagerada. Para obras de vulto sujeitas à cargas elevadas só 
pode ser realizada por empresas especializadas, que além do estudo do subsolo, de 
um modo geral propõem sugestões para o tipo de fundaçao mais adequado para 
que o binômio estabilidade-economia seja atendido. 
Para obras de pequeno vulto, sujeitas a cargas relativamente pequenas, a 
resistencia do terreno poderá ser obtida por meio de tabelas práticas em função do 
tipo de solo. 
 12 
 
Quadro 3 – Tensão admissível recomendada pela ABNT. 
Fonte: Rodrigues (P. 37) 
 
3 INVESTIGAÇÃO DO SUBSOLO 
Na maioria dos casos, a avaliação e o estudo das características do subsolo 
do terreno sobre o qual será executada a edificação se resume em sondagens de 
simples reconhecimento (sondagem a percussão) mas, dependendo do porte da 
obra, ou se as informações obtidas não forem satisfatórias, outros tipos de 
pesquisas poderão ser executados (por exemplo: poços exploratórios, ensaio de 
penetração contínua, ensaio d palheta). 
Características como: número de pontos de sondagem, seu posicionamento 
no terreno e a profundidade a ser atingida são determinados por profissional 
capacitado, baseado em normas brasileiras e na sua experiência. 
O primeiro passo para uma investigação adequada de subsolo é a definição 
de um programa, que irá definir as etapas da investigação e os objetivos a serem 
alcançados. As etapas são: 
(a) Investigação preliminar: Objetiva-se conhecer as principais 
características do subsolo. Nesta fase, em geral são executadas apenas sondagens 
à percussão, salvo nos casos em que se sabe a priori da ocorrência de blocos de 
rocha que precisam ser ultrapassados na investigação, quando, então, solicitam-se 
 13 
sondagens mistas. O Espaçamento ou a malha de sondagens é geralmente regular 
e a profundidade das sondagens deve procurar caracterizar o embasamento 
rochoso. 
Tendo-se executado as sondagens corretamente, as informações são 
condensadas e apresentadas em um relatório escrito e um relatório gráfico, que 
deverá conter as seguintes informações referentes ao subsolo estudo: 
- Locação dos furos de sondagem; 
- Determinação dos tipos de solo até a profundidade de interesse do projeto; 
- Determinação das condições de compacidade, consistência e capacidade 
de carga de cada tipo de solo; 
- Determinação da espessura das camadas e avaliação da orientação dos 
planos que as separam; 
- Informação do nível do lençol freático. 
Estes dados, obtidos através de sondagem, retratam as características e 
propriedades do subsolo e, depois de avaliados e minuciosamente estudadas, 
servem de base técnica para a escolha do tipo de fundação da edificação que 
melhor se adapte ao terreno. 
(b) Investigação complementar ou de projeto: Procuram-se esclarecer as 
feições relevantes do subsolo e caracterizar as propriedades dos solos mais 
importantes do ponto de vista do comportamento das fundações. Se antes desta 
fase já se tiver escolhido o tipo de fundação a ser adotado, questões executivas 
também podem ser esclarecidas. Nesta fase, são executadas mais algumas 
sondagens, fazendo com que o total atenda às exigências de normas, e, 
eventualmente, realizando-se sondagens mistas ou especiais para a retirada de 
amostras indeformadas, se forem necessárias. Nesta etapa são realizados alguns 
ensaios in-situ – além do ensaio de penetração dinâmica (SPT) que é executado nas 
sondagens a percussão -, como ensaio de cone (CPT), de placa, etc. As amostras 
indeformadas podem ser utilizadas em ensaios em laboratório, os quais devem ser 
especificados e acompanhados pelo projetista. 
(c) Investigação para a fase de execução: Deve ser indicada pelo 
projetista e poderá ser ampliada pelo responsável pela execução da obra. Ela visa 
confirmar as condições de projeto em áreas criticas da obra, assim consideradas 
pela responsabilidade das fundações ou pela grande variação dos solos na obra ou 
até pela dificuldade de executar o tipo de fundação prevista. 
 14 
 
3.1 PROCESSOS DE INVESTIGAÇÃO DO SUBSOLO 
3.1.1 Poços e sondagens a trado 
Poços são escavações manuais, geralmente não escoradas, que avançam 
até que se encontre o nível d’água ou até onde for estável. Os poços permitem um 
exame do solo nas paredes e fundo da escavação e a retirada de amostras 
indeformadas tipo bloco ou em anéis. Esse tipo de investigação está normalizado 
pela NBR 9604. 
As sondagens a trado são perfurações que podem ser executadas com 
trados manuais do tipo: cavadeira, espiral ou torcido, helicoidal. A profundidade 
também está limitada à profundidade do nível d’água e as amostras retiradas são 
deformadas. Este tipo de investigação está normalizado pela NBR 9603. 
 
3.1.2 Sondagens a percussão 
O ensaio de sondagem a percussão SPT (Soil Penetration Test), por norma 
(NBR 6484), consiste da cravação de um amostrador de dimensões padronizadas, 
rosqueado em um conjunto de hastes metálicas que recebem e propagam (para o 
amostrador) a energia de golpes que são aplicados a partir da queda livre de um 
martelo (peso de ferro fundido ou aço) de massa equivalente a 65 kg, caindo de uma 
altura equivalente a 75 cm. 
Detalhadamente, o processo de execução do ensaio segue os seguintes 
passos: 
1. Posicionamento do equipamento em local previamente estabelecido; 
2. Abertura do pré-furo até a profundidade de 1,00m; 
 
Figura 2 – Posicionamento do equipamento e abertura do pré-furo em SPT. 
Fonte: Mendonça (2005, P.4) 
 15 
3. Instalação do amostrador na cota de fundo do pré-furo; 
4. Aplicação da energia percussiva (queda-livre do martelo) e simultânea 
contagem dos golpes para cravação dos primeiros 15 cm, dos 15 cm intermediários 
e dos 15 cm finais do amostrador, totalizando 45 cm. 
5. Extração do amostrador para retirada das amostras de solos que serão 
classificadas, tátil-visualmente, e enviadas para o laboratório da empresa de 
sondagem. 
6. Avanço do furo até a subseqüente cota inteira, empregando-se o trado 
helicoidal (acima do nível d’água) ou o trepano de lavagem (abaixo do nível d’água). 
 
Figura 3 – Avanço do furo até a subsequente cota inteira. 
Fonte: Mendonça (2005, P. 6). 
 
7. Finalmente, uma vez reposicionado o amostrador na subseqüente cota 
inteira, repete-se todo o processo até que se caracterize o fim da sondagem. 
Para pequenasáreas (entre 200m² e 400m²) são recomendados, no mínimo, 
três furos de sondagem, mas dependendo das características e importância da obra, 
poderá ser considerado maior quantidades de furos. 
 16 
 
Figura 4: Planta de localização dos furos de sondagem bloco UTFPR. 
Fonte: O autor. 
 
 17 
 
Figura 5 – Relatório de sondagem 
Fonte: fundacoes.net 
 
4 TIPOS DE FUNDAÇÕES 
As fundações se classificam em diretas e indiretas, de acordo com a forma 
de transferência de cargas da estrutura para o solo onde ela se apóia. 
Fundações diretas são aquelas que transferem as cargas para as camadas 
de solo capazes de suportá-las, sem deformar-se exageradamente. Esta 
transmissão é feita através da base do elemento estrutural da fundação , 
considerando apenas o apoio da peça sobre a camada do solo, sendo desprezada 
 18 
qualquer outra forma de transferência das cargas. As fundações diretas podem ser 
subdivididas em rasas e profundas. 
A fundação rasa se caracteriza quando a camada de suporte está próxima à 
superfície do solo (profundidade até 2,0 m), ou quando a cota de apoio é inferior à 
largura do elemento da fundação. Por outro lado, a fundação é considerada profunda 
se duas dimensões ultrapassam os limites acima mencionados. 
Fundações indiretas são sempre profundas, em função da forma de 
transmissão de carga para o solo (atrito lateral) que exige grandes dimensões dos 
elementos de fundação. 
 
Quadro 4 – Apresenta uma classificação com os vários tipos de fundação. 
Fonte: Barros (2003, P. 4) 
 
4.1 FUNDAÇÕES DIRETAS RASAS 
4.1.1 Blocos e alicerces 
Este tipo de fundação é utilizado quando há atuação de pequenas cargas, 
como, por exemplo, um sobrado. Os blocos são elementos estruturais de grande 
rigidez, ligados por vigas denominadas “baldrames”. Suportam predominantemente 
esforços de compressão simples provenientes das cargas dos pilares. Os eventuais 
esforços de tração são absorvidos pelo próprio material do bloco. Podem ser se 
concreto simples (não armado), alvenarias de tijolos comuns ou mesmo de pedra de 
 19 
mão (argamassada ou não), Geralmente, usa-se blocos quando a profundidade da 
camada resistente do solo está entre 0,5 e 1,0 m de profundidade. 
 
Figura 6: Bloco em alvenaria de tijolos 
Fonte: Barros (2003, P. 4) 
 
Os alicerces, também denominados de blocos corridos, são utilizados na 
construção de pequenas residências e suportam as cargas provenientes das 
paredes resistentes, podendo ser de concreto, alvenaria ou de pedra. 
 
Figura 7: Tipos de alicerces. 
Fonte: Barros (2003, P. 5). 
 
 
 
 
 
 20 
4.1.2 Sapatas 
Ao contrário dos blocos, as sapatas não trabalham apenas à compressão 
simples, mas também à flexão, devendo, neste caso, serem executadas incluindo 
material resistente à tração. 
 
4.1.2.1 Sapatas isoladas 
De menor altura que os blocos, são aquelas que transmitem para o solo, 
através de sua base, a carga de uma coluna (pilar) ou um conjunto de colunas. 
 
Figura 8: sapatas isoladas. 
Fonte: Barros (2003, P. 7). 
 
4.1.2.2 Sapatas Corridas 
São elementos contínuos que acompanham a linha das paredes, as quais 
lhe transmitem a carga por metro linear. Para edificações cujas cargas não sejam 
muito grandes, como residências, pode-se utilizar alvenaria de tijolos, caso contrário, 
ou ainda para profundidades maiores que 1,0 m torna-se mais adequado e 
econômico o uso do concreto armado. 
 
 21 
 
Figura 9: Sapata corrida. 
Fonte: Barros (2003, P. 8). 
 
 
Figura 10: Sapata corrida – Forma da fundação. 
Fonte: Rodrigues (P. 40). 
 22 
 
Figura 11: Sapata corrida – Corte longitudinal 
Fonte: Rodrigues (P. 40). 
 
4.1.2.3 Sapatas Associadas 
Um projeto econômico deve ser feito com o maior número possível de 
sapatas isoladas. No caso em que a proximidade entre dois ou mais pilares seja tal 
que as sapatas isoladas se superponham, deve-se executar uma sapata associada. 
A viga que une os dois pilares denomina-se viga de rigidez e tem a função de 
permitir que a sapata trabalhe com tensão constante. 
 
Figura 12: Sapatas associadas 
Fonte: Barros (2003, P. 8) 
 
4.1.2.4 Sapatas Alavancadas 
No caso de sapatas de pilares de divisa ou próximos a obstáculos onde não 
seja possível fazer com que o centro de gravidade da sapata coincida com o centro 
 23 
de carga do pilar, cria-se uma viga alavanca ligada entre duas sapatas, de modo que 
um pilar absorva o momento resultante da excentricidade da posição do outro pilar. 
 
Figura 13: Sapatas alavancadas 
Fonte: Barros (2003, P. 9) 
 
4.1.2.5 Radiers 
A utilização de sapatas corridas é adequada economicamente enquanto sua 
área em relação à da edificação não ultrapasse 50%. Caso contrário, é mais 
vantajoso reunir todas as sapatas num só elemento de fundação chamado radier. 
Este é executado em concreto armado, uma vez que, além dos esforços de 
compressão, devem resistir a momentos provenientes dos pilares diferencialmente 
carregados, e ocasionalmente a pressões do lençol freático (necessidade de 
armadura negativa). O fato de o radier ser uma peça inteiriça pode lhe conferir alta 
rigidez, o que muitas vezes evita grandes recalques diferenciais. Outra vantagem é 
que a sua execução cria uma plataforma de trabalho para os serviços posteriores. 
Porém, é de difícil execução, envolvendo grande volume de concreto e impõe a 
execução precoce de todos os serviços enterrados na área do radier (instalações 
sanitárias, etc.). É usado de forma econômica quando as cargas são pequenas e a 
resistência do terreno é baixa. 
 24 
 
 
Figura 14 - Radier – Forma da fundação 
Fonte: Rodrigues (P. 41) 
 
 
Figura 15 - Radier – Corte longitudinal 
Fonte: Rodrigues (P. 41) 
 
4.2 FUNDAÇÕES DIRETAS PROFUNDAS 
4.2.1 Tubulões 
Tubulões são elementos estruturais da fundação que transmitem a carga ao 
solo resistente por compressão, através da escavação de um fuste cilíndrico e uma 
 25 
base alargada tronco-cônica a uma profundidade igual ou maior do que três vezes o 
seu diâmetro. Pode ser feito à céu aberto ou sob ar comprimido (pneumático) e em 
pelo menos na sua fase final de execução há a descida do operário por dentro deste. 
Quando comparados a outros tipos de fundações os tubulões apresentam as 
seguintes vantagens: 
 Os custos de mobilização e de desmobilização são menores que os 
bate-estacas e outros equipamentos; 
 As vibrações e ruídos provenientes do processo construtivo são de 
muita baixa intensidade; 
 Pode-se observar e classificar o solo retirado durante a escavação e 
compará-los às condições do subsolo previstas no projeto; 
 O diâmetro e o comprimento do tubulão podem ser modificados 
durante a escavação para compensar condições do subsolo diferentes das previstas; 
 As escavações podem atravessar solos com pedras e matacoes, 
sendo possível penetrar em vários tipos de rochas; 
 É possível apoiar cada pilar em um único fuste, em lugar de diversas 
estacas, eliminando a necessidade de bloco de coroamento. 
 
4.2.1.1 Tubulão a céu aberto 
Consiste em um poço aberto manualmente ou mecanicamente em solos 
coesivos, de modo que não haja desmoronamento durante a escavação, e acima do 
nível d’água. Quando há tendência de desmoronamento, reveste-se o furo com 
alvenaria de tijolo, tubo de concreto ou tubo de aço. O fuste é escavado até a cota 
desejada, a base é alargada e posteriormente enche-se de concreto. Mostra-se uma 
alternativa econômica para altas cargas solicitadas superior a 250 Tf. 
 
4.2.1.2 Tubulão a ar comprimido 
Este tipo de fundação é utilizado quando existe água, exigem-se grandesprofundidades e existe o perigo de desmoronamento das paredes. Neste caso, a 
injeção de ar comprimido nos tubulões impede a entrada de água, pois a pressão 
interna é maior que a pressão da água. A pressão empregada pode ser de no 
máximo 3,4 atm (340 kPa), limitando a profundidade de 34 m abaixo do nível do mar. 
 26 
O equipamento utilizado compõe de uma câmara de equilíbrio e um 
compressor. Durante a compressão, o sangue dos homens absorve mais gases do 
que na pressão norma. Se a descompressão por feita muito rapidamente, o gás 
absorvido em excesso no sangue pode formar bolhas, que por sua vez podem 
provocar dores e até a morte pó embolia. Para evitar esse problema, antes de 
passar à pressão normal, os trabalhadores devem sofrer um processo de 
descompressão lenta (nunca inferior a 15 minutos) numa câmara de emergência. 
Pela legislação em vigor, só se é admitido trabalhos sob pressões superiores 
a 150 kPa quando as seguintes providencias forem tomadas: 
 Estar à disposição da obra uma equipe permanente de socorro médico; 
 Estar disponível na obra câmara de descompressão equipada; 
 Existir na obra compressores e reservatórios de ar comprimido de 
reserva; 
 Que seja garantida a renovação do ar, sendo o ar injetado em 
condições satisfatórias para o trabalho humano. 
Esses tubulões são encamisados com camisas de concreto ou de aço. No 
caso de camisa de concreto, a cravação da camisa, abertura e concretagem são 
feitas sob ar comprimido, pois o serviço é feito manualmente. Se a camisa é de aço, 
a cravação é feita a céu aberto com auxílio de um bate estacas e a abertura e a 
concretagem do tubulão são feitos a ar comprimido. 
Custos elevados e riscos de acidentes são fatores que limitam o processo de 
utilização dos tubulões a ar comprimido. 
 
4.3 FUNDAÇÕES INDIRETAS 
4.3.1 Brocas 
São estacas executadas “in loco” sem molde, por perfuração no terreno com 
auxílio de um trado (diâmetro de 15 a 30 cm), sendo o furo posteriormente 
preenchido com o concreto apiloado. 
O trado utilizado é composto de quatro facas, formando um recipiente 
acoplado a tubos de aço galvanizado. Os tubos são divididos em partes de 1,20 m 
de comprimento e à medida que se prossegue a escavação eles vão sendo 
sucessivamente emendados. A perfuração é feita por rotação/compressão do tubo, 
seguindo-se da retirada da terra que se armazena dentro deste. 
Várias restrições podem ser feitas a este tipo de estaca: 
 27 
 Baixa capacidade de carga, geralmente entre 4 a 5 tf; 
 Há perigo de introdução de solo no concreto, quando do enchimento; 
 Há perigo, também, de estrangulamento do fuste; 
 Não existe garantia da verticalidade; 
 Só pode ser executada acima do lençol freático; 
 Comprimento máximo de aproximadamente 6,0 m (normalmente entre 
3,0 a 4,0 m); 
 Trabalha apenas à compressão, sendo que às vezes é utilizada uma 
armadura para fazer a ligação com os outros elementos da construção . 
Assim, a broca, à vista de suas características é usada somente para casos 
limitados e sua e sua execução é feita normalmente pelo pessoal da própria obra. 
 
4.3.2 Estacas 
Elemento de fundação executado com auxílio de ferramentas ou 
equipamentos, execução esta que pode ser por cravação a: 
 Percussão: É o método de cravação mais empregado, o qual se utiliza 
pilões de queda-livre ou automáticos. Um dos principais inconvenientes desse 
sistema é o barulho produzido. 
 Prensagem: Empregada onde há a necessidade de evitar barulhos e 
vibrações, utiliza macacos hidráulicos que reagem contra uma plataforma com 
sobrecarga ou contra a própria estrutura. 
 Vibração: Sistema que emprega um martelo dotado de garras (para 
fixar a estaca), com massas excêntricas que giram com alta rotação, produzindo 
uma vibração de alta freqüência à estaca. Pode ser empregada tanto para cravação 
como para remoção de estacas, tendo o inconveniente de transmitir vibrações para 
os arredores. 
Podem ser fabricadas com diversos materiais, sendo as estacas de concreto 
e metálicas as mais usuais. 
 
4.3.2.1 Estacas de Madeira 
São troncos de árvores cravados com bate-estacas de pequenas dimensões 
e martelos leves. Antes da difusão da utilização do concreto, elas eram empregadas 
quando a camada de apoio às fundações se encontrava em profundidades grandes. 
 28 
Para sua utilização é necessário que elas fiquem totalmente abaixo d’água; o nível 
d’água não pode variar ao longo de sua vida útil. 
Utilizam-se estacas de madeira para execução de obras provisórias, 
principalmente em pontes e obras marítimas. Os tipos de madeira mais utilizados 
são eucalipto, aroeira, ipê e guarantã. 
 
Figura 16: Estacas de madeira. 
Fonte: Rodrigues (P. 44). 
 
4.3.2.2 Estacas Metálicas 
São encontradas na forma de trilhos ou perfis. 
Não há possibilidade de quebra e, caso seja necessário realizar emendas, 
essas devem ser soldadas, não devendo permitir o uso de luvas ou anéis. Se 
utilizadas em serviços provisórios, podem se reaproveitadas várias vezes. Seu 
emprego necessita de cuidados com a corrosão do material metálico. Sua maior 
desvantagem é o custo maior em relação às estacas pré-moldadas de concreto, 
Strauss e Franki. 
Um problema que ocorre com relativa freqüência em estacas cravadas por 
percussão através de espessas camadas de argila mole é o drapejamento, isto é, 
encurvamento das estacas, mesmo quando se tomam cuidados com o primo durante 
a cravação. Tal fato, no entanto, é raramente detectado. 
O tratamento teórico deste fenômeno só vem sendo realizado muito 
recentemente, não havendo, ainda, meios de quantificá-lo na fase de projeto. Por 
esse motivo, a eficiência das estacas e principalmente emendas só pode ser 
comprovada após experiência acumulada em varias cravações e provas de cargas 
nestas formações de argilas moles. 
 29 
 
Figura 17: Estacas metálicas 
Fonte: Associação Brasileira de cimento Portland 
 
4.3.2.3 Estacas de concreto 
As estacas de concreto são comercializadas com diferentes formatos 
geométricos. A capacidade de carga é bastante abrangente, podendo ser 
simplesmente armadas, protendidas, produzidas por vibração ou centrifugação. Em 
decorrência do problema de transporte e equipamento, tem limitações de 
comprimento, sendo fabricado em segmentos, o que leva em geral à necessidade de 
grandes estoques e requerem armaduras especiais para içamento e transporte. 
O comprimento de cravação real às vezes difere do previsto pela sondagem, 
levando a duas situações: a necessidade de emendas ou de corte. Quando o 
comprimento é muito grande, há um limite para o qual não há comprometimento da 
linearidade da estaca, o que exige certo controle. Quando há sobra, o corte ou 
arrasamento deve ser feito de maneira adequada no sentido de evitar danos à 
estaca. 
 30 
 
Figura 18: Estaca pré-moldada sendo cravada. 
Fonte: Fabrício e Rosignolo (P. 14) 
 
4.3.2.4 Estacas de concreto moldada in loco 
4.3.2.4.1 Estacas Tipo Franki 
Estaca de concreto armado moldada in loco que emprega um tubo de 
revestimento com ponta fechada, de modo que não há limitação de profundidade 
devido à presença de água d subsolo. 
Para a cravação da estaca, lançam-se areia e brita no interior do tubo de 
revestimento que são compactados através de golpes de um pilão. Realizada a 
cravação, executa-se o alargamento da base, a armação e finamente, a 
concretagem. 
A cravação de estacas tipo Franki pode provocar o levantamento das 
estacas já instaladas devido ao empolamento do solo circulante que se desloca 
lateral e verticalmente. A estaca danificada pode ter sua capacidade de carga 
prejudicada ou perdida devido a uma ruptura do fuste ou pela perda decontato da 
base com o solo de apoio. 
Quando a estaca Franki é moldada em espessas camadas submersas de 
turfa, argila orgânica e areias fofas, pode ocorrer o estrangulamento do fuste devido 
à invasão de água e/ou lama dentro do tubo e o encurtamento da armação 
ocasionado por insuficiência da seção de aço. 
Apresentam grande capacidade de carga e podem ser executadas a 
grandes profundidades. Seus maiores inconvenientes dizem respeito à vibração do 
solo durante a execução, área necessária aos bate-estacas e possibilidade de 
 31 
alterações do concreto do fuste, por deficiência do controle. Sua execução é sempre 
feita por uma firma especializada. 
 
4.3.2.4.2 Estacas Tipo Strauss 
Elemento de fundação escavado mecanicamente, com o emprego de uma 
camisa metálica recuperável, que define o diâmetro das estacas. 
O equipamento utilizado é leve e de pequeno porte, facilitando a locomoção 
dentro da obra e possibilitando a montagem do equipamento em terrenos de 
pequenas dimensões. 
A perfuração é feita através da queda livre da piteira com a utilização de 
água. O furo geralmente é revestido. Atingida a profundidade do projeto, o furo é 
limpo e concretado. 
Durante a concretagem, o apiloamento do concreto e a retirada cuidadosa 
do revestimento devem ser observados, para que não haja interrupção do fuste. 
Pode ser empregada em locais confinados ou terrenos acidentados devido à 
sua simplicidade do equipamento utilizado. Sua execução não causa vibrações, 
evitando problemas com edificações vizinhas. Porém, em geral possui capacidade 
de carga menor que estacas Franki e pré-moldadas de concreto e possui limitação 
devido ao nível do lençol freático. 
 
4.3.2.4.3 Estacas Escavadas e Barretes 
Estaca escavada, também chamada estação, é aquela com seção circular, 
executadas por escavação mecânica com equipamento rotativo, utilizando lama 
bentonítica e concretada com uso de tremonha. 
A estaca barrete possui seção retangular, executada por escavação com 
guindaste acoplado com “clamchell”, também utilizando lama bentonítica e 
concretada com uso de tremonha. 
A lama bentonítica é constituída de água e bentonita, sendo esta última uma 
rocha vulcânica, onde o mineral predominante é a montimorilonita. Trata-se de um 
material tixotrópico que em dispersão muda seu estado físico por efeito da agitação 
(em repouso é gelatinosa com ação antiinfiltrante; agita fluidifica-se). Seu efeito 
estabilizante é eficaz quando a pressão hidrostática da lama no interior da 
escavação é superior à exercida externamente pelo lençol e a granulometria do 
terreno é tal que possa impedir a dispersão da lama. 
 32 
A coluna de lama exerce sobre as paredes da vala uma pressão que impede 
o desmoronamento, formando uma película impermeável denominada “cake”, a qual 
dispensa o uso de revestimentos. 
Os processos usuais de execução das estacas escavadas e barretes podem 
ser divididos nas seguintes operações básicas: escavação do terreno, 
preenchimento da perfuração com lama bentonítica, colocação da armadura (quando 
necessária) e concretagem submersa. 
Para estaca escavada, o equipamento de escavação consta essencialmente 
de uma mesa rotativa que aciona a haste telescópica (“Kelly-bar”) que tem acoplada 
em sua extremidade inferior a ferramenta de perfuração, cujo tipo varia em função 
da natureza do terreno a perfurar: trado, caçamba ou coroa. À medida que penetra 
no solo por rotação, a ferramenta enche gradualmente e, quando cheia, a haste é 
levantada e a ferramenta automaticamente esvaziada por força centrífuga (trado) ou 
por abertura do fundo (caçamba). 
Como geralmente existe possibilidade de desmoronamento das paredes da 
vala e a escavação atinge horizontes abaixo do lençol freático, a perfuração é 
executada em presença de lama bentonítica. 
Terminada a perfuração inicia-se a colocação da armadura que deve ser 
dotada de roletes distanciadores para garantir o necessário cobrimento 
(aproximadamente 5cm). 
O sistema de concretagem é o submerso, aquele executado de baixo para 
cima de modo uniforme. Tal processo consiste na aplicação de concreto por 
gravidade através de um tubo (“tremie”), central ao furo, munido de uma tremonha 
de alimentação (funil) cuja extremidade, durante a concretagem, deve estar 
convenientemente imersa no concreto. A fim de evitar que a lama se misture com o 
concreto lançado, coloca-se um obsturados no interior do tubo, que funcionando 
como êmbolo, expulsa a lama pelo peso próprio da coluna de concreto. Prossegue-
se a concretagem em um fluxo constante e regular de baixo para cima, não sendo 
possível, uma vez iniciada, interromper a concretagem. 
No caso da estaca barrete, geralmente utiliza-se um equipamento de 
escavação denominado “clamshell” mecânico ou hidráulico, com descida livre (cabo) 
ou com haste de guia (“kelly”) que permite uma melhor condição de verticalidade da 
estaca. 
São vantagens das estacas escavadas e barretes: 
 33 
 O solo fica livre de deformações, inclusive nas vizinhanças da obra, 
visto que não há vibração, não é capaz de afetar estruturas vizinhas; 
 O comprimento das estacas é grande e pode ser muito variável (até 45 
m, com cargas de até 10000 kN usualmente), além de prontamente alterado 
conforme conveniência, de furo para furo do terreno; 
 O solo, à medida que se escava, pode ser inspecionado e comparado 
com dados de investigação do local, fazendo um feedback (realimentação) para o 
projeto de fundações; 
 A armadura não depende do transporte ou das condições de cravação; 
 Importante quando há solo de grande dureza, que seria capaz de 
danificar estacas que fossem cravadas ou quando o volume de trabalho é menor e 
não compensa montagem de aparelhagem mais complexa (bate-estaca). 
Para o barrete, pode-se acrescentar vantagens que sua seção não circular 
pode representar no “layout” do edifício. Os pilares que saem do barrete podem ser 
alargados em uma direção, se encaixando melhor nos pavimentos de garagem, 
quando o espaço é restrito. 
Por outro lado, as estacas escavadas e barretes possuem as seguintes 
desvantagens: 
 Os métodos de escavação podem afofar solos arenosos ou 
pedregulhos, ou transformar rochas moles em lama, como o calcário mole ou marga; 
 Necessidade de local nas proximidades para deposição de solo 
escavado; 
 Susceptíveis a estrangulamento da seção em caso de solos 
compressíveis; 
 Dificuldade na concretagem submersa, pois há impossibilidade de 
verificar e inspecionar posteriormente o concreto. 
 A entrada de água pode causar danos ao concreto e também se deve 
tomar cuidado com possíveis ataques de agentes químicos da água e do solo sobre 
o concreto. 
 
 34 
 
Figura 19: Ferramentas para perfuração. 
Fonte: Barros (2003, P. 25). 
 
4.3.2.4.4 Estacas-Raiz 
Estacas cravadas com perfuratriz, executadas com equipamento de rotação 
ou rotopercussão com circulação de água, lama bentonítica ou ar comprimido. 
É recomendado para obras com dificuldade de cravação, pois emprega 
equipamento com pequenas dimensões (altura de aproximadamente 2 m). Pode 
atravessar terrenos de qualquer natureza, sendo indicado também quando o solo 
possui matacões e rochas, por exemplo. Pode ser executada de forma inclinada, 
resistindo a esforços horizontais. 
 
 35 
Figura 20: Execução de estaca-raiz. 
Fonte: http://www.uepg.br/denge/aulas/fundacao/estaca_raiz2.jpg 
 
5 CARACTERÍSTICAS DAS PRINCIPAIS FUNDAÇÕES 
5.1 FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS 
 
Tipos Quando utilizar Custo Características 
executivas 
Bloco Utilizados quando o 
solo apresenta alta 
resistência, não 
havendo restrição ao 
emprego em cargas 
elevadas 
BaixoSimples execução 
Sapata Baixo, porém maior 
que o bloco para 
cargas reduzidas 
Simples execução; Pode 
assumir diversas formas 
geométricas para facilitar 
o apoio de pilares com 
formatos excêntricos. 
Radier Quando as sapatas 
se aproximam umas 
das outras ou se 
sobrepõem; Quando 
se deseja uniformizar 
recalques. 
Custo alto Prazo alto, devido a 
necessidade de deixar 
toda a área a ser 
executada desimpedida 
antes de iniciar o serviço. 
Quadro 5 – Características das fundações superficiais. 
Fonte: Associação Brasileira de Cimento Portland 
 
5.2 ESTACAS PRÉ-FABRICADAS 
 
Tipos Produtividade Capacidade de 
carga 
Profundidade 
Máxima 
Vibrações 
causadas 
Metálica 50 m diários, 
ocorrendo 
variações em 
função das 
características 
do solo, 
profundidade da 
fundação, 
20 a 200 tf Não possui limitação 
de profundidade. A 
estaca possui 
aproximadamente 12 
m, podendo ser 
emendadas. 
Apresenta 
problemas de 
barulho durante a 
cravação. Podem 
ser cravadas sem 
causar grandes 
vibrações. 
 36 
condições do 
terreno e 
distância entre 
estacas. 
Concreto 25 a 170 tf Depende do tipo de 
estaca, variando de 8 
a 12 m. Podem ser 
emendadas. 
Apresenta 
problemas de 
barulho e 
vibrações durante 
a cravação. 
Quadro 6 – Características das estacas pré-fabricadas. 
Fonte: Associação Brasileira de Cimento Portland 
 
5.3 ESTACAS ESCAVADAS 
 
Tipo Produtividade Capacidade de 
carga 
Profundidade 
máxima 
Vibrações 
causadas 
Strauss 30 m diários 20 a 100 tf 20 a 25 m Ausência de 
trepidações e 
vibrações em 
prédios 
vizinhos. 
Barretes 50 m por dia, para uma 
espessura de 4ocm. Além 
disso, a produtividade varia em 
função do tipo de solo e 
condições do terreno. 
500 a 1250 tf Superior a 50 
m. 
 
Franki 40 m diários 60 a 400 tf Até 36 m. Provoca 
vibração e 
ruídos 
intensos 
durante a 
execução. 
Raiz 30 m diários 10 a 180 tf Ausência de 
vibrações. 
Hélice 150 a 400 m por dia, 25 a 390 tf 20 a 24 m Não produz 
 37 
contínua 
(escavada) 
dependendo da profundidade 
da estaca, do diâmetro da 
hélice, do tipo e resistência do 
terreno e do torque do 
equipamento. 
existindo 
alguns 
equipamentos 
que chegam a 
30 m. 
distúrbios, 
vibrações e 
descompress
ão do 
terreno. 
Quadro 7 – Características das estacas escavadas. 
Fonte: Associação Brasileira de Cimento Portland 
 
5.4 TUBULÃO 
 
Tipos Produtividade Capacidade de 
carga 
Profundida
de máxima 
Vibrações 
causadas 
Tubulão a 
céu aberto 
4,0 m³ de escavação 
manual para tubulões de 
até 10 m de 
profundidade; 80 m³ de 
escavação mecânica 
para tubuloes de até 15 
m de profundidade. 
150 a 1000 tf Limitada 
pelo nível de 
água. 
Ausência de 
trepidações e 
vibrações em 
prédios vizinhos. 
 
 
 Tubulão a ar 
comprimido 
Variável, pois depende 
muito do tipo de solo. 
800 a 1000 tf 34 m abaixo 
do nível 
d’água. 
Quadro 8 – Características dos tubulões. 
Fonte: Associação Brasileira de Cimento Portland 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 38 
6 CONCLUSÃO 
O melhor tipo de fundação é aquela que suporta as cargas da estrutura com 
segurança e se adéqua aos fatores topográficos, maciço de solos, aspectos técnicos 
e econômicos, sem afetar a integridade das construções vizinhas. 
É importante a união entre os projetos estrutural e o projeto de fundações 
num grande e único projeto, uma vez que mudanças em um provocam reações 
imediatas no outro, resultando obras mais seguras e otimizadas. 
 
 39 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA, Projeto Estrutural de Sapatas. 
Disponível em: <http://www.ufsm.br/decc/ECC1008/Downloads/Sapatas.pdf> Acesso 
em: Abril de 2010. 
 
Velloso, Dirceu A. Fundações: critérios de projeto, inestigação de subsolo, 
fundações superficiais. Nova edição. São Paulo: Oficina de Textos, 2004. 
 
ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, Fundações. 
Disponível em: < 
http://pcc2435.pcc.usp.br/pdf/Apostila%20Funda%E7%F5es%20PCC2435%202003.
pdf> Acesso em: Abril de 2010. 
 
Fabrício, Márcio M., Fundações. Disponível em: < http://www.ebah.com.br/apostila-
fundacoes-pdf-a43030.html> Acesso em: Abril de 2010. 
 
ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, Fundações. 
Disponível em: < 
http://pcc2435.pcc.usp.br/pdf/Apostila%20Funda%E7%F5es%20PCC2435%202003.
pdf> Acesso em: Abril de 2010. 
 
Investigação do Subsolo. Disponível em: < http://www.ebah.com.br/investigacao-
do-subsolo-pdf-a39118.html> Acesso em: Abril de 2010. 
 
UNIÃO DINÂMICA DE FACULDADE CATARATAS, Avaliação do impacto 
enconômico na escolha da estrutura de concreto armado em pequenas obras, 
considerando a modelagem de concepção estrutural e tipo de fundações.. 
Disponível em: < http://www.udc.edu.br/monografia/monocivil32.pdf> Acesso em: 
Abril de 2010. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND. Fundação. Disponível em: 
<http://pcc2435.pcc.usp.br/textos%20técnicos/Fundacoes/fundacoes_comunidade_c
onstrucao.pdf> Acesso em: Abril de 2010.

Outros materiais