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ANÁLISE DOS RESULTADOS DA LEI SECA

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JULIANA BERTO SANCHEZ
MARIANA SALES MARTINS
RODRIGO MARTINS DE OLIVEIRA
ANÁLISE DOS RESULTADOS DA LEI SECA
Monografia apresentada à Universidade Federal
do ABC como parte dos requisitos para
aprovação na disciplina de Bases
Computacionais da Ciência.
Professor: Rogério Perino de Oliveira Neves
Santo André - SP
2013
Sumário
1 Introdução...............................................................................................................................3
2 Objetivos.................................................................................................................................4
2.1 Objetivo Geral........................................................................................................................................4
2.2 Objetivos Específicos.............................................................................................................................4
3 Justificativas...........................................................................................................................5
4 Metodologia............................................................................................................................6
5 Resultados...............................................................................................................................7
6 Discussão...............................................................................................................................15
7 Conclusão..............................................................................................................................17
7.1 Dificuldades Encontradas...................................................................................................................17
 Referências Bibliográficas.....................................................................................................19
3
1 Introdução
Foi aprovada, em 2008, a Lei 11.705 [1], também conhecida como “Lei Seca”, no
Código Brasileiro de Trânsito. Estabelecendo total intolerância à alcoolemia no
trânsito, que aumenta a rigidez das penalidades.
Basicamente, seu conteúdo impõe que dirigir sob a influência de álcool ou de
qualquer substância química é infração de trânsito gravíssima, com penalidade de
multa e suspensão do direito de dirigir por 12 meses, além da apreensão do veículo
e do documento de habilitação, como medidas administrativas. [2] 
Antes, o policial poderia apenas julgar se o motorista estava embriagado. Agora,
com a lei seca, um dispositivo (bafômetro) é utilizado para medir a quantidade de
álcool no sangue, e então, o motorista é considerado, pela lei, alcoolizado ou não.
[3] Entretanto, no Brasil, o cidadão não é obrigado a criar provas contra si mesmo,
sendo assim, o motorista pode se recusar a fazer o teste do bafômetro. Nesse caso,
foi sancionada, em 2012, a lei nº 12.760 [4], que além de aumentar a multa
administrativa, permiti que o policial autue caso o motorista apresente indícios de
estado de embriaguez, levando-o para a delegacia. [5]
Era de se esperar, portanto, uma diminuição significativa no número de
acidentes de trânsito, uma vez que motoristas embriagados sempre foram grandes
causadores desses acidentes. 
No entanto, ainda há muita controvérsia sobre o quão eficaz a lei se tornou. Se
de um lado, há motoristas reclamando que o limite de alcoolemia é muito baixo, pois
tomar apenas duas ou três cervejas antes de dirigir não altera o estado. De outro,
outros dizem que o limite deve mesmo ser zero e intolerante.
4
2 Objetivos
2.1 Objetivo Geral
Evidenciar quais foram os resultados obtidos pela implementação da Lei Seca.
2.2 Objetivos Específicos
Atestar ou contestar diminuição do número de acidentes de trânsito após a
aplicação da Lei Seca.
Verificar se a Lei Seca realmente foi o fator influenciador da redução do número
de acidentes no trânsito ou no caso de não ter havido redução, se houve outro fator
que elevou o número de acidentes de trânsito mascarando, assim, os resultados da
Lei Seca.
5
3 Justificativas
A implementação da Lei Seca necessita ser avaliada quanto ao seu sucesso em
cumprir com seus objetivos, que são a diminuição dos acidentes no trânsito
provocados por condutores de veículos embriagados após o consumo de álcool.
Este trabalho realiza uma análise de como aplicação da Lei Seca refletiu no
número de acidentes no trânsito, que irá corroborar com a eficácia da lei ou
contestá-la.
6
4 Metodologia
Realizou-se um levantamento de dados disponíveis através de fontes oficiais
públicas sobre acidentes de trânsito e consumo alcoólico.
Foi feita a construção de tabelas e gráficos a partir dos dados obtidos para
possibilitar uma comparação do antes e do depois da Lei Seca e uma melhor
visualização de uma possível correlação entre o número de acidentes e
implementação da Lei Seca.
Discutiram-se os resultados observados da Lei Seca a fim de julgar sua eficácia
e sucesso em atingir seus objetivos.
7
5 Resultados
Através do banco de dados do Ministério da Saúde, DATASUS [6], das
estatísticas divulgadas pelo seguro DPVAT [7] e dos anuários estatísticos publicados
pelo Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN) [8], dados de mortes no
trânsito, de 1999 até 2012, foram obtidos e inseridos na Tabela 1.
As fontes consultadas são as únicas disponíveis para acesso público e de
procedência confiável, o seguinte gráfico foi montado a partir da tabela anterior para
melhor visualização.
Tabela 1: Número de mortes ocasionadas em acidentes de trânsito
de 1999 a 2012 segundo estatísticas nacionais.
Vítimas fatais de acidentes no trânsito
Ano DATASUS (SIM) DPVAT DENATRAN
1999 -- -- 20178
2000 29645 -- 20049
2001 31031 -- 20039
2002 33288 37018 18877
2003 33620 34735 22629
2004 35674 34591 25526
2005 36611 55024 26409
2006 37249 63776 19910
2007 38419 66838 --
2008 39211 57116 --
2009 38469 53052 --
2010 43908 50780 --
2011 -- 58134 --
2012 -- 60752 --
Gráfico 1: Comparação das estatísticas de mortes no trânsito
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
17500
27500
37500
47500
57500
67500
Estatísticas nacionais: mortos em acidentes de trânsito
Fonte: DATASUS (MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM)
Fonte: DPVAT
Fonte: DENATRAN
8
É notável a discrepância entre os dados levantados pelo DATASUS, DPVAT
e DENATRAN, em parte esta diferença pode ser explicada pela maneira que foram
feitas as estatísticas por cada um:
O DENATRAN utiliza apenas os boletins de ocorrência lavrados pela polícia,
ou seja, registra somente as mortes in loco. Por este motivo esta fonte apresenta o
maior nível de desagregação de dados para análises. Embora os dados são mais
detalhados, são também os mais subestimados, não representando fielmente a
realidade. Muitos acidentes fatais não são registrados pela polícia, pois esta nem
sempre é acionada. Muitas vezes, também, a vítima morre posteriormente no
hospital e este dado não é computado pela polícia [9] ;
O Ministério da Saúde (MS), por meio do DATASUS, elabora as estatísticas a
partir da documentação do SUS – Sistema Único de Saúde, que registra as mortes
das pessoas atendidas em estabelecimentos de saúde. A operacionalização desse
Sistema é composta pelo preenchimento e coleta da Declaração de Óbito feita no
estabelecimento de saúde. Essa declaração passa pelas instâncias municipal e
estadual, até ser consolidada pelo Centro Nacional de Epidemiologia (Cenepi), na
Base Nacional do Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM. Devido ao
longo caminho percorridopara a sistematização nacional das declarações de óbito,
a última base disponível é do ano de 2010. No entanto a sub-notificação no SUS
também ocorre, pois muitas vítimas de acidentes de trânsito não são identificadas
como tal, mas sim como de acidentes em geral [9];
A Seguradora Líder dos Consórcios do Seguro DPVAT , a instituição que
administra o DPVAT, vem divulgando a quantidade de seguros pagos por mortes no
trânsito anualmente. No entanto, assim como no DENATRAN e no DATASUS,
também é possível considerar a existência de um sub-registro relativo, pois muitos
brasileiros ainda desconhecem o direito de receber a indenização, assim, nem todos
os casos de morte em acidentes de trânsito geram pedidos de indenização junto às
seguradoras do DPVAT, o que deixa seus números também um pouco aquém da
realidade. Apesar dos dados do DPVAT fornecerem a melhor aproximação do
número real de mortos em acidentes de trânsito, seus dados não correspondem ao
número de acidentes em um determinado ano, pois o pedido de indenização pode
ser feito em até 3 anos após a ocorrência o acidente e ainda o pagamento pode ser
aprovado no ano seguinte ao pedido. Isto explica o aumento acentuado de
9
indenizações entre 2005 e 2009, pois muitas indenizações atrasadas dos 3 últimos
anos foram pagas neste período [9].
Neste projeto serão utilizados os dados de óbitos por acidentes de trânsito
fornecidos pelo DATASUS, pois, apesar de ser menos realista frente aos dados do
DPVAT, ele registra mais precisamente o ano de ocorrência dos acidentes, fator de
alta relevância para a análise dos resultados da aplicação da Lei Seca.
Para uma análise relativa da evolução do número de mortos em acidentes de
trânsito ano a ano, foram obtidos dados da frota de veículos segundo o DENATRAN
[10] e do número de habitantes do Brasil segundo o Banco Mundial [11] de 2000 a
2010, como se verifica na tabela abaixo.
Calculando o percentual de crescimento acumulado ano a ano da frota de
veículos, população e mortes no trânsito criou-se o Gráfico 2 para permitir a
posterior interpretação do Gráfico 3, que exibe o número relativo de mortes em
acidentes de trânsito à frota de veículos e à população.
Tabela 2: Frota de veículos, população e mortes em acidentes de trânsito em números absolutos.
Ano Frota de veículos População brasileira Mortes em acidentes de trânsito
2000 29503503 174504898 29645
2001 31913003 176968205 31031
2002 34284967 179393768 33288
2003 36658501 181752951 33620
2004 39240875 184010283 35674
2005 42071961 186142403 36611
2006 45372640 188134315 37249
2007 49644025 189996976 38419
2008 54506661 191765567 39211
2009 59361642 193490922 38469
2010 64817974 195210154 43908
10
Neste gráfico observa-se que a frota de veículos vem crescendo em média
6% mais que o crescimento populacional no Brasil e 4% mais do que o crescimento
da mortalidade no trânsito, ainda o número de mortes em acidentes de trânsito
cresce em média 3% mais que o crescimento populacional brasileiro.
Cruzando os dados do DATASUS com os dados da frota nacional de veículos
e do número de habitantes do Brasil foi construído o Gráfico 3 para visualização e
análise da evolução do número relativo de mortes no trânsito.
Gráfico 2: Crescimento percentual acumulado do número de veículos, habitantes e mortos em acidentes de trânsito de
2000 a 2010.
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
1,0
1,1
1,2
1,3
1,4
1,5
1,6
1,7
1,8
1,9
Comparação do crescimento percentual acumulado
Frota de veículos População brasileira Mortes em acidentes de trânsitoLegenda
0,983576882 0,9193429608 0,9462486862Crescimento médio por ano
11
Enquanto o índice de mortos por 10 mil veículos vem decrescendo ao longo
dos anos observados no Gráfico 3, o índice de mortos por 100 mil habitantes vem
crescendo no intervalo observado. Portanto, como este gráfico não esclarece
definitivamente se o número de mortos relativos a ambos os fatores influenciadores
vem crescendo ou decrescendo no país, fez-se necessária a criação do Gráfico 4 a
partir da Tabela 3, que interpola os dados da frota nacional de veículos com o
número de habitantes para, só então, poder analisar a evolução real no número de
mortos em acidentes de trânsito.
Gráfico 3: Mortes no trânsito por 10 mil veículos e por 100 mil habitantes.
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
16,99 17,53
18,56 18,5 19,39 19,67
19,8 20,22 20,45 19,88
22,49
10,05 9,72 9,71 9,17 9,09 8,7 8,21 7,74 7,19 6,48 6,77
Índices relativos de mortes em acidentes de trânsito
Índice de mortos por 10 mil veículos Índice de mortos por 100 mil habitantes
Tabela 3: Frota de veículos e número de habitantes interpolados e número relativo de mortos por veículos por 10 mil
habitantes.
Ano População brasileira Frota de veículos
2000 29645 174504898 29503503 1690,698 17,5341812842
2001 31031 176968205 31913003 1803,318 17,2077205312
2002 33288 179393768 34284967 1911,157 17,4177205689
2003 33620 181752951 36658501 2016,941 16,6688054501
2004 35674 184010283 39240875 2132,537 16,7284313506
2005 36611 186142403 42071961 2260,203 16,1981028558
2006 37249 188134315 45372640 2411,715 15,4450239163
2007 38419 189996976 49644025 2612,885 14,7036704235
2008 39211 191765567 54506661 2842,359 13,795230729
2009 38469 193490922 59361642 3067,929 12,539077471
2010 43908 195210154 64817974 3320,420 13,2236275108
Mortes em acidentes 
de trânsito
Veículos por 10 mil 
habitantes
Mortos por veículos por 10 mil 
habitantes
12
Com este último gráfico se torna possível afirmar que está acontecendo um
decréscimo no número de mortes em acidentes de trânsito quando se considera o
crescimento populacional e o crescimento da frota de veículos no Brasil como
fatores que aumentam inevitavelmente o número de mortos em acidentes e devem
ser subtraídos dos dados levantados para permitir a análise do impacto de outros
fatores, vulgo aplicação da Lei Seca, na evolução do número de mortos em
acidentes de trânsito.
Gráfico 4: Mortes no trânsito por veículos para cada 10 mil habitantes.
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
17,5 17,2 17,4 16,7 16,7 16,2 15,4 14,7 13,8 12,5 13,2
Índice relativo de mortes em acidentes de trânsito
Mortos por veículos / 10 mil hab.
Linear (Mortos por veículos / 10 mil hab.)
13
A Tabela 4 exibe a variação percentual do número relativo de mortos no
trânsito entre um ano e seu anterior.
Por fim, sabendo que a Lei Seca foi promulgada em Junho de 2008 [1], a
redução relativa a 2007 do índice relativo de mortes no trânsito em 2008 e nos anos
posteriores à vigência da lei pode ser observada na Tabela 5.
Tabela 4: Variação percentual do número de vítimas fatais de
acidentes de trânsito de um ano em relação ao seu anterior.
Ano
2000 --
2001 1,86%
2002 -1,22%
2003 4,30%
2004 -0,36%
2005 3,17%
2006 4,65%
2007 4,80%
2008 6,18%
2009 9,11%
2010 -5,46%
Variação percentual do ano em relação ao 
ano anterior no índice relativo de mortos no 
trânsito
14
Tabela 5: Percentual de redução do número
relativo de mortes pós Lei Seca.
Ano
2008 6,18%
2009 14,72%
2010 10,07%
Redução percentual em relação a 2007 no 
índice relativo de mortos no trânsito
15
6 Discussão
Após o levantamento de dados e a escolha das fontes mais adequadas para
serem utilizadas neste projeto, acerca do número de vítimas fatais de acidentes de
trânsito. Também foram obtidos dados do crescimento populacional e da frota de
veículos do Brasil, pois os dados brutos, das mortes em acidentes de trânsito, não
permitem analisar adequadamente os efeitos promovidos pela aplicaçãoda Lei
Seca, já que o crescimento da frota de veículos e do número de habitantes do país
são fatores que aumentam direta e ativamente o número de acidentes no trânsito,
logo aumentam o número de óbitos em decorrência de acidentes de trânsito.
Assim esses dois fatores necessitavam ser filtrados do número bruto de vítimas
fatais de acidentes de trânsito para então ser possível uma análise dos efeitos da Lei
Seca. Para tal foi criado o Gráfico 2, com os dados da Tabela 2, no qual são
comparados o crescimento da frota de veículos, da população brasileira e das
mortes em acidentes de trânsito. Neste gráfico fica evidente que o número de mortos
no trânsito não cresce tão rapidamente quanto o número de veículos no país, mas
seu crescimento era superior a taxa de crescimento populacional.
Ainda com os dados da Tabela 2 foi criado o Gráfico 3, o qual fornecia a
evolução do número de mortos em acidentes de trânsito em função da frota de
veículos e também do número de habitantes. Porém o índice de mortos em função
da frota de veículos decrescia enquanto o índice de mortos em função da população
crescia, o que não permitia afirmar com certeza se o número de mortos em
acidentes de trânsito estava aumentando ou diminuindo quando se filtra as
influências de cada fator do número bruto de vítimas fatais de acidentes de trânsito.
Observando que o aumento da frota de veículos sofre também influência do
crescimento populacional, foi calculado o número de veículos relativos à população,
e então o número de mortos relativos ao número relativo de veículos, estes dados
foram reunidos na Tabela 3 e expostos através do Gráfico 4.
O Gráfico 4 mostrou claramente que há um decréscimo no número de vítimas
fatais de acidentes de trânsito quando se filtra do crescimento bruto do número de
óbitos o crescimento da frota de veículos e populacional.
Todavia, ao observar o Gráfico 4, uma queda constante é observada no período
analisado, o que levou ao questionamento se de fato tais resultados eram
promovidos predominantemente pela Lei Seca e não por algum outro fator que tem
16
agido, pelo menos, durante todo o período analisado. Em parte este questionamento
é respondido quando se analisa a Tabela 4, em que a média de decréscimo no
índice relativo de acidentes nos anos anteriores à Lei Seca é de 2,46%, já a média
de redução nos anos pós Lei Seca é de 3,27%, o que mostra uma diferença de
0,81% após a aplicação da Lei Seca.
Mas ao analisar o histórico de operações realizadas no âmbito nacional para a
redução do número de acidentes e mortes no trânsito verifica-se que durante todo o
período observado ações foram constantemente tomadas para a redução da
violência no trânsito:
Sendo assim, deduz-se que a constante queda no número relativo de vítimas
fatais em acidentes de trânsito é fruto do processo contínuo de combate à violência
e imprudência no trânsito por parte das autoridades competentes. Tal conclusão
corrobora que a Lei Seca é fator predominantemente responsável pela queda no
índice relativo de óbitos por acidentes de trânsito observada após 2008.
Com os dados obtidos foi realizada a comparação do decréscimo do número
relativos de mortos no trânsito no ano anterior à Lei Seca, 2007, com os demais
anos, 2008, 2009 e 2010, e construída a Tabela 5, que mostrou uma redução
significativa do número relativos de mortos por acidentes de trânsito.
Tabela 6: Principais ações contra acidentes e mortes no trânsito tomadas pelos órgão governamentais
de 2000 a 2010.
Ano Ano
2000 2006
2001 2007 Campanhas de educação para o trânsito
2002 --
2008 Lei Seca2003
2004 2009
2005 2010
Ação contra o aumento da violência no 
trânsito
Ação contra o aumento da violência no 
trânsito
Homologação de equipamentos, 
aparelhos ou dispositivos para exames 
de alcoolemia
Disciplina o uso de capacete para 
condutor e passageiro de motocicleta e 
semelhantes
Projeto Educação e Segurança no 
Trânsito; Obrigatoriedade de utilização 
de dispositivo de segurança e película 
refletiva em veículos de transporte de 
carga
Proibição do uso de eletrônicos 
(revogada em 2006)
Proibição de pneus reformados e rodas 
que apresentem quebras, trincas e 
deformações; Utilização de sistemas 
automáticos não metrológicos de 
fiscalização; Aprovadas diretrizes da 
Política Nacional de Trânsito
Airbag frontal obrigatório de fábrica
Estabelecimento das Normas e 
Procedimentos para a Formação de 
Condutores; Volume I - Sinalização 
Vertical de Regulamentação, do Manual 
Brasileiro de Sinalização de Trânsito
Veiculação de mensagens educativas de 
trânsito em toda peça publicitária de 
produtos oriundos da indústria 
automobilística ou afins
17
7 Conclusão
Com este projeto foi possível concluir que a Lei Seca surtiu efeitos positivos
quanto à redução do número de vítimas fatais em acidentes de trânsito.
Corroborando e justificando a lei frente à realidade.
A redução observada após a Lei Seca foi 0,81% maior do que antes dela, uma
pequena porcentagem, mas em se tratando de aproximadamente 40 mil mortos
anualmente no trânsito, mesmo 0,81% é uma mudança significativa, em 2008, 2009
e 2010 esta redução se traduz em um total de 800 vidas poupadas.
Apesar da redução relativa de mortos, o número bruto de vítimas fatais no
trânsito cresce ano a ano, uma média de 2,7% ao ano, o que significa que os
esforços em reduzir os acidentes fatais ainda não acompanham de maneira
proporcional o crescimento da frota de veículos e da população brasileira.
Portanto a Lei Seca foi efetiva e eficaz em reduzir as mortes no trânsito, no
entanto muitos esforços ainda são necessários para que o combate à violência no
trânsito não esteja defasada em relação ao crescimento do número populacional e
de veículos no Brasil.
7.1 Dificuldades Encontradas
Realizar o levantamento de dados foi a parte mais difícil do projeto, pois as
únicas fontes disponíveis para acesso público não são de acesso simples, tão pouco
são organizadas de maneira apropriada. Dados dos anos anteriores não estão
disponíveis através de um único arquivo, mas sim espalhados por diversos arquivos
em meio a diversos outros dados, o que dificultou reunir os dados relevantes para o
projeto.
Escolher entre o DATASUS, DPVAT ou DENATRAN como base de dados não
foi algo esperado pelo grupo, as informações eram muito discrepantes e nenhum
apresenta alta fiabilidade, seja em relação ao número de mortos no trânsito, seja no
ano das mortes.
Obter o número relativo de mortos em acidentes de trânsito foi um tanto que
trabalhoso, pois inicialmente o grupo tendeu seguir outras pesquisas e estatísticas
que apontavam um número ou relativo ao total de veículos ou relativo ao total de
habitantes do índice de mortalidade no trânsito, porém quando fizemos ambos os
índices vimos que eles não se encaixavam, e que estatísticas e pesquisas que
estavam utilizando apenas uma comparação não transmitem adequadamente a
18
realidade, então foi necessário o grupo notar que existe também uma relação entre o
número de veículos e o número de habitantes, para então interpolar estes dados
afim de trazer um índice mais realista e imparcial.
19
Referências Bibliográficas
[1] Lei Nº 11705, promulgada em 19 de Junho de 2008, conhecida por Lei Seca -
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11705.htm (acessado
em 28 de Setembro de 2013);
[2] Perguntas e Resposta acerca da Lei Seca fornecidas pela Polícia Rodoviara
Federal - http://www.dprf.gov.br/PortalInternet/leiSeca.faces#faq1 (acessado em 28
de Setembro de 2013);[3] Perguntas e Respostas acerca da Lei Seca fornecidas pela Revista Veja -
http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/perguntas_respostas/lei_seca/ (acessado em
29 de Setembro de 2013);
[4] Lei Nº 11760, promulgada em 20 de Dezembro de 2012 -
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12760.htm
(acessado em 28 de Setembro de 2013);
[5] Estudo mostra eficácia da Lei Seca no estado de São Paulo -
http://www.cisa.org.br/artigo/485/estudo-mostra-eficacia-lei-seca-na.php (acessado
em 29 de Setembro de 2013);
[6] Ministério da Saúde, Departamento de Informática do SUS, DATASUS -
http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=02 (acessado em 10 de
Outubro de 2013);
[7] Vias Seguras: Estatísticas do Seguro Obrigatório DPVAT -
http://vias-seguras.com/os_acidentes/estatisticas/estatisticas_nacionais/estatisticas_
do_seguro_dpvat (acessado em 10 de Outubro de 2013);
[8] Vias Seguras: Anuários Estatísticos do DENATRAN -
http://vias-seguras.com/os_acidentes/estatisticas/estatisticas_nacionais/estatisticas_
do_denatran/anuarios_estatisticos_do_denatran (acessado em 12 de Outubro de
2013);
[9] Boselli, G.; Estudos Técnicos, Mapeamento das Mortes por Acidentes de Trânsito
no Brasil – Confederação Nacional de Municípios, Brasília, DF – Brasil, 14 de
Dezembro de 2009;
[10] Departamento Nacional de Trânsito, Anuário: Frota de veículos no Brasil -
http://www.denatran.gov.br/frota.htm (acessado em 12 de Outubro de 2013);
[11] The World Bank, Brazil Data - http://data.worldbank.org/country/brazil (acessado
em 13 de Outubro de 2013);
	1 Introdução
	2 Objetivos
	2.1 Objetivo Geral
	2.2 Objetivos Específicos
	3 Justificativas
	4 Metodologia
	5 Resultados
	6 Discussão
	7 Conclusão
	7.1 Dificuldades Encontradas
	Referências Bibliográficas