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QUIMÍCA GERAL (QFL0137) RELATÓRIO EXPERIÊNCIA 8: VARIAÇÃO DE ENTALPIA (∆H) ARTHUR Y. KOKETSU (10353688) ROBSON OLIVEIRA (10321779) LUCIANO M. B. SANTOS (5126503) ANDRÉ HENRIQUEZ SILVA (10353692) DOCENTE: PEDRO VIDINHA 23/06/2017 RESUMO No experimento em questão, analisamos a capacidade calorifica de um calorímetro não ideal e a entalpia da reação entre o íon de cobre e zinco metálico. No final o grupo deveria relacionar a energia reticular, entalpia de hidratação de íons e entalpia de dissolução. O principal objetivo desse experimento era de consolidar conhecimentos de termodinâmica, obtido em aulas anteriores. Como reações químicas são orientadas por transferência de energia no sistema, é fundamental ter noção da entalpia. Por fim, o grupo deveria apresentar os dados e conclusões a que chegaram. Essa parte está disposta mais à frente nesse relatório. I. INTRODUÇÃO A calorimetria é a ciência que mensura a quantidade de calor, com relação a transferências de calor, que ocorrem em reações químicas, mudanças de estado físico, ou mudanças de fase. Tal ciência utiliza-se do calorímetro para o estudo das transferências de calor, e também das leis da termodinâmica. (1) (2) A. CALORÍMETRO Um calorímetro é um aparelho utilizado para a medição de transferências caloríficas (1). De modo simples, um calorímetro é composto de um recipiente fechado, com um termômetro acoplado, com o objetivo de isolar a reação que pretendesse estudar e permitindo o contato entre os reagentes. Os valores obtidos através do cálculo serão sempre uma estimativa do valor real, devido às perdas de calor que ocorrem em qualquer sistema não-ideal. Um calorímetro funciona com base na primeira lei da termodinâmica, que dita que a energia total de um sistema isolado é constante, não havendo criação ou destruição de energia. Para a avaliação dos processos de transferência calorífica, temos diferentes tipos de calorímetro, que são: A) CALORÍMETRO ISOTÉRMICO O calorímetro manteve-se, junto da vizinhança, em constante temperatura, ou seja, o calorímetro, idealmente, não apresenta variação de temperatura. Em sua essência, são impossíveis de existir, porém existem métodos para medir as calorias “perdidas”. Por exemplo, em calorímetros de gelo/água, é utilizada a mudança de fase sólido-líquido para medir a energia transferida em todo o sistema. 1 Imagem retirada de http://www.simplescience.info/physics/heatenergy B) CALORÍMETRO ISOPERIBOL “É aquele em que a temperatura das vizinhanças é mantida constante, independentemente da temperatura do calorímetro propriamente dito, embora se tente que as diferenças de temperatura não sejam elevadas. ” (3). Como a troca de calor entre o meio e o calorímetro ocorrem propositalmente, é conhecida a quantidade de calor trocada. Figura 1: esquema de um calorímetro de gelo/água Figura 2: máquina para calorimetria de isoperibol C) CALORÍMETROS ADIABÁTICOS É um calorímetro que não se permite a troca com o meio. Um calorímetro verdadeiramente adiabático não existe, porém para que se obtenha algo próximo, “a redução das transferências de calor, entre o calorímetro propriamente dito e as suas vizinhanças, pode ser conseguida quer criando uma forte resistência térmica entre aqueles dois meios (o calorímetro deve ter o melhor isolamento possível) quer controlando, ao longo do tempo, a temperatura das vizinhanças, de tal maneira que ela seja sempre igual à do calorímetro” (3). O calorímetro é termicamente blindado, com material à mesma temperatura, como, por exemplo, um béquer revestido de isopor. 1 Imagem retirada de http://www.parrinst.com/wp-content/uploads/2011/06/6200_closed- e1308067608155-300x281.jpg 1 Imagem retirada de http://www.chem1.com/acad/webtext/energetics/CE- images/calorimeter2.gif D) CALORÍMETRO DE VARRIMENTO DE TEMPERATURA Um dos tipos mais utilizados, e é composta de um sistema fechado, onde a amostra do material que se quer analisar é colocado em um recipiente, ao lado de um outro recipiente vazio, e ambos são aquecidos a taxas de temperatura iguais (por exemplo, 10oC por minuto). Como o recipiente com a amostra, quando comparado ao recipiente vazio, deverá receber uma maior quantidade de calor para que a taxa de 10oC por minuto se mantenha, haverá uma diferença nas quantidades de calor fornecidas. As quantidades serão dadas por uma função, que poderá ser, então, representada graficamente. Figura 3: um calorímetro adiabático, feito com copos de isopor 1 Imagem retirada de http://pslc.ws/macrog/dsc.htm B. CAPACIDADE CALORÍFICA A capacidade térmica, ou capacidade calorífica, é a grandeza física que diz a quantidade de calor que deverá ser fornecida a um material para que o mesmo tenha a sua temperatura elevada em 1 grau Celsius. A capacidade calorífica é uma propriedade que caracteriza o corpo, o conjunto, significando que é proporcional ao tamanho do sistema: massas diferentes de um mesmo elemento possuem capacidades caloríficas distintas. Para a obtenção do valor de capacidade calorífica, utiliza-se um calorímetro. II. DESCRIÇÃO EXPERIMENTAL 1) DETERMINAÇÃO DA CAPACIDADE CALORIFICA DO CALORÍMETRO Em uma proveta, adicionou-se 100ml ácido clorídrico (HCl) 0,986 M. Em seguida adicionou-se fenolftaleína e mediu-se a temperatura. No procedimento utilizou-se o calorímetro 5 A. Em outra proveta adicionou-se 103,9ml de hidróxido de sódio (NaOH) de concentração igual a 0,997 M. Essa substancia foi utilizada para neutralizar o ácido clorídrico anterior. As duas substancias foram adicionadas no calorímetro e o sistema foi agitado cuidadosamente. Por fim mediu-se a temperatura final da solução, sua coloração e realizado o descarte correto dos resíduos. Figura 4: esquema de um calorímetro de varredura de temperatura 2) DETERMINAÇÃO DO ∆H DA REAÇÃO ENTRE ZINCO E COBRE Em uma proveta, adicionou-se 100ml de solução de sulfato de cobre (CuSO4) 0,099 M e mediu-se a temperatura inicial. Em uma balança semi- analítica, medimos o valor de 3,303g de zinco em pó. Em seguida o pó metálico foi adicionado à solução e agitamos suavemente o sistema. Por fim, a temperatura final foi registrada e a solução passou por um processo de filtração. Na primeira filtração não foi observado o resultado esperado, já que a solução fina ainda apresentava coloração azul. Portanto o grupo repetiu o procedimento com 3,318g de zinco em pó e 95ml de solução de sulfato de cobre. Após a filtração a solução apresentava coloração azul claro (aproximadamente incolor). 3) ENTALPIA DE DISSOLUÇÃO DE SÓLIDOS IÔNICOS Em um tubo de ensaio foi adicionado uma espátula de cloreto de potássio (KCl). Nesse sistema adicionamos 3ml de agua destilada e agitou- se a solução. A temperatura final foi registrada e por fim descartou-se os resíduos. Em outro tubo de ensaio adicionou-se cloreto de sódio (NaCl) com 3ml de agua destilada. Após a agitação do sistema, verificou-se a temperatura e por fim descartamos os resíduos. Em um tubo de ensaio adicionou-se cloreto de lítio (LiCl) com 3ml de agua destilada. O sistema foi agitado, verificou-se a temperatura e por fim descartou-se os resíduos. III. DISCUSSÃO 1) DETERMINAÇÃO DA CAPACIDADE CALORIFICA DO CALORÍMETRO Na primeira parte do experimento, realizou-se a seguinte reação de neutralização dentro de um calorímetro simples:HCl(aq) + NaOH(aq) → H2O(l) + NaCl(aq) Como a concentração de NaOH era 0,997M e a de HCl, 0,986M, observa-se que tal hidróxido estava em excesso, já que a reação ocorre na proporção 1:1; formando assim NaCl na concentração 0,986M. Antes da reação foi medida a temperatura da solução de ácido, sendo essa igual à ambiente, 21,2°C; ao final da reação a temperatura medida foi 26,95°C mostrando que a reação é exotérmica. Tendo por objetivo descobrir a capacidade térmica do calorímetro, realizou-se a seguinte equações: Qreação = Qsolução + Qcalorímetro -57,3x103 = ms x cs x ∆T + C x ∆T -57,3x103 = ds x Vs x cs x ∆T + C x ∆T -57,3x103= 1,02 x 203,9 x 3,98 x 5,75 + C x 5,75 C = 158,98 J/K Tal valor representa a quantidade de energia térmica absorvida pelo calorímetro antes que o sistema da reação aumentasse a temperatura. 2) DETERMINAÇÃO DO ∆H DA REAÇÃO ENTRE ZINCO E COBRE Na segunda parte, estudou-se a variação de entalpia na dissolução de zinco metálico numa solução de sulfato de cobre. Mediu-se a temperatura dessa solução com concentração 0,099M e encontrou-se a temperatura ambiente de 21,4°C. Em seguida foi adicionado 3,303g de Zn em pó, também dentro do mesmo calorímetro. O sistema foi agitado para favorecer a cinética da reação e em seguida filtrada a mistura. A reação ocorrida foi a seguinte: CuSO4(aq) + Zn(s) → ZnSO4(aq) + Cu(s) Notou-se, no entanto, que a reação não ocorreu da maneira esperada pois a solução final ainda tinha coloração azul, coloração esse original do sulfato de cobre. Pensou-se que isso decorria do fato de a quantidade de zinco não ter sido suficiente para se completar a reação. Foi então realizada uma nova tentativa. Utilizou-se desta vez 3,318g de Zn e 95mL de CuSO4. Repetiu-se o procedimento sendo ainda observada uma leve cor azul no filtrado. Tal resultado leva a crer que a cinética da reação não foi bem favorecida, ou seja, o sistema não foi agitado da forma devida para que a reação fosse completa. Para se determinar a variação de entalpia (valor teórico) desta reação realiza-se o seguinte raciocínio: - Tinha-se o valor das entalpias de formação dos íons Zn2+(aq) e Cu2+(aq). ∆Hf Cu2+ = 64,8 kJ/mol ∆Hf Zn2+ = -153,89 kJ/mol Como os íons Cu2+ são reagentes e não produtos, invertemos o sinal de sua entalpia de formação, assim: ∆Hreação = -∆Hf Cu2+ + ∆Hf Zn2+ ∆Hreação = -64,8 – 153,89 ∆Hreação = -218,69 kJ/mol Experimentalmente: Qreação = Qsolução + Qcalorímetro + Qsólido Qreação = (3,318 x 3,98 x 2,4) + 914,135 + (25,5 x 0,05 x 2,4) Qreação = 948,888 J ∆Hreação = Qreação/nmols Sabendo que o número de mols é n= m/M => n = 3,318/65,38 => n = 0,05 mols. ∆Hreação = 948,888/0,05 ∆Hreação = -18977,6 J (exotérmico) Depreende-se daí que o sistema era limitado, permitindo trocas de calor com o meio; além de possíveis erros durante a execução do experimento. 3) ENTALPIA DE DISSOLUÇÃO DE SÓLIDOS IÔNICOS Por fim, estudou-se a entalpia da dissolução dos sais, KCl, NaCl e LiCl. Considerou-se que a temperatura ambiente era aproximadamente 21,4 °C, e que todos os sais e também a água destilada estavam em equilíbrio térmico com o ambiente. No primeiro sal (KCl) observou-se uma liberação de calor ao ser dissolvido em água destilada; sendo a temperatura final da dissolução 16,9°C. Este sal variou 4,5°C negativamente, mostrando assim que sua dissolução é endotérmica. Analogamente para o NaCl, adicionou-se água pura, este apresentou temperatura final de dissolução como sendo 22,2°C; mostrando que sua dissolução é exotérmica. Por fim, para o LiCl, repetiu-se o procedimento, observando-se uma temperatura final de 41°C; mostrando que sua dissolução é consideravelmente exotérmica, sendo possível verificar tal variação de temperatura ao tocar o tubo de ensaio. IV. CONCLUSÃO Nesse experimento devíamos utilizar os conhecimentos de termodinâmica para analisar a variação de entalpia em uma reação de deslocamento (reação de simples troca). Pelo fato do calorímetro ser real, ele participa das trocas de energia durante a reação e, portanto, apresenta relativa capacidade calorifica. Para isso verificamos aas variações de temperatura após uma neutralização. Uma opção para minimizar o efeito do calorímetro na reação é utilizar calorímetros mais precisos e recomendados para determinadas reações. Em seguida analisamos a variação de entalpia da reação entre zinco e cobre. Após a verificação dos resultados, percebeu-se que a reação descrita é exotérmica e que o sistema permitia trocas de calor com o meio. No último procedimento deveríamos descobrir a classificação de cada reação, ou seja, se era endotérmica ou exotérmica. Para isso o grupo observou a temperatura final dos sistemas sua variação após o repouso. A correta observação da variação de entalpia é imprescindível para o conhecimento acerca de reações químicas, já que estão presentes em nosso cotidiano, mesmo passando despercebidos. V. REFERÊNCIAS 1 CALORIMETRY. Science. Disponivel em: <http://www.science.uwaterloo.ca/~cchieh/cact/c120/calorimetry.html>. Acesso em: 21 jun. 2017. 2 CALORIMETRY. Wikipedia. Disponivel em: <https://en.wikipedia.org/wiki/Calorimetry>. Acesso em: 21 jun. 2017. 3 SILVA, M. D. D. M. C. R. D. Técnicas Calorimétricas. SPQ - Sociedade Portuguesa de Química, 1994. Disponivel em: <http://www.spq.pt/magazines/BSPQ/577/article/3000639/pdf>. Acesso em: 22 jun. 2017. 4 SILVA, D. C. M. D. Calorímetro. Brasil Escola. Disponivel em: <http://brasilescola.uol.com.br/fisica/calorimetro.htm>. Acesso em: 22 jun. 2017. 5 FIRST Law of Thermodynamics. Wikipedia. Disponivel em: <https://en.wikipedia.org/wiki/First_law_of_thermodynamics>. Acesso em: 22 jun. 2017. 6 HEAT Capacity. Chemistry LibreTexts, 2017. Disponivel em: <https://chem.libretexts.org/Core/Physical_and_Theoretical_Chemistry/T hermodynamics/Calorimetry/Heat_Capacity>. Acesso em: 23 jun. 2017. 7 CAPACIDADE Térmica. Wikipedia. Disponivel em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Capacidade_t%C3%A9rmica>. Acesso em: 23 jun. 2017. 8 CALORIMETRY. Polymer Science Learning Center. Disponivel em: <http://pslc.ws/macrog/dsc.htm>. Acesso em: 23 jun. 2017.
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