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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS INSTITUTO DE FÍSICA LABORATÓRIO DE ENSINO Oscilador massa mola na horizontal Roteiro de Física Experimental 1 Experimento 6 Maceió 2016 1 1. Introdução Um oscilador massa-mola ideal é um modelo físico composto por uma mola sem massa que possa ser deformada sem perder suas propriedades elásticas, chamada mola de Hooke, e um corpo de massa m que não se deforme sob ação de qualquer força. Este sistema é fisicamente impossível já que uma mola, por mais leve que seja, jamais será considerada um corpo sem massa e após determinada deformação perderá sua elasticidade. Mesmo assim, para as condições que desejamos calcular, este é um sistema muito eficiente e sob determinadas condições, é possível obtermos, com muita proximidade, um oscilador massa-mola. Assim podemos descrever dois sistemas massa-mola básicos que são: o oscilado massa-mola horizontal e o vertical. No caso presente, estaremos estudando o comportamento do oscilador horizontal. No oscilador massa-mola horizontal temos uma mola com constante elástica K de massa desprezível e um bloco de massa m, postos sobre uma superfície sem atrito, conforme mostra a figura abaixo: Como a mola não está deformada, diz-se que o bloco encontra-se em posição de equilíbrio. Ao modificar-se a posição do bloco para um ponto em x, este sofrerá a ação de uma força restauradora, regida pela lei de Hooke, ou seja: 𝐹𝑒𝑙 = −𝑘. ∆𝑥 (1) Como a superfície não tem atrito, esta é a única força que atua sobre o bloco, logo é a força resultante, caracterizando um movimento harmônico simples (MHS). Ao considerar a superfície sem atrito, o sistema passará a oscilar com amplitude igual à posição em que o bloco foi abandonado em x, como demostra a figura 2. Em situações realistas sempre existe alguma dissipação de energia devido ao atrito entre a massa e a superfície, e neste caso o oscilador é dito amortecido. Em nossa análise este aspecto não será levado em conta, e consideraremos um oscilador sem atrito. Seja um sistema em situação de equilíbrio estável. Quando esse sistema é levemente afastado dessa situação e liberado, passa a executar um movimento periódico ou oscilatório, em torno da posição de equilíbrio, chamado de movimento Harmônico Simples (MHS), se não existirem forças dissipativas. Uma partícula que executa um MHS desloca-se segundo a expressão: Figura 1: Oscilador massa-mola sobre uma superfície horizontal sem atrito. 2 𝑥(𝑡) = 𝑥𝑚cos(ω𝑡 +Φ) (2) Na eq. 2, xm é o deslocamento máximo do movimento, ou a amplitude, ω a frequência angular e Φ a fase. Sendo o oscilador harmônico isolado de forças externas, a única força em ação é a força elástica da mola, dada pela lei de Hooke (eq. 1). Da segunda lei de Newton sabemos que toda força aplicada a um corpo de massa m, na ausência de forças dissipativas, produz uma aceleração. 𝐹 = 𝑚. 𝑎 (2) Tomando a segunda derivada da equação do deslocamento (2) para um oscilador harmônico simples, obteremos para a aceleração o seguinte resultado: 𝑎(𝑡) = 𝑑2𝑥(𝑡) 𝑑𝑡2 = 𝑑2 𝑑𝑡2 [𝑥𝑚cos(ω𝑡 + Φ)] (3) 𝑎(𝑡) = −ω2𝑥𝑚cos(ω𝑡 +Φ) (4) Figura 2: Sistema oscilando entorno da posição de equilíbrio. Figura 3: Oscilador massa-mola sobre uma superfície horizontal sem atrito. O corpo executa Movimento Harmônico Simples. A força restauradora atua na direção do movimento, porém no sentido de levar o corpo de massa m para a posição de equilíbrio (x0). (a) Mola esticada (Δx > 0), força para a esquerda (F < 0). (b) Mola comprimida (Δx < 0), força para a direita (F > 0). Em geral, pode-se escrever a seguinte expressão para a força: F = - k (x – x0), ou seja, x > x0 → F < 0 e x < x0 → F > 0 [2]. 3 Combinado este resultado com a equação (2) obtemos 𝑎(𝑡) = ω2𝑥(𝑡) (5) Uma vez conhecida com a aceleração da partícula varia com o tempo, podemos usar a 2ª lei de Newton para descobrir qual é a força que deve agir sobre a partícula para q2ue ela adquira essa aceleração. Por fim, combinado as equações (1), (2) e (5) e tomando 2π/T podemos escrever para o período do oscilador harmônico: 𝑇 = 2π√ 𝑚 𝑘 (6) 2. Objetivos • Determinar a constante elástica de uma mola e investigar a validade da lei de Hooke. • Medir o período de oscilação de um sistema massa-mola e compará-lo ao valor teórico; • Determinar a constante elástica do oscilador; • Verificar experimentalmente as leis do movimento harmônico simples com o oscilador massa-mola. 3. Materiais utilizados Descrição Quantidade Trilho 120 cm 1 Cronômetro digital multifunção com fonte DC 12 V 1 Sensores fotoelétricos com suporte fixador (S1 e S2) 2 Fixador de eletroímã com manípulos 1 Y de final de curso com roldana raiada 1 Suporte para massas aferidas – 9 g 1 Massa aferida 10 g com furo central de Ø2,5mm 1 Massas aferidas 20 g com furo central de Ø2,5mm 2 Massas aferidas 10 g com furo central de Ø5mm 2 Massas aferidas 20 g com furo central de Ø5mm 4 Massas aferidas 50 g com furo central de Ø5mm 2 Cabo de ligação conjugado 1 Unidade de fluxo de ar 1 Cabo de força tripolar 1,5 m 1 Mangueira aspirador Ø1,5” 1 Pino para carrinho para fixá-lo no eletroímã 1 4 Carrinho para trilho cor azul 1 Pino para carrinho para interrupção de sensor 1 Porcas borboletas 3 Arruelas lisas 7 Manípulos de latão 13 mm 4 Pino para carrinho com gancho 1 Mola 1 4. Procedimentos Experimentais Parte 1: Determinação da constante elástica de uma mola 1. Montar o equipamento conforme esquema da figura 4. 2. Ligar o fluxo de ar para que o carrinho fique suspenso. 3. Pendurar na ponta da linha uma massa de 59g para provocar na mola uma pequena deformação (obs.: a massa de 59g corresponde a “1 massa de 50g” + “9g do suporte”). 4. Medir o comprimento da mola e anotar na tabela 1 o valor x0 (em metros). A medida deverá ser tomada utilizando o pino central do carrinho como referência. 5. Acrescentar um peso de 0,200N na extremidade do barbante e meça o novo comprimento da mola, xf (m). Anotar o valor na tabela 1. 6. Acrescentar novos pesos, repetindo os procedimentos, completando a tabela 1 abaixo. Força (N) x0 (m) xf (m) Δx (m) K (N/m) 0,200 0,400 0,600 0,800 1,000 Média: Tabela 1 Figura 4: Montagem experimental para determinação da constante elástica. 5 7. Calcular a deformação da mola Δx (m). 8. Calcular a constante elástica da mola k (N/m). 𝑘 = 𝐹 Δ𝑥 9. Construir o gráfico F = f(Δx) (força em função da deformação). Qual é a sua forma? 10. Determinar o coeficiente angular. Análise e discussão 1) Qual o significado físico do coeficiente angular do gráfico F = f(Δx)? 2) Qual a relação de proporcionalidade entre as grandezas força (F) e deformação da mola (ΔL)? 3) Enuncie a lei de Hooke. Parte 2: Determinação do período para oscilador massa mola na horizontal 1. Montar o equipamento conforme o esquema da figura 5. 2. Ligar o fluxo de ar para que o carrinho fique suspenso. 3. Pendurar na ponta da linha um peso de 0.690 N (massa suspensa). 4. Determinar a massa do conjunto oscilador (carrinho completo + massa suspensa). Mtotal = ________ kg. 5. Colocar o sensor na posição de equilíbrio do carrinho. 6. Ligar o cronômetro e selecione a função F5. 7. Afastar o carrinho da posição deequilíbrio de máximo 10cm (amplitude A). 8. Liberar o sistema e meça o intervalo de tempo para uma oscilação completa (período T). Anotar o valor medido na tabela 2. 9. Repetir o passo anterior três vezes e em seguida calcule o valor médio do período (Texp). Calcular também os valores para Texp2 (s2). 10. Acrescentar 40 g de carga no carrinho (20g de cada lado) e repita os procedimentos anteriores. 11. Acrescente, sucessivamente, massas ao carrinho até completar a tabela 2. 12. Construir o gráfico Texp = f(m) (período experimental em função da massa). 13. Construir o gráfico Texp2 = f(m) (período experimental ao quadrado e m função da massa). 14. Calcular o coeficiente angular do gráfico anterior. 15. Calcular o valor numérico: 4π2 𝑘 = ___________ Obs.: Utilizar o valor para constante K encontrado no experimento anterior. 16. Considerando a margem de erro adotada pelo fabricante 5%, pode-se afirmar que a 6 amplitude vale𝐴 = 4π2 𝑘 ? 17. Escrever a fórmula que permita calcular o período de oscilação: Tcal = 18. Calcular o período de oscilação Tcal. 19. Considerando uma tolerância de erro de 5%, pode-se afirmar que o período de oscilação medido é igual ao período de oscilação calculado? Massa oscilante M (kg) Período Período experimental Texp (s) Texp2 (s2) t1 (s) t2 (s) t3 (s) Tabela 2 Massa oscilante m (kg) Constante de elasticidade K (N/m) Período calculado Tcal (s) Tabela 3 Análise e discussão 1) Qual a relação de proporcionalidade entre período (T) e massa (m)? Referências Bibliográficas 1) Universidade Federal de Alagoas, Instituto de Física, Manual de instruções e guia de experimentos Azeheb, Trilho de ar linear, 2013. 2) UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA, Centro de Ciências Tecnológicas, Garcia, Victor Hugo - Oscilador massa-mola. Disponível em: http://www.joinville.udesc.br/portal/professores/vitor/materiais/Roteiro_6_I.pdf. Acesso em: 16 de ago. 2013. 3) Halliday, David - Fundamentos de Física Vol.2: Gravitação, Ondas e Termodinamica, 8ª ed. Rio de Janierio, LTC, 2009.
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