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Recife 2017 UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO – ESCOLA POLITÉCNICA DE PERNAMBUCO Dielétricos Gasosos Função Regeneração 1 | Sumário Sumário ......................................................................................................................................... 1 CONCEITO DE MATERIAL DIELÉTRICO ........................................................................................... 2 1.1. Conceito pela teoria das bandas de energia ................................................................. 2 1.2. Polarização .................................................................................................................... 3 1.3. Mecanismos de polarização nos dielétricos.................................................................. 3 FUNÇÕES E APLICAÇÕES DOS DIELÉTRICOS .................................................................................. 4 1.4. Mobilidade molecular ................................................................................................... 4 1.5. Classificação dos dielétricos .......................................................................................... 4 DIELÉTRICO REAL x DIELÉTRICO IDEAL ......................................................................................... 5 RIGIDEZ DIELÉTRICA ...................................................................................................................... 5 PRINCIPAIS GASES DIELÉTRICOS .................................................................................................... 7 a. NITROGÊNIO .................................................................................................................. 7 b. GÁS CARBÔNICO ........................................................................................................... 7 c. HIDROGÊNIO ................................................................................................................. 7 d. GASES NOBRES .............................................................................................................. 8 e. AR ATMOSFÉRICO.......................................................................................................... 9 i. PERDAS POR EFEITO CORONA ....................................................................................... 9 HEXAFLUORETO DE ENXOFRE (SF6) ............................................................................................ 10 Vantagens para usar o SF6: ......................................................................................... 10 Desvantagens do uso do SF6: ...................................................................................... 11 Propriedades físicas: ................................................................................................... 11 CONCLUSÃO ................................................................................................................................ 12 REFERÊNCIAS ............................................................................................................................... 13 2 | CONCEITO DE MATERIAL DIELÉTRICO 1.1. Conceito pela teoria das bandas de energia Material dielétrico ou isolante, pela teoria das bandas de energia, é todo aquele material que apresenta certa região denominada “banda proibida” ou “gap de energia” que fica entre as bandas de valência e condução. Tal região representa a energia que deve ser fornecida para que um elétron “saia” da banda de valência e passe para a banda de condução, tornando-o, assim, condutor. O que ocorre, neste caso, é que o material dielétrico passa a dispor de portadores de carga, logo, qualquer influência de campo elétrico estabelecerá uma corrente através do material, como qualquer outro condutor. Devemos considerar que somente informar que o material possui um “gap” de energia não é suficiente para afirmar que o mesmo é isolante, já que materiais semicondutores também possuem tal “banda proibida”. A diferença entre um material isolante e o semicondutor é a largura da banda proibida (quantidade de energia necessária para que o elétron saia da banda de valência para a banda de condução) que no isolante é muito maior que no material semicondutor. Segundo o autor LUNA, AELFO M. (em Materiais de Engenharia Elétrica) a largura de “gap” do material isolante é maior que 5eV (elétrons-volt), já a do material semicondutor é menor que 5eV. Estes valores podem variar conforme o autor, porém é necessário frisar que a largura da banda proibida dos materiais isolantes ou dielétricos sempre será maior que nos semicondutores. Segue abaixo um esquema que ilustra este conceito. imagem 1 Os materiais isolantes se diferenciam dos materiais condutores por ter Resistividade muito alta e, por consequência, uma Condutividade baixíssima. O conceito de Resistividade/Condutividade será melhor explanado mais adiante, porém, adiantamos que é a propriedade elétrica, intrínseca a cada tipo de material e decorrente de sua estrutura atômica, que indica a menor/maior facilidade permitir o fluxo de portadores de carga através de seu interior. Do Eletromagnetismo, material isolante ou dielétrico é todo aquele que, na presença de campo elétrico sofre o fenômeno chamado de “polarização eletrônica” e permite o armazenamento de energia. 1 Imagem retirada de http://www.mspc.eng.br 3 | 1.2. Polarização No que se refere à intensidade das forças de ligação Inter atômica nos dielétricos, as cargas elétricas estão rigidamente ligadas ao núcleo molecular, não permitindo assim que cargas, livremente, se locomovam através de um dado material. Porém estas forças de natureza atômica são finitas e, por este motivo, um campo elétrico aplicado resulta num pequeno deslocamento entre cargas, tornando possível a presença de dipolos elétricos. imagem 2 1.3. Mecanismos de polarização nos dielétricos Polarização eletrônica – Resulta da deformação da nuvem eletrônica dos átomos e íons e pode ser observado em todos os tipos de dielétricos. Não tem relação alguma com a temperatura e nem gera perdas energéticas. Polarização iônica – Como o nome sugere, ocorre em íons e é característica do estado sólido. Dá-se pelo deslocamento elástico (deformação) dos íons que estão ligados por forças elétricas de atração. Com o aumento da temperatura, as forças de interação diminuem de intensidade e, por consequência, esta polarização se intensifica. Neste processo também não ocorre dissipação de energia. Polarização direcional – Este tipo de mecanismo só ocorre em gases e líquidos polares, ou seja, que já possuem dipolos permanentes mesmo antes da aplicação de um campo elétrico. O que ocorre é uma pequena rotação destes dipolos quando aplicado um campo elétrico e uma tendência a alinhar o dipolo com a direção do campo aplicado. Com o aumento a temperatura as forças de interação diminuem de intensidade e a viscosidade diminui, aumentando conjuntamente a ação a capacidade de rotacionar os dipolos de um campo elétrico aplicado.imagem 3 2 Imagens retiradas de http://www.mundodafisica.com http://www.alfaconnection.pro.br 3 Imagem retirada de http://alfaconnection.pro.br 4 | FUNÇÕES E APLICAÇÕES DOS DIELÉTRICOS 1.4. Mobilidade molecular É muito importante neste início, nos debruçarmos sobre o conceito de mobilidade molecular a fim de compreender melhor as funções e aplicações dos dielétricos ou isolantes. A mobilidade das moléculas é função do estado físico da matéria, mais especificamente, do tipo de estrutura atômica que determinado material apresenta. Os materiais no estado sólido possuem redes cristalinas (ou estruturas cristalinas) que podem ser classificadas como CCC, CFC, HEXAGONAL COMPACTA e etc. imagem 4 Como podemos observar com análise da figura acima, as ligações atômicas nos sólidos são mais intensas e as moléculas vibram de forma limitada, visto que o estado físico da matéria (sólido) é o menos energético entre os três estados da matéria, e, por este motivo, se movimentam pouco devido às moléculas estarem muito concisas e próximas umas às outras. Nos estados líquido e gasoso, as moléculas ganham mais liberdade para se movimentar devido ao aumento considerável de energia, tornando o líquido um estado mais energético que o sólido, o gasoso mais energético que os anteriores e, por consequência, também mais móbil que os estados sólido e líquido. Com o aumento de energia e expansão volumétrica, os líquidos e gases sofrem uma diminuição de densidade volumétrica, e isso nos possibilita afirmar que o sólido é o estado físico da matéria mais denso que o restante.5 1.5. Classificação dos dielétricos Os dielétricos são muito importantes para a Engenharia Elétrica, pois possuem diversas funções e aplicações devido às suas características (tanto físicas quanto elétricas). As funções do isolante são diversas, desde isolar um simples fio condutor até a utilização em transformadores e motores elétricos. Os dielétricos apresentam sua classificação conforme o estado físico da matéria e suas funções baseado na mobilidade das moléculas. Dielétricos sólidos – são largamente empregados na Engenharia Elétrica e podem ser aplicados em situações onde o material será inúmeras vezes e/ou continuamente solicitado a esforços mecânicos como: forças de tração e compressão. Os dielétricos sólidos possuem subdivisão em função da forma de aplicação: 4 Imagem retirada do livro CALLISTER, W.D. Ciência dos materiais: uma introdução. 5 A única exceção a essa regra é a água (H2O), onde no estado sólido apresenta densidade menor que no estado líquido. 5 | Aplicados no estado líquido ou pastoso: Resinas (polímeros), betumes, ceras, vernizes. Aplicados no estado sólido: Materiais fibrosos (papel, papelão, algodão, linho), micas, borrachas sintéticas, silicones, porcelana, vidro e fibra de vidro. Dielétricos Líquidos – são geralmente utilizados com a função de extrair calor de um determinado meio e liberar para outro, por correntes de convecção (função refrigeração). Na Engenharia Elétrica os dielétricos líquidos mais utilizados são: Óleos minerais (que derivam do petróleo), Líquidos sintéticos (ex.: ascarel), fluidos de silicone. Possuem uma capacidade de refrigeração maior que a dos gases por possuir maior densidade. Nos sólidos não há possibilidade de existir correntes de convecção, sendo inviável a sua aplicação para este fim. Dielétricos Gasosos – Esse tipo de Dielétrico tem a capacidade de recombinar ligações moleculares que foram quebradas anteriormente (função regeneração). Alguns exemplos de dielétricos gasosos: H2 (gás hidrogênio), SF6 (hexafluoreto de enxofre), N2 (gás nitrogênio), CO2 (dióxido de carbono). Os gases possuem maior mobilidade molecular em relação à sólidos e líquidos, o que torna sua capacidade de regeneração maior que os outros estados da matéria. DIELÉTRICO REAL x DIELÉTRICO IDEAL Um dielétrico ideal teria uma condutividade igual a zero. Como a resistividade elétrica é o inverso da condutividade, a resistividade de um dielétrico ideal seria infinita. Na realidade todos os materiais isolantes são um pouco condutores, ou seja, apresentam sempre certa condutividade, suficientemente fraca, de modo que permita a sua utilização como elemento de separação entre peças condutoras elevadas a potenciais diferentes. A condutividade dos dielétricos depende fortemente de suas características intrínsecas e à influências externas como estado sanitário da superfície e temperatura. Atualmente, a técnica de isolação gasosa é objeto de desenvolvimento tecnológico importante, em virtude da elevação das tensões e das correntes utilizadas nos grandes sistemas de potência. Para este tipo de aplicação, os isolantes gasosos apresentam duas principais vantagens: a) Constituem um meio homogêneo, envolvendo perfeitamente os condutores, qualquer que seja a complexidade de suas formas geométricas, quer sejam eles estáticos ou móveis, como nos disjuntores. b) Após a disrupção, os gases são os dielétricos que recuperam mais rapidamente suas propriedades isolantes. RIGIDEZ DIELÉTRICA Quando um campo elétrico, bastante elevado, é aplicado através de um material dielétrico, um grande número de elétrons pode subitamente ser excitados para níveis de energia da banda de condução. Como resultado deste fenômeno a corrente elétrica através do dielétrico aumenta de forma considerável e dramática, podendo acarretar irreversíveis degradações no material e talvez sua perda definitiva. Esse aumento considerável da corrente conduz a formação de um arco elétrico (centelha) e consequente perfuração do material. Este fenômeno é conhecido como “disrupção dielétrica”. 6 | A rigidez dielétrica representa a grandeza do campo elétrico necessário para produzir a disrupção dielétrica do material. Sendo um campo elétrico, a rigidez dielétrica é expressa pelo gradiente da tensão elétrica, ou seja, volt por unidade comprimento do Sistema Internacional (SI). Pode-se também dizer que a rigidez dielétrica é o valor limite de campo elétrico que o material isolante pode suportar sem romper-se eletricamente. Normalmente a tensão elétrica é medida em KV e a medida de comprimento, no caso a própria espessura do dielétrico, em centímetros ou milímetros. Nos Estados Unidos, costuma-se medir a rigidez dielétrica em Volt/mil (mil cor responde a um milésimo da polegada; um mil = 0,001 polegada). No caso dos materiais sólidos, quando da disrupção dielétrica, ocorre a sua perfuração, verificando-se a destruição parcial ou total do dielétrico, que não mais recupera as suas propriedades isolantes originais, mesmo com a retirada do campo elétrico. A danificação do material tem características irreversíveis. Entretanto, nos materiais gasosos e líquidos a perfuração dielétrica não tem características irreversíveis. Cessada a ação do campo elétrico o material regenera-se e readquire sua propriedade dielétrica. Mais adiante esses aspectos serão abordados quando do estudo mais detalhado dos materiais dielétricos. imagem 6 Vários fatores influem no valor da rigidez dielétrica de um material isolante, podendo-se alinhar de forma sumária os seguintes: a) Natureza do próprio material; b) Espessura do material dielétrico; c) Temperatura; I. O Ponto de Fusão II. Envelhecimento devido ao calor III. Temperatura máxima até deterioração grave de propriedades essenciais IV. Coeficiente de expansão d) Natureza do campo elétrico (constante ou alternado); e) Geometria dos eletrodos; f) Frequência;6 Unidade de Rigidez Dielétrica em Volt/metro. Imagem retirada do livro Circuitos Elétricos - John Bird, Luiz Claudio De Queiroz, Jorge Luiz Barroso 7 | g) Progressão da carga aplicada. Em resumo dos conceitos explanados até aqui, os Dielétricos podem ser organizados da seguinte maneira: FUNÇÃO DIELÉTRICOS REFRIGERAÇÃO REGENERAÇÃO SÓLIDO BAIXA BAIXA LÍQUIDO ALTA MÉDIA GASOSO MÉDIA ALTA Os gases dielétricos que oferecem maior interesse em eletrotécnica (em função dos conceitos explanados até agora) são: o Ar Atmosférico, o Nitrogênio, o Dióxido de Carbono, o Hidrogênio, os gases nobres e o Hexafluoreto de Enxofre. 5. PRINCIPAIS GASES DIELÉTRICOS a. NITROGÊNIO O Nitrogênio, também conhecido como azoto, tem rigidez dielétrica vizinha a do ar nas mesmas condições de pressão e temperatura, e um pouco inferior quando sob pressões elevadas. A grande vantagem em relação ao Ar é a sua inércia química, ou seja, é um gás quimicamente neutro, portanto, não oferece o inconveniente do ar, que contém oxigênio, agente oxidante dos materiais que estão em contato com ele. É incolor, inodoro e insípido e forma cerca de quatro quintos da atmosfera terrestre. É utilizado, sob pressão, para encher transformadores e protegê-los da umidade e oxidação, quando ainda não colocados em operação; em cabos de alta tensão, condensadores e para- raios. b. GÁS CARBÔNICO Conhecido também com o Dióxido de Carbono, tem também uma rigidez Dielétrica próxima a do ar, em todas as pressões. Apresenta uma vantagem sobre o ar: é incomburente, ou seja, não alimenta combustão. Por este aspecto, encontra largo emprego em dispositivos de combate a incêndio nas instalações elétricas. Entretanto, produz ozônio como o ar, quando sob efeito dos eflúvios. c. HIDROGÊNIO Apresenta rigidez dielétrica inferior a do ar, aproximadamente 60%. Não desenvolve nenhuma ação química indesejável. É um gás bastante leve, tendo uma capacidade calorífica especifica e uma condutividade térmica elevada. Apresenta-se, portanto, como um excelente agente de refrigeração, despertando grande interesse para diversas aplicações eletrotécnicas. 8 | O Hidrogênio é aplicado na refrigeração de alternadores térmicos e motores síncronos de grande potência, em substituição ao ar. Apresenta uma fraca resistência a rotação do rotor, devido a sua baixa densidade, o que determina a redução das perdas rotacionais e de ventilação. Estas perdas são proporcionais à densidade do gás, que é muito pequena (0,07 g/cm³). A ação do hidrogênio como agente de refrigeração é fortalecida pelo seu alto coeficiente de transferência de calor de um corpo sólido para o gás e sua alta condutividade térmica. Desde que o hidrogênio não exerce o efeito oxidante do oxigênio da atmosfera, o isolamento da máquina é menos susceptível de envelhecimento térmico e de incendiar-se (ausência mais uma vez do oxigênio, elemento comburente). As escovas do comutador trabalham em condições mais confiáveis, quando imersas em atmosfera de hidrogênio. Entretanto, o uso do hidrogênio como elemento de arrefecimento exige uma selagem de grande eficiência para conservar o ar fora do interior da máquina, onde flui o hidrogênio. Sabe-se do perigo decorrente da mistura; em determinadas proporções do ar e o hidrogênio produzem misturas detonantes altamente perigosas. Um excesso de pressão é mantido no interior da máquina com objetivo de evitar a entrada de ar externo. Gases Propriedades Ar Nitrogênio Dióxido de Carbono Hidrogênio Densidade 1 0,97 1,52 0,07 Condutividade Térmica 1 1,08 0,64 6,69 Capacidade calorífica 1 1,05 0,85 14,35 Coeficiente de Transferência de calor 1 1,03 1,13 1,51 Rigidez Dielétrica 1 1 0,9 0,6 imagem 7 d. GASES NOBRES (HÉLIO, NEÔNIO, ARGÔNIO, XENÔNIO, RADÔNIO E CRIPTÔNIO) A rigidez dielétrica dos gases nobres é inferior a do ar, cerca de 1/5. Estes gases não são usados como isolantes, ao contrário, por exemplo, o argônio, é utilizado em processos industriais de soldagem devido a sua fraca tensão disruptiva. Estes gases são também utilizados para encher bulbos de determinados tipos de lâmpadas, em particular, de neônio, argônio e outros. Extraordinária importância tem o Hélio como agente de refrigeração, em particular para os dispositivos que utilizam o fenômeno da supercondutividade. A sua temperatura de liquefação é de 4,216 K. As vezes utiliza-se o neônio líquido como agente de refrigeração, cuja temperatura de liquefação é de 27,6 K, um pouco maior do que a do hidrogênio. Entretanto, o neônio é muito caro; tomando-se como unidade de preço relativo de 1m³ de nitrogênio, o hidrogênio vale 7 Parâmetros físicos considerados em condições iguais de temperatura e pressão (tomando o Ar como igual à unidade). Fonte: Materiais para Engenharia Elétrica – Prof. Aelfo Marques Luna – Volume 1 9 | aproximadamente 2 vezes mais, o Hélio 80 e o neônio 30.000. Notar que o nitrogênio se obtém de modo mais fácil do ar, separando-se do oxigênio. e. AR ATMOSFÉRICO O ar é a mistura de gases que compõem a atmosfera da Terra. Ele é composto principalmente de nitrogênio (78,1%), oxigênio (20,9%) e argônio (0,9), que juntos constituem a maior parte dos gases da atmosfera. Os demais gases incluem gases de efeito estufa como vapor de água, dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e ozônio. Ar filtrado contém traços de vários outros compostos químicos. Muitas substâncias naturais devem estar presentes em pequenas quantidades em uma amostra de ar não filtrada, incluindo poeira, pólen e esporos, cinzas vulcânicas, compostos de flúor, mercúrio metálico e compostos de enxofre como dióxido de enxofre. O ar é o mais importante dos dielétricos gasosos, e é um material isolante confiável, porque rodeia todos os aparelhos elétricos e dependem muito dele para um funcionamento seguro. Por exemplo, os condutores nus e aéreos das linhas de transmissão de alta tensão, suspensos nas torres por meio de isoladores de porcelana ou vidro, se isolam um dos outros e em relação a terra, por toda linha, apenas pela camada de ar existente entre eles. Sua constante dielétrica é 1,00057. A pressão tem considerável influência sobre a rigidez dielétrica do ar, assim como nos outros gases também. Quando recebe altas pressões, o ar apresenta um excelente comportamento dielétrico e se torna mais fraco quando recebe baixas pressões (subpressões) e tem valores elevados no alto vácuo. i. PERDAS POR EFEITO CORONA É o resultado do contato de um campo elétrico intenso e elevado com partículas do ar, umidade ou poeira, que resulta em uma emissão de luz sempre que as partículas são ionizadas, ou seja, perfuração dielétrica das primeiras camadas do ar vizinhas ao elemento energizado. Primeiramente ocorre a ionização do ar, ou seja, quando o campo se torna suficientemente forte, inicia-se a formação de partículas carregadas por choque com elétrons livres que existem na atmosfera. Em seguida , aumentando-se mais a tensão aplicada ocorre o efeito corona, que é quando o campo em torno do elétrodo de menor raio de curvatura se torna maior que um determinado valor crítico começa as descargas nas primeiras descargas de ar próximas ao elétrodo. O efeito corona Pode ser positiva ou negativa, depende da polaridade do potencial elétrico. Mas pode ser útil para indústria ou comercio, pois remove cargas elétricas em superfícies de aeronaves, fabricação de ozônio, limpeza das partículas do ar em aparelhos de ar-condicionado e etc... O Efeito corona pode causar grandes transtornos, especialmente em casos de quedas na capacidade energética, comperda de centenas de quilowatts por quilômetro de condutor elétrico, principalmente em linhas de transmissão expostas a chuvas e garoas. Também é conhecido como um fenômeno peculiar que se estabelece quando uma determinada diferença de potencial é aplicada entre os cabos condutores de uma linha de transmissão, imersos ao ar, a uma distância grande em relação ao diâmetro dos desprendimentos de calor, por isso, há uma perda de energia elétrica. 10 | Outro detalhe importante sobre perdas pelo efeito corona nas linhas é o estado da superfície do condutor. Quanto mais lisa sua superfície, menor será o efeito corona. E uma superfície áspera, irregular, promove pelo efeito das pontas uma distribuição não homogênea das linhas de força e, por consequência, campos elétricos mais intensos e um efeito corona mais intenso. Fórmula nas linhas de transmissão: P =242 . f ) r d – o) . m Onde: = 3,9 b 73 t b = pressão barométrica em cm t = temperatura em °C f = frequência da linha em Hz r = raio do condutor em cm d = distância efetiva entre os condutores em cm V = tensão de trabalho, KV, entre fase e neutro, valor eficaz. Vo = tensão disruptiva crítica, KV, entre fase e neutro, valor eficaz. HEXAFLUORETO DE ENXOFRE (SF6) O Hexafluoreto de Enxofre é usado em equipamento de energia elétrica e foi sintetizado pela primeira vez em 1900, mas sem muito interesse industrial. Na segunda guerra mundial, foi sugerida sua utilização como gás isolante em geradores Van de Graaff. É Transparente, inodoro, não inflamável e quimicamente estável. Ou seja, não reage com qualquer outra substância. Com seis átomos de fluoreto em torno do átomo central de enxofre é estável e útil para equipamentos por sua alta rigidez dielétrica, principalmente em disjuntores. Principais características: Isolador elétrico de alta desempenho podendo extinguir efetivamente arcos elétricos nos aparelhos de alta e média tensão enchidos com SF6. Não é perigoso ao inalar, já que o conteúdo de oxigênio é bastante alto Seis vezes mais pesado que o ar. Não se liquefaz a temperatura ordinária, a não ser que seja submetido a pressões bastante elevadas. Apresenta fraca condutibilidade sônica É reciclável quando usado em equipamentos de energia elétrica. Não agride a camada de ozônio. Vantagens para usar o SF6: Ele Garante uma isolação elétrica extremamente boa com extinção do arco elétrico. Possibilidade de construir aparelhos compactos, e que usam quantidade pequena de material, sendo seguros e durarem mais tempo. O SF6 é um bom isolador porque é fortemente dopado em elétrons negativos. Significa que as moléculas de gás pegam elétrons livres e constroem íons negativos, que não se movem rapidamente. 11 | Ou seja, tem dielétrico de capacidade resistiva muito alta e extingue efetivamente arcos elétricos em circuito de média e alta tensão. Desvantagens do uso do SF6: Devido a sua rigidez dielétrica ser maior do que a dor ar e a do nitrogênio, em condições normais de pressão, para igualar-se com um isolante líquido( mais especifico o óleo), o gás deve ser usado debaixo de pressões elevadas. Implica na utilização de tanques selados, capazes de manter as pressões que serão desenvolvidas pela variação de temperatura, isso para uso comercial. Embora seja um gás caracterizado por sua alta estabilidade química, a presença de enxofre na sua molécula, debaixo de certas condições produz uma corrosividade que é de importância significativa. Propriedades físicas: Fórmula química: SF6 Peso molecular: 146,05 g/mol Peso específico: 5,11 Constante Dielétrica: 1.0021 a 20°C e 1 bar; (apenas 6% maior a 20bar) Rigidez Dielétrica a 3 bar : equivalente à do óleo mineral Temperatura de sublimação: -63,9ºC Temperatura crítica: 45,5º C Pressão de vapor (20ºC) : 22,77 atm. Pressão crítica: 37,1 atm. Densidade em estado de gás (20ºC, 1 atm.) : 6,16 g/l Densidade em estado líquido (ponto de saturação à -50ºC): 1,91 kg/l Densidade em estado líquido (21ºC): 1,371 g/ml Grau de estabilidade térmica: até 800ºC Solubilidade em água (10 °C, 1 atm.) : 0,0076 m/ml H2O Calor latente de vaporização: 38,6 cal/g 12 | Asda asdasda CONCLUSÃO A utilização de um Gás como dielétrico é algo frequente na Engenharia Elétrica, principalmente no domínio da alta tensão. As linhas de transmissão, disjuntores, chaves seccionadoras, barramentos aéreos e subestações, todos necessitam de Gases Dielétricos para isolamento em função de suas características peculiares de cada gás. A imersão devidamente projetada destes e outros aparelhos é atualmente objeto de desenvolvimento tecnológico importante pois, diferentemente de dielétricos sólidos e líquidos, possuem alto teor de regeneração. Essa capacidade regenerativa advém do próprio estado da matéria, que tem maior eficácia em recombinar moléculas quebradas após ação deteriorante de transeuntes elétricos do que os líquidos e sólidos. Levando-se em consideração também sua capacidade de mobilidade molecular superior à líquidos e sólidos dielétricos, conclui-se que possuem alta aplicabilidade isolante na Engenharia Elétrico, nos termos e exemplos citados nesta pesquisa. 13 | REFERÊNCIAS LUNA, Aelfo Marques. Materiais para engenharia elétrica. Recife: CHESF, 1979. v. 1 SCHMIDT, Walfredo. Materiais Elétricos. São Paulo: Edgard Blücher, 1979. v.1 2ª Ed. BIRD, John. Circuitos Elétricos - Teoria e Tecnologia, Campus. 3ª Ed. CALLISTER, W. D., Ciência e Engenharia de Materiais: Uma. Introdução. John Wiley & Sons Inc., 2002 IMAGENS http://www.mspc.eng.br http://www.mundodafisica.com http://www.alfaconnection.pro.br
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