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MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO II Obs.: Material de apoio complementar, não substitui a bibliografia básica. Página 1 de 12 Produtos metálicos não estruturais – Metais não ferrosos Dentre as ligas não ferrosas mais importantes na construção civil estão incluídas as de alumínio, cobre e zinco, os quais serão abordados nesta aula. Produção do Alumínio O alumínio é o terceiro elemento mais abundante na crosta terrestre. A disponibilidade de bauxita, o minério bruto do qual é obtido o alumínio, é praticamente inesgotável. A produção do alumínio pode ser dividida em 4 etapas Mineração: Extração da bauxita Figura 1:Minério Bauxita Fabricação da alumina (óxido de alumínio) A refinaria é a fase do processo que transforma a bauxita em alumina calcinada. O procedimento mais utilizado é o processo Bayer. Esta é primeira etapa até se chegar ao alumínio metálico. Onde ocorre: - Dissolução da alumina em soda cáustica; - Filtração da alumina para separar o material sólido; - O filtrado é concentrado para a cristalização da alumina; - Os cristais são secados e calcinados para eliminar a água; - O pó branco de alumina pura é enviado à redução; Figura 2: Alumina Redução eletrolítica A alumina é então levada às cubas eletrolíticas, de onde se obtém o alumínio, por meio de um processo de redução, que consiste em extrair o metal do seu óxido. A cuba eletrolítica constitui-se basicamente de um anodo de carbono, um catodo (alumínio fundido e blocos de carbono) e o eletrólito (ou banho) de criolita fundida onde é dissolvida a alumina. A reação total, decorrente da passagem da corrente elétrica, que ocorre no forno, consiste na redução da alumina, liberando o alumínio que é depositado no catodo, e na oxidação do carbono do anodo devido ao oxigênio liberado no processo. Figura 3: Sala de fornos (cubas eletrolíticas) MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO II Obs.: Material de apoio complementar, não substitui a bibliografia básica. Página 2 de 12 O alumínio sai das cubas no estado líquido, a aproximadamente 850ºC, e é então transportado para a fundição, onde são ajustadas a sua composição química e forma física. Basicamente, são necessárias cerca de 5 t de bauxita para produzir 2 t de alumina e 2 t de alumina para produzir 1 t de alumínio pelo processo de Redução. Figura 4: Alumínio líquido retirado das cubas eletrolíticas. Transformação plástica Fundição A fundição é o ponto de partida para a fabricação de todos os produtos. É lá também que se preparam as diferentes ligas de alumínio, destinadas a diferentes tipos de produtos e aplicações. A principal matéria-prima utilizada na fundição é o alumínio primário, vindo diretamente das salas fornos, no estado líquido, a aproximadamente 800 ºC. Ele é introduzido nos fornos de fusão, por meio de cadinhos com capacidade média de 5 toneladas. O alumínio puro recebe então a adição de outros elementos para a formação das ligas. Figura 5: Forno de fundição Na fundição são produzidos lingotes, tarugos, placas, vergalhões e chapas. Esses produtos tanto se destinam à comercialização, quanto à utilização interna, na fabricação de produtos laminados, extrudados e cabos. MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO II Obs.: Material de apoio complementar, não substitui a bibliografia básica. Página 3 de 12 Lingote = É o produto fundido na planta de redução, que se destina a fabricações de outros produtos por meio dos processos de laminação e extrusão. Vergalhão = utilizados na produção de fios e cabos elétricos Tarugo = É uma barra de alumínio cilíndrica que destina-se ao processo de extrusão. Placas = utilizadas para produção de produtos laminados Produção do Cobre Conhecido desde a pré-história, o cobre é utilizado atualmente, para a produção de materiais condutores de eletricidade (fios e cabos), e em ligas metálicas como latão e bronze. Produtos de cobre primário originados em etapas distintas dos processos de extração, fundição e refino: Minério de cobre – mineral extraído da mina, cujo conteúdo oscila entre 0,7% e 2,5% de cobre Concentrado de cobre – minério de cobre que, através de um processo de moagem das rochas e mistura com água e reagentes, passa a apresentar entre 30% e 38% de cobre Cobre fundido – concentrados que, por pirometalurgia, transformam-se em cobre blister (98,5% de cobre) e, posteriormente, no ânodo de cobre (99,7% de cobre) Cobre refinado – anodos e soluções (no caso da lixiviação) que são refinados por processo de eletrólise, resultando nos cátodos (99,9% de cobre) Processos básicos de produção de cobre primário: - Processo pirometalúrgico – mais utilizado para os minérios sulfetados - Processo hidrometalúrgico – apropriado para minérios oxidados de baixo teor de cobre Processo Pirometalúrgico: A indústria de transformação do cobre tem início a partir do minério, cuja extração se dá a céu aberto ou em galerias subterrâneas. Com um teor metálico que varia normalmente entre 0,7% e 2,5%, o minério é submetido à britagem, moagem, flotação e secagem, obtendo-se o concentrado cujo teor de cobre contido já alcança 30%. O concentrado é então submetido ao forno flash, de onde sai o mate com teor de 45% a 60%, e este ao forno conversor de onde obtêm-se o blister com 98,5% de cobre. Dependendo da pureza desejável para o cobre, tendo em vista a sua utilização final, o blister pode ser submetido apenas ao refino a fogo, onde se obtém cobre com 99,7% (anodo) ou ser também refinado eletroliticamente, atingindo um grau de pureza de 99,9% (catodo). Os catodos são submetidos ao processo de refusão para obtenção do cobre no formato de tarugos ou placas. A partir da trefilação destes tarugos, produz-se os semi-elaborados de cobre nas formas de barras, perfis e tubos e através da laminação das placas, são produzidos semi-elaborados nos formatos de tiras, chapas e arames. Se, entretanto, ao invés da simples refusão o catodo for fundido e laminado em processo contínuo, obtêm-se o vergalhão, a partir do qual serão fabricados os fios e cabos. Figura 6: Representação esquemática do Processo pirometalúrgico MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO II Obs.: Material de apoio complementar, não substitui a bibliografia básica. Página 4 de 12 Processo Hidrometalúrgico: A hidrometalurgia é apropriada, principalmente, para a extração de cobre de minérios oxidados de baixo teor. A utilização deste processo para minérios sulfetados implica em uma etapa anterior de beneficiamento do minério para obtenção do concentrado sulfetado, o qual deve sofrer processo de ustulação para transformação em produto intermediário oxidado. O processo hidrometalúrgico consiste, em linhas gerais, em lixiviar o minério moído com solventes adequados, sendo o mais utilizado o ácido sulfúrico, obtendo-se soluções ricas em cobre. Segue-se a filtragem da solução e a precipitação do metal através de concentração (utilizando-se ferro), de aquecimento ou por eletrólise. No caso da eletrólise, promove-se a eletrodeposição do cobre sob a forma de catodos com 99,9% de pureza a partir das soluções ricas. Trata-se do processo SX-EW (solvent extraction andeletrowinning). Em relação ao cobre secundário (cobre reciclado), podem- se citar dois tipos principais de sucata: Sucata para refino – sucata industrial de processo, assim como a sucata comprada de terceiros no mercado, necessitando processamento de refino Sucatapara uso direto – direcionada aos processos de conformação mecânica, sem necessidade de refino. Refino Uma vez obtido o cobre blister, devidamente refinado ao fogo, este é fundido em anodos, em uma unidade de produção de anodos que alimentarão as células de refino eletrolítico desse metal. O cobre blister embora possua uma pureza relativamente elevada (em torno de 99,5%) não é suficientemente puro para fins elétricos necessitando, por conseguinte, ser refinado eletroliticamente. Esse cobre impuro é transformado em ânodos, como mostrado na Figura 7, a seguir, que comporão o sistema eletrolítico de refino de cobre. Esse sistema produz cobre de alta pureza (>99,99%). Figura 7: Unidade de produção de anodos Na indústria o processo de refino é realizado em uma escala expandida. Por outro lado, considerando a aplicação dos mais sofisticados métodos químicos não é possível remover todas as impurezas contidas no cobre impuro. No entanto com o refino eletrolítico é possível produzir cobre de elevada pureza (99,99%). Os tipos de cobre usualmente obtidos do refino são os seguintes: - Cobre tenaz (Tough-Pitch, TP): com conteúdo de oxigênio controlado, destinado para aplicações elétricas já que é um cobre de alta condutibilidade (>100% IACS). - Cobre desoxidado (Desoxided Phospor, DP): normalmente não são de alta condutibilidade, por isso empregado onde a propriedade elétrica não é importante como em caldeiras. - Cobre isento de oxigênio (Oxigen Free, OF): é o de maior qualidade, é o mais caro e o menos utilizado. É de alta condutibilidade elétrica. O cobre catodo, obtido mediante um ou outro método tem uma pureza entre 99,9% e 99,99% e é empregado para a fabricação de diferentes tipos de cobre comercial: - Lingotes (wire-bar) de seção trapezoidal para laminação e trefilado. - Placas para laminação de chapas ou fitas. - Barras de seção circular para laminação ou fiação. Produção do Zinco O zinco apresenta-se principalmente sob as formas de minério sulfetado e minério oxidado. Minério sulfetado – A esfarelita (sulfeto de zinco) é a principal espécie minerológica. É uma ocorrência primária de zinco com teores médios de 5% de Zn e são, normalmente, obtidos através de lavra subterrânea. MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO II Obs.: Material de apoio complementar, não substitui a bibliografia básica. Página 5 de 12 Minério oxidado – Constitui-se de calamina (silicato hidratado de zinco) e willemita (silicato de zinco) associadas a carbonato de zinco. É uma ocorrência secundária de zinco, encontrada em depósitos superficiais. Após a lavra, o minério é beneficiado por meio de britagem e moagem, passando, posteriormente, pelo processo de flotação para separação do zinco dos outros minerais com valor econômico O concentrado de sulfeto de zinco obtido contém entre 30% e 56% de Zn Processos básicos de produção de zinco primário: pirometalúrgico e o hidrometalúrgico (o mais utilizado) O zinco também pode ser reciclado principalmente do latão e do bronze, de peças fundidas e do aço galvanizado (incluindo tubos, eletrodomésticos e componentes elétricos) Tipos, características e aplicações Alumínio e suas ligas Os principais elementos de liga do alumínio incluem cobre, magnésio, silício, manganês e zinco. O alumínio e suas ligas são caracterizados por: - Densidade relativamente baixa (cerca de 2,7g/cm 3 para o metal puro) quando comparada com a do aço carbono comum (7,9g/cm 3 ) - Altas condutividades elétrica (cerca de 62% da do cobre) e térmica - Boa resistência à corrosão em alguns ambientes (incluindo o atmosférico) devido à estabilidade do seu principal óxido (Al2O3) que se forma na superfície do metal, o que se torna um “mecanismo de barreira” - Boa ductilidade (mesmo abaixo da temperatura ambiente) e boa capacidade de conformação mecânica (por laminação, extrusão, estampagem, etc.) em função da estrutura cristalina cúbica de faces centradas (CFC) do alumínio. - Baixa temperatura de fusão do metal puro (660ºC), que restringe a temperatura máxima na qual ele pode ser usado; por outro lado, facilita a sua fundição e moldagem. - Baixa resistência mecânica na forma de metal puro, podendo ser melhorada por conformação mecânica a frio e por adição de elementos de liga (associada ou não a tratamentos térmicos). O módulo de elasticidade é da ordem de 70.000 MPa para o metal puro. Principais aplicações e usos não estruturais: fabricação de esquadrias (portas e janelas), forros, divisórias, acessórios para banheiros, estruturas pré-fabricadas e elementos decorativos de acabamento (extrudados), telhas e elementos de fachada (chapas e laminados), transmissão de energia elétrica e ponteiras de para-raios, elementos de ligação, revestimentos impermeabilizantes, ferragens de esquadrias, elemento de remates (cantoneiras e tiras) e componente de tintas. Cobre e suas ligas O cobre na forma de metal puro é caracterizado por: - Estrutura cristalina cúbica de faces centradas (CFC) - Ponto de fusão de 1085°C - Densidade de 8,93g/cm 3 - Módulo de elasticidade de cerca de 110.000 MPa - Elevadas condutividades térmica e elétrica (após a prata, o cobre é o melhor condutor de calor e eletricidade) - Boa resistência à corrosão em diversos ambientes (como o ambiente atmosférico e marinho) - Boa ductilidade, facilidade de conformação mecânica a frio e resistência mecânica mediana. Os principais elementos de liga do cobre incluem zinco, níquel, estanho, alumínio, manganês, fósforo, berílio, cromo, ferro e chumbo. As propriedades mecânicas e de resistência à corrosão do cobre podem ser melhoradas por elementos de liga. Muitas ligas de cobre não podem ser endurecidas por meio de tratamentos térmicos. Principais grupos de ligas de cobre capazes de serem submetidas à conformação mecânica (trabalho mecânico): Cobre não-ligado – Possui elevada condutividade elétrica e, assim, é usado em larga escala na indústria elétrica Ligas de cobre-zinco (latões) – Ligas de cobre com adição de zinco entre 5% e 40% Ligas cobre-estanho (bronzes de estanho) – Ligas de cobre com 1% a 10% de estanho. Estes bronzes têm maior resistência que os latões (especialmente no estado deformado a frio) e melhor resistência à corrosão. As ligas Cu-Sn para fundição contêm até cerca de 16% de estanho. Principais aplicações e usos não estruturais: Cobre e alta pureza: Fios e cabos para condução de energia elétrica. O mais comum é o uso do cobre eletrolítico (EMR) Ligas de cobre (principalmente latões e bronzes): - Fabricação de tubulações (para condução de água potável, gás, água quente e água fria) e de suas conexões rosqueáveis e soldáveis. - Componentes de sistemas de combate a incêndio (hidrantes, sprinklers) e de sistemas de aquecimentos (solares, a gás e elétricos). MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO II Obs.: Material de apoio complementar, não substitui a bibliografia básica. Página 6 de 12 - Confecção total ou parcial de ferragens para esquadrias (fechos, puxadores, fechaduras, dobradiças, etc.) e de metais sanitários (válvulas, torneiras e acessórios) Zinco e suas ligas O zinco na forma de metal puro é caracterizado por: - Estrutura cristalina hexagonal compacta (HC) - Ponto de fusão baixo de 420°C - Densidade de 7,14g/cm 3 - Módulo de elasticidade de cerca de 95.000 MPa - Condutividade térmica razoável - Pequena dureza, boa maleabilidade e facilidade de moldagem. - Pode ser facilmente conformado mecanicamente (laminado ou extrudado) acima de 100 ºC, devido à sua elevada ductilidade. - Boa resistênciaà corrosão quando exposto ao ambiente atmosférico, sendo, contudo, reativo com ácidos (como clorídrico e sulfúrico) Uma das características mais importantes do zinco é a sua resistência à corrosão em ambiente atmosférico normal, úmido, ácido, maresia ou qualquer outro agente agressivo. Essa característica permite seu uso na proteção contra corrosão de superfícies metálicas (aço e ferro fundido), com a aplicação por diferentes processos de revestimento, sendo o processo de Galvanização por Imersão a Quente o mais utilizado. Principalmente pela formação de películas estáveis de óxidos, o próprio revestimento adquire a propriedade de proteção contra corrosão, além de proteger catodicamente à superfície do aço, quando ocorre descontinuidade do revestimento, pois é mais eletronegativo que o aço. Com a adição de alumínio e outros elementos, associado ao baixo ponto de fusão, forma a liga denominada comercialmente de Zamac, utilizada principalmente no processo de fundição sob pressão devido às suas propriedades mecânicas, físicas e de fundição. Principais elementos de liga – alumínio, cobre e magnésio Principais aplicações e usos não estruturais: Galvanização de produtos siderúrgicos (aço carbono comum): - Telhas, chapas lisas ou onduladas, arames, telas comuns ou soldadas, tubos para encanamentos e seus acessórios, elementos de ligação (pregos, parafusos e seus complementos e rebites), calhas, rufos, condutores verticais de águas pluviais e eletrocalhas. As ligas à base de zinco são utilizadas principalmente em: - Componentes fundidos de ferragens para esquadrias - Pigmento em tintas (zinco na forma de óxido) - Componente de outras ligas metálicas, como das ligas de cobre- zinco (latões) MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO II Obs.: Material de apoio complementar, não substitui a bibliografia básica. Página 7 de 12 Produtos e componentes não estruturais Tubos e conexões Tubos e conexões de cobre Os tubos rígidos de cobre para instalações (de água quente, água fria, gás, sistemas de combate a incêndio e de aquecimento) apresentam, no mínimo, 99,9% de cobre e são fabricados nos mesmos diâmetros das conexões (15mm a 104mm) de acordo com a NBR 13206 (ABNT, 2004a). A NBR 14745 (ABNT, 2004b) estabelece os requisitos para os tubos flexíveis de cobre utilizados na condução de fluídos. Para as instalações de gás e sistemas de refrigeração e ar- condicionado, os tubos flexíveis devem atender aos requisitos da NBR 7541 (ABNT, 2004c). As conexões para união de tubos de cobre por soldagem ou brasagem são produzidas em cobre e em suas ligas de acordo com a NBR 11720 (ABNT, 2005a) Luva Bucha de redução Bucha de redução Luva Passante Conector RF Conector RM Curva 45º Cotovelo Tê Tê com rosca central Tê com redução central Tê com redução lateral Tê com rosca fêmea central de redução Luva ponto fixo / luva guia Tê dupla curva (misturador) Tê 45° Tampão Curva de transposição Cotovelo RM União União Cotovelo RF União Cruzeta Juntas de expansão Suporte para tubos Tubo Figura 8: Tipos de conexões de cobre Fios e cabos elétricos Na transmissão de energia elétrica são usados fios e cabos de alumínio e cobre. Em geral, as linhas aéreas de transmissão de energia são produzidas em alumínio (devido à sua menor densidade), e as instalações elétricas internas domiciliares (de baixa tensão) são de cobre (devido à sua maior flexibilidade). De acordo com a NBR 5410 (ABNT, 2004d), que trata de instalações elétricas de baixa tensão, não é indicado o uso de alumínio em instalações residenciais. Fios e cabos elétricos de cobre A NBR 5471 (ABNT, 1986) apresenta as seguintes definições aplicáveis aos condutores elétricos em geral: - Condutor – produto metálico, de seção transversal invariável e de comprimento muito maior do que a maior dimensão transversal, utilizado para transportar energia elétrica ou transmitir sinais elétricos. - Fio – produto metálico maciço e flexível, de seção transversal invariável e de comprimento muito maior do que a maior dimensão transversal. - Cabo – conjunto de fios encordoados (com disposição helicoidal), isolados ou não entre si, podendo o conjunto ser isolado ou não. Segundo a NBR 5471 (ABNT, 1986), os fios elétricos são subdivididos principalmente em: - Fio nu – sem revestimento, isolação ou cobertura. - Fio coberto – com ou sem revestimento, dotado de cobertura. - Fio revestido – dotado de revestimento (por exemplo, fio estanhado, fio cadmiado, fio cobreado, fio prateado, fio zincado, etc.) - Fio isolado – com ou sem revestimento, dotado de isolação. MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO II Obs.: Material de apoio complementar, não substitui a bibliografia básica. Página 8 de 12 - Fio redondo – com seção transversal circular - Fio perfilado – cuja seção transversal é diferente da circular (por exemplo, de seção retangular, quadrada, etc.) Segundo a NBR 5471 (ABNT, 1986), os cabos elétricos são subdivididos principalmente em: - Cabo nu – sem isolação ou cobertura, constituído de fios nus - Cabo coberto – dotado unicamente de cobertura - Cabo revestido – sem isolação ou cobertura, constituído de fios revestidos - Cabo isolado – constituído de um ou mais condutores isolados - Cabo unipolar – constituído por um único condutor isolado e dotado no mínimo de cobertura - Cabo multipolar – constituído por dois ou mais condutores isolados e dotado no mínimo de cobertura - Cabo flexível – capaz de assegurar uma ligação que pode ser flexionada em serviço Figura 9 – Cabos elétricos de potência típicos – Fonte: IPCE (2007) Fios e cabos de alumínio A fabricação de fios e cabos utiliza como matéria prima vergalhões de alumínio produzidos em liga apropriada à utilização para condução de energia elétrica. Uma vez trefilados, os fios são encaminhados para o encordoamento. O encordoamento é o processo de disposição dos fios em tramas helicoidais, para composição final do cabo. A quantidade de fios que compõem a trama de um cabo e a composição do filamento central, ou alma, dependem de exigências de aplicação, tais como resistência mecânica, flexibilidade ou capacidade de transmissão de corrente elétrica. Os cabos de alumínio podem ser fabricados com ou sem alma de aço e são utilizados principalmente nas redes de transmissão de energia elétrica. (a) (b) Figura 10: (a) Encordoadeira de cabos e (b) cabos de alumínio nu Esquadrias Esquadrias de alumínio As esquadrias em alumínio possuem grande durabilidade devido à resistência à corrosão (podendo ser melhorada por meio de anodização e pintura) associada a uma relativa leveza A NBR 10820 (ABNT, 1989) caracteriza os principais tipos de portas e janelas de alumínio Os acessórios (fechos, roldanas, puxadores, linguetas, elementos de vedação, etc.) devem ter uma vida útil compatível com a esperada para a esquadria. Esses acessórios visam a um bom desempenho do conjunto, principalmente quanto à estanqueidade (ao ar e à água), ao isolamento termo-acústico, à ventilação e estabilidade estrutural. Os componentes das esquadrias de alumínio podem ser submetidos a tratamentos superficiais (como anodização e pintura). Esses tratamentos são realizados devido a questões estéticas e, principalmente, visando à melhoria da resistência à corrosão doscomponentes. MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO II Obs.: Material de apoio complementar, não substitui a bibliografia básica. Página 9 de 12 Extrusão de perfis de alumínio Figura 11 : Processo de extrusão O processo de extrusão consiste em forçar-se a passagem do alumínio através de uma abertura de forma geométrica pré- definida – a matriz, causando-se a sua conformação e obtendo-se longas barras – perfis – cuja secção transversal é constante e tem a forma geométrica da abertura da matriz utilizada. Anodização Os perfis podem ser comercializados com acabamento superficial natural ou anodizado. A anodização é um tratamento superficial realizado por processo eletrolítico, que consiste em revestir o material com uma película de óxido. Como resultado, obtém-se maior resistência às ações do meio ambiente, a raios ultravioleta e a riscos, além de um aspecto mais agradável e acabamento uniforme. Na anodização pode-se também efetuar a eletro-coloração dos perfis em várias cores. Figura 12: Processo de anodização Pintura eletrostática A pintura eletrostática é o processo mais conhecido e utilizado na decoração e proteção do alumínio. Nesse processo, inicialmente, é promovido um pré-tratamento da superfície (envolvendo etapas de desengraxe, desoxidação, cromatização e secagem, intercalados com lavagens). A aplicação de tinta eletrostática (líquida ou em pó) é feita automaticamente por meio de pistolas especiais em cabines de pintura. No processo de pintura eletrostática, é gerada uma elevada diferença de potencial (cerca de 100.000 Volts) entre as partículas pulverizadas da tinta e o objeto a ser pintado. As partículas são atraídas pela superfície, produzindo uma cobertura uniforme, sem falhas e com economia de tinta. O processo termina com a polimerização (cura ou secagem) das tintas utilizadas As esquadrias de alumínio devem ser testadas em laboratório no que se refere principalmente ao seu comportamento: - Quanto à penetração de ar – NBR 6485 (ABNT, 2000a) - Quanto à estanqueidade à água – NBR 6486 (ABNT, 2000b) - Sob cargas uniformemente distribuídas – NBR 6487 (ABNT, 2000c) - Segundo a NBR 10821 (ABNT, 2000d), existem quatro classes de requisitos de desempenho das janelas: - Classe normal – janelas que serão instaladas em edifícios de caráter residencial ou comercial simples (até dois pavimentos) - Classe melhorada – janelas que serão instaladas em edifícios de caráter residencial ou comercial até quatro pavimentos ou 12m - Classe reforçada – janelas que serão instaladas em edifícios de caráter comercial pesado ou edifícios residenciais que possuam cinco ou mais pavimentos - Classe excepcional – janelas que serão instaladas em edifícios de arquiteturas especiais (shoppings, indústrias, hospitais, etc.) MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO II Obs.: Material de apoio complementar, não substitui a bibliografia básica. Página 10 de 12 Metais sanitários São componentes de instalações hidrossanitárias, envolvendo: torneiras, registros, válvulas de descarga, misturadores de água quente e fria e produtos complementares (sifões, válvulas de escoamento, etc.). Podem ser constituídos por diferentes matérias-primas e componentes, especificados em função das suas propriedades exigidas, por exemplo, resistência à corrosão, estanqueidade, acabamento superficial, etc. A fabricação dos metais sanitários envolve os processos de geração de componentes, usinagem ou estampagem, acabamento superficial, montagem, testes e embalagem. Tipos de registro Os principais tipos de registros utilizados em instalações hidrossanitárias são de pressão, gaveta e esfera, produzidos para diferentes classes de pressão e diâmetros nominais. Registros de pressão: Especificados pela NBR 10071 (ABNT, 1994) e NBR 10090 (ABNT, 1987) e verificados o desempenho pela NBR 14150 (ABNT, 1998a) Um mecanismo de vedação (com a extremidade na forma de prato) é comprimido contra uma sede plana no corpo do registro, obstruindo a passagem do fluído. Embora a vedação seja eficiente, as perdas de cargas associadas são elevada. Figura 13: registro de pressão. DN – diâmetro nominal, dimensões em mm. Registros de gaveta: Especificados pela NBR 10072 (ABNT, 1998b) e verificados o desempenho pela NBR 14151 (ABNT, 1998c) Um septo metálico (na forma de cunha) é introduzido entre dois encostos metálicos que fazem parte do corpo do registro, obstruindo a passagem do fluído, ou seja, a vedação ocorre pelo contato direto de metal com metal. Para esse registro, apesar de a vedação não ser tão eficiente, as perdas de carga na linha são minimizadas. Figura 14: registro de gaveta. DN – diâmetro nominal, dimensões em mm. Registros de esfera: Além do uso em instalações de água, também são utilizados em instalações de gás. Da mesma forma que os registros de gaveta, devem ser utilizados sempre totalmente abertos ou fechados. Para uma maior facilidade de manutenção, os registros de esfera devem ser instalados externamente à parede. MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO II Obs.: Material de apoio complementar, não substitui a bibliografia básica. Página 11 de 12 Figura 15: registro de esfera. DN – diâmetro nominal, dimensões em mm. Torneiras de pressão: Específicas e ensaiadas pela NBR 10281 (ABNT, 2003a) Mecanismo de vedação (com a extremidade na forma de prato) é comprimido contra uma sede, obstruindo a passagem do fluído. O diâmetro nominal mais comum para as torneiras é de 15mm. Principais variações: - Sem acabamento (bruta) ou com acabamento (cromada, em epóxi, etc.), de mesa (entrada de água vertical) ou de parede (entrada de água horizontal), com ou sem arejador, com ou sem bico para mangueira. - De padrão normal ou de luxo, para uso geral ou específico (de jardim, cozinha, tanque, lavatório, etc.), para mistura de água quente e água fria (misturador) e com ou sem função economizadora de água. Válvulas de escoamento: Especificadas e ensaiadas pela NBR 15423 (ABNT, 2006) Podem ter diferentes diâmetros nominais (por exemplo, 25mm, 32mm e 40mm) e diferentes utilizações (por exemplo, para lavatório, tanque, pia de cozinha, banheira, etc.) Também podem ser do tipo unificado, ou seja, para utilização em peças sanitárias com ou sem a presença de ladrão). Figura 16: Válvula de escoamento para pia de cozinha Sifões: Especificados e ensaiados pela NBR 14162 (ABNT, 1998d) Promovem a ligação da válvula de escoamento (entrada) com a rede de esgoto (saída) Podem ter diferentes diâmetros nominais para os pontos de entrada (por exemplo, 25mm, 32mm e 40mm) e de saída (por exemplo, 25mm, 32mm, 40mm e 50mm). Podem ser específicos para lavatórios, pias de cozinha, tanques e mictórios. Figura 17: Sifão para lavatório Produtos de aço galvanizado O processo de galvanização associado com os produtos utilizados na construção civil é normalmente realizado pelo processo contínuo de imersão a quente (galvanização a quente) Neste processo, um substrato de aço (chapa ou bobina) é revestido em ambos os lados através da sua imersão contínua em um banho de zinco fundido. MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO II Obs.: Material de apoio complementar, não substitui a bibliografia básica. Página 12 de 12 Telhas de aço galvanizadas Telhas de seção ondulada – especificada pela NBR 14513(ABNT, 2002b) Telhas de seção trapezoidal – especificada pela NBR 14514 (ABNT, 2002c) Possuem espessura nominal entre 0,32mm a 0,80mm Massa mínima do revestimento (soma das duas faces) de 260 g/m 2 Telhas de alumínio Empregadas, principalmente, em coberturas e revestimentos de edificações não residenciais Telha ondulada Telha trapezoidal Telha trapezoidal nervurada Aplicação de telhas Figura 18: Tipos e aplicação de telhas de alumínio. Por serem produzidas em ligas estruturais de alumínio, são resistentes às cargas de vento. São mais leves e mais resistentes à corrosão atmosférica do que as de aço galvanizado, o que lhes garante maior vida útil. Devido à sua boa capacidade de refletividade das irradiações solares e à sua boa condutividade térmica, favorecem o conforto térmico nos ambientes em que são aplicadas. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABAL - Associação Brasileira de Alumínio – Disponível em <http://www.abal.org.br/>. Acesso em 05 de outubro de 2011. ANDRADE, M. L. Indústria do cobre, Agosto de 1997 BARD, G.N. Recuperação de ouro, prata e cobre de lama anódica proveniente do refino eletrolítico de cobre, I Jornada do Programa de Capacitação Interna – CETEM, 1999. CBA - Companhia Brasileira de Alumínio – Disponível em <http://www.aluminiocba.com.br/>. Acesso em 07 de outubro de 2011. Deca – Disponível em <http://www.deca.com.br/produtos/>. Acesso em 05 de outubro de 2011. ISAIA, G. C. (Editor). Materiais de construção civil e princípios de ciência e engenharia de materiais. Vol. 2. São Paulo: IBRACON, 2007. Páginas 1037 a 1074.
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