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Miíases e Bernes Alessandra Kozelinski Aline Biazotto Elaine Caroline Keli Cristina Prof. Dr. Fagner Luiz da Costa Freitas Introdução Miíase é uma infestação de órgãos ou tecidos, de seres humanos ou animais, por larvas de dípteros que se alimentam do tecido vivo, necrosado ou morto, ou de alimentos ingeridos pelo hospedeiro (Hendrix, 1991). São zoodermatoses caracterizadas pela invasão por larvas de moscas de várias espécies na pele, mucosas e/ou de orifícios naturais; São classificadas em primárias e secundárias. Introdução Miíase primária ou furunculoide (berne): a larva da mosca Dermatobia hominis, alimenta-se de tecido vivo; Miíase secundária (bicheira): a larva da mosca varejeira (Cochliomyia hominivorax) invade tecidos necrosados da pele ou da mucosa para alimentar-se. Fonte: http://gilwizen.com/botfly/ Classificação Quanto a localização no hospedeiro: Cutânea; Subcutânea; Naso-faringeana; Órgãos internos; Urogenital. Relação parasita-hospedeiro: Obrigatória; Facultativa; Pseudomiíase. AGENTES CAUSADORES Oestridae: Oestrus ovis - Oestrose dos ruminantes. Cuterebridae: Dermatobia hominis - berne. Miíase furunculosa nos animais e no homem. Metacuterebra baeri: Miíase furunculosa e interna em primatas, inclusive no homem. Calliphoridae: Cochliomyia hominivorax: Miíase traumática, grave nos animais e no homem. Gasterophilinae: Gasterophilus nasalis: representada pelo gênero Gasterophilus – parasito do trato GI de equinos Espécies Dermatobia hominis Classe Insecta; Ordem Diptera; Família Oestridae (WOOD, 1987); Subfamília CUTEREBRIDAE; Miíase primária; Dermatobiose. Fonte: http://web.stanford.edu/group/parasites/ParaSites2006/Myiasis/images/ ESPéCIES Oestrus ovis Classe Insecta; Ordem Diptera; Subordem Cyclorrhapha; Família Oestridae; Miíase primária da cavidade oral de ovinos. Fonte: http://scielo.sld.cu/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0253-570X2012000300008 espécies Gasterophilus nasalis Classe Insecta; Ordem Diptera; Família Gasterophilinae; Miíase obrigatórios do trato gastrintestinal de eqüídeos, causando a gasterofilose; Patologias associadas à síndrome cólica. Fonte: http://www.icb.usp.br/~marcelcp/Gasterophilus.htm Espécies Cochliomyia hominivorax Classe Insecta; Ordem Diptera; Família Calliphoridae; Miíase secundária; Biontófaga. Fonte: https://www.revolvy.com/topic/Cochliomyia%20hominivorax&item_type=topic patogenia A patogenia varia de acordo com: Espécie envolvida; Local da infestação; Grau da infestação; Fortes infestações: irritação, desconforto, prurido, queda no consumo de alimento, redução da fertilidade, queda na produtividade do rebanho. Casos extremos: hemorragia, infecção bacteriana, desidratação, anafilaxia e toxemia. Ciclo biológico da berne Ciclo biológico da oestrose Ciclo biológico da gasterofilose Ciclo biológico da bicheira QUADRO CLÍNICO BERNE Na miíase furunculóide (berne) ocorre uma ou mais lesões nodulares com 1 a 3 cm que apresenta um orifício central de onde flui secreção serosa. Parece um furúnculo com menos reação inflamatória. A lesão é dolorosa devido aos movimentos da larva. Após 50 dias a larva cai da ferida que pode infectar-se. Fonte: http://policlinicaveterinaria.com.br/moscas-de-importancia-veterinaria/ Quadro clínico oestrose Presente na cavidade nasal e seios paranasais; Corrimento nasal mucopurulento (rinite traumática ou sanguinolenta); Animais inquietos ou indóceis; Espirros frequentes; Dificuldade respiratória; Cegueira, incoordenação motora; Quando a larva atinge o cérebro o animal perde o equilíbrio e muitas vezes andam em círculos, o ovino cai e não pode levantar podendo vir ao óbito. As larvas podem permanecer no animal de duas semanas à 10 meses (RIBEIRO, 1990). Fonte: http://www.flockandherd.net.au/sheep/reader/respiratory-tract-diseases-spain.html Quadro clínico da gasterofilose Danos diretos: Fixação: provoca inflamação local e úlceras, prejudicando a digestão; Grau de lesão proporcional ao grau de infestação; Alto parasitismo: pode ocorrer obstrução do piloro, abscessos gástricos, ulcerações, ruptura da parede do estômago, peritonite; Infecções secundárias; Frequentemente sofrem de cólica; Centenas de larvas podem ser encontradas num único animal. Quadro clínico da gasterofilose De modo geral, a enfermidade está relacionada com a dificuldade de deglutição pela presença de formas imaturas na garganta; ulcerações gástricas e intestinais; obstruções gástricas; vólvulo; anemia (OTRANTO et al., 2005). No início da miíase não há sinais clínicos evidentes, entretanto se o número de larvas for considerável, pode provocar alterações digestivas que variam desde apetite caprichoso e inconstante, ocasionando emagrecimento, cólica, palidez das mucosas, prostração e até perfuração da mucosa do trato digestivo (GUIMARÃES,1999). Fonte: http://www.icb.usp.br/~marcelcp/Gasterophilus.htm QUADRO CLÍNICO BICHEIRA A miíase secundária (bicheira) pode ser cutânea ou cavitária: Na forma cutânea são vistas larvas movimentando-se na superfície de ulceração da pele em meio à secreção purulenta; Na forma cavitária as larvas estão em cavidades e orifícios naturais infectados. Pode haver invasão do SNC, ocular ou nasal. Fonte: http://m.milkpoint.com.br/radar-tecnico/ovinos-e-caprinos/caudectomia-proibida-55896n.aspx Diagnóstico Berne Através de observações de nódulos pelo corpo. Miíases Através das observações das larvas, principalmente em feridas abertas. Fonte: http://hovetanimalcare.blogspot.com.br/2011/02/mega-miiase-em-palato-e-arcada-superior.html Fonte:http://tudosobrecachorros.com.br/berne-o-que-e-como-evitar-como-tratar/ Diagnóstico diferencial Furúnculos; Abscessos de glândulas sudoríparas; Otites; Rinites; Impetigo; Corpo estranho; Inflamação de cavidades. Fonte: http://theses.vet-alfort.fr/Th_multimedia/ovins/galeries/oestrose%20galerie/pages/Oestrose%20S%20pochon%2001.htm Fonte: http://www.insecta.ufv.br/Entomologia/ent/disciplina/ban%20160/Importancia%20medica/INSETOS%20E%20%E7CAROS%20DE%20IMPO~de.htm Diferença entre berne e Miíase Ambas são larvas que parasitam os animais; Têm o formato e o aspecto semelhante, porém berne > miíase; Ambas podem ser transmitidas para o ser humano; Miíase deposita os ovos direto no hospedeiro; Berne utiliza uma mosca veiculadora. Fonte: https://estudeparasitologia.wordpress.com/2016/10/07/hemipteros-e-dipteros/miiase-e-berne/ PREJUÍZOS Perda do valor do couro devido às lesões na pele do bovino; Diminuição de produtividade de leite; Diminuição do ganho de peso; Fonte:https://www.comprerural.com/bernes-em-bovinos-saiba-como-tratar-esse-problema-muito-presente-nas-propriedades-brasileiras/ tratamento Miíase e berne: Limpeza do local; Tricotomia (se necessário); Debridamento de tecidos necrosados; Remoção das larvas; Terapia antimicrobiana local e/ou sistêmica; Tratamento local com repelentes e larvicidas e terapia de suporte, se necessário. Tratamento Vacinas (oestrose); Dosificações de vermífugos como: Ivermectina; Doramectina; Vermífugos fosforados; Os organofosforados (DDVP e Clorpirifós), os piretróides (Cipermetrina) associados aos organofosforados, as avermectinas (endectocidas injetáveis) e fluazuron + abamectina. Dissulfeto de carbono e o tricorflon; os anti-helmínticos/inseticidas diclorvos e ivermectina também são muito eficazes contra gasterófilos. Banhos e normas de manejo como controle das moscas. Tratamento Como tirar as larvas? Obstruir o orifício central da lesão, na miíase furunculóide com vaselina pastosa ou em gel, forçando a larva a sair. Remover em seguida a larva com uma pinça. Aplicar anti-sépticos no local após a remoção. Avaliar a necessidade de antibioticoterapia nas lesões infectadas. Remover as larvas na miíase cutânea após imobilizá-las com éter. Não aplicar éter ou álcool no interior das feridas pois dificultará a sua retirada. Efetuar a limpeza adequada da lesão. Profilaxia Assegurar que a propriedade esteja livre de doenças; Os animais adquiridos devem ser vacinados, banhados e dosificados antes de serem incorporados ao rebanho; Manejo sanitário; (sem moscas) Em todo e qualquer ferimento devem ser feito curativos frequentes para evitar que a moscas pousem no local; Deve-se ter extremo cuidado com animais que acabaram de parir, com o umbigo de recém nascidos e animais feridos provenientes da tosquia. Referências https://www.passeidireto.com/arquivo/3341422/dipteros---miiases---moscas http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/YmQ5zWJAezlZRrh_2013-6-13-15-48-33.pdf http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/kFs8XgQzeXUJRAv_2013-6-21-11-23-9.pdf https://ppgca.evz.ufg.br/up/67/o/2013_Denise_Teixeira_2c.pdf http://www.uff.br/rbcv/site/app/webroot/files/Artigo/27/arquivo_03.pdf http://www.saudedireta.com.br/docsupload/1331559352Cap_90.pdf referênciAs Bayer Saúde Animal. Disponível em <https://www.saudeanimal.bayer.com.br/pt/bovinos/doencas/visualizar.php?codDoenca=bicheira-miiase-por-cochliomyia-hominivorax> Acesso em 18 jun. 2017. Cardozo, V. S.; Ramadinha, R. R.; Avaliação do tratamento de miíases em cães através da utilização do nitenpyram. Disponível em: <http://www.uff.br/rbcv/site/app/webroot/files/Artigo/27/arquivo_03.pdf> Acesso em: 10 jun. 2017. Cochliomyia hominivorax (Diptera: Calliphoridae): CARACTERÍSTICAS E IMPORTÂNCIA NA MEDICINA VETERINÁRIA. Disponível em: <https://ppgca.evz.ufg.br/up/67/o/2013_Denise_Teixeira_2c.pdf> Acesso em: 10 jun. 2017. Dermatobia hominis: SUSCEPTIBILIDADE DE CAMUNDONGO E ANTIGENICIDADE DOS PRODUTOS DE SECREÇÃO E EXCREÇÃO DE LARVAS. Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/handle/1843/SAGF-8H9PNH/dermatobia_hominis_linnaeus_jr.pdf?sequence=1> Acesso em: 15 jun. 2017 Jornal dia de campo. Disponível em <http://www.diadecampo.com.br/zpublisher/materias/Materia.asp?id=23802&secao=Sanidade%20Animal> Acesso em 18 jun. 2017. Junior, S. P.V.; Leandro, S. A.; Borja, M. E. G.; Ocorrência do Berne, Dermatobia hominis (DIPTERA: CUTEREBRIDAE) em vários hospedeiros, no Rio de Janeiro, Brasil. Disponível em: <http://www.scielo.cl/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0716-07201998000300007> Acesso em: 10 jun. 2017. Moscas de importância Veterinária. Disponível em: <http://policlinicaveterinaria.com.br/moscas-de-importancia-veterinaria/> Acesso em: 18 jun. 2017. Shopping do campo. Disponível em <http://www.shoppingdocampo.com.br/cyperpour-15-pulverizaCAo-cipermetrina-20ml-p647> Acesso em 18 jun. 2017.
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