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30/09/2018 1 Miíases ▪ Prof. Rodrigo Krüger Universidade Federal de Pelotas Instituto de Biologia Departamento de Microbiologia e Parasitologia O que são miíases? • “Infestação do homem e animais vertebrados por larvas de dípteros, por um certo período, alimentando-se de tecidos vivos ou necrosados, líquidos, substâncias do corpo ou sangue.” Zumpt 1965 Frederick William Hope (entomólogo britânico) cunhou o termo miíase em 1840. O que são miíases? MYIA = MOSCA IASIS = DOENÇA O que são miíases? O que são miíases? O que são miíases? 30/09/2018 2 O que são miíases? O que são miíases? Classificação das miíases Zumpt Bishopp James Sanguinívora Sugadora de sangue Sugadora de sangue Dérmica/Sub-dérmica Destruidora de tecidos Furuncular Sub-dérmica migratória Rastejamento Lesão traumática Lesão vaginal/anal Nasofaringe Infestações de vias na cabeça Nariz, boca e sinos Aural Ocular Intestinal Intestinal/Urogenital Entérico Vaginal/Anal Urogenital Intestinal/Urogenital Passagens urinárias e ósseas Anal/Vaginal Nota: A divisão das miíases dentro de cinco linhas na primeira coluna é baseada em Zumpt (1965). A segunda e terceira colunas mostram grupos comparáveis de Bishopp (Patton, 1922) e as modificações feitas por James (1947). Classificação das miíases Fontes: Patton, 1922; Zumpt, 1965; Kettle, 1984 Grupo Subgrupo Comentários Obrigatória Parasitos dependentes de seu hospedeiro em um de seus estágios Facultativa Primária Normalmente são espécies de vida livre mas que podem iniciar uma miíase Secundária Normalmente são espécies de vida livre e sem habilidade para iniciar uma miíase e estão envolvidas com animais que já possuem uma lesão Terciária Normalmente de vida livre, mas podem colonizar uma miíase quando o hospedeiro está próximo da morte Acidental/Pseudo- miíase Normalmente de vida livre que podem acidentalmente ser ingeridas causando reações patológicas Classificação das miíases Fonte: Guimarães & Papavero 1999 Grupo Localização Taxon Obrigatória Cavidade nasofaringe e outros sistemas internos de mamíferos Oestridae Dérmica ou sub-dérmica Hypodermatidae Cuterebridae Cochliomyia hominivorax Cutânea e sub-cutânea de pássaros Philornis Trato digestivo de equinos e outros mamíferos Gasterophilidae Facultativo Diversas espécies Pseudomiíases Diversas espécies A evolução das miíases ▪ A filogenia de dípteros causadores de miíases 30/09/2018 3 Calliphoridae • Os califorídeos são dípteros de tamanho médio a grande, geralmente com coloração verde, azul ou cúprica, usualmente com brilho metálico. • 1100 espécies no mundo ( Pont, 1980) • 100 espécies na região Neotropical (James, 1970) • 22 espécies na região Sul do Brasil (Carvalho & Ribeiro, 2000; Azevedo & Kruger 2013) Calliphoridae Entomologia Forense Terapia larval Saúde Pública Cochliomyia hominivorax • Mosca da bicheira • Américas • Causa lesão traumática • Necessita de uma lesão prévia 30/09/2018 4 Comportamento de adultos de C. hominivorax • Propagação diária de 20 Km • Propagação total de 480 km • Maior atividade = 24,5 ºC • Atividade diminui = ventos 8 – 10 Km/h • Não voam com ventos de 24Km/h • 1,3 a 1,6 Km dos riachos • Uma postura a cada 3 dias (12 total) • Postura total de +/- 3000 ovos Larvas possuem doze segmentos e os espiráculos anais são escuros 12 a 16 h 88 a 330 ovos 6 a 9 dias 7 a 45 dias20 a 60 dias Ciclo de vida C. hominivorax 30/09/2018 5 Miíase em animais Controle da bicheira • de aplicação tópica à base de organofosforados e piretróides. • são encontrados em diversas formas como: líquida, spray, pomada e pó Controle • Uma vez já instaladas, as miíases podem ser tratadas curativamente da seguinte maneira ✓ utilizar um inseticida líquido ou spray e aguardar por alguns minutos até que ocorra a paralisação ou morte das larvas; ✓ fazer uma lavagem com água ou água oxigenada, removendo as larvas com cuidado para evitar sangramento; ✓ proteger o ferimento com uma pomada contendo principalmente óxido de zinco com inseticida. Técnica de soltura de machos estéreis Mediterranean fruit fly mass rearing facility at El Pino, Guatemala. 30/09/2018 6 TABLE I Sterile Insect Mass Rearing Facilities in the World Country Location Species Weekly capacity (millions) Fruit flies Peru Lima Anastrepha fraterculus 5-8 Mexico Metapa Anastrepha ludens 300 United States Texas Anastrepha ludens 140-160 Mexico Metapa Anastrepha obliqua 25^0 Japan Okinawa Bactrocera cucurbitae 70-200 Thailand Pathumtanee Bactrocera dorsalis 15-40 Philippines Quezon City Bactrocera philippinensis 10-15 Australia Menangle Bactrocera tryoni 20 Argentina Mendoza Ceratitis capitata 200a Australia Perth Ceratitis capitata 5 – 15a Brazil Juazeiro Ceratitis capitata 100a Chile Arica Ceratitis capitata 30a Guatemala El Pino Ceratitis capitata 2,000a Israel Sde Eliyahu Ceratitis capitata 50a Mexico Metapa Ceratitis capitata 500-600a Peru Lima and Piura Ceratitis capitata 400-500a Portugal Madeira Ceratitis capitata 50a South Africa Stellenbosch Ceratitis capitata 10-12a Spain Valencia Ceratitis capitata 500a United States Hawaii Ceratitis capitata 200-250a Moths Canada Okanagan Cydia pomonella 12 – 15 United States Arizona Pectinophora gossypiella 150-200 South Africa Citrusdal Thaumatotibia leucotreta 10-15 Screwworms Mexico Tuxtla Cochliomyia hominivorax 100-500 Panama Panama City Cochliomyia hominivorax 100-150 Tsetse Tanzania Tanga Glossina austeni 60-100a Ethiopia Kaliti Glosssina pallidipes 1,000 Burkina Faso Bobo-Dioulasso G. palpalis gambiensis 40^0a Oestridae Cuterebrinae Bolívia: Boro Guatemala: Colmoyote Venezuela: Gusano de Mosquito Peru: Mirunta Colômbia: Gusano de zancudo Equador: Tupe Argentina: Moyocuil América do Sul (norte) e Central: Torsalo Dermatobia hominis (Mosca do Berne) 30/09/2018 7 • Toda a América do Sul exceto Chile e Nordeste Brasileiro a partir do norte da Bahia. • Regiões com relevo acidentado desde o nível do mar até mil metros de altitude. • Toda América Central e Península de Yucatan No México. Distribuição geográfica • Causa miíase furunculosa • Ocorre em mamíferos em geral, mas principalmente em bovinos, cães e homem. • Raramente eqüinos Principais hospedeiros Ovo Larva PupaAdulto Morfologia 25 – 132 dias 7 – 9 dias Ovos: 5 – 7 dias 31 – 69 dias Ciclo Flutuação populacional de larvas de D. hominis sobre bovinos em Pelotas, RS. Características I. As peças bucais da Dermatobia são atrofiadas (Longevidade de 2 a 19 dias). II. Para oviposição, a fêmea procura agarrar um inseto zoófilo (sobretudo hematófago) e, em pleno vôo, nele cola seus ovos. III. Após uma semana, quando o inseto vetor pousar ou for alimentar-se sobre um animal ou uma pessoa, as larvas levantam o opérculo do ovo e passam para a pele, onde penetram em 1 hora e 15 minutos. 30/09/2018 8 Ovo Larva de 1° instar Larva de 1° instar Larva de 3° instar Chaccour, 2005 Características dos vetores • Hábitos zoófilos; • Período de vôo diurno; • Tamanho moderado; • Hábito moderadamente ativo 30/09/2018 9 • A bibliografia registra mais de 80 espécies de dípteros como vetores da D. hominis PRINCIPAIS VETORES: Stomoxys calcitrans Fannia spp. Musca domestica Crysops spp. Nematocera (Psorophora ferox) Vetores Miíase furunculosa Chaccour, 2005 Chaccour, 2005 • As larvas podem produzir sensação de picada ou prurido ao penetrar. • Em torno delas surgeuma inflamação e a formação de uma cápsula fibrosa. • Externamente a lesão parece um furúnculo, em cujo vértice há pequeno orifício onde pode-se ver a placa espiracular. • Cada lesão corresponde a uma larva, podendo o pacien-te apresentar uma ou mais, localizando-se freqüentemente no dorso; menos vezes, nas pernas, braços ou na cabeça. Patologia • Além da tumor local, os pacientes se queixam de dores agudas, como ferroadas e sentem os movimentos da larva. • O diagnóstico é clínico e não oferece dificuldades. • O tratamento é feito pela retirada da larva. • Um método prático consiste em aplicar uma faixa de esparadrapo sobre a região. • Em alguns casos, pode ser necessária a extração cirúrgica, mediante prévia anestesia local. Patologia 30/09/2018 10 • Incômodo • Lesões no couro • Custos com controle • Saúde pública • Redução do crescimento e produção de leite • Em ovinos (miíase cutânea) Importância econômica Ovo Inseticida (vetores) Larva Inseticida (bernicida) Pupa Adulto - Época do ano - Intervalos entre tratamentos (período de parasitismo + poder residual) - Vantagem do carrapaticida inseticida Controle de Dermatobia Controle • Injeção subcutânea; • Pour-on; • Pílulas; i e iii possuem 90 dias; ii – 30 dias Gasterophilinae Gasterophilus sp. (9 spp.) G. nigricornis G. intestinalis EQÜINOS G. nasalis G. haemorrhoidalis G. pecorum G. inermis EQÜINOS E ZEBRAS Gasterophilus 30/09/2018 11 Larva – placas espiraculares CICLO OVO 2 - 4 dias LARVA 10 – 11 meses PUPA 1 – 2 meses ADULTO 1 – 7 dias CICLO OVO 2 - 4 dias LARVA 9 – 10 meses PUPA 20 – 30 dias ADULTO 1 – 7 dias Biologia da oviposição de Gasterophilus • Gasterophilus nasalis – oviposição nos pelos acima do lábio superior • Gasterophilus intestinalis – pode ovipositar em todo o ocorpo, mas preferencialmente nos membros anteriroes Sievers and Weber (2005) PATOGENIA 30/09/2018 12 IMPORTÂNCIA • Úlceras • Abscesso gástrico • Ruptura estomacal; • Prolapso retal • Custos com controle • Saúde pública CONTROLE -Espécie univoltina -População de adultos - período de verão -População de larvas – período de inverno -Um tratamento anual – período de inverno -Triclorfon e Diclorvos – 95 a 100% Oestrinae Oestrus ovis (bicho da cabeça) DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Cosmopolita PRINCIPAIS HOSPEDEIROS: ovinos e caprinos TIPO DE MIÍASE: nasal – seios frontais e nasais Oestrus Oestrus 30/09/2018 13 http://www.icb.usp.br/~marcelcp/oestrus.htm http://www.icb.usp.br/~marcelcp/oestrus.htm CICLO LARVA 1 – 9 meses PUPA 1 – 2 meses (12,5 a 35ºC) ADULTO 500 larvas Pré-larviposição 11 dias 30/09/2018 14 IMPORTÂNCIA - Incômodo - Gastos com controle -Infecções secundárias -Miíase ocular no homem -Reduz 4% ganho de peso -Prejuízo de U$ 13,5 milhões(USA) CONTROLE DE Oestrus ovis Espécie com 2 gerações/ano Período de larva longo (1 a 12 meses) População de adultos - período de verão Dois tratamentos – final verão/ outono e outono/ inverno Ivermectina – 99%
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