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Aula 8 DIREITO ADMINISTRATIVO

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AULA 08: Serviços públicos. 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1) INTRODUÇÃO À AULA 08 2 
 
 
2) SERVIÇOS PÚBLICOS 2 
 
 
2.1. INTRODUÇÃO E CONCEITO 2 
2.2. COMPETÊNCIA 5 
2.3. CLASSIFICAÇÃO 9 
2.4. REGULAMENTAÇÃO E CONTROLE 14 
2.5. REQUISITOS DO SERVIÇO PÚBLICO (PRINCÍPIOS) 16 
2.6. FORMAS E MEIOS DE PRESTAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO 19 
2.7. CONCESSÃO E PERMISSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO 20 
2.7.1. DEFINIÇÕES E ASPECTOS GERAIS 20 
I. CONCESSÃO 20 
II. PERMISSÃO 21 
2.7.2. LICITAÇÃO PRÉVIA À CELEBRAÇÃO DOS CONTRATOS 28 
2.7.3. PRAZO 30 
2.7.4. RESPONSABILIDADE 30 
2.7.5. DIREITOS E OBRIGAÇÕES DO USUÁRIO 31 
2.7.6. EXTINÇÃO DA CONCESSÃO OU PERMISSÃO 33 
2.8. PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS 37 
2.8.1. INTRODUÇÃO, CONCEITO E MODALIDADES 37 
2.9. AUTORIZAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO 43 
3) RESUMO 44 
4) QUESTÕES 46 
5) REFERÊNCIAS 52 
Direito Administrativo p/PRF 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Daniel Mesquita – Aula 08
1
 
 
 
 
1) Introdução à aula 08 
 
 
Que bom que você veio para nossa aula 08 de Direito 
Administrativo, do curso preparatório para Agente da PRF. 
Nesta aula 08, abordaremos: “7 Serviços públicos: conceito, 
 
classificação, regulamentação, formas e competência de prestação.”. 
 
A Não se esqueça que, ao final, você terá um resumo da aula e as 
questões tratadas ao longo dela. Use esses dois pontos da aula na 
véspera da prova! 
Separei as melhores questões do CESPE para você se preparar! 
 
Num concurso como este, a matéria é muito extensa. Não há como 
você ler a matéria hoje e apreender tudo até no dia da prova. Por isso, 
programe-se para ler os resumos na semana que antecede a prova. 
Lembre-se: o planejamento é fundamental. 
Chega de papo, vamos a luta! 
 
 
2) Serviços Públicos 
 
 
2.1. Introdução e conceito 
 
Para iniciar o estudo sobre serviços públicos, importante destacar 
que a Constituição Federal de 1988, em seu art. 175, atribui 
expressamente ao Poder Público a titularidade para a prestação de 
serviços públicos. 
 
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou 
sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a 
prestação de serviços públicos. 
Parágrafo único. A lei disporá sobre: 
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de 
serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua 
prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e 
rescisão da concessão ou permissão; 
II - os direitos dos usuários; 
III - política tarifária; 
IV - a obrigação de manter serviço adequado 
Direito Administrativo p/PRF 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Daniel Mesquita – Aula 08
2
 
 
 
 
Note que a prestação do serviço público pode ser executada de 
maneira DIRETA (pela própria Administração Pública Direta ou Indireta) 
ou INDIRETA (por particulares, mediante delegação, por meio de 
concessão ou permissão). No caso da execução indireta, é obrigatória 
licitação prévia. 
ATENÇÃO!!! A titularidade na prestação de um serviço 
 
público é intransferível, ou seja, nunca sai das mãos da 
Administração Pública. O que pode ser transferido aos 
particulares é a execução do serviço público, mas nunca a 
titularidade. 
 
 
 
Questão de 
concurso 
 
 
 
1) (CESPE/ANAC/Analista/2009) Na concessão de serviço 
público, o poder concedente transfere ao concessionário apenas a 
execução do serviço, continuando titular do mesmo, razão pela qual 
pode rescindir o contrato unilateralmente por motivo de interesse 
público. 
Fácil o item, não é? Tá na cara que a questão está correta. 
 
2) (CESPE - 2012 - PC-CE - Inspetor de Polícia) A titularidade 
dos serviços públicos é conferida expressamente ao poder público. 
Exatamente! A Constituição Federal de 1988, em seu art. 175, 
atribui expressamente ao Poder Público a titularidade para a prestação 
de serviços públicos. 
Gabarito: Certo. 
 
 
 
A Lei nº 8.987/95 é o diploma normativo específico que regula a 
forma pela qual o Estado transfere a prestação de serviço público para o 
setor privado, mediante delegação (concessão e permissão). 
Direito Administrativo p/PRF 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Daniel Mesquita – Aula 08
3
 
 
 
 
É possível a delegação de serviços públicos mediante autorização? 
Sim, em hipóteses excepcionais (ex: telecomunicações). 
Sem prejuízo do disposto anteriormente, que descreve a regra 
geral dos serviços públicos no Brasil, há atividades que devem ser 
prestadas como serviços públicos pelo Estado, sem intuito de lucro, mas 
também podem ser exercidas complementarmente pelo setor privado 
por direito próprio, como serviços privados, sem adotar o regime de 
delegação. 
Essa situação peculiar é própria de atividades pertinentes aos 
 
direitos fundamentais sociais (exs: educação e saúde). Nesse caso, a 
titularidade dos serviços públicos não é exclusiva do poder público. 
Já podemos abordar, nesse momento, o conceito de serviço 
 
público. 
 
Apesar de não haver essa definição na Constituição ou nas leis, 
convém registrar, preliminarmente, que a expressão “serviço público” 
pode ser empregada em um sentido subjetivo, referindo-se ao conjunto 
de órgãos e entidades que desenvolvem atividades administrativas, ou 
em um sentido objetivo, quando trata de determinada coleção de 
atividades. Para o nosso estudo, interessa apenas o sentido objetivo. 
 
Para o sentido objetivo, prevalece o conceito formal que considera 
serviço público qualquer atividade de oferecimento de utilidade material 
à coletividade, desde que, POR OPÇÃO DO ORDENAMENTO 
JURÍDICO (=em razão da previsão em normas), essa atividade deva 
ser desenvolvida sob regime de Direito Público. 
 
ATENÇÃO!!! Segundo entendimento doutrinário dominante, o 
Brasil filia-se à corrente formalista. 
 
Questão de 
concurso 
 
 
 
3) (CESPE/PC-PB/Delegado/2008) O dispositivo constitucional 
que preceitua caber ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou 
Direito Administrativo p/PRF 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Daniel Mesquita – Aula 08
4
 
 
Fomento (estímulo no setor econômico) 
 
Polícia (restrição de direitos) 
 
Intervenção (restrição de propriedade) 
 
 
 
sob o regime de concessão ou permissão, sempre mediante licitação, a 
prestação de serviços públicos, demonstra que o Brasil adotou uma 
concepção subjetiva de serviço público. 
Como vimos acima, essa questão está errada, pois entende-se que 
o Brasil adotou a corrente formalista de serviço público. Leve para a 
prova o conceito de Di Pietro de serviço público: 
 
 
Maria Sylvia Di Pietro define serviço público, restritivamente, como “toda 
atividade material que a lei atribui ao Estado para que exerça 
diretamente ou por meio de seus delegados, com o objetivo de satisfazer 
concretamente às necessidades coletivas, sob regime jurídico total ou 
parcialmente público.” (Direito Administrativo, 2009) 
 
 
Por fim, para entender melhor onde se localiza o serviço público na 
atividade estatal, veja o esquema abaixo: 
 
 
 
 
 
ESTADO 
Atividade 
LEGISLATIVA 
 
 
Atividade 
ADMINISTRATIVA 
 
 
 
 
SERVIÇOS PÚBLICOS (ativ. prestacionais) 
 
 
Atividade 
JUDICIÁRIA 
 
 
 
2.2. Competência 
 
 
 
Os três entes federativos são competentes para a prestação de 
serviços públicos, sendo essas competências discriminadas pela 
Constituição. Para a repartição de competências, adotou-se o 
 
princípio da predominância do interesse. 
 
 
As competências da União, matérias de interesse 
predominantemente geral, são exclusivas (indelegabilidade a outros 
entes federados) e taxativas. 
DireitoAdministrativo p/PRF 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Daniel Mesquita – Aula 08
5
 
 
 
 
O art. 21 da Constituição prevê a competência da União para 
prestar diversos serviços públicos. Dentre os incisos desse artigo, 
destacam-se os seguintes: 
 
 
Art. 21. Compete à União: 
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; 
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou 
permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá 
sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros 
aspectos institucionais; 
XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, 
geologia e cartografia de âmbito nacional; 
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e 
exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e 
reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e 
seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições: 
 
 
 
Contudo, o inciso mais importante do art. 21 é o XII. Leia, com 
MUITA ATENÇÃO, esse dispositivo: 
 
 
Art. 21. Compete à União: 
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou 
permissão: 
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; 
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento 
energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se 
situam os potenciais hidroenergéticos; 
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária; 
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros 
e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou 
Território; 
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de 
passageiros; 
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; 
 
 
 
 
 
Tenha sempre em mente que é a União quem tem a competência 
para prestar os seguintes serviços: 
 Postal; 
 
 Correio aéreo nacional; 
Direito Administrativo p/PRF 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Daniel Mesquita – Aula 08
6
 
 
 
 
 Telecomunicações; 
 
 Radiodifusão sonora e de sons e imagens; 
 
 Instalações de energia elétrica; 
 
 Navegação aérea; 
 
 Transporte ferroviário e aquaviário entre portos; 
 
 Portos; 
 
 Transporte rodoviário interestadual e internacional. 
 
CUIDADO, não caia na pegadinha: transporte rodoviário entre 
municípios de um mesmo estado não é de competência da União. 
Dica! O STF e STJ por vezes utiliza a palavra “exclusiva” e em 
 
outras “privativa”, não brigue com a questão por causa desses termos! 
 
 
Questões de 
concurso 
 
4) (CESPE/ANAC/Analista/2009) O serviço postal, o Correio 
Aéreo Nacional, os serviços de telecomunicações e de navegação aérea 
são exemplos de serviços públicos exclusivos do Estado. 
Essa questão encontra-se na linha do que descreve di Pietro: “Na 
 
Constituição, encontram-se exemplos de serviços públicos exclusivos, 
como o serviço postal e o correio aéreo nacional (art. 21, X), os 
serviços de telecomunicações (art. 21, XII), os de radiodifusão, energia 
elétrica, navegação aérea, transportes e demais indicados no art. 21, 
XII, o serviço de gás canalizado (art. 25, §2º)” (2003, p. 328). Por isso, 
o gabarito está correto. 
 
 
5) (CESPE - 2012 - TJ-RO - Analista Processual) Em relação 
aos serviços públicos, considera-se 
a) o serviço postal um serviço público privativo. 
 
b) a implantação do serviço de abastecimento de água um serviço 
público singular. 
Direito Administrativo p/PRF 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Daniel Mesquita – Aula 08
7
 
 
 
 
c) o serviço de distribuição de gás canalizado um serviço público 
comum. 
d) a divulgação de atos administrativos pela imprensa oficial um 
serviço de utilidade pública. 
e) o serviço de energia elétrica um serviço social. 
 
Como vimos, o serviço postal é um serviço público privativo, ou 
exclusivo! As duas formas estão corretas. 
Gabarito Letra “a”. 
 
 
 
6) (CESPE - 2012 - PRF - Agente Administrativo) Os serviços 
públicos outorgados constitucionalmente à União, como os serviços de 
transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros, estão 
enumerados taxativamente na CF. 
Vamos revisar os serviços outorgados à União: 
 
 Postal; 
 
 Correio aéreo nacional; 
 
 Telecomunicações; 
 
 Radiodifusão sonora e de sons e imagens; 
 
 Instalações de energia elétrica; 
 
 Navegação aérea; 
 
 Transporte ferroviário e aquaviário entre portos; 
 
 Portos; 
 
 Transporte rodoviário interestadual e internacional. 
Gabarito: Certo. 
 
 
7) (CESPE – 2013 –CNJ –Analista Judiciário)Defere-se 
competência concorrente aos entes federativos para explorar, 
diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os 
serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético 
dos cursos de água. 
Direito Administrativo p/PRF 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Daniel Mesquita – Aula 08
8
 
 
 
 
Vimos que é competência exclusiva da União a prestação de 
serviço de instalação de energia elétrica. E o aproveitamento de 
recursos hídricos e potenciais energéticos, dependerá sempre de 
autorização do Congresso Nacional. 
Gabarito: Errado. 
 
 
 
Com relação aos serviços postais, o STF declarou que o monopólio 
dos Correios para prestar esses serviços foi recepcionado pela 
Constituição (ADPF 46). 
No tocante aos estados e ao DF, somente se encontra discriminada 
 
a competência para exploração dos serviços locais de gás canalizado. 
De resto, a eles pertence a competência remanescente ou residual, ou 
seja, a realização de todos os serviços não atribuídos à União nem de 
interesse local dos municípios (matérias de interesse regional). 
O STF já teve oportunidade de decidir que é da competência dos 
 
estados a exploração e a regulamentação do serviço de transporte 
rodoviário intermunicipal de passageiros. 
Os municípios possuem as competências relacionadas a seus 
 
interesses locais, conforme preceitua o art. 30, CF. Exemplos: serviços 
de coleta de lixo, de transporte coletivo urbano, de promoção da 
proteção do patrimônio histórico-cultural, etc. O STF já decidiu que os 
serviços funerários constituem serviços municipais. 
Além disso, existem as competências comuns, arroladas no art. 23, 
 
CF, em que deve haver atuação paralela de todos os entes federativos. 
Exemplos: saúde, educação, assistência social, combate à pobreza e a 
calamidades, proteção do meio ambiente, etc. 
 
 
 
2.3. Classificação 
Direito Administrativo p/PRF 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Daniel Mesquita – Aula 08
9
 
 
 
 
Utilizando a natureza do serviço público como critério, não existe 
consenso na doutrina ou na jurisprudência no que concerne à adoção de 
uma classificação uniforme. 
A classificação mais aceita é a que adota por critério os 
destinatários do serviço público, classificando-o em: serviços gerais ou 
uti universi e serviços individuais ou uti singuli. Essa distinção possui 
relevância principalmente no âmbito tributário, uma vez que somente 
os serviços prestados uti singuli podem ser fato gerador de taxas, 
enquanto que os serviços uti universi devem ser custeados por 
impostos e não por taxas nem tarifas. 
Vejamos as principais características de cada espécie: 
Direito Administrativo p/PRF 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Daniel Mesquita – Aula 08
10
 
 
 
GERAIS OU UTI UNIVERSI INDIVIDUAIS OU UTI SINGULI 
Prestados à coletividade ou postos 
à sua disposição, em caráter geral 
e em condiçõesde igualdade 
Prestados de forma individualizada 
a pessoas específicas 
Usuários indeterminados e 
indetermináveis 
Número determinado ou 
determinável de usuários 
Serviços indivisíveis (não é 
possível determinar quem os 
utiliza ou quanto é utilizado para 
cada um) 
Serviços divisíveis (passíveis de 
utilização, separadamente, por 
cada um dos usuários e essa 
utilização é mensurável) 
Normalmente, são gratuitos, ou 
seja, não são cobrados do usuário, 
pois são mantidos por toda a 
sociedade 
São divididos, medidos e cobrados 
do usuário na proporção de sua 
utilização. Podem ser 
remunerados por meio de taxa 
(prestação por ente público – 
regime legal – é tributo) ou de 
preços públicos (prestação por 
particular delegado do Estado – 
regime contratual – não é tributo) 
Não há, necessariamente, relação 
jurídica específica com o Estado 
Há relação jurídica entre o usuário 
e o prestador (ex: contrato) 
Exemplos: iluminação pública, 
limpeza urbana, conservação de 
logradouros públicos, policiamento 
urbano, garantia da segurança 
nacional, estradas, saúde, 
segurança 
Exemplos: coleta domiciliar de 
lixo, fornecimento domiciliar de 
água, gás, energia elétrica, serviço 
postal, telefônico, etc 
 
 
 
 
 
 
 
 
Por falar em impostos, taxas e tarifas, qual é a natureza jurídica do 
valor cobrado em sua conta de luz ou de água? 
O entendimento consagrado no STJ e no STF é no sentido de que a 
sua conta de água ou luz cobra tarifa ou preço público. Vale ler o 
seguinte trecho de julgado do STJ: “Este Tribunal Superior, 
encampando entendimento sedimentado no Pretório Excelso, firmou 
posição no sentido de que a contraprestação cobrada por 
Direito Administrativo p/PRF 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Daniel Mesquita – Aula 08
11
 
 
 
 
concessionárias de serviço público de água e esgoto detém natureza 
jurídica de tarifa ou preço público” (ERESP 690609). 
Outra classificação também mencionada no estudo do serviço 
público é quanto à delegabilidade. O serviço público pode ser delegável 
ou indelegável. Em regra, os serviços são delegáveis, pois o Estado 
pode transferir a execução do serviço a um particular, por meio da 
concessão, permissão ou autorização. Há casos, contudo, que há a 
indelegabilidade, como nos serviços que se traduzem na manifestação 
do poder de polícia. 
Com relação à autorização no exercício do poder de polícia quis 
 
dizer aquela autorização que um comerciante, por exemplo, pede ao 
poder público (à prefeitura) para abrir uma empresa, o famoso "alvará 
de funcionamento". Ou então, aquela autorização também pedida pelo 
cidadão à prefeitura para construir. Todas essas autorizações são dadas 
no exercício do poder de polícia, pois representa um controle prévio de 
legalidade (a loja só vai funcionar e a construção só poderá ser 
realizada se preencherem todas as condições de segurança, de 
localização etc. estabelecidas previamente em lei pelo Município). 
Essa autorização difere da estudada nesta aula, pois aqui tratamos 
 
de uma autorização para o exercício de um serviço público, como o 
transporte público individual realizado por taxistas, por exemplo. 
O poder de polícia, administrativo ou judiciário, não pode ser 
 
delegado. 
 
A última classificação que por vezes é cobrada em concursos é a 
que subdivide o serviço público em próprio e impróprio. 
Os serviços públicos próprios são aqueles que atendem as 
necessidades básicas da sociedade e, por isso, o Estado presta esses 
serviços diretamente (pela administração direta ou indireta) ou por 
meio de empresas delegatárias (concessionárias e permissionárias). Ex: 
fornecimento de água, energia elétrica, tratamento de esgoto etc. 
Direito Administrativo p/PRF 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Daniel Mesquita – Aula 08
12
 
 
 
 
O impróprios são aqueles que atendem a necessidades da 
coletividade, mas não é o Estado quem os executa (nem direta nem 
indiretamente). Nesses serviços, o Estado apenas fiscaliza e 
regulamenta a sua execução por entidades privadas (ex: instituições 
financeiras, seguradoras etc.). 
 
Questão de 
concurso 
 
 
8) (CESPE/DPE-AL/Defensor/2009) Os serviços públicos uti 
singuli são aqueles prestados à coletividade, que têm por finalidade a 
satisfação indireta das necessidades dos cidadãos, tais como o serviço 
de iluminação pública e o saneamento. 
 
 
9) (CESPE/MS/Analista/2010) A natureza jurídica da 
remuneração dos serviços de água e esgoto prestados por 
concessionária de serviço público é de tarifa ou preço público. 
 
A primeira questão deste grupo está errada, pois o conceito 
apresentado é o de serviços públicos uti universi. 
 
Por fim, a segunda questão do grupo está correta, conforme 
consignado no STJ: “Este Tribunal Superior, encampando entendimento 
sedimentado no Pretório Excelso, firmou posição no sentido de que a 
contraprestação cobrada por concessionárias de serviço público de água 
e esgoto detém natureza jurídica de tarifa ou preço público” (ERESP 
690609). 
 
 
 
10) (CESPE - 2012 - PRF - Agente Administrativo) O serviço de 
iluminação pública pode ser considerado uti universi, assim como o 
serviço de policiamento público. 
 
Pessoal, tem como dividir quanto de iluminação pública cada um 
utilizou, bem como quanto de policiamento público? Óbvio que não! 
Direito Administrativo p/PRF 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Daniel Mesquita – Aula 08
13
 
 
 
 
Tais situações apresentadas na questão são exemplos de serviços 
gerais ou uti universi. 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
 
 
11) (CESPE - 2012 - MPE-PI - Analista Ministerial) Consideram- 
se serviços públicos coletivos (uti universi) aqueles que têm por 
finalidade a satisfação individual e direta das necessidades dos 
cidadãos, como são os de energia elétrica domiciliar e os de uso de 
linha telefônica 
 
Nesse caso trata-se de serviço público individual ou uti singuli. 
Além disso, é o serviço uti singuli “que tem por finalidade a satisfação 
individual e direta”. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
 
 
Você percebeu que a classificação dos serviços públicos é tema 
muito cobrado em provas, por isso, ESTUDE-A COM CARINHO. 
 
 
 
2.4. Regulamentação e controle 
 
Muitos exercícios ajudam você a fixar a matéria. 
 
Vamos juntos, pois se você parar, você vai ser atropelado pelo 
caminhão de gente que está, nesse momento, estudando nas 
bibliotecas! 
Passemos agora ao estudo da regulamentação dos serviços 
 
públicos. 
 
Essa regulamentação é promovida pelo Estado com a edição das 
leis necessárias ao estabelecimento das condições e diretrizes gerais de 
sua prestação, bem como a edição dos atos administrativos infralegais 
destinados a regulamentar e dar fiel execução a essas leis. 
Direito Administrativo p/PRF 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Daniel Mesquita – Aula 08
14
 
 
 
 
Veja bem: mesmo os serviços públicos delegados aos particulares 
são regulados pelo Estado, pois este não perde a titularidade do 
serviço. 
A competência para regulamentar é sempre do ente federado a que 
a Constituição atribui a titularidade do serviço. 
Já o controle dos serviços públicos deve ser exercido pela própria 
administração pública, pela população em geral, bem como pelos 
órgãos incumbidos de tutelar interesses coletivos e difusos (exs: MP, 
órgãos de defesa do consumidor). 
No caso dos serviços públicos, o dever de controle por parte da 
 
Administração é ainda mais necessário, uma vez que os serviços 
públicos devem ser adequados, eficientes e contínuos, por interessaremdiretamente à população. 
Não podemos encerrar este ponto sem mencionar as modalidades 
de fiscalização (parágrafo único do art. 30 da Lei nº 8.987/95): 
 
1. Fiscalização PERMANENTE: realizada por intermédio de órgão 
técnico do poder concedente ou por entidade com ele 
conveniada, nos moldes da ordinariamente prevista para os 
contratos administrativos em geral; e 
2. Fiscalização PERIÓDICA: realizada periodicamente, de acordo 
 
com norma regulamentar, por comissão composta de 
representantes do poder concedente, da concessionária e dos 
usuários (comissão tripartite). 
Por fim, a lei informa que é assegurado a qualquer pessoa a 
obtenção de certidão sobre atos, contratos, decisões ou pareceres 
relativos à licitação ou às próprias concessões e permissões de serviços 
públicos. O dispositivo não exige que o requerente seja usuário nem 
que demonstre interesse pessoal (art. 22 da Lei 8.987/95). 
 
ATENÇÃO!!! Lembre-se que as concessões e permissões são 
espécies de contratos administrativos, sujeitando-se, portanto, 
Direito Administrativo p/PRF 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Daniel Mesquita – Aula 08
15
 
 
 
 
às cláusulas exorbitantes peculiares, que conferem à 
Administração uma posição de supremacia na relação 
contratual, com prerrogativas próprias de Direito Público, como 
a possibilidade de rescisão unilateral do contrato. 
 
Não se esqueça, também, que é possível o ato ou fato lesivo ser 
apreciado pelo Poder Judiciário, que anulará os atos ilegais ou ilegítimos 
e ainda determinará a reparação dos danos eventualmente suportados 
pelos usuários ou pela Administração. 
 
Por fim, vale mencionar que, atualmente, o contrato de concessão 
pode prever o emprego de mecanismos privados (p. ex: arbitragem) 
para a solução de disputas relacionadas ao contrato. 
 
 
Questão de 
concurso 
 
 
 
 
12) (CESPE – 2013 –CNJ – Analista Administrativo) É permitido 
ao Estado delegar a prestação de determinados serviços públicos a 
particulares, competindo-lhe, todavia, o controle sobre sua execução. 
 
Como afirmado em aula: o controle dos serviços públicos deve 
ser exercido pela própria administração pública, pela população em 
geral, bem como pelos órgãos incumbidos de tutelar interesses 
coletivos e difusos. 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
 
 
2.5. Requisitos do serviço público (Princípios) 
 
 
 
 
Segundo prevê o art. 6º da Lei nº 8.987/95, toda prestação de 
serviço público deve assegurar aos usuários um serviço ADEQUADO. A 
Direito Administrativo p/PRF 
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16
 
 
 
 
lei estabeleceu alguns requisitos mínimos para que o serviço seja 
considerado adequado. 
 
Tão grande a importância desses requisitos que a doutrina os 
eleva à categoria de princípios da prestação dos serviços públicos. 
Vamos a eles: 
 
1. Regularidade: obediência a um padrão de qualidade. Os 
serviços públicos devem funcionar de acordo com um conjunto 
de normas previamente previstas (controle de qualidade), que 
se encontrem em lei ou contrato de prestação de serviços 
2. Continuidade (ou permanência): a regra é que o serviço 
 
público não pode ser interrompido/paralisado sem justa causa, 
por visar à satisfação do bem-estar social. 
MUITA ATENÇÃO!!! 
 
Existem 3 formas de paralisação que não violam esse princípio: 
 
● Situações emergenciais, independente de aviso prévio. Ex: 
caiu um raio e o serviço de energia foi interrompido 
 
● Necessidades técnicas, após aviso prévio. Ex: 
limpeza/manutenção de postes de energia elétrica 
 
● Falta de pagamento do usuário, após aviso prévio (no caso 
de serviços públicos “uti singuli”. O STJ autorizou a 
concessionária a interromper o fornecimento do serviço de 
energia elétrica em razão do não pagamento, mediante aviso 
prévio (AG 1200406 – AgRg). A Corte Superior, contudo, 
observando o princípio da continuidade do serviço público, não 
autoriza o corte de energia elétrica em unidades públicas 
essenciais, como em escolas, hospitais, serviços de segurança 
pública etc. (ERESP 845982). 
 
3. Eficiência: o serviço público deve funcionar segundo padrões 
mínimos de eficiência. 
Direito Administrativo p/PRF 
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17
 
 
 
 
4. Segurança: o serviço público deve ser prestado de modo a não 
oferecer riscos ou prejuízos à coletividade. 
5. Atualidade: o serviço público deve ser prestado com 
equipamentos e técnicas modernas/atualizadas e por pessoal 
devidamente habilitado. 
6. Generalidade: deve ser assegurado o atendimento sem 
 
discriminação a todos os que se situem na área abrangida pelo 
serviço, efetivamente ou potencialmente, desde que atendam a 
requisitos gerais e isonômicos. 
7. Cortesia na prestação: deve-se tratar as pessoas com 
 
urbanidade durante a prestação do serviço público 
 
8. Modicidade das tarifas: quando o serviço público é prestado 
por particular, ele precisa ser remunerado mediante tarifa. A 
tarifa deve ser equilibrada/razoável (remuneração/satisfação 
do prestador dos serviços e não exorbitante para o usuário), 
vedada à obtenção de lucros extraordinários. Os contratos 
poderão prever mecanismos de revisão das tarifas, a fim de 
manter-se o equilíbrio econômico-financeiro. 
Questões de 
concurso 
 
 
13) (CESPE/PC-PB/Delegado/2008) A lei geral de concessão não 
autoriza a suspensão do fornecimento de energia elétrica, pelo 
inadimplemento por parte do usuário, já que o acesso ao serviço de 
energia elétrica decorre da própria dignidade da pessoa humana, que 
deve prevalecer sobre os interesses econômicos da concessionária. 
 
Por contrariar a jurisprudência do STJ acima mencionada, a 
questão está errada. 
 
 
 
14) (CESPE - 2012 - PRF - Agente Administrativo) A prestação 
de serviços públicos deve dar-se mediante taxas ou tarifas justas, que 
Direito Administrativo p/PRF 
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18
 
 
 
 
proporcionem a remuneração pelos serviços e garantam o seu 
aperfeiçoamento, em atenção ao princípio da modicidade. 
 
Segundo o princípio da modicidade a questão está certa. Além 
disso, os serviços públicos podem ser remunerados mediante tarifa ou 
taxa. Veja, por oportuno, a seguinte Súmula Vinculante do STF: 
 
 
SUMÚLA VINCULANTE Nº 21 do STF: A taxa cobrada exclusivamente 
em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou 
destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o 
artigo 145, II, da Constituição. 
 
 
 
2.6. Formas e meios de prestação do serviço público 
 
 
 
Os serviços públicos podem ser prestados de forma: (a) DIRETA (a 
própria Administração presta); (b) INDIRETA (o serviço é prestado por 
particulares, que, mediante delegação do poder público, são 
responsáveis por sua mera execução); (c) CENTRALIZADA (o serviço é 
prestado pela Administração Direta, ex: Delegacia da Polícia Federal); 
(d) DESCENTRALIZADA (o serviço é prestado por pessoa diferente do 
 
ente federado a que a Constituição atribui à titularidade do serviço, seja 
por entidade da Administração Indireta, seja por particular, mediante 
concessão, p.ex.). 
 
Por fim, fala-se, ainda, em prestação (e) DESCONCENTRADA, 
hipótese em que o serviço é executado por órgão, com 
competência específica para prestá-lo, integrante da estrutura da 
pessoa jurídica que detém a titularidade do serviço. 
 
Agora vamos entrar em um importante e interessante tema, não só 
dos serviços públicos, mas do direito administrativo como um todo. 
 
Vamos em frente! 
Direito Administrativop/PRF 
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19
 
 
 
 
 
 
2.7. Concessão e permissão de serviço público 
 
 
2.7.1. Definições e aspectos gerais 
 
 
 
Como já visto anteriormente, a Lei nº 8.987/95 é a lei de normas 
gerais sobre os regimes de concessão e permissão de serviços públicos. 
Ela é um ato normativo de caráter nacional, ou seja, aplicável à União, 
aos estados, ao DF e aos municípios. Os diversos entes federados 
podem editar leis próprias acerca de concessões e permissões 
pertinentes a suas esferas de competência, desde que não contrarie as 
normas gerais. 
 
E quais são as diferenças entre concessão e permissão de serviço 
público? 
 
I. Concessão 
 
Com base no art. 2º, II, da Lei nº 8.987/95, concessão de serviço 
público é o contrato administrativo por meio do qual o Estado transfere 
a uma pessoa jurídica ou a um consórcio de empresas, mediante 
licitação na modalidade de concorrência, a prestação de um serviço 
público e o contratado aceita prestá-lo em seu nome, por sua conta e 
risco e por prazo determinado, sendo remunerado por tarifa paga pelo 
usuário final. 
 
A lei afirma que a concessão de serviço público, precedida ou não 
da execução de obra pública, será formalizada mediante contrato, 
podemos afirmar que a sua natureza jurídica é contratual. 
 
Existem algumas modalidades que se submetem ao regime jurídico 
parcialmente diferenciado (Vejamos a divisão apresentada por Di 
Pietro): 
Direito Administrativo p/PRF 
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20
 
 
 
 
a) Concessão de serviço público: tradicionalmente disciplinada 
pela Lei 8.987/95; a remuneração básica decorre da tarifa paga 
pelo usuário ou outra forma de remuneração decorrente da 
própria exploração do serviço; 
 
b) Concessão patrocinada: instituída pela Lei nº 11.079/04; nela 
se conjugam a tarifa paga pelos usuários e a contraprestação 
pecuniária do concedente (parceiro público) ao concessionário 
(parceiro privado); 
 
c) Concessão administrativa: tem por objeto a prestação de um 
serviço de que a Administração Pública seja a usuária direta ou 
indireta, podendo envolver a execução de obra ou fornecimento 
e instalação de bens; está disciplinada também pela Lei nº 
11.079/04; nessa modalidade, a remuneração básica é 
constituída por contraprestação feita pelo parceiro público ao 
parceiro privado; 
 
d) Concessão de obra pública: Disciplinada pela Lei nº 8.987/95 
ou pela Lei nº 11.079/04; 
 
e) Concessão de uso de bem público: com ou sem exploração 
de bem, disciplinada pela legislação esparsa. 
 
 
 
 
II. Permissão 
 
 
 
Já segundo o inciso IV do mesmo dispositivo, permissão de 
serviço público é a delegação feita à pessoa jurídica ou pessoa física 
que demonstre condições de prestação em licitação pública (não há 
exigência legal de uma modalidade específica), formalizada mediante 
contrato de adesão, precário e revogável unilateralmente pelo Poder 
Público. 
Direito Administrativo p/PRF 
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Para Di Pietro “A permissão de serviço público é, tradicionalmente 
considerada ato unilateral, discricionário e precário, pelo qual o Poder 
Público transfere a outrem a execução de um serviço público, para que 
exerça em seu próprio nome e por sua conta em risco, mediante tarifa 
paga pelo usuário.”. 
 
Afirmei que a permissão é um contrato de adesão com base na Lei, 
confira: 
 
Art. 40. A permissão de serviço público será formalizada mediante 
contrato de adesão, que observará os termos desta Lei, das demais 
normas pertinentes e do edital de licitação, inclusive quanto à 
precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato pelo poder 
concedente. 
 
 
 
 
Boa parte da doutrina defende que a principal diferença entre a 
concessão e a permissão está na natureza jurídica dos respectivos 
institutos, como vimos na definição de permissão dada por Di Pietro 
Maria Sylvia Di Pietro. 
 
Recentemente, o Supremo (AI 495.485 AGR / MG) afirmou que 
não se aplica “o princípio da equivalência e do equilíbrio econômico e 
financeiro dos contratos, pela simples razão de não se tratar, no 
caso, de um contrato e sim de permissão.”. 
 
Como assim professor? Permissão não é um contrato? 
Veja a definição que o STF deu de permissão e concessão: 
A permissão de serviço público é ato administrativo unilateral, a título 
precário e discricionário da Administração Pública, DIFERENTE da 
concessão, uma vez que esta é efetivada mediante contrato, precedido 
de licitação. 
 
 
Para deixar a situação ainda mais complexa, o Supremo assim 
afirmou sobre a natureza jurídica da permissão e da concessão: 
Direito Administrativo p/PRF 
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A natureza jurídica da permissão e a da concessão são divergentes. Esta 
tem natureza contratual, sendo-lhe aplicada o princípio da equivalência e 
do equilíbrio patrimonial. Este princípio não se aplica àquela, 
exatamente, por ser ato unilateral e discricionário, realizando-se por 
conta e risco do permissionário, com sujeição às normas do Direito 
Público. 
 
 
 
 
Conclusão do entendimento do STF: 
 
 A concessão tem natureza jurídica contratual; 
 
 A permissão tem natureza de ato unilateral e discricionário e 
não contratual (embora a lei afirme que a permissão seja um contrato 
de adesão); 
 
Também podemos concluir pelo voto que o princípio da 
equivalência e do equilíbrio patrimonial só se aplica a concessão por 
esta ser um contrato. 
 
ATENÇÃO!!! Não confunda permissão de uso de bem público e 
permissão para outorga de serviço público. A primeira é 
relacionada ao estudo dos bens públicos e a segunda é a tratada 
nesta aula. 
 
Para sistematizar, destacam-se algumas diferenças existentes 
entre a concessão e a permissão de serviços públicos: 
 
CONCESSÃO PERMISSÃO 
● Outorgada à pessoa jurídica 
ou consórcio de empresas 
● Outorgada à pessoa jurídica ou 
pessoa física 
● Contrato estável, ou seja, só 
se desfaz em casos específicos 
previstos em lei. 
● ato unilateral e discricionário, 
ou seja, pode ser revogado 
unilateralmente pelo poder 
concedente. 
● A modalidade de licitação é 
a concorrência. 
● Não há determinação legal de 
modalidade específica de 
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 licitação. 
● Delegação de serviços de 
maior complexidade (grandes 
investimentos). 
● Delegação de serviços mais 
simples (pequenos 
investimentos). 
 
Vamos ver como isso cai em concurso? 
 
 
Questões de 
concurso 
 
 
15) (CESPE/MCT-FINEP/Analista/2009) A concessão de serviço 
público é a delegação, à título precário sem licitação, da prestação de 
serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica 
que demonstre capacidade para seu desempenho. 
 
 
16) (CESPE/ANAC/Analista/2009) A concessão de serviço 
público deve ser necessariamente instrumentalizada por contrato. 
 
Pela simples leitura do quadro acima, fica fácil concluir que o 
primeiro item é errado e o segundo correto. 
 
 
 
17) (CESPE - 2012 - TCE-ES - Auditor de Controle Externo) A 
permissão de serviço público é o instituto por meio do qual o Estado 
atribui o exercício de determinado serviço público a alguém que aceita 
prestá-lo em nome próprio, por sua conta e risco, nas condições fixadas 
pelo poder público, e, em razão do princípio da supremacia do interesse 
público, no contrato de permissão,deve constar garantia de equilíbrio 
econômico-financeiro, sendo o permissionário remunerado pela própria 
exploração do serviço, mediante tarifas cobradas diretamente dos 
usuários do serviço. 
Questões extensas como esta é bom usar a técnica do “Jack 
 
estripador”, ou seja, vamos por partes. 
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24
 
 
 
 
Pessoal, a permissão não será concedida simplesmente porque 
“alguém” aceita prestar o serviço. Existe todo um procedimento de 
licitação a ser feito. 
Vimos durante a aula que o princípio do equilíbrio econômico- 
financeiro não se aplica a permissão, pois segundo o Supremo no AI 
495.485 AGR / MG, a permissão não e um contrato, mas ato unilateral. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
 
18) (CESPE - 2012 - PRF - Agente Administrativo) A concessão 
de serviço público, precedida ou não da execução de obra pública, será 
formalizada mediante contrato administrativo. 
Vimos que, de acordo com a lei, a concessão de serviço público, 
 
precedida ou não da execução de obra pública, será formalizada 
mediante contrato, está perfeitamente correto afirmar que esse 
contrato é administrativo. 
Gabarito: Certo. 
 
 
 
19) (CESPE - 2012 - PRF - Agente Administrativo) As 
concessões e permissões de serviços públicos deverão ser precedidas 
de licitação, existindo exceções a essa regra. 
Essa questão é muito controvertida, mas a banca deu como 
gabarito ERRADO. 
Isso porque, o dispositivo da Constituição Federal que regula o 
tema (art. 175) afirma: “Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, 
diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre 
através de licitação, a prestação de serviços públicos”. 
Ocorre que o examinador se esqueceu da seguinte previsão da Lei 
nº 9.472/97: 
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Art. 83. A exploração do serviço no regime público dependerá de prévia outorga, 
pela Agência, mediante concessão, implicando esta o direito de uso das 
radiofreqüências necessárias, conforme regulamentação. 
Parágrafo único. Concessão de serviço de telecomunicações é a delegação de 
sua prestação, mediante contrato, por prazo determinado, no regime público, 
sujeitando-se a concessionária aos riscos empresariais, remunerando-se pela 
cobrança de tarifas dos usuários ou por outras receitas alternativas e 
respondendo diretamente pelas suas obrigações e pelos prejuízos que causar. 
 
Art. 91. A licitação será inexigível quando, mediante processo 
administrativo conduzido pela Agência, a disputa for considerada 
inviável ou desnecessária. 
 
 
 
 
20) (CESPE - 2012 - TJ-RR - Analista - Processual) Na 
permissão de serviço público, o poder público transfere a outrem, 
pessoa física ou jurídica, a execução de serviço público, para que o 
exerça em seu próprio nome e por sua conta e risco, mediante tarifa 
paga pelo usuário. 
 
Como conceituado por Di Pietro “... o Poder Público transfere a 
outrem a execução de um serviço público, para que exerça em seu 
próprio nome e por sua conta em risco, mediante tarifa paga pelo 
usuário.”. 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
 
21) (CESPE - 2012 - TJ-RR - Administrador) O serviço público 
concedido não pode ser remunerado por tarifa, visto que não é um 
serviço do poder público. 
Vimos na concessão de serviço público que a remuneração básica 
 
decorre da tarifa paga pelo usuário ou outra forma de remuneração 
decorrente da própria exploração do serviço. 
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Gabarito: Errado. 
 
 
 
22) (CESPE -2013 – CNJ – Técnico Administrativo) Considere 
que uma sociedade empresária tenha celebrado contrato administrativo 
de prestação de serviço com determinado órgão público. Nessa situação 
hipotética, caso a administração julgue conveniente a substituição da 
garantia de execução, o contrato poderá ser alterado unilateralmente. 
Pessoal, essa questão não estava fácil, pois ela engloba dois 
 
temas: serviços públicos e contratos administrativos. 
 
Na verdade, você consegue respondê-la com os conhecimentos da 
Lei n. 8666/93. Aqui vai o dispositivo aplicável: 
 
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as 
devidas justificativas, nos seguintes casos: 
II - por acordo das partes: 
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução; 
 
 
Perceba que para substituir a garantia não é possível a alteração 
unilateral. Gabarito: Errado. 
 
 
ATENÇÃO! A Lei nº 9.074/95, em seu art. 2º, tornou obrigatória a 
edição de lei autorizativa para a execução indireta de serviços 
públicos mediante concessão ou permissão, sendo aplicável a todos os 
entes federativos. Ressalva-se dessa obrigação os serviços de 
saneamento básico e limpeza urbana, bem como os serviços públicos 
que a CF, as Constituições Estaduais e as Leis Orgânicas do DF e dos 
municípios, desde logo, indiquem como passíveis de ser prestados 
mediante delegação. 
 
O disposto no parágrafo 2º desse dispositivo é que pode derrubar 
muita gente num concurso. Ele afirma que o transporte de cargas 
pelos meios rodoviário e aquaviário independe de concessão, 
permissão ou autorização. 
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Também o parágrafo 3º contém previsão que representa uma 
“poça de óleo no percurso do concursando” – CUIDADO! Ele prevê que 
independem de concessão ou permissão os seguintes transportes: 
aquaviário de passageiros, que não seja realizado entre portos 
organizados; rodoviário e aquaviário de pessoas, realizado por 
operadoras de turismo no exercício dessa atividade; e de pessoas, 
em caráter privativo de organizações públicas ou privadas, ainda 
que em forma regular. 
 
2.7.2. Licitação prévia à celebração dos contratos 
 
Conforme preceitua o art. 175, CF, as concessões e as permissões 
de serviço público devem SEMPRE ser precedidas de licitação, sob o 
regime geral da Lei nº 8.666/93. 
 
ATENÇÃO!!! Em regra, não têm aplicação às concessões e 
permissões de serviço público quaisquer normas legais que 
legitimem celebração de contratos administrativos sem licitação 
prévia, a exemplo das hipóteses de dispensa e de inexigibilidade 
de licitação. A exceção foi vista acima. Existe nos contratos de 
concessão de serviços de telecomunicação, definidos na Lei nº 
9.472/97. 
 
As concessões, como vimos, devem ser precedidas de licitação na 
modalidade concorrência. Entretanto, não existe algum critério de 
julgamento que deva ser considerado preferencial. 
 
Mas, professor, a modalidade de licitação é sempre concorrência? 
 
Não! Nos termos do inc. I do art. 27 da Lei 9.074, de 1995, 
admite-se, nos casos de serviços públicos, prestados por pessoas 
jurídicas sob controle direto ou indireto da União, exceto serviços 
públicos de telecomunicações, a modalidade de licitação leilão. 
 
O art. 16 da Lei 8.987/95 estabelece como regra geral a 
 
ausência de exclusividade na outorga de concessão ou permissão, 
Direito Administrativo p/PRF 
Teoria e exercícios comentados 
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salvo se for técnica ou economicamente inviável a coexistência de duas 
ou mais concessões ou permissões para o mesmo serviço, 
fundamentadamente demonstrado no ato que precederá o edital de 
licitação. 
 
Na regra geral das licitações é que primeiro ocorre à fase de 
habilitação (= a Administração avalia a documentaçãoe diz se aquele 
interessado preenche os requisitos – fiscais, de contabilidade, de 
capacidade técnica, etc. – para contratar com o poder público) e depois 
o julgamento (melhor proposta). 
 
No art. 18-A da Lei 8.987/95, fica autorizado que o edital 
estabeleça a inversão da ordem das fases de habilitação e julgamento, 
de forma similar ao que ocorre na modalidade de licitação chamada 
pregão. 
 
Por fim, há cláusulas essenciais que devem constar do contrato de 
concessão ou permissão. Elas estão no art. 23 da Lei nº 8.987/95, 
destacando-se a que possibilita a resolução de conflitos por arbitragem. 
 
Questão de 
concurso 
 
 
 
23) (CESPE/PC-PB/Delegado/2008) No procedimento de 
licitação para contratação de serviços públicos, obrigatoriamente a 
primeira fase será a de habilitação, e a segunda de julgamento da 
proposta que melhor se classificar, conforme as condições estabelecidas 
no edital, não sendo possível a inversão dessas fases. 
 
Como vimos acima, de acordo com o art. 18-A da Lei 8.987/95, 
fica autorizado que o edital estabeleça a inversão da ordem das fases 
de habilitação e julgamento, de forma similar ao que ocorre na 
modalidade de licitação chamada pregão. 
 
Item está errado. 
Direito Administrativo p/PRF 
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2.7.3. Prazo 
 
Em regra, o contrato administrativo possui prazo de 12 meses. Na 
concessão ou permissão, normalmente, o prestador dos serviços 
públicos investiu em equipamentos para a prestação. Por isso, os prazos 
dos contratos de concessão ou permissão de serviços públicos são 
longos, podendo ser prorrogado uma única vez, se previsto no edital. 
 
Não há previsão de prazos máximos ou mínimos na Lei nº 
8.987/95. 
 
ATENÇÃO!! Quanto às parcerias público-privadas, a duração do 
contrato não pode ser inferior a 5 anos nem superior a 35 anos. 
 
2.7.4. Responsabilidade 
 
Inicialmente, indispensável à leitura do art. 37, § 6º, da 
Constituição: 
 
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras 
de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, 
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos 
casos de dolo ou culpa. 
 
 
A responsabilidade das pessoas jurídicas de direito privado 
prestadoras de serviços públicos é objetiva, isto é, o indivíduo 
lesado não precisa alegar que o ato que gerou o dano foi praticado com 
dolo ou culpa, basta que ele prove que houve o dano e que este foi 
praticado pela empresa que presta serviço público. 
 
Ademais, as concessões e as permissões de serviços públicos, 
assim como ocorre com os demais contratos administrativos, são 
celebradas intuitu personae. A regra geral prevista no art. 25, “caput”, 
da Lei nº 8.987/95 é de que incumbe à concessionária a execução do 
serviço concedido, cabendo-lhe responder por todos os prejuízos 
causados ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros, sem que a 
Direito Administrativo p/PRF 
Teoria e exercícios comentados 
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fiscalização exercida pelo órgão competente exclua ou atenue 
essa responsabilidade. 
 
O §1º do dispositivo acima mencionado permite que a 
concessionária ou permissionária, sem que isso afaste a sua 
responsabilidade, contrate com terceiros o desenvolvimento de 
atividades inerentes, acessórias ou complementares ao serviço 
concedido, bem como a implementação de projetos associados. Essa 
faculdade diz respeito a contratos privados, firmados entre a 
concessionária e uma pessoa privada, sem necessidade de 
consentimento do poder público e sem qualquer participação deste na 
celebração do contrato. 
 
Questão de 
concurso 
 
 
24) (CESPE - 2012 - AGU – Advogado) À concessionária cabe a 
execução do serviço concedido, incumbindo-lhe a responsabilidade por 
todos os prejuízos causados ao poder concedente, aos usuários ou a 
terceiros, não admitindo a lei que a fiscalização exercida pelo órgão 
competente exclua ou atenue tal responsabilidade. 
 
Observe que a questão fala “não admitindo a lei” e, conforme a lei, 
a regra geral prevista no art. 25, “caput”, da Lei nº 8.987/95 é de que 
incumbe à concessionária a execução do serviço concedido, cabendo-lhe 
responder por todos os prejuízos causados ao poder concedente, aos 
usuários ou a terceiros, sem que a fiscalização exercida pelo órgão 
competente exclua ou atenue essa responsabilidade. 
 
Gabarito: certo 
 
 
 
 
 
2.7.5. Direitos e obrigações do usuário 
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O art. 7º da Lei nº 8.987/95 e outros dispositivos da lei 
estabelecem sete direitos e dois deveres dos usuários: 
 
 Receber serviço adequado (direito); 
 
 As tarifas devem ser acessíveis aos usuários, podendo o poder 
público, até mesmo, subvencionar o serviço para que o preço 
reduza (direito); 
 
 Receber do poder concedente e da concessionária informações 
para a defesa de interesses individuais ou coletivos (direito); 
 Obter e utilizar o serviço, com liberdade de escolha entre 
vários prestadores de serviços, quando for o caso, observadas 
as normas do poder concedente (direito); 
 Levar ao conhecimento do Poder Público e da concessionária as 
irregularidades de que tenham conhecimento, referentes ao 
serviço prestado (direito); 
 Comunicar às autoridades competentes os atos ilícitos 
praticados pela concessionária na prestação do serviço 
(direito); 
 Ter à disposição no mínimo seis datas opcionais para escolher 
os dias de vencimento de seus débitos (direito); 
 Contribuir para a permanência das boas condições dos bens 
públicos através dos quais lhes são prestados os serviços 
(dever); 
 Pagar as tarifas que remunerem o serviço público a eles 
fornecido (dever). 
CUIDADO – O SEU CONCORRENTE VAI ESCORREGAR: 
 
O vínculo jurídico formado entre o prestador e o usuário do serviço 
público enquadra-se como relação de consumo, razão pela qual pode 
utilizar contra a concessionária ou permissionária, se necessário, as 
normas de proteção trazidas pelo Código de Defesa do Consumidor. 
Direito Administrativo p/PRF 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Daniel Mesquita – Aula 08
32
 
 
 
 
Isso quer dizer que seria possível a restituição, pelo consumidor, 
daquilo que foi pago à concessionária em razão de cobrança indevida. 
Ocorre que o Superior Tribunal de Justiça vem entendendo que 
essa restituição em dobro só seria possível nas hipóteses de cobrança 
indevida por má-fé, abuso de direito ou culpa da concessionária. 
Se houve cobrança em dobro em razão do de interpretação 
 
equivocada de legislação estadual ou de simples engano justificável, 
não há restituição em dobro (EREsp 1155827/SP, DJe 30/06/2011). 
 
 
 
2.7.6. Extinção da concessão ou permissão 
 
 
 
Chegamos, por fim, ao último aspecto das concessões e 
permissões de serviços públicos: a sua extinção. 
Extinta a concessão ou permissão, passam à propriedade do poder 
concedente todos os bens reversíveis, direitos e privilégios transferidos 
à concessionária. 
As hipóteses de extinção da concessão ou permissão são as 
 
seguintes: 
 
Advento do termo contratual: É a forma ordinária de extinção da 
concessão, ocorrendo quando chega ao fim o prazo estabelecido no 
contrato. A concessionária tem direito a indenização quando os 
investimentos que houver realizado nos bens reversíveis ainda não 
tenham sido inteiramente depreciados ou amortizados. O poder 
concedentedeve promover os levantamentos e avaliações necessários à 
determinação dos montantes da indenização que será devida à 
concessionária (art. 35, §4º). 
 
Encampação (“assumir o que é seu”): É a retomada do serviço público 
pelo poder concedente, durante o prazo da concessão, em razão de 
interesse público e sem culpa do contratado. Para isso, deve 
Direito Administrativo p/PRF 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Daniel Mesquita – Aula 08
33
 
 
 
 
haver: (a) Lei autorizativa específica e (b) Prévia indenização em 
dinheiro. 
 
Caducidade (rescisão administrativa unilateral): É a retomada do 
serviço público pelo poder concedente em razão de inadimplência 
total ou parcial do concessionário. A concessionária deve ser 
comunicada, antes da instauração do processo administrativo, dos 
descumprimentos contratuais, com a estipulação de prazo para correção 
das falhas. O poder concedente deve declarar a caducidade por 
decreto. As falhas da concessionária que podem ensejar a caducidade 
são: (a) serviço prestado de forma inadequada ou deficiente; (b) 
descumprimento de cláusulas contratuais ou disposições legais; (c) 
paralisação do serviço, ressalvado o caso fortuito e a força maior; (d) 
perda das condições econômicas, técnicas ou operacionais; (e) 
descumprimento das penalidades impostas por infrações; (f) não 
atendimento da intimação do poder concedente para regularizar a 
prestação do serviço; (g) condenação em sentença transitada em 
julgado por sonegação de tributos; (h) transferência de concessão ou 
do controle societário da concessionária sem prévia anuência do poder 
concedente. 
 
A lei assegura indenização à concessionária, abatendo-se o valor 
das multas e encargos devidos à Administração. 
 
Rescisão: Decorre do descumprimento de normas contratuais pelo 
poder concedente e é sempre resultado de uma decisão judicial. 
Nesse caso, os serviços prestados pela concessionária não poderão ser 
interrompidos ou paralisados até a decisão judicial transitada em 
julgado que reconheça o inadimplemento do poder concedente e 
autorize a concessionária a considerar extinto o contrato pela rescisão. 
 
ATENÇÃO!!! Nos contratos de concessão de serviços 
públicos, é absoluta a inoponibilidade da exceção do contrato 
não cumprido pela concessionária, ao contrário do que ocorre 
Direito Administrativo p/PRF 
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34
 
 
 
 
nos demais contratos administrativos, em que o contratado só é 
obrigado a suportar 90 dias de inadimplência da administração 
pública, podendo, depois disso, paralisar a execução do 
contrato. 
 
Anulação: É a extinção do contrato em decorrência de ilegalidade ou 
ilegitimidade. Pode ser declarada unilateralmente pelo poder 
concedente ou pelo Judiciário, se houver provocação. Quem tiver dado 
causa à ilegalidade deve ser responsabilizado. Aplica-se, no caso, o art. 
59 da Lei nº 8.666/93: 
 
Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrativo opera 
retroativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria 
produzir, além de desconstituir os já produzidos. 
Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar 
o contratado pelo que este houver executado até a data em que ela for 
declarada e por outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que não 
lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa. 
 
 
 
Falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento ou 
incapacidade do titular, no caso de empresa individual: Essa hipótese 
de extinção tem como fundamento a natureza pessoal dos contratos de 
concessão ou permissão de serviços públicos. 
 
Para memorizar: 
 
 
 
 
Encampação => sem culpa do concessionário. 
 
Caducidade => inadimplência total ou parcial do 
concessionário. 
 
 
 
Em qualquer desses casos de extinção, como já falamos, é cabível 
a incorporação ao poder concedente, dos bens do concessionário 
necessários ao serviço público mediante indenização. Isso é a 
Direito Administrativo p/PRF 
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35
 
 
 
 
REVERSÃO, que se fundamenta no princípio da continuidade do serviço 
público. 
 
 
 
Para que você não se perca nos estudos, veja como esse ponto 
costuma cair em concursos: 
 
Questões de 
concurso 
 
 
 
25) (CESPE/MS/Analista/2010) Com o advento do termo 
contratual, tem-se de rigor a reversão da concessão e a imediata 
assunção do serviço pelo poder concedente, incluindo a ocupação e a 
utilização das instalações e dos bens reversíveis. 
 
 
26) (CESPE/TRE-MA/2009) No contrato de concessão de serviço 
público, havendo a encampação, o concessionário não tem direito à 
indenização por eventuais prejuízos. 
 
27) (CESPE/TCE-TO/Analista/2008) A caducidade da concessão 
poderá ser declarada pelo poder concedente quando a concessionária 
for condenada em sentença transitada em julgado por sonegação de 
tributos, inclusive contribuições sociais. 
Conforme observado acima, o que mencionado no primeiro item 
 
nesse grupo é justamente o que ocorre quando da extinção da 
concessão, por isso o item é correto. 
A indenização é assegurada na encampação. Por isso, o segundo 
 
item está errado. 
 
Correto o terceiro item, pois reflete uma hipótese de caducidade da 
concessão. 
 
 
28) (CESPE - 2012 - TJ-RR – Analista Processual) Configurada a 
hipótese de caducidade na concessão de serviço público, o 
Direito Administrativo p/PRF 
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36
 
 
 
 
concessionário tem direito a indenização e não se sujeita a penalidades 
de natureza administrativa. 
Como a caducidade ocorre por inadimplemento contratual, não é 
cabível indenização, senão com relação à parcela não amortizada do 
capital, que será revertida ao concedente. O concessionário irá 
responder por todas as consequências de seu inadimplemento, 
sujeitando-se inclusive às penalidades administrativas cabíveis. 
Gabarito: Errado. 
 
 
 
29) (CESPE - 2012 - AGU - Advogado) Reversão consiste na 
transferência, em virtude de extinção contratual, dos bens do 
concessionário para o patrimônio do concedente. 
 
Exatamente o que acabei de afirmar: Em qualquer desses casos de 
extinção, como já falamos, é cabível a incorporação ao poder 
concedente, dos bens do concessionário necessários ao serviço público 
mediante indenização. Isso é a REVERSÃO, que se fundamenta no 
princípio da continuidade do serviço público. 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
 
 
2.8. Parcerias público-privadas 
 
 
2.8.1. Introdução, conceito e modalidades 
 
 
 
Contudo, as parcerias público-privadas (PPP) são modalidades 
específicas de contratos de concessão, instituídas e reguladas pela 
Lei nº 11.079/2004. Assim, não esmoreça, guerreiro! Continue lendo 
este tópico da aula para que você não seja surpreendido pelo 
examinador! 
As PPPs são definidas como o contrato administrativo por meio do 
 
qual o Estado (“parceiro público”) e o concessionário (“parceiro 
Direito Administrativo p/PRF 
Teoria e exercícios comentados 
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37
 
 
 
 
privado”) ajustam entre si a gestão, implantação e prestação de um 
serviço público, mediante investimentos de grande vulto do parceiro 
privado e uma contraprestação pecuniária do parceiro público, com 
divisão de ganhos e perdas entre os parceiros, nas modalidades 
concessão administrativa e concessão patrocinada. 
ATENÇÃO!!! Aqui o Estado paga ao concessionário e ambos 
 
dividem os riscos,totalmente diferente do que ocorre na 
concessão comum. 
As PPPs são destinadas a investimentos de grande vulto, os quais o 
poder público não tem condições de suportar sozinho. Por isso, o Estado 
vai até o setor privado buscar um parceiro para viabilizar a prestação de 
um serviço público ou a construção de uma obra de grande porte. 
O principal propósito das PPPs é promover a eficiência no 
 
cumprimento das missões de Estado e no emprego dos recursos da 
sociedade. 
 
E quais são as espécies de parcerias público-privadas? São elas: 
 
1. Concessão PATROCINADA: semelhante à concessão comum, 
porém envolve uma contribuição pecuniária adicional ao valor 
da tarifa cobrada do usuário. O Estado patrocina a concessão, 
complementando a remuneração. É utilizada quando o valor da 
tarifa é insuficiente 
2. Concessão ADMINISTRATIVA: é a concessão de
 serviços 
 
públicos em que o Estado é o usuário direto ou indireto dos 
serviços, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento 
e instalação de bens. Ou seja, é uma concessão de serviços 
públicos nos casos em que a cobrança de tarifa é impossível 
(ponto de vista legal) ou inviável (ponto de vista fático), 
assumindo o Estado o pagamento integral do concessionário. 
Podemos exemplificar da seguinte forma: 
Direito Administrativo p/PRF 
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38
 
 
 
 
 Concessão simples: uma rodovia federal que já existe e o 
Estado concede a uma empresa para explorar a estrada, cobrando 
pedágio e, em contrapartida, a concessionária fica obrigada a manter, 
ampliar e modernizar a rodovia com o dinheiro do pedágio. 
 Em se tratando de Concessão patrocinada: o município 
 
quer construir uma linha de metrô (custo elevadíssimo), consegue parte 
do dinheiro, mas não tudo, faz uma PPP com uma empresa ou um 
consórcio para que este execute a obra com o valor que o município 
conseguiu, custeie o resto do seu próprio bolso e recupere o dinheiro 
com o valor do bilhete do metrô que a população vai pagar quando a 
obra estiver pronta somado ao que o município vai desembolsar ao 
longo do tempo quando a obra estiver pronta (há duas 
contraprestações). 
 No caso de Concessão administrativa: o Estado quer 
construir um novo Centro Administrativo para abrigar todas as 
secretarias. A obra é orçada em 1 bilhão. O Estado não tem dinheiro, 
faz uma PPP com uma empresa ou consórcio para que este custeie 
parcialmente a obra e o Estado promova a remuneração do parceiro 
privado ao longo do tempo. Aqui não há custeio pela população 
beneficiada, pois não há um servido prestado diretamente à população, 
como no caso do metrô. 
De acordo com o limite de recurso disponibilizado pelo Estado, há 
 
necessidade de autorização legislativa específica. Se mais de 70% da 
remuneração do parceiro privado for patrocinada pelo Estado, será 
necessária uma lei autorizando a realização da PPP. 
 
Ademais, ainda em se tratando de disponibilização de recursos 
pela Administração, essa contraprestação só poderá ser dada após a 
disponibilização do serviço objeto do contrato de parceria público- 
privada. Se apenas parte do serviço está sendo fruído, a Administração 
pode efetuar o pagamento da contraprestação de forma proporcional, 
se isso estiver previsto no contrato. 
Direito Administrativo p/PRF 
Teoria e exercícios comentados 
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39
 
 
 
 
Se os riscos nas PPPs são suportados pelo parceiro público e pelo 
privado, quais são as garantias que a empresa privada terá de que a 
Administração honrará com o pagamento da contraprestação? 
 
 
 
PPPs: 
 
Para responder a essa pergunta, basta ler o art. 8º da lei das 
 
 
 
Art. 8o As obrigações pecuniárias contraídas pela Administração Pública 
em contrato de parceria público-privada poderão ser garantidas mediante: 
I – vinculação de receitas, observado o disposto no inciso IV do art. 167 da 
Constituição Federal; 
II – instituição ou utilização de fundos especiais previstos em lei; 
III – contratação de seguro-garantia com as companhias seguradoras que 
não sejam controladas pelo Poder Público; 
IV – garantia prestada por organismos internacionais ou instituições 
financeiras que não sejam controladas pelo Poder Público; 
V – garantias prestadas por fundo garantidor ou empresa estatal criada 
para essa finalidade; 
VI – outros mecanismos admitidos em lei. 
 
 
Professor, mas como se celebra uma PPP? 
 
Uma PPP se celebra por meio de um contrato precedido de 
licitação na modalidade concorrência. Ou seja, o poder público deve 
promover uma licitação para escolher o melhor parceiro privado. 
 
Antes de abrir a licitação, a Administração deve fazer constar o 
objeto da PPP no plano plurianual, pois trata-se de contratação de 
grande vulto. Além disso, as minutas de edital e de contrato devem ser 
submetidas à consulta pública. 
 
IMPORTANTE: A modalidade de licitação na PPP é a concorrência. 
Contudo, os arts. 12 e 13 da Lei nº 11.079/04 autorizam a inversão da 
fase de julgamento e qualificação de propostas técnicas e também a 
inversão das fases de habilitação e julgamento. 
 
Assim, o edital da PPP pode prever que primeiro serão qualificadas 
as propostas técnicas e depois julgadas as propostas, de modo que os 
Direito Administrativo p/PRF 
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40
 
 
 
 
licitantes que não alcançarem a pontuação técnica mínima sequer 
apresentarão as suas propostas. 
 
Também pode prever que primeiro haja o julgamento das 
propostas e só depois seja promovida a habilitação. Desse modo, se o 
primeiro lugar possuir habilitação regular, não será necessário à análise 
dos documentos dos demais concorrentes. 
 
Outra medida que visa acelerar a licitação na PPP é a possibilidade 
de saneamento de falhas, de complementação de insuficiências ou 
ainda de correções de caráter formal no curso do procedimento, desde 
que o licitante possa satisfazer as exigências dentro do prazo fixado no 
instrumento convocatório. 
 
E o que acontece quando finalizada a licitação, professor? 
Muita calma nessa hora, meus caros! 
Finalizada a licitação e antes de celebrar o contrato, deverá ser 
constituída sociedade de propósito específico, incumbida de 
implantar e gerir o objeto da parceria. 
 
Confira, com atenção, a redação do art. 9º da Lei nº 11.079/04: 
 
 
Art. 9o Antes da celebração do contrato, deverá ser constituída sociedade de 
propósito específico, incumbida de implantar e gerir o objeto da parceria. 
§ 1o A transferência do controle da sociedade de propósito específico estará 
condicionada à autorização expressa da Administração Pública, nos termos do 
edital e do contrato, observado o disposto no parágrafo único do art. 27 da Lei 
no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995. 
§ 2o A sociedade de propósito específico poderá assumir a forma de 
companhia aberta, com valores mobiliários admitidos a negociação no mercado. 
§ 3o A sociedade de propósito específico deverá obedecer a padrões de governança 
corporativa e adotar contabilidade e demonstrações financeiras padronizadas, 
conforme regulamento. 
§ 4o Fica vedado à Administração Pública ser titular da maioria do capital 
votante das sociedades de que trata este Capítulo. 
§ 5o A vedação prevista no § 4o deste artigo não se aplica à eventual aquisição 
da maioria do capital votante da sociedade de propósito específico por instituição 
financeira controlada pelo Poder Público em caso de inadimplemento de contratos 
de financiamento. 
Direito Administrativo p/PRF 
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Por fim, encerramos este tópico com uma informação 
IMPORTANTE: O art. 2º, §4º, da Lei nº 11.079/2004 dispõe que é 
vedada a celebração de parceria público-privada: 
 
1. cujo valor do contrato seja inferior a 20 milhões de reais; 
 
2. cujo período de prestação do serviço seja inferior a 5 anos ou 
superior a 35 anos; ou 
3. que tenha como objeto único o fornecimento de mão-de-obra, 
o fornecimento e instalação de equipamentos ou a execução de 
obra pública. 
Perceba: afirmamos desde o início que as PPPs servem para 
 
contratações de grande vulto, o que justifica a proibição de contratos 
inferiores a 20 milhões e de períodos menores do que 5 anos. 
 
Vamos treinar um pouco? 
 
 
Questões de 
concurso 
 
 
30) (CESPE/PC-PB/Delegado/2008) No contrato de concessão 
patrocinada, no âmbito das parcerias público-privadas, os riscos do 
negócio jurídico decorrentes de caso fortuito ou força maior serão 
suportados exclusivamente pelo parceiro privado. 
 
 
31) (CESPE/SEAD-PB/Advogado/2009) A celebração de contrato 
de PPP, qualquer que seja o valor envolvido na contratação, é 
autorizada por lei. 
 
O primeiro item está equivocado, pois os riscos, numa PPP são 
suportados por ambas as partes (parceiro público e Estado). O segundo 
item contraria o disposto no art. 2º, §4º, da Lei nº 11.079/2004, por 
isso está errado. 
Direito Administrativo p/PRF 
Teoria e exercícios comentados 
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Convido vocês a analisarem com carinho o seguinte quadro, que 
apresenta a diferença entre as 3 espécies de delegação de serviço 
público na modalidade de concessão: 
 
CONCESSÃO COMUM CONCESSÃO 
PATROCINADA 
CONCESSÃO 
ADMINISTRATIVA 
Delegação comum de 
serviço público 
Parceria público- 
privada 
Parceria público- 
privada 
Regida pela Lei nº 
8.987/95 
Regida pela Lei nº 
11.079/2004 
Regida pela Lei nº 
11.079/2004 
Cobrança de tarifa 
suficiente para 
viabilidade do 
empreendimento 
Valor de tarifa e 
quantidade dos 
usuários insuficiente 
para viabilidade total 
do empreendimento 
Cobrança de tarifa 
impossível (ponto de 
vista legal) ou 
inviável (ponto de 
vista fático) 
Pagamento pelo 
usuário 
Pagamento pelo 
usuário e pelo 
Estado 
Pagamento pelo 
Estado 
 
 
Questão de 
concurso 
 
 
 
32) (CESPE/SEAD-PB/Advogado/2009) Enquanto as concessões 
comuns, reguladas por lei, são divididas em concessões de serviço 
público simples e concessões de serviço público precedidas de execução 
de obra pública, as PPPs se dividem em concessão patrocinada e 
concessão administrativa. 
Essa questão resume o quadro apresentado, por isso ela é correta. 
 
 
 
 
2.9. Autorização de serviço público 
 
Segundo Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, autorização de 
serviço público é “o ato administrativo discricionário mediante o qual 
é delegada a um particular, em caráter precário, a prestação de 
serviço público que não exija elevado grau de especialização 
técnica nem vultoso aporte de capital. (...) sendo o seu beneficiário 
Direito Administrativo p/PRF 
Teoria e exercícios comentados 
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exclusivo ou principal o próprio particular autorizado.” (Direito 
Administrativo Descomplicado, 2010). 
 
Importante lembrar de 2 elementos essenciais para 
caracterizar a autorização: 
 
1. É ato administrativo e não contrato administrativo 
 
2. Não há exigência de licitação (interesse do próprio 
autorizatário) 
ATENÇÃO!! NÃO CONFUNDIR!!! O ato de polícia denominado 
 
autorização não é instrumento de delegação, pois não diz 
respeito a uma atividade de titularidade exclusiva do poder 
público. Configura ato administrativo de controle prévio que 
condiciona o exercício, pelo particular, de uma atividade 
privada, regida pelo direito privado e aberta à livre iniciativa. 
 
 
Questão de 
concurso 
 
 
33) (CESPE/TRE-MA/2009) A autorização de serviço público 
constitui ato administrativo bilateral, vinculado e precário. 
Após a leitura deste tópico, não é preciso muito esforço para 
afirmar que a autorização não é bilateral nem tampouco vinculada. Por 
isso, o item está errado. 
 
3) Resumo 
 
 
 
Segundo prevê o art. 6º da Lei nº 8.987/95, toda prestação de 
serviço público deve assegurar aos usuários um serviço ADEQUADO. A 
lei estabeleceu alguns requisitos mínimos para que o serviço seja 
considerado adequado, são eles: Regularidade, Continuidade, 
Eficiência,Segurança, Atualidade, Generalidade, Cortesia na prestação, 
modicidade das tarifas. 
Direito Administrativo p/PRF 
Teoria e exercícios comentados 
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Com base no art. 2º, II, da Lei nº 8.987/95, concessão de serviço 
público é o contrato administrativo por meio do qual o Estado transfere 
a uma pessoa jurídica ou a um consórcio de empresas, mediante 
licitação na modalidade de concorrência, a prestação de um serviço 
público e o contratado aceita prestá-lo em seu nome, por sua conta e 
risco e por prazo determinado, sendo remunerado por tarifa paga pelo 
usuário final. 
 
Já segundo o inciso IV do mesmo dispositivo, permissão de serviço 
público é a delegação feita a pessoa jurídica ou pessoa física que 
demonstre condições de prestação em licitação pública (não há 
exigência legal de uma modalidade específica), formalizada mediante 
contrato de adesão, precário e revogável unilateralmente pelo Poder 
Público. 
 
As hipóteses de extinção da concessão ou permissão são as 
seguintes: 
 
Advento do termo contratual; encampação (interesse público e sem 
culpa do contratado); caducidade (rescisão administrativa unilateral em 
razão de inadimplência total ou parcial do concessionário); rescisão; 
anulação e falência ou extinção da empresa concessionária e 
falecimento ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual. 
 
As parcerias público-privadas (PPP) são modalidades específicas de 
contratos de concessão, por meio do qual o Estado (“parceiro 
público”) e o concessionário (“parceiro privado”) ajustam entre si a 
gestão, implantação e prestação de um serviço público, mediante 
investimentos de grande vulto do parceiro privado e uma 
contraprestação pecuniária do parceiro público, com divisão de ganhos 
e perdas entre os parceiros, nas modalidades concessão administrativa 
e concessão patrocinada. Tudo isso nas modalidades concessão 
PATROCINADA e concessão ADMINISTRATIVA. 
Direito Administrativo p/PRF 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Daniel Mesquita – Aula 08
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Segundo Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, autorização de 
serviço público é “o ato administrativo discricionário mediante o qual 
é delegada a um particular, em caráter precário, a prestação de 
serviço público que não exija elevado grau de especialização 
técnica nem vultoso aporte de capital. (...) sendo o seu beneficiário 
exclusivo ou principal o próprio particular autorizado.” (Direito 
Administrativo Descomplicado, 2010). 
 
 
 
 
4) Questões 
 
 
 
1) (CESPE/ANAC/Analista/2009) Na concessão de serviço 
público, o poder concedente transfere ao concessionário apenas a 
execução do serviço, continuando titular do mesmo, razão pela qual 
pode rescindir o contrato unilateralmente por motivo de interesse 
público. 
 
 
2) (CESPE - 2012 - PC-CE - Inspetor de Polícia) A titularidade 
dos serviços públicos é conferida expressamente ao poder público. 
 
 
3) (CESPE/PC-PB/Delegado/2008) O dispositivo constitucional 
que preceitua caber ao Poder Público,

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