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Determinac¸a˜o do campo magne´tico terrestre local Fabio Rasera Fernanda Vito´ria Roman de Oliveira Luan Bottin de Toni 1 de julho de 2017 1 Introduc¸a˜o O objetivo deste relato´rio e´ determinar a componente horizontal do campo magne´tico terrestre local. Para isso utilizamos uma bobina de Helmholtz para gerar um campo magne´tico que alterara´ a direc¸a˜o da agulha de uma bu´ssola que aponta para o polo sul magne´tico terrestre. A partir dessa variac¸a˜o pode-se inferir, teoricamente, um valor para esssa componente. 2 Referencial Teo´rico Para esse estudo e´ essencial conhecer o funcionamento de uma bobina de Helmholtz que e´ um indutor formado por duas bobinas circulares paralelas cujo valor do raio coincide com a distaˆncia entre uma e outra. A relevaˆncia desse tipo de indutor e´ que no centro geome´trico dessa bobina o campo magne´tico gerado e´ praticamente uniforme. O valor do mo´dulo do campo magne´tico gerado por uma dessas bobinas (com uma espira) em qualquer lugar do espac¸o, quando a mesma sofre a passagem de uma corrente, e´: B1(x) = µ◦iR2 2(R2 + x2) 3 2 (1) onde µ◦ e´ a constante de permeabilidade magne´tica, R e´ o raio da bobina circular e i e´ a corrente que passa pela bobina. A equac¸a˜o 1 e´ referente a` uma volta de fio (uma espira), como o campo magne´tico e´ proporcional ao nu´mero de espiras pelas quais passam uma corrente, pode-se substituir o termo i (a corrente) por ni, onde n e´ o nu´mero de espiras: B1(x) = µ◦niR2 2(R2 + x2) 3 2 1 Para saber o campo magne´tico no centro geome´trico da bobina, calcula-se B para o ponto central, ou seja, R/2: B1( R 2 ) = µ◦niR2 2(R2 + R2 2 ) 3 2 Essa equac¸a˜o vale para apenas uma das duas bobinas circulares, portanto para se obter o valor total do campo magne´tico no centro do indutor de Helmholtz e´ preciso dobrar seu valor: B( R 2 ) = 2µ◦niR2 2(R2 + R2 2 ) 3 2 Cuja versa˜o simplificada e´: B( R 2 ) = 8µ◦ni 5 √ 5R (2) Durante o experimento, a bu´ssola foi mantida posicionada no cen- tro geome´trico da bobina, portanto podemos considerar a equac¸a˜o 2 para calcular o campo magne´tico uniforme agindo sobre a bu´ssola. Como a bu´ssola e´ sens´ıvel tanto para o campo magne´tico gerado pela bobina (BB) quanto pelo campo magne´tico terrestre (BHT ), a agulha apontara´ para o campo magne´tico resultante, logo, pela soma vetorial dos campos, temos que: BHT = BB tan(θ) (3) que e´ o suficiente para determinarmos o campo magne´tico terrestre. 3 Materiais Utilizados Foram utilizados os seguintes materiais: • Uma bu´ssola (precisa˜o de 2◦); • Uma re´gua (precisa˜o de 0,5cm); • Uma bobina de Helmholtz (21,5cm de diaˆmetro e 180 espiras); • Uma resisteˆncia ele´trica (100Ω); • Um multiteste; • Uma fonte de tensa˜o. 2 4 Procedimento de coleta de dados Primeiramente, foi alinhado o eixo da bobina de Helmholtz com o eixo norte-sul magne´tico terrestre , de forma que a agulha aponte para o norte da bu´ssola e esteja em paralelo com o eixo da bobina. Quando a fonte for ligada, se estabelecera´ uma corrente na bobina que resultara´ em um campo magne´tico praticamente uniforme e de sentido oeste-leste no centro da bobina, onde esta´ localizada a bu´ssola. Ou seja, com a fonte desligada, a agulha apontara´ para o polo sul magne´tico terrestre, no sentido sul-norte. Com a fonte ligada, a agulha comec¸ara´ a apontar mais no sentido nordeste da bu´ssola por conta da soma vetorial dos campos que agem sobre essa bu´ssola. A partir dessa perturbac¸a˜o pode-se determinar o campo magne´tico terrestre desde que se saiba o valor do campo magne´tico gerado pela bobina. Foram coletados os dados a respeito do aˆngulo formado pela agulha entre o norte da bu´ssola (polo sul magne´tico) e onde a agulha aponta apo´s uma certa intensidade de corrente estar passando pela bobina. Conhecendo a corrente que passa pela bobina, pode-se calcular a partir da equac¸a˜o 2 o valor do campo magne´tico gerado. Figura 1: Esquema de montagem do experimento 3 5 Dados Experimentais Os seguintes dados foram coletados: Aˆngulo θ (◦) Corrente i(mA) Campo Magne´tico BB (µT ) 10 1,49 ± 0,72 (2,24 ± 2,17) 20 3,68 ± 1,17 (5,54 ± 3,52) 30 6,27 ± 1,68 (9,44 ± 5,06) 40 8,08 ± 1,59 (12,16 ± 4,79 50 12,05 ± 1,82 (18,64 ± 5,48) 60 17,44 ± 3,28 (26,25 ± 9,87) 70 27,79 ± 5,27 (41,82 ± 15,86) 80 53,30 ± 12,60 (80,22 ± 37,93) Tabela 1: Aˆngulos entre a agulha e o norte da bu´ssola, corrente e campo magne´tico 6 Ana´lise dos dados Com os dados obtidos, a componente horizontal do campo magne´tico terrestre pode ser determinada atrave´s da equac¸a˜o 3. Utilizamos o software SciDavis para reproduzir um gra´fico do campo magne´tico induzido pelas bobinas contra a tangente do aˆngulo entre o campo magne´tico resultante e o campo magne´tico terrestre. Utilizou-se o ajuste de reta para os pontos do gra´fico, pois o modelo ja´ previa uma relac¸a˜o linear, conforme demons- trado no referencial teo´rico. Como nosso objetivo e´ determinar a compo- nente horizontal do campo magne´tico da Terra, nos interessa o coeficiente de inclinac¸a˜o da reta ajustada entre os pontos, pois, conforme a equac¸a˜o 3 demonstra, este nos indicara´ o valor para o campo magne´tico terrestre. O gra´fico esta´ disposto a seguir, relacionando os valores obtidos atrave´s da Tabela 1. 4 Figura 2: Gra´fico do campo BB pela tangente do aˆngulo entre BRes e BHT O ajuste de curvas do software determinou a inclinac¸a˜o da reta, e o valor obtido experimentalmente para a componente horizontal do campo magne´tico da Terra, apo´s a ana´lise dos dados, foi: BHT = 15, 4(±3, 2)µT 7 Conclusa˜o O mo´dulo do campo magne´tico da Terra encontrada na literatura varia de 20µT a 60µT , mas, devido a`s condic¸o˜es geolo´gicas presentes em determi- nados locais, ele pode diferir bastante do valor esperado para aquela regia˜o. Na maior parte dos pontos da superf´ıcie da Terra, o campo magne´tico na˜o e´ paralelo a` superf´ıcie, motivo pelo qual o valor encontrado no experimento e´ ligeiramente menor que o esperado, pois trata-se do mo´dulo da componente horizontal do campo. Apesar disso, a ordem de grandeza encontrada foi satisfato´ria, mostrando que a bobina de Helmholtz foi eficiente na medida do campo magne´tico terrestre. 5 Refereˆncias [1] H. M. NUSSENZVEIG, Curso de F´ısica ba´sica - vol. 3 - Eletromagne- tismo, (editora Edgard Blu¨cher, 1a edic¸a˜o, 1997). [2] D. HALLYDAY, R. RESNICK & J. WALKER, Fundamentos de F´ısica vol.3 - Eletromagnetismo, (editora LTC, 8a edic¸a˜o, 2010) 6
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