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Moeda_Sistema_Financeiro_e_Banco_Central_-_201003.pdf

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Página 1 de 365 
D:\Documentos do Estrela\Cursos\Livro\Moeda Sistema Financeiro e Banco Central - 201003.docx 
MOEDA, SISTEMA FINANCEIRO 
E BANCO CENTRAL
1
 
UMA ABORDAGEM PRÁTICA E TEÓRICA SOBRE O 
FUNCIONAMENTO DE UMA AUTORIDADE MONETÁRIA NO 
MUNDO E NO BRASIL 
Autores: Márcio Antônio Estrela 
Ricardo Vieira Orsi 
Redigido com informações disponíveis até 26/02/2010.
 
 
1
 Esta publicação é uma atualização da edição de 2006 de ESTRELA, M.A.; ROSEK, R.J.; ORSI, R.V.; SCHNEIDER, 
V.M. (2006), Moeda, Sistema Financeiro e Banco Central – Uma Abordagem Prática e Teórica sobre o 
Funcionamento de uma Autoridade Monetária no Mundo e no Brasil. Brasília, 2006. 
Página 2 de 365 
D:\Documentos do Estrela\Cursos\Livro\Moeda Sistema Financeiro e Banco Central - 201003.docx 
APRESENTAÇÃO 
O conteúdo deste livro visa transmitir conhecimento atualizado – teórico e prático – sobre Moeda, 
Sistema Financeiro e Autoridades Monetárias. 
O objetivo maior é permitir o entendimento do que é um banco central e o que significa ser o 
―guardião da moeda‖. 
A partir da experiência dos autores no dia a dia do funcionamento de um banco central, o presente 
livro, além de tratar das questões teóricas relacionadas ao funcionamento de uma Autoridade 
Monetária, aborda detalhadamente as questões práticas e operacionais com base na atuação dos 
principais bancos centrais do mundo e no Brasil. 
Para tanto, apresenta, detalha e discute noções sobre a moeda, seu surgimento e evolução, suas 
funções, características e importância na organização sócio-econômica no mundo moderno; a 
evolução da arquitetura do Sistema Financeiro Internacional e de suas instituições mais relevantes – 
FMI, Banco Mundial, G-20 e BIS; a evolução e as principais instituições do sistema financeiro 
nacional; a origem dos bancos centrais e o desenvolvimento de suas funções; uma comparação 
internacional entre as mais importantes autoridades monetárias do mundo; o Banco Central do 
Brasil, sua criação e evolução, estrutura administrativa atual e operacionalização das funções a seu 
encargo; e uma resumida discussão sobre autonomia e independência de bancos centrais.
Os Autores.
Página 3 de 365 
D:\Documentos do Estrela\Cursos\Livro\Moeda Sistema Financeiro e Banco Central - 201003.docx 
ÍNDICE 
APRESENTAÇÃO 2 
ÍNDICE 3 
1 – MOEDA 14 
1.1. IMPORTÂNCIA E FUNÇÕES DA MOEDA 14 
1.1.1. FUNÇÕES DA MOEDA NO ESPAÇO. 14 
1.1.2. FUNÇÕES DA MOEDA NO TEMPO. 14 
1.1.3. INSTRUMENTO DE PODER E FUNÇÃO LIBERATÓRIA DA MOEDA. 15 
1.1.4. A INFLAÇÃO E AS FUNÇÕES DA MOEDA. 15 
1.2. CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DA MOEDA 15 
1.3. HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DA MOEDA 16 
1.3.1. MERCADORIAS DE ACEITAÇÃO GERAL 17 
1.3.2. MOEDA METÁLICA 17 
1.3.3. MOEDA CUNHADA 17 
1.3.4. MOEDA-PAPEL 18 
1.3.5. PAPEL-MOEDA 18 
1.3.6. MOEDA BANCÁRIA. 19 
1.3.7. DESMATERIALIZAÇÃO DA MOEDA. 19 
1.4. O FUTURO DA MOEDA 20 
1.4.1. PAGAMENTOS EM ESPÉCIE. 20 
1.4.2. PAGAMENTOS SEM UTILIZAÇÃO DE PAPEL-MOEDA (NON-CASH). 20 
1.4.2.1. Cheque 20 
1.4.2.1.1. O cheque no Brasil 21 
1.4.2.2. Transferências de recursos 22 
1.4.2.3. Cartões de pagamento 22 
1.4.2.3.1. Cartões de crédito 23 
1.4.2.3.2. Cartões de débito 23 
1.4.2.3.3. Cartões de loja (retailer cards) 24 
1.4.2.3.4. Cartões com valor armazenado (charge cards ou pré-pagos) 24 
1.4.2.3.5. E-money 24 
1.4.2.4. Débitos diretos 24 
1.4.2.5. Vales 24 
1.4.3. MOEDA ELETRÔNICA COMO SUBSTITUTO DA MOEDA MANUAL 24 
1.4.3.1. Requisitos fundamentais para a moeda eletrônica substituir por completo a moeda manual 25 
1.4.3.2. Fatores que podem acelerar o uso da moeda eletrônica 25 
1.4.3.3. Fatores que podem dificultar o uso da moeda eletrônica. 25 
1.4.3.4. Tendências 25 
1.5. A HISTÓRIA DA MOEDA NO BRASIL: DOS PRIMÓRDIOS AO REAL 27 
1.5.1. DO DESCOBRIMENTO À CHEGADA DA FAMÍLIA REAL (1808) 28 
1.5.1.1. As primeiras Casas da Moeda 28 
1.5.1.2. Bilhetes da Extração: a primeira moeda-papel 29 
1.5.1.3. Barras de ouro e certificados 29 
1.5.1.4. Troco do Ouro em Pó 29 
1.5.2. DE CHEGADA DA FAMÍLIA REAL (1808) À CRIAÇÃO DO BANCO CENTRAL DO BRASIL (1964) 29 
1.5.2.1. A chegada da Família Real e o primeiro Banco do Brasil (1808-1822). 29 
1.5.2.2. O Brasil independente: Casas das Moedas e Tesouro Nacional (1822-1836) 30 
1.5.2.3. Emissão por diversos bancos (1836-1862) e só pelo Banco do Brasil (1862-1866). 30 
1.5.2.4. Emissão novamente pelo Tesouro Nacional (1866-1889). 30 
1.5.2.5. O Brasil Republicano: Emissão por diversos bancos (1889-1892). 30 
1.5.2.6. Emissão só pelo Banco da República do Brasil (1892-1896) e pelo Governo (1896-1906). 30 
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D:\Documentos do Estrela\Cursos\Livro\Moeda Sistema Financeiro e Banco Central - 201003.docx 
1.5.2.7. Caixa de Conversão (1906-1913). 31 
1.5.2.8. Emissão novamente pelo Banco do Brasil (1923-1926) e pela Caixa de Estabilização (1926-1930). 31 
1.5.2.9. Emissão uma vez mais com o Banco do Brasil (1930-1964) e a criação do Cruzeiro. 31 
1.5.3. O BANCO CENTRAL E OS PADRÕES MONETÁRIOS DE 1964 ATÉ O REAL 31 
1.5.3.1. Do Regime Militar à ―Nova República‖ (1964-1986). 31 
1.5.3.2. O Plano Cruzado (1986-1987) e o Cruzado. 32 
1.5.3.2. O Plano Bresser (1987). 32 
1.5.3.3. O Plano Verão e o Cruzado Novo (1989-1990). 33 
1.5.3.4. O Plano Collor e a volta do Cruzeiro (1990-1993). 33 
1.5.3.5. O Cruzeiro Real (1993-1994) 34 
1.5.3.6. O Plano Real e o Real (a partir de 1994). 34 
1.5.3.6.1. A nova ―família‖ de cédulas do Real (2010). 35 
1.5.4. PLANOS ECONÔMICOS E DIREITO ADQUIRIDO A REGIME MONETÁRIO. 36 
1.5.4.1. Inexistência de direito adquirido a regime monetário 37 
1.5.5. MOEDAS SOCIAIS E FINANÇAS SOLIDÁRIAS 38 
2 – SISTEMA FINANCEIRO INTERNACIONAL E ORGANISMOS INTERNACIONAIS 38 
2.1. INTRODUÇÃO 38 
2.1.1 SISTEMA MONETÁRIO INTERNACIONAL 39 
2.2. HISTÓRIA DO SISTEMA FINANCEIRO INTERNACIONAL 40 
2.2.1. O ―TRILEMA DA POLÍTICA MACROECONÔMICA‖. 40 
2.2.2. O PADRÃO-OURO 41 
2.2.3. DO PADRÃO-OURO-LIBRA ATÉ BRETTON WOODS 42 
2.2.4. O SISTEMA DE BRETTON WOODS E O PADRÃO OURO-DÓLAR 43 
2.2.5. O FIM DO PADRÃO OURO-DÓLAR E AS CRISES REGULATÓRIAS PÓS BRETTON WOODS 47 
2.2.5.1. Os Direitos Especiais de Saque – DES 49 
2.2.5.1.1 Evolução da composição do DES 50 
2.2.6. A LIBERALIZAÇÃO DA CONTA DE CAPITAL, AS CRISES E O CÂMBIO FLEXÍVEL. 51 
2.2.7. A NECESSIDADE DE CAPTAÇÃO DO FMI. 52 
2.2.8. NOVOS INVESTIDORES NO SISTEMA FINANCEIRO INTERNACIONAL: FUNDOS DE HEDGE, FUNDOS DE 
PENSÃO, CORPORAÇÕES DE INVESTIMENTO. 52 
2.2.9. OS NOVOS DESAFIOS DO CONTEXTO ATUAL. 57 
2.2.9.1 A Crise das Subprimes. 58 
2.2.9.1.1 O Impacto no Sistema Bancário. 61 
2.2.9.1.2 Impacto nos países em desenvolvimento 61 
2.2.9.1.3. Início do enfrentamento da Crise 62 
2.2.9.2. A Forma do Ajuste, Ação Coordenada, Auto-seguro e Instituição Multilateral. 64 
2.3. O FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL 66 
2.3.1. ORGANIZAÇÃO E ATIVIDADES DO FMI 66 
2.3.2. SÍNTESE DAS EMENDAS AO CONVÊNIO CONSTITUTIVO DO FMI. 68 
2.3.3. O FMI E SEU PAPEL NA ECONOMIA GLOBAL: AS FASES DE ATUAÇÃO DO FMI 69 
2.3.4. LINHAS DE FINANCIAMENTO, PREVENÇÃO E SOLUÇÃO DE CRISES NO FMI 70 
2.3.4.1. Linhas de financiamento no FMI. 70 
2.3.4.1.1. Modificações Efetuadas pelo FMI em 2009. 72 
2.3.4.2. Prevenção de crises no FMI. 73 
2.3.4.3. Solução de crises no FMI. 75 
2.3.5. MANUTENÇÃO DA RELEVÂNCIA DO FMI 75 
2.3.5.1. Surveillance do FMI. 76 
2.3.5.1.1. A ―Decisão de 2007‖ (atualização da ―Decisão de 1977‖). 78 
Posição Brasileira 79 
2.3.5.2. Papel do FMI junto a Países de Renda Média. 80 
2.3.5.3. Papel do FMI junto a Países de Baixa Renda. 80 
2.3.5.4. Voz, voto e Governança no FMI. 81 
2.3.5.4.1. Proposta de Reforma de Quotas e Voz Aprovada em abril de 2008: 83 
2.3.5.4.1.1. Resultados da Reforma de 2008 84 
Página 5 de 365 
D:\Documentos do Estrela\Cursos\Livro\Moeda Sistema Financeiro e Banco Central - 201003.docx2.3.5.4.2. A continuidade do processo de Reforma de Quotas e Voz e a antecipação da implementação dos 
resultados da 14ª Revisão Geral 84 
2.3.5.5. Plano de Transações Financeiras – Financial Transactions Plan (FTP). 84 
2.3.5.6. Reforço institucional do FMI. 85 
2.3.6. GAB, NAB, ACORDOS BILATERAIS E LANÇAMENTO DE BÔNUS (BOND ISSUANCE). 86 
2.3.6.1 O Acordo Geral de Empréstimo – General Arrangements to Borrow (GAB). 86 
2.3.6.2 O Novo Acordo de Empréstimo – New Arrangements to Borrow (NAB). 87 
2.3.6.3 Acordos Bilaterais. 89 
2.3.6.4 Lançamento de Bônus (Bond Issuance). 90 
2.3.7. O DEPARTAMENTO DE DES 91 
2.3.8. EM DEFESA DE UM FORTALECIMENTO DO FMI 92 
2.3.9. ATUAÇÃO RECENTE DO BCB NO FMI 93 
2.4. O GRUPO BANCO MUNDIAL 93 
2.4.1. FINALIDADES 93 
2.4.2. COMPOSIÇÃO DO GRUPO BANCO MUNDIAL 95 
2.4.3. PRODUTOS E SERVIÇOS DO BANCO MUNDIAL 95 
2.4.4. VOZ, VOTO E GOVERNANÇA NO BANCO MUNDIAL 97 
2.4.5. A ATUAÇÃO DO BRASIL NO BANCO MUNDIAL 98 
2.5. A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO (OMC) 99 
2.5.1. PRINCIPAIS FUNÇÕES DA OMC 100 
2.5.2. PRINCÍPIOS BÁSICOS DA OMC 100 
2.6. O G-24 100 
2.7. O G-20 101 
2.7.1. ORIGEM 101 
2.7.2. O G-20 COMO PRINCIPAL FÓRUM DE COORDENAÇÃO FINANCEIRA INTERNACIONAL. 102 
2.7.3. TEMAS DA PAUTA DO G-20 103 
2.7.4. REALIZAÇÕES DO G-20 105 
2.7.5. A GESTÃO DO G-20 105 
2.7.6. O BRASIL COMO PRESIDENTE DO G-20 EM 2008 E MEMBRO DA TRÓICA ENTRE 2007 E 2009. 106 
2.7.7. ATUAÇÃO RECENTE DO BCB NO G-20. 107 
2.8. O BANCO DE COMPENSAÇÕES INTERNACIONAIS – BIS. 107 
2.8.1. ORGANIZAÇÃO 108 
2.8.2. OBJETIVOS 109 
2.8.3. ATUAÇÃO RECENTE DO BCB NO BIS 111 
2.9. O CONSELHO DE ESTABILIDADE FINANCEIRA – FSB 112 
2.10. O CEMLA 113 
2.11. INTEGRAÇÃO 114 
2.11.1. VANTAGENS DOS PROCESSOS DE INTEGRAÇÃO 114 
2.11.2. CLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS DE INTEGRAÇÃO 114 
2.11.3. LIBERALIZAÇÃO FINANCEIRA 115 
2.11.3.1. Conceitos 115 
2.11.3.2. Etapas 115 
2.11.4. O MERCADO COMUM DO SUL (MERCOSUL) 115 
3 – SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL 118 
3.1. CRONOLOGIA 118 
3.2. INTRODUÇÃO 119 
3.3. FUNÇÕES DO MERCADO FINANCEIRO 119 
3.4. EVOLUÇÃO DO SFN 120 
3.4.1. ATÉ 1964 120 
3.4.2. DE 1964 ATÉ 1990 121 
3.4.3. DE 1990 ATÉ OS DIAS ATUAIS 123 
3.5. SEGMENTAÇÃO DO MERCADO FINANCEIRO 124 
3.5.1. POR TIPO DE CONTROLE 124 
3.5.2. MERCADO DE CRÉDITO X MERCADO DE TÍTULOS 124 
Página 6 de 365 
D:\Documentos do Estrela\Cursos\Livro\Moeda Sistema Financeiro e Banco Central - 201003.docx 
3.5.3. MERCADO MONETÁRIO 125 
3.5.4. MERCADO DE CAPITAIS 125 
3.5.5. MERCADO CAMBIAL 126 
3.5.6. MERCADO DE DERIVATIVOS 126 
3.5.7. MERCADO PRIMÁRIO X MERCADO SECUNDÁRIO 126 
3.5.8. MERCADOS PÚBLICOS X MERCADOS PRIVADOS 127 
3.6. ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL (SFN) 127 
3.6.1.ÓRGÃOS NORMATIVOS 127 
3.6.2. ENTIDADES SUPERVISORAS 128 
3.6.3. OPERADORES 128 
3.6.3.1. Supervisionados pelo Banco Central do Brasil 128 
3.6.3.1.1. Instituições financeiras captadoras de depósitos à vista 128 
3.6.3.1.2. Demais instituições financeiras 128 
3.6.3.1.3. Outros intermediários financeiros e administradores de recursos de terceiros 129 
3.6.3.2. Supervisionadas pela CVM 129 
3.6.3.3 Supervisionadas pela Susep 129 
3.6.3.4. Supervisionadas pela Previc 129 
3.7. CARACTERÍSTICAS E PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS130 
3.7.1. ÓRGÃOS NORMATIVOS 130 
3.7.1.1. Conselho Monetário Nacional (CMN) 130 
3.7.1.2. Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) 130 
3.7.1.3. Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) 131 
3.7.2. ENTIDADES SUPERVISORAS 131 
3.7.2.1. Banco Central do Brasil (BCB) 131 
3.7.2.2. Comissão de Valores Mobiliários (CVM) 132 
3.7.2.3. Superintendência de Seguros Privados (Susep) 132 
3.7.2.4. Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) 133 
3.7.3. INSTITUIÇÕES OPERADORAS 135 
3.7.3.1. Supervisionadas pelo Banco Central 135 
3.7.3.1.1. Instituições captadoras de depósitos à vista 135 
3.7.3.1.1.1. Bancos múltiplos 135 
3.7.3.1.1.2. Bancos comerciais 135 
3.7.3.1.1.3. Caixa Econômica Federal (CEF) 136 
3.7.3.1.1.4. Cooperativas de crédito 136 
a)Tipos e características das cooperativas de crédito 137 
b)Segmentação das cooperativas por tipo e ramo de atividade 138 
b.1) Cooperativas de crédito rural 138 
b.2) Cooperativas de crédito mútuo 138 
b.3) Cooperativas do tipo luzzati 139 
c) Origem e evolução do cooperativismo 139 
3.7.3.1.2. Demais instituições financeiras 141 
3.7.3.1.2.1. Agências de fomento 141 
3.7.3.1.2.2. Associações de poupança e empréstimo 141 
3.7.3.1.2.3. Bancos de desenvolvimento 141 
3.7.3.1.2.4. Bancos de investimento 142 
3.7.3.1.2.5. Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) 142 
3.7.3.1.2.6. Companhias hipotecárias 143 
3.7.3.1.2.7. Sociedades de créditos, financiamento e investimento 143 
3.7.3.1.2.8. Sociedades de crédito imobiliário 143 
3.7.3.1.2.9. Sociedades de crédito ao microempreendedor 144 
3.7.3.1.3. Outros intermediários financeiros e administradores de recursos de terceiros 144 
3.7.3.1.3.1. Administradoras de consórcio 144 
3.7.3.1.3.2. Sociedades de arrendamento mercantil (leasing) 145 
3.7.3.1.3.3. Sociedade corretoras de câmbio 146 
3.7.3.1.3.4. Sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários 146 
3.7.3.1.3.5. Sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários 146 
3.7.3.2. Supervisionadas pela CVM 147 
Página 7 de 365 
D:\Documentos do Estrela\Cursos\Livro\Moeda Sistema Financeiro e Banco Central - 201003.docx 
3.7.3.2.1. Bolsas de mercadorias e futuros 147 
3.7.3.2.2. Bolsas de valores 147 
3.7.3.3. Supervisionadas pela Susep 147 
3.7.3.3.1. Sociedades seguradoras 147 
3.7.3.3.2. Sociedades de capitalização 147 
3.7.3.3.3. Entidades abertas de previdência complementar 147 
3.7.3.4. Supervisionadas pela Previc 148 
3.7.3.4.1. Entidades fechadas de previdência complementar (fundos de pensão) 148 
3.7.3.5. Outras instituições 148 
3.7.3.5.1. Fundos de investimento 148 
a) Características básicas 148 
b) Classificação dos fundos 149 
b.1) Fundos de curto prazo: 150 
b.2) Fundos referenciados: 150 
b.3) Fundos de renda fixa: 150 
b.4) Fundos de ações: 150 
b.5) Fundos cambiais: 150 
b.6) Fundos de dívida externa: 151 
b.7) Fundos multimercado: 151 
b.8) Outros 151 
c) Instituições Financeiras Autorizadas a Administrar Fundos de Investimento Financeiro: 151 
3.7.3.5.2. Correspondente bancário 152 
3.7.3.5.2.1 Banco postal 152 
3.7.3.5.2.2. Correspondentes bancários (ou banco popular) 153 
3.7.3.5.3. Sistema Financeiro da Habitação (SFH) e Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE)
 154 
3.7.3.5.3.1. Legislação básica do SFH 156 
3.7.3.5.4. Cartões de Crédito 157 
3.7.4. CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA FINANCEIRO (CRSFN) 158 
3.8. PRINCIPAIS OPERAÇÕES DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. 159 
3.8.1. INTRODUÇÃO 159 
3.8.2. OPERAÇÕES PASSIVAS DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS: INSTRUMENTOS DE CAPTAÇÃO. 159 
3.8.2.1. Depósitos à Vista. 159 
3.8.2.2. Depósitos a Prazo. 160 
3.8.2.3. Depósitos de Poupança. 160 
3.8.3. OPERAÇÕES ATIVAS DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. 160 
3.8.3.1. Principais operações ativas com pessoas jurídicas 160 
a) Empréstimos para capital de giro. 160 
b) Conta garantida/cheques especiais. 161 
c) Vendor. 161 
d) Hot money. 161 
e) Desconto de títulos (notas promissórias e duplicatas). 161 
3.8.3.2. Principais operações ativas com pessoas físicas 162 
a) Crédito pessoal automático por cheque ou acessado eletronicamente. 162 
b) Crédito Direto ao Consumidor (CDC). 162 
c) Crédito Consignado. 162 
d) Crédito imobiliário. 162 
3.8.3.3. Outras operações 163 
a) Depósitos interfinanceiros (CDI) 163 
b) Operações com títulos públicos. 163 
c) Operações de tesouraria 164 
d) Crédito rural 164 
e) Financiamento às exportações 164 
f) Repasses de Linhas do BNDES e FINAME. 165 
g) Operações de Arrendamento Mercantil (―Leasing‖) 165 
3.8.4. TAXAS DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO: JUROS E SPREAD BANCÁRIOS 165 
Página 8 de 365 
D:\Documentosdo Estrela\Cursos\Livro\Moeda Sistema Financeiro e Banco Central - 201003.docx 
4 – BANCOS CENTRAIS – ORIGENS E FUNÇÕES 168 
4.1. HISTÓRICO 168 
4.1.1. O BANCO DA INGLATERRA ASSUMINDO AS FUNÇÕES DE BANCO CENTRAL. 168 
4.1.2. A CRIAÇÃO DE BANCOS CENTRAIS NA EUROPA. 169 
4.1.3. A CRIAÇÃO DE BANCOS CENTRAIS NA AMÉRICA LATINA. 169 
4.1.4. A DEFINIÇÃO DE BANCO CENTRAL. 171 
4.1.5. INDEPENDÊNCIA DE BANCO CENTRAL. 171 
4.2. FUNÇÕES TÍPICAS 171 
4.2.1. EXECUTOR DA POLÍTICA MONETÁRIA 172 
4.2.2. BANCO DOS BANCOS 175 
4.2.3. REGULADOR DE RISCO SISTÊMICO – RRS (SYSTEMIC RISK REGULATION – SRR) 178 
4.2.4. REGULADOR E SUPERVISOR DO SISTEMA FINANCEIRO 178 
4.2.5. EXECUTOR DA POLÍTICA CAMBIAL 180 
4.2.6. MONOPÓLIO DE EMISSÃO 181 
4.2.7. BANQUEIRO DO GOVERNO 182 
4.2.8. ASSESSOR ECONÔMICO DO GOVERNO 183 
4.3. JUSTIFICATIVAS PARA A EXISTÊNCIA DE UM BANCO CENTRAL 183 
5 – BANCOS CENTRAIS – MODELOS 185 
5.1. INTRODUÇÃO 185 
5.2 BANCO CENTRAL DOS ESTADOS UNIDOS – FED 186 
5.2.1. ORIGEM 186 
5.2.2. ORGANIZAÇÃO 188 
5.2.3. FUNÇÕES 190 
5.2.4. RELACIONAMENTO INSTITUCIONAL 190 
5.3. SISTEMA EUROPEU DE BANCOS CENTRAIS (SEBC) E O BANCO CENTRAL EUROPEU 
(BCE) 190 
5.3.1. ANTECEDENTES 191 
5.3.1.1. Critérios de convergência 192 
5.3.2. EXPANSÃO DA UE 196 
5.3.3. BANCO CENTRAL EUROPEU (BCE) 198 
5.3.3.1. Funções 198 
5.3.3.2. Participação no capital subscrito do Banco Central Europeu 200 
5.4. BANCO CENTRAL DO CHILE 202 
5.4.1. ORIGEM E NATUREZA 202 
5.4.2. ORGANIZAÇÃO 203 
5.4.3. FUNÇÕES 204 
5.4.4. RELACIONAMENTO INSTITUCIONAL 205 
6 – BANCO CENTRAL DO BRASIL – HISTÓRICO E FUNÇÕES 205 
6.1. HISTÓRICO 205 
6.1.1. DE 1808 A 1945 205 
6.1.2. A CRIAÇÃO DA SUMOC 207 
6.1.3. A REFORMA DE 1964 E OS AJUSTES SEGUINTES. 209 
6.1.4. A REFORMA DO REAL 210 
6.2. FUNÇÕES DO BANCO CENTRAL DO BRASIL 210 
6.2.1. MONOPÓLIO DE EMISSÃO 211 
6.2.2. BANCO DOS BANCOS 215 
6.2.2.1 A conta Reservas Bancárias 215 
6.2.2.1.1 Operações que sensibilizam a conta Reservas bancárias 216 
6.2.2.2. Recolhimento compulsório ou reservas compulsórias ou encaixe obrigatório 216 
6.2.2.3. Operações de Redesconto 220 
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6.2.2.4. Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) 222 
6.2.2.4.1 Introdução 222 
6.2.2.4.2 A importância do sistema de pagamentos 223 
6.2.2.4.3 Princípios Fundamentais sobre Sistemas de Pagamento de Importância Sistêmica (SPIS) 225 
6.2.2.4.4. O Sistema de Pagamentos Brasileiro 226 
6.2.2.4.4.1 O papel do Banco Central 226 
6.2.2.4.4.2 Câmaras de Compensação e de Liquidação 227 
6.2.2.4.4.3. Sistemas de Liquidação 228 
6.2.2.4.5 Sistemas de liquidação de transferências de fundos interbancários 228 
6.2.2.4.5.1 Sistema de Transferência de Reservas – STR 228 
6.2.2.4.5.2 CIP – Sitraf 230 
6.2.2.4.5.3 Centralizadora da Compensação de Cheques e Outros papéis – Compe 230 
6.2.2.4.5.4 CIP – Siloc 231 
6.2.2.4.5.5 Câmara Tecnologia Bancária – Tecban 232 
6.2.2.4.6 Sistemas de liquidação de transferências de ativos 232 
6.2.2.4.6.1 Sistema Especial de Liquidação e de Custódia – Selic 232 
6.2.2.4.6.2 Câmara de Custódia e Liquidação – Cetip 233 
6.2.2.4.6.3 Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia – CBLC 233 
6.2.2.4.6.4 BM&F – Câmara de Câmbio 234 
6.2.2.4.6.5 BM&F – Câmara de Derivativos 235 
6.2.2.4.6.6 BM&F – Câmara de Ativos 236 
6.2.2.4.7. A configuração do SPB 237 
6.2.2.4.8. O STR e o redesconto do Banco Central 237 
6.2.3. BANQUEIRO DO GOVERNO 238 
6.2.4. SUPERVISÃO DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL 239 
6.2.4.1. Supervisão Indireta 241 
6.2.4.1.1. Sistemas de Informação e Cadastros do Banco Central do Brasil 241 
6.2.4.1.1.1. Sistema de Informações de Crédito – SCR. 242 
6.2.4.1.1.2. O Registro Comum de Operações Rurais – Recor. 245 
6.2.4.1.1.3. O Sistema de Registro de Operações de Crédito com o Setor Público – Cadip. 245 
6.2.4.1.1.4. O Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos – CCF. 246 
6.2.4.1.1.5. O Cadastro Informativo de Créditos Não-Quitados do Setor Público Federal – Cadin. 247 
6.2.4.1.1.6. O Cadastro de Clientes do Sistema Financeiro Nacional – CCS. 248 
6.2.4.1.2. Prevenção de Ilícitos Cambiais e Financeiros 249 
6.2.4.1.2.1. Agentes autorizados a operar com câmbio. 251 
6.2.4.1.2.2. Operações que podem ser realizadas no mercado de câmbio 253 
6.2.4.2. Supervisão Direta 253 
6.2.4.2.1. Supervisão Direta de Bancos e de Conglomerados Bancários 253 
6.2.4.2.2. Supervisão Direta de Cooperativas e Instituições Não Bancárias 254 
6.2.4.2.3. Tipos de inspeções 254 
6.2.4.2.3.1. Inspeção Global Consolidada – IGC. 254 
6.2.4.2.3.2. Inspeção Modular – IM. 255 
6.2.4.2.3.3. Verificação Especial – VE. 255 
6.2.4.3. Processos Administrativos Punitivos 255 
6.2.4.4. Atendimento ao Público 257 
6.2.4.5 Autorização para o funcionamento de Instituições Financeiras 258 
6.2.4.6. Regras Prudenciais 258 
6.2.4.6.1. O Acordo de Basileia 258 
6.2.4.6.1.1. Basileia 1 259 
6.2.4.6.1.2. Basileia 2 260 
1 – Risco de Crédito 261 
2 – Risco de Mercado 261 
3 – Risco Operacional 262 
6.2.4.6.1.3. A crise de 2007-2010 e as críticas a Basileia 2 262 
Iniciativas internacionais para mitigar a pro-ciclicalidade 263 
6.2.4.6.2 Outros acordos e comitês 264 
6.2.4.7. Saneamento do SFN 266 
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6.2.4.7.1. Pressupostos conceituais da atuação dos bancos centrais frente às crises bancárias 266 
6.2.4.7.2. O Sistema Financeiro Nacional após a estabilização monetária e o arcabouço legal de tratamento 
da crise bancária 266 
6.2.4.7.3. Antecedentes na área dos regimes especiais. 267 
6.2.4.7.4. Os Regimes Especiais. 268 
6.2.4.7.4.1. A Intervenção 269 
6.2.4.7.4.2. A Liquidação Extrajudicial 269 
6.2.4.7.4.3. A Administração Especial Temporária 270 
6.2.4.7.5. Instrumentos de saneamento da Lei 9.447/97 271 
6.2.4.7.6. O Programa de estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional – 
Proer. 273 
6.2.4.7.6.1. Diferenças da Atuação do Banco Central em Crises Bancárias antes e após o Proer. 274 
6.2.4.7.7. O Programa de Incentivo à Redução do Setor Público Estadual na Atividade Bancária – PROES.
 276 
6.2.4.7.8. O Fundo Garantidor de Créditos – FGC. 278 
6.2.4.8. Sigilo Bancário 279 
6.2.4.9. Sistema BacenJud 280 
6.2.4.9.1. Ordens judiciais recebidas pelo BCB por meio de ofício (papel) 280 
6.2.4.9.2. A implementação do sistema – Bacen Jud 1.0 281 
6.2.4.9.3. O Bacen Jud 2.0 281 
6.2.4.9.4. Parceiros na elaboração do Projeto Bacen Jud 2.0 – Fase II 282 
6.2.4.9.5. Os Convênios firmados no Bacen Jud 2.0 283 
6.2.4.9.6. Adesão, cadastramento e credenciamento no Bacen Jud 2.0 283 
6.2.4.9.7. Código de Processo Civil – CPC 283 
6.2.4.10. Inclusão Financeira 283 
6.2.4.10.1. Correspondentes bancários 284 
6.2.4.10.2. Cooperativismo de crédito 284 
6.2.4.10.3. Microfinanças 285 
6.2.4.10.4. Moedas Sociais e finanças solidárias 285 
6.2.5. EXECUTOR DA POLÍTICA MONETÁRIA 286 
6.2.5.1. Meios de pagamento e base monetária 286 
6.2.5.1.1 Meios de pagamento 286 
6.2.5.1.1.1 Meios de pagamento segundo o sistema emissor 286 
6.2.5.1.2 Base monetária 288 
6.2.5.2. Principais instrumentos de política monetária 288 
6.2.5.2.1 Recolhimento compulsório ou reservas compulsórias ou encaixe obrigatório 288 
6.2.5.2.2. Redesconto 292 
6.2.5.2.3 Operações de mercado aberto 294 
6.2.5.2.3.1 Mercado Primário versus Mercado Secundário 297 
6.2.5.3. Definição das metas de política monetária e Metas de Inflação 297 
6.2.5.3.1. Programação Monetária 297 
6.2.5.3.2. Sistema de Metas para a Inflação (SMPI) 298 
6.2.5.3.2.1 Antecedentes 298 
6.2.5.3.2.2 Funcionamento do SMPI 300 
O Comitê de Política Monetária (Copom) no Banco Central do Brasil 301 
As etapas da execução do SMPI no Brasil. 303 
Procedimentos no Caso de Eventual Descumprimento da Meta de Inflação no Brasil 303Resultados Recentes da Inflação e das Metas 304 
6.2.5.3.2.3 A condução da política monetária no Brasil no Sistema de Metas para Inflação 305 
6.2.5.3.2.4 O mecanismo de transmissão da política monetária 306 
6.2.5.3.2.5. A interdependência da política monetária com a política fiscal 307 
6.2.5.4. Controle das operações de crédito 307 
6.2.5.5. Banco Central, estabilidade, redução do imposto inflacionário sobre a sociedade e aumento real de 
rendimentos. 307 
6.2.6. POLÍTICA CAMBIAL E DE RELAÇÕES FINANCEIRAS COM O EXTERIOR 309 
6.2.6.1 Regulação do mercado de câmbio 309 
6.2.6.2. Administração das reservas internacionais 311 
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6.2.6.3. Acompanhamento dos movimentos de capitais 312 
6.2.6.4. Relacionamento com Organismos Internacionais. 312 
6.2.6.5. Gerenciamento do Sistema de Pagamentos da Aladi – CCR. 313 
6.2.6.6. Operações internacionais do BCB 314 
6.2.6.6.1 Atuação no Mercado de Câmbio Doméstico 316 
a) Operações de intervenção no mercado cambial 316 
b) Acompanhamento do mercado de câmbio brasileiro 316 
c) Lançamento da taxa de câmbio do dólar americano na PTAX800 317 
6.2.6.6.2. Operações internacionais do BCB como investidor institucional 317 
6.2.6.6.2.1 Principais Mercados Financeiros Para a Aplicação das Reservas 320 
6.2.6.6.2.2. Gerenciamento Ativo das Reservas Internacionais 320 
6.2.6.6.2.3. Programa de gerenciamento externo de reservas 322 
6.2.6.7. Negociação da dívida externa 322 
6.2.6.8. Brasil Credor Internacional 323 
6.2.6.9. Brasil – ―Grau de Investimento‖ 323 
7 – BANCO CENTRAL DO BRASIL – MISSÃO, OBJETIVOS, INTEGRAÇÃO COM O PLANO 
PLURIANUAL (PPA) E ESTRUTURA ADMINISTRATIVA 324 
7.1. MISSÃO 324 
7.2. OBJETIVOS ESTRATÉGICOS 2007 – 2011 324 
7.3. INTEGRAÇÃO DO PLANEJAMENTO INSTITUCIONAL COM O PLANO PLURIANUAL 
(PPA) 324 
Programa: Desenvolvimento do Sistema Financeiro Nacional 325 
Programa: Gestão das Políticas Monetária, Cambial e de Crédito 325 
7.4. CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL (CMN) 325 
7.4.1. COMISSÃO TÉCNICA DA MOEDA E DO CRÉDITO (COMOC) 326 
7.5. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL 327 
Organograma do Banco Central do Brasil 327 
7.5.1 DIRETORIA COLEGIADA 328 
7.5.2 UNIDADES SUBORDINADAS AO PRESIDENTE 328 
7.5.3 DOS DIRETORES 329 
7.5.3.1 Diretor de Administração: 329 
7.5.3.2 Diretor de Assuntos Internacionais: 329 
7.5.3.3 Diretor de Liquidações e Controle de Operações do Crédito Rural: 329 
7.5.3.4 Diretor de Fiscalização: 329 
7.5.3.5 Diretor de Normas e Organização do Sistema Financeiro: 329 
7.5.3.6 Diretor de Política Econômica: 329 
7.5.3.7 Diretor de Política Monetária: 330 
7.6. MISSÃO E OBJETIVOS DAS DIRETORIAS 330 
7.6.1. DIRETORIA DE ADMINISTRAÇÃO – DIRAD 330 
7.6.2. DIRETORIA DE ASSUNTOS INTERNACIONAIS – DIREX 330 
7.6.3. DIRETORIA DE LIQUIDAÇÕES E CONTROLE DE OPERAÇÕES DO CRÉDITO RURAL – DILID 330 
7.6.4. DIRETORIA DE FISCALIZAÇÃO – DIFIS 330 
7.6.5. DIRETORIA DE NORMAS E ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA FINANCEIRO – DINOR 331 
7.6.6. DIRETORIA DE POLÍTICA ECONÔMICA – DIPEC 331 
7.6.7. DIRETORIA DE POLÍTICA MONETÁRIA – DIPOM 331 
7.7. MISSÃO E OBJETIVOS DAS UNIDADES 332 
7.7.1. UNIDADES SUBMETIDAS AO PRESIDENTE 332 
7.7.1.1 Unidade Especial – Secretaria Executiva da Diretoria – Secre 332 
7.7.1.1.1. – Secretaria de Relações Institucionais – Surel 332 
7.7.1.1.2 – Secretaria da Diretoria e do CMN – Sucon 332 
7.7.1.1.3 – Assessoria de Imprensa – Asimp 333 
7.7.1.1.4 – Gerência– Executiva de Apoio Administrativo e Tecnológico – Geate 333 
7.7.1.2. – Unidades Centrais 333 
7.7.1.2.1. Procuradoria-Geral do Banco Central – PGBC. 333 
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7.7.1.2.2. Auditoria Interna do Banco Central do Brasil – Audit 334 
7.7.1.2.3. Ouvidoria do Banco Central do Brasil – Ouvid 335 
7.7.1.2.4. Corregedoria-Geral do Banco Central do Brasil – Coger 335 
7.7.1.2.5. Assessoria Parlamentar do Banco Central do Brasil – Aspar 336 
7.7.2. UNIDADES SUBMETIDAS AO DIRETOR DE ADMINISTRAÇÃO – DIRAD 336 
7.7.2.1. Departamento de Planejamento, Orçamento e Organização – Depla 336 
7.7.2.2. Departamento de Contabilidade e Execução Financeira – Deafi 337 
7.7.2.3. Departamento de Gestão de Pessoas – Depes 337 
7.7.2.4. Departamento de Recursos Materiais e Patrimônio – Demap 337 
7.7.2.5. Departamento de Segurança – Deseg 338 
7.7.2.6. Departamento de Tecnologia da Informação – Deinf 338 
7.7.2.7. Departamento do Meio Circulante – Mecir 338 
7.7.2.8. Gerência Executiva de Projetos – Gepro 338 
7.7.2.9. Gerências Administrativas Regionais e Gerências Técnicas Regionais 339 
7.7.2.9.1 Organização das Gerências Administrativas Regionais 339 
7.7.2.9.2 Gerências Técnicas e Administrativas Regionais. 340 
7.7.3. UNIDADES SUBMETIDAS AO DIRETOR DE ASSUNTOS INTERNACIONAIS – DIREX 340 
7.7.3.1. Departamento da Dívida Externa e de Relações Internacionais – Derin 340 
7.7.3.2. Gerência Executiva de Normatização de Câmbio e Capitais Estrangeiros – Gence 341 
7.7.4. DIRETORIA DE LIQUIDAÇÕES E CONTROLE DE OPERAÇÕES DO CRÉDITO RURAL – DILID 341 
7.7.4.1. Departamento de Liquidações Extrajudiciais – Deliq 341 
7.7.4.2. Gerência-Executiva de Regulação e Controle das Operações Rurais e do Proagro – Gerop. 341 
7.7.5. DIRETORIA DE FISCALIZAÇÃO – DIFIS 342 
7.7.5.1. Departamento de Monitoramento do Sistema Financeiro e de Gestão da Informação – Desig 342 
7.7.5.2. Departamento de Supervisão de Bancos e de Conglomerados Bancários – Desup 342 
7.7.5.3. Departamento de Supervisão de Cooperativas e de Instituições Não-Bancárias – Desuc 342 
7.7.5.4. Departamento de Prevenção a Ilícitos Financeiros e de Atendimento de Demandas de Informações 
do Sistema Financeiro – Decic 342 
7.7.5.5. Departamento de Controle e Análise de Processos Administrativos Punitivos – Decap 343 
7.7.5.6. Departamento de Controle de Gestão e de Planejamento da Supervisão – Decop 343 
7.7.5.7 – Gerência-Executiva de Relacionamento da Supervisão – Gefis 343 
7.7.6. UNIDADES SUBMETIDAS AO DIRETOR DE NORMAS E ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA FINANCEIRO – DINOR
 343 
7.7.6.1 – Departamento de Normas do Sistema Financeiro – Denor 343 
7.7.6.2 – Departamento de Organização do Sistema Financeiro – Deorf 344 
7.7.7. DIRETOR DE POLÍTICA ECONÔMICA – DIPEC 344 
7.7.7.1. Departamento Econômico – Depec 344 
7.7.7.2. Departamento de Estudos e Pesquisas – Depep 345 
7.7.7.3. Gerência Executiva de Relacionamento com Investidores – Gerin 345 
7.7.7.4. Gerência-Executiva de Estudos Especiais – Geesp 346 
7.7.8. DIRETORIA DE POLÍTICA MONETÁRIA – DIPOM 347 
7.7.8.1. Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos – Deban 347 
7.7.8.2 – Departamento de Operações do Mercado Aberto – Demab 347 
7.7.8.3. Departamento de Operações das Reservas Internacionais – Depin 347 
7.7.8.4. Gerência-Executiva de Risco da Área de Política Monetária – Gepom 347 
8 – BANCOS CENTRAIS – AUTONOMIA 348 
8.1. INTRODUÇÃO 348 
8.1.1. BREVE HISTÓRICO 349 
8.2. AUTONOMIA, RESPONSABILIZAÇÃO E GOVERNANÇA 350 
8.2.1 OBJETIVOS E FUNÇÕES 351 
8.2.2 AUTONOMIA EM RELAÇÃO AO EXECUTIVO 351 
8.2.3 FUNÇÃO, DESIGNAÇÃO E DEMISSÃO DO PRESIDENTE E DOS DIRETORES 352 
8.2.4. COOPERAÇÃO COM O GOVERNO 353 
8.2.5. RESPONSABILIDADE FORMAL NA CONDUÇÃO DA POLÍTICA MONETÁRIA 353 
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D:\Documentos do Estrela\Cursos\Livro\Moeda Sistema Financeiro e Banco Central - 201003.docx 
8.2.6. FINANCIAMENTO DAS ATIVIDADES DO BANCO CENTRAL 354 
8.2.7. CONTROLE EXTERNO 355 
8.2.8 INDEPENDÊNCIA EM RELAÇÃO AOS MERCADOS 356 
8.2.9 AUTONOMIA DO BANCO CENTRAL E CREDIBILIDADE. 357 
8.3. AUTONOMIA E CONTROLE DA INFLAÇÃO: ESTUDOS EMPÍRICOS 357 
8.3.1. EVIDENCIAS PARA PAÍSES EMERGENTES 357 
8.4. ARGUMENTOS PRÓ E CONTRA UM BANCO CENTRAL AUTÔNOMO 358 
REFERÊNCIAS 358 
LIVROS E PUBLICAÇÕES 358 
HOME PAGES: 364 
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1 – MOEDA 
1.1. IMPORTÂNCIA E FUNÇÕES DA MOEDA 
A moeda foi criada para facilitar as trocas, viabilizando, com isto, a especialização do trabalho. 
Seria impossível imaginar a atual organização sócio-econômica sem a moeda, o crédito e as 
instituições que a emitem e intermedeiam. Hoje a importância da moeda decorre não só de suas 
tradicionais funções de meio de troca, de unidade de conta (ou de valor), reserva de valor e padrão 
de pagamentos diferidos, mas também do seu preço (juros) e da sua estabilidade interna 
(inflação/deflação) e externa (câmbio). Influencia e serve de referência para avaliar as condições e 
perspectivas econômicas do país que a emite. 
O aumento da importância da moeda está ligado ao desenvolvimento do processo da divisão do 
trabalho e consequente perda da auto-suficiência econômica dos indivíduos. Salvo em comunidades 
extremamente afastadas da civilização, um homem dos nossos tempos produz parcela minúscula 
daquilo que consome. Portanto, a perda de auto-suficiência é uma contingência do progresso e da 
produção em massa, alcançáveis apenas com intensa divisão do trabalho. Ou seja, quanto mais um 
país se desenvolve mais se especializam seus indivíduos, e maior passa a ser a 
interdependência entre eles. Obviamente o corolário imediato da divisão do trabalho é o 
estabelecimento das trocas. 
A introdução da moeda no sistema econômico conduziu à dissociação de cada troca em duas 
operações: uma de compra e outra de venda. A moeda, por sua vez, passou a desempenhar as 
seguintes funções fundamentais: 
 intermediário de trocas; 
 unidade de conta ou valor; 
 reserva de valor; e 
 padrão de pagamentos diferidos. 
1.1.1. Funções da moeda no espaço. 
O papel da moeda como intermediário das trocas é inerente à sua própria definição. 
O segundo papel, o de unidade de valor ou de conta, resume-se na praxe de exprimir o valor de 
troca das mercadorias em termos de uma unidade comum – o padrão monetário. A existência desse 
padrão deu origem aos sistemas atuais de preços, tornou possível a contabilização da atividade 
econômica e permitiu a construção de sistemas agregativos de contabilidade social. 
Essas duas funções são consideradas como atuando no espaço. 
1.1.2. Funções da moeda no tempo. 
Dentre as funções no tempo, a principal é a de reserva de valor, que decorre do desdobramento das 
trocas em compras e vendas. No momento em que um indivíduo vende serviços ou mercadorias 
recebendo moeda em troca, pode guardá-la para gastar no futuro. O que leva à preferência pela 
utilização da moeda como reserva de valor é a sua pronta e imediata aceitação, pois tem como 
característica a liquidez por excelência, podendo ser convertida em outros ativos, financeiros ou 
reais. 
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A outra função no tempo, que corresponde ao papel da moeda como padrão de pagamentos 
diferidos, decorre das facilidades relacionadas ao crédito e da distribuição temporal de formas de 
adiantamentos. Dessa forma, são viabilizados os processos de investimento, de produção e de 
consumo, pois a moeda permite interpor parcelas de pagamentos ao longo das etapas de geração dos 
bens econômicos. 
1.1.3. Instrumento de poder e função liberatória da moeda. 
A moeda tem também como característica a função liberatória, pois detém o poder de saldar 
dívidas, de liquidar débitos e de livrar o detentor de uma situação passiva. O poder liberatório é 
garantido pelo Estado, que pode forçar o curso da moeda, impondo sua aceitação como forma de 
pagamento. Além disso, a moeda é um instrumento que traduz o poder econômico, político e social. 
À medida que se admite a moeda como um título de crédito, os que a detêm possuem direitos de 
haver sobre os bens e serviços disponíveis no mercado, tanto maiores e mais amplos quanto maior 
for o montante disponível de moeda. 
1.1.4. A inflação e as funções da moeda. 
Em períodos caracterizados por altas taxas de inflação, muitas vezes causadas por emissões 
desenfreadas, as funções da moeda passam a ser negadas econômica e socialmente. As primeiras a 
sofrerem esse processo são as funções no tempo, pois com a perda de valor a moeda deixa de ser 
usada como reserva de valor e, em seguida, como padrão de pagamentos diferidos. 
A persistência de taxas de inflação elevadas interfere também nas funções da moeda no espaço, que 
é substituída por outros ativos que passam a desempenhar o papel de unidade de conta. Num regime 
hiper-inflacionário, a moeda pode perder até mesmo sua função de intermediária de troca. 
A perda do poder de compra da moeda eleva os custos de sua retenção e de contabilidade das 
transações. O uso de ativos alternativos como meio de conta provoca dissociação entre o meio de 
conta e o meio de troca. No Brasil, por exemplo, entre 1981 e 1986, muitos contratos eram 
celebrados em ORTNs (Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional), enquanto o acerto final se 
dava em cruzeiros. Essa separação trouxe ineficiência para o sistema econômico, pois os cálculos 
para converter os preços dos bens em ORTNs (ou em dólar) e reconvertê-los para a moeda por 
ocasião de sua venda envolviam um custo fixo por transação, independentemente do valor total da 
operação. Do ponto de vista do vendedor, entretanto, a dissociação era vantajosa, pois ele se livrava 
da necessidade de repetida remarcação dos preços denominados em valores monetários. 
A separação entre meio de conta e meio de troca se acentua nas fases de inflação elevada, que se 
caracterizam por remarcações frequentes, atingindo preponderantemente os bens e serviços 
transacionados em maiores intervalos de tempo. A denominação de preços em ORTNs foi adotada 
principalmente em transações de longo prazo, como nos financiamentos para aquisição de moradias. 
A inflação elevada também reduz sensivelmente a eficiência da moeda como reserva de valor, 
principalmente na ausência de mecanismos de correção. É importante destacar, contudo, que nos 
anos que antecederam a implementação do Plano Real (1994), o uso intenso de indexadores, que 
corrigiam os valores de praticamente todas as transações, foi o que impediu a ―dolarização‖ da 
economia brasileira. 
1.2. CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DA MOEDA 
Hipoteticamente, todas e quaisquer mercadorias podem, potencialmente, ser consideradas formas de 
moeda. Três fatores, no entanto, delimitam essa possibilidade: 
 os custos de transação, 
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 os custos de estocagem e 
 os custos relacionados à sua função como meio de conta. 
Em relação especificamente ao papel-moeda, para cumprir bem suas funções, deve possuir 
características essenciais, que foram sendo requeridas por sua evolução e pelo aumento da 
complexidade das economias monetárias, sendo as mais relevantes: 
 indestrutibilidade e inalterabilidade – a moeda deve ser suficientemente durável a fim de que 
não se destrua ou deteriore rapidamente à medida em que é manuseada. Sem o uso de papel 
especial, ao final de poucas transações, as cédulas estariam irreconhecíveis e fisicamente 
deterioradas. Além disso, a indestrutibilidade e inalterabilidade são obstáculos à sua 
falsificação, constituindo-se em elementos de fundamental importância para a confiança do 
público e aceitação geral da moeda; 
 homogeneidade – expressa a necessidade de que unidades monetárias de mesmo valor sejam 
efetivamente iguais, assegurando facilidade de identificação e reforçando o aspecto da 
segurança; 
 divisibilidade – a moeda deve possuir múltiplos e submúltiplos emquantidade tal que permita 
sejam realizadas, sem dificuldade, transações de pequeno e grande porte; 
 transferibilidade – tendo em vista que uma das funções básicas da moeda é viabilizar o 
processo de troca, a unidade monetária não deve possuir qualquer vínculo que identifique seu 
possuidor pois se houvesse necessidade de transferência de cédulas via endosso, após poucas 
transações não haveria espaço físico para registro; 
 facilidade de manuseio e transporte – trata-se de um requisito de especial importância 
relativamente ao aspecto prático das operações de transporte e manuseio, que envolvem 
custos e requerem segurança. A evolução da expressão física da moeda, da moeda-mercadoria 
ao papel-moeda, foi em grande parte motivada por esta conveniência. 
Esses mesmos fatores têm condicionado, ao longo do tempo, a evolução da moeda, condicionando, 
inclusive o aparecimento da moeda eletrônica e de plástico, cujo uso tem se intensificado. 
1.3. HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DA MOEDA 
Com a divisão do trabalho e o consequente estabelecimento de trocas, cada indivíduo passou a 
destinar a maior parte de sua produção não ao seu consumo próprio, mas às trocas com terceiros que 
tenham mercadorias do seu interesse. Historicamente, as trocas passaram por duas etapas: 
(i) a das trocas diretas, mercadorias por mercadorias, e 
(ii) a das trocas indiretas, por intermédio da moeda. 
As trocas diretas, ou escambo, são eficientes para promover a circulação da produção apenas nas 
economias rudimentares, onde a divisão do trabalho é pouco extensa. Quando esta se aprofunda, as 
trocas diretas se tornam difíceis e complicadas: um indivíduo, A, pode desejar consumir 
mercadorias produzidas por outro indivíduo, B; mas, talvez, o indivíduo B não queira as 
mercadorias produzidas por A, e sim as de um outro indivíduo C, e daí por diante. Assim, somente 
as trocas indiretas, por meio da moeda, são eficientes numa economia onde exista divisão do 
trabalho. 
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1.3.1. Mercadorias de aceitação geral 
Historicamente, as primeiras formas de moeda foram mercadorias de aceitação geral, como o trigo, 
o gado (―pecus‖, de onde vem o termo pecúnia e a expressão ―valores pecuniários‖; do gado, usado 
para medir a riqueza das pessoas, também vem o termo capital) e o sal (usado para pagar os 
saldados romanos deu origem à palavra salário), etc. Contudo, estas mercadorias possuíam 
inúmeros inconvenientes que comprometiam sua eficiência, como o fato de não serem homogêneas, 
sofrerem a ação do tempo e apresentarem problemas relacionados à falta de divisibilidade e 
dificuldades de manuseio e de transporte. Além disso, a justaposição do valor de uso (como bem de 
consumo) e do valor de troca (estabelecido no mercado) comprometia o seu papel como 
instrumento de troca. São exemplos adicionais de moeda mercadoria as sementes de cacau usadas 
pelos astecas; o milho, pelos guatemaltecos; e a manteiga, pelos noruegueses. Entre tribos pastoris 
era comum o uso de animais vivos (renas entre tribos siberianas e búfalos em Bornéu). O gado 
também desempenhou papel importante nas economias de antigas tribos Europeias e por todo 
subcontinente indiano. 
1.3.2. Moeda metálica 
A evolução do uso de mercadorias como moeda levou à seleção de alguns metais para esta função 
em decorrência de sua durabilidade e pelo fato de poderem ser divididos em partes maiores e 
menores. Além disso, o metal pode ser convertido em algo útil (valor de uso) e ainda assim 
conservar o seu valor. Por exemplo: uma barra de metal podia ser fundida em uma espada, depois 
fundida de novo em uma panela e posteriormente fundida de volta em barras. Inicialmente, os 
metais mais utilizados foram o cobre, o bronze e o ferro, posteriormente substituídos pela prata e 
principalmente pelo ouro. A preferência pelo ouro decorreu do fato de que, pelas suas propriedades, 
não fica esverdeado como o cobre, não enferruja como o ferro e não perde o lustro como a prata. 
1.3.3. Moeda cunhada 
Já no final do terceiro milênio a.C. iniciou-se o uso de lingotes de metais preciosos (talentos) no 
comércio em troca de produtos. Com a difusão do uso de metais como moeda e para minimizar a 
necessidade de pesar e verificar a autenticidade dos metais passou-se a utilizar a cunhagem como 
forma de padronização e de certificação. A moeda metálica cunhada foi rapidamente difundida, 
tornando-se a base de todos os sistemas monetários durante séculos. 
A primeira cunhagem governamental de moedas metálicas de que se tem notícia foi realizada pelo 
Rei Creso da Lídia, entre 640 e 630 a.C., dando origem à prerrogativa (monopólio) do governo na 
emissão monetária, posteriormente consolidada pelos imperadores romanos, inclusive como forma 
de impor sua soberania sobre as regiões e povos sob seu domínio. 
Na época, pela cunhagem, os governos tinham como objetivo padronizar o meio circulante, 
avalizando o peso e a pureza dos metais que já eram utilizados como meio de troca. A atividade de 
cunhagem, evidentemente, era também utilizada para obter receita para os governantes ou senhores. 
Até hoje, a receita governamental oriunda da emissão monetária é conhecida como ―senhoriagem‖2. 
 
 
2
 Atualmente a senhoriagem está associada aos ganhos do emissor advindos da desvalorização da moeda. Uma vez que 
a moeda representa uma dívida de seu emissor para com os que a detém, na medida em que a moeda perde valor por sua 
desvalorização – em decorrência da inflação, da redução de sua cotação frente a outras moedas (câmbio) e ativos –, o 
valor real da dívida de seu emissor é reduzido, acarretando um ganho que é denominado ―senhoriagem‖. 
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1.3.4. Moeda-papel 
Os registros mais antigos do uso de papel como moeda remontam à China Imperial do século XIII. 
Nesse caso, o papel era uma mercadoria (moeda-mercadoria), pois não assumia a forma de uma 
cédula que registrasse depósito correspondente de metal. Foi na civilização ocidental, com o 
advento de instituições bancárias a partir dos séculos XIV e XV, que o uso da moeda-papel ganha 
progressiva importância, consolidando-se nos séculos seguintes. 
As primeiras notas ou certificados a circular surgiram como conseqüência do desenvolvimento de 
sistemas monetários à base de metais preciosos e o paralelo incremento das atividades de produção 
e de comércio. A multiplicação das trocas entre regiões e países exigia o transporte de metais que, 
muitas vezes, era difícil e arriscado. Forçados por essas circunstâncias, os comerciantes passaram a 
recorrer cada vez mais às casas de custódia. Essas recebiam depósitos, principalmente em ouro e 
prata, fornecendo aos seus proprietários certificados correspondentes, que poderiam ser descontados 
em suas ―filiais‖. Estes certificados, , por comodidade e segurança, passaram a circular no lugar dos 
metais monetários. Estava criada uma nova modalidade de moeda, denominada moeda 
representativa ou moeda-papel, inicialmente com lastro de 100% e garantia total de 
conversibilidade. 
Apesar da popularização do uso de cédulas ao longo dos três séculos seguintes, até o início do 
século XX o conceito de moeda continuava associado aos metais (ouro e prata), pois o regime 
monetário predominante no mundo era o do padrão-ouro e o dinheiro circulava lastreado naquele 
metal. 
1.3.5. Papel-moeda 
O uso generalizado da moeda-papel permitiu o desenvolvimento de uma nova modalidade de 
moeda. A experiência da custódia e da conversibilidade demonstrou que o lastro metálico integral 
em relação aos certificados em circulaçãonão era necessário para a operacionalização desse novo 
sistema. A despeito do fluxo permanente de conversão e de emissões de certificados, mediante 
novos depósitos, era comum a existência de uma parcela ociosa de metais. Assim, tendo em conta a 
confiança dos comerciantes e da comunidade, começaram as emissões de certificados não-
lastreados, ensejando a criação da moeda fiduciária (dependente de confiança), ou papel-moeda, 
com as seguintes características: 
 Caráter fiduciário (dependente de confiança) ou de curso forçado (aceitação forçada por lei); 
 Valor: capacidade de adquirir outras mercadorias, ou seja, funcionar como meio de troca. 
Observe-se que o papel-moeda só possui ―valor de troca‖ ou seja, não há valor intrínseco. 
Os riscos relacionados às emissões excessivas pela rede bancária, sem a existência de reservas 
correspondentes, levaram os governos de diversos países a limitar progressivamente a emissão de 
papel-moeda pelos bancos. Muitas vezes retiveram esse monopólio (Estados Unidos e Canadá, 
previamente à criação de seus bancos centrais), ou o concederam a um único banco comercial, que 
acumulava essa função com suas atividades tradicionais (Inglaterra, França, Alemanha, Itália, etc.). 
Não obstante tal tendência, houve experiências de free banking (na Escócia, no Canadá e em 
algumas regiões dos Estados Unidos), que correspondia a um sistema bancário desregulamentado, 
onde os bancos eram livres para emitir sua própria moeda. 
Assim, a história registra três sistemas monetários de emissão: 
(i) diretamente pelo Governo; 
(ii) por um único banco emissor; e 
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(iii) um regime de livre competição, com grande número de bancos emissores. 
Enquanto foi respeitado um regime monetário de moeda-papel (padrão-ouro ou prata), qualquer dos 
três sistemas monetários era relativamente eficiente para manter a estabilidade dos preços, já que a 
relativa escassez dos metais monetários se encarregava de ancorar os preços. Ou seja, qualquer que 
fosse a instituição emissora de moeda papel, havia a limitação dada pelo fato de que essas 
instituições (governo, banco central ou bancos comerciais) tinham a obrigação de garantir a 
transformação dessas notas ou depósitos em moeda metálica. 
Nesses regimes, a inflação (ou deflação) dependia basicamente da disponibilidade física de metal 
precioso. Por ocasião dos diversos ciclos de descoberta e exploração de ouro e prata pelos europeus 
no continente americano (séculos XVI e XVII), observaram-se surtos inflacionários na Europa, 
notadamente nos países em que a maior ―oferta monetária‖ não foi acompanhada por aumento da 
atividade econômica. 
Entretanto, na ausência de aumento na oferta do metal, o incremento das atividades econômicas 
causaria deflação, o que limitava o crescimento econômico. Tal restrição passou a ser contornada, a 
partir do século XIX, com o desenvolvimento dos bancos, do papel-moeda e dos depósitos 
bancários (moeda escritural). Ou seja, com base num mesmo nível físico de ouro, pelo sistema de 
reservas fracionárias, foi possível aumentar o volume de meios de pagamento na economia. 
O papel-moeda surgiu aos poucos no sistema econômico: primeiro, como simples certificado de 
depósito nos bancos comerciais; segundo, como certificado transferível de depósito (moeda-papel); 
e finalmente, como certificado inconversível, que é o próprio papel-moeda, com o qual foi 
eliminada a idéia de moeda representativa. Como intermediária de trocas, a moeda passou a valer 
não por sua utilidade intrínseca, ou valor de uso, mas por sua capacidade de adquirir outras 
mercadorias. Pelas suas características especiais de divisibilidade, homogeneidade e facilidade de 
manuseio e de transporte, o papel-moeda (notas e moeda de metal) surgiu como candidato 
privilegiado à função de meio de troca, em boa parte pelo seu baixo custo de transação. Como sua 
aceitação é normalmente garantida por meios institucionais, sua utilização generalizada como 
intermediário de trocas se tornou um ponto pacífico. 
Hoje predominam regimes de papel-moeda não conversível, com os governos detendo o monopólio 
ou o controle sobre sua emissão. A derradeira moeda importante a manter o padrão-ouro foi o dólar 
norte-americano, que se tornou inconversível em agosto de 1971. 
1.3.6. Moeda bancária. 
Cabe observar que, a partir do século XIX, o pagamento das transações passou a ocorrer 
progressivamente por meio da utilização dos serviços prestados pelos bancos. Com o 
desenvolvimento da compensação das transações bancárias, tornou-se usual fazer pagamentos com 
base em recursos depositados em bancos de depósitos (depósitos à vista), surgindo a moeda contábil 
ou bancária. Os depósitos bancários, inicialmente movimentáveis por cheques, posteriormente 
passaram a ser movimentáveis também por transferências eletrônicas ou outro tipo de ordem de 
pagamento. 
1.3.7. Desmaterialização da moeda. 
Verificou-se, assim, ao longo dos séculos, um processo de desmaterialização gradativa da moeda, 
com perda de importância do material que a constituía, ou seja, a moeda deixou de ter ―valor de 
uso‖. Assim, a moeda mercadoria foi substituída pela moeda metálica e pela moeda cunhada, que 
possuíam valor intrínseco (lastro ou âncora). Posteriormente, surgiu a moeda-papel, que era um 
certificado conversível e transferível de depósito em bancos comerciais. A moeda hoje conhecida 
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como papel-moeda (notas e moedas) é inconversível, fiduciária ou de curso forçado, garantido por 
meios institucionais. Com o aparecimento dos bancos, disseminou-se o uso da moeda escritural ou 
moeda bancária. Atualmente, é cada vez mais freqüente o uso de meios de pagamento eletrônicos. 
1.4. O FUTURO DA MOEDA 
O contraste entre o funcionamento da economia atual, que se caracteriza por alta complexidade, 
extrema especialização e elevado fluxo de recursos financeiros, e o passado, quando iniciou a 
industrialização e o comércio entre as nações, deixa clara a importância da evolução dos meios de 
pagamento para viabilizar o desenvolvimento em escala planetária. Os aspectos que mais 
influenciaram esse processo, foram, sem dúvida, as facilidades de manuseio, de transporte e de 
segurança. Nesse sentido, a moeda-mercadoria deu lugar ao metalismo, à moeda-papel, ao papel-
moeda, à moeda bancária (cheque), primeiro substituto da moeda manual, e a formas cada vez mais 
eficientes de moeda eletrônica. 
1.4.1. Pagamentos em espécie. 
O dinheiro em espécie (moeda manual) é usado principalmente para pagamentos de baixo valor, 
relacionados com as pequenas compras do dia-a-dia. Tomando como exemplo o caso brasileiro, as 
cédulas são atualmente emitidas em seis denominações (R$100; R$50; R$20; R$10; R$5; e R$2) e 
as moedas metálicas, em cinco (R$1; R$0,50; R$0,25; R$0,10; e R$0,05). Tanto cédulas quanto 
moedas metálicas têm curso forçado no país, mas a aceitação de moeda metálica como meio de 
liquidação é obrigatória apenas até 100 unidades de cada valor. Para o usuário, a utilização da 
moeda manual apresenta as vantagens do anonimato do pagador, ausência de risco de crédito e 
liquidação imediata e final do pagamento, sem intermediário. Suas desvantagens são os custos de 
transporte e de segurança
3
. 
1.4.2. Pagamentos sem utilização de papel-moeda (non-cash). 
Pagamentos que não envolvem a utilização de papel-moeda são efetuados principalmente por meio 
de cheques, transferências de crédito, cartões de crédito e de débito e, também, por débitos diretos. 
1.4.2.1. Cheque 
O cheque é uma ordem de pagamento à vista que cumpre satisfatoriamentea função de meio de 
troca. Diferencia-se do papel-moeda pelo fato de não possuir curso forçado, pois a aceitação de um 
cheque depende da credibilidade do banco depositário. A contraparte não está obrigada a aceitá-la. 
Recentemente, tem sido progressivamente substituído por formas eletrônicas de transferência de 
recursos. 
O cheque permite a transferência de moeda escritural, pois está ligado à moeda bancária, mas não é 
um equivalente de moeda escritural, não afetando o conceito de M1 (papel moeda em poder do 
público mais depósitos à vista) ou outro, até porque não tem valor definido pela autoridade 
monetária, nem pelas instituições financeiras, mas pelo emitente. Por moeda escritural entende-se 
 
 
3
 No quesito segurança, entre a moeda manual e a ―moeda eletrônica‖, não há ainda vantagem evidente de uma sobre a 
outra. 
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a diferença entre a moeda criada pela multiplicação bancária e as reservas (a diferença entre M1 e a 
Base Monetária)
4
. 
O uso de cheques propiciou, até recentemente, a movimentação de enormes somas de recursos 
financeiros e, portanto, transações de valores elevados que, se fossem realizadas com moeda 
manual, teriam sérias restrições pelas dificuldades de manuseio e de segurança. 
Com formato e características básicas padronizados, as folhas de cheque contêm registros 
magnéticos que possibilitam a leitura automática de seus dados fundamentais (Magnetic Ink 
Character Recognition – MICR). O cheque, algumas vezes, é entregue ao beneficiário para ser 
sacado em data futura (―cheque pré-datado‖), situação em que funciona como instrumento de 
crédito. No Brasil, as contas de depósito à vista são as únicas movimentáveis por cheques. 
Atualmente, no Brasil, o sistema bancário tem desestimulado o uso do cheque, por exemplo, por 
meio de limitações no fornecimento de talões e estabelecimento de tarifas, que são relativamente 
elevadas para operações de valores menores. Tais medidas encorajam o uso dos meios eletrônicos 
de transferência e, para as pequenas transações, o uso do dinheiro. 
A progressiva substituição do cheque por instrumentos eletrônicos tem sido incentivada também 
pelo atual Sistema de Pagamentos Brasileiro. Assim, a partir de 18.02.2005, os cheques de valor 
igual ou superior ao valor referencial, atualmente fixado em R$250 mil, passaram a ser liquidados 
bilateralmente entre os bancos, sem compensação multilateral, por intermédio do Sistema de 
Transferência de Reservas – STR. Os de valor inferior continuam sendo liquidados por intermédio 
do serviço de Compensação realizado pelo Banco do Brasil. 
O desestímulo de transações liquidadas por meio de cheques visou reduzir o risco de liquidação de 
instituições participantes da Câmara de Compensação. Com esse objetivo, para compensar cheques 
acima de R$5 mil é exigido depósito compulsório prévio, o que eleva o custo da transação. Como 
alternativa, tem sido estimulada a transferência eletrônica de recursos em tempo real (TED – 
Transferência Eletrônica Disponível). 
1.4.2.1.1. O cheque no Brasil 
O cheque é uma ordem de pagamento à vista, sacada por pessoa física ou jurídica contra uma 
instituição financeira bancária (banco comercial, múltiplo com carteira comercial, caixa econômica 
ou cooperativa de crédito). É regulado pela Lei 7.357, de 2 de setembro de 1965 – a Lei do Cheque 
– e subsidiariamente pelo Decreto 57.595, de 7 de janeiro de 1966, cujo Anexo I é conhecido como 
Lei Uniforme do Cheque. 
O cheque é pagável à vista, desconsiderando-se qualquer menção em contrário. Caso apresentado 
para pagamento antes da data indicada na emissão, considera-se que a data de emissão é a mesma 
da apresentação. O cheque pode ser nominativo ou ao portador (até R$100,00), podendo ser 
transferido por endosso em branco (assinatura do beneficiário ou portador) ou em preto (assinatura 
do beneficiário ou portador e nome do endossatário). 
O cheque deve ser apresentado ao sacado diretamente ou via compensação, no prazo de 30 dias a 
contar da data indicada como de emissão, se emitido na praça onde houver de ser pago. Se emitido 
 
 
4
 A multiplicação decorre da possibilidade da instituição bancária manter em caixa apenas fração do total de depósitos 
acolhidos, emprestando o restante. Tal padrão de comportamento, no sistema bancário como um todo, resulta a criação 
de moeda. 
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em outra praça, o prazo de apresentação é de 60 dias. A falta de apresentação do cheque dentro 
desse prazo acarreta para o beneficiário ou portador a perda de execução direta contra o emitente, se 
o cheque tinha fundos durante o prazo de apresentação e deixou de tê-los em razão de fato que não 
lhe seja imputável. 
O banco sacado pode se recusar a pagar a ordem por qualquer um dos motivos previstos nos 
normativos do CMN e pelo BCB (insuficiência de fundos, não conferência da assinatura etc). 
Havendo razões para tanto, o emitente pode revogar o cheque ou sustar seu pagamento. A sustação 
tem efeito imediato, ao passo que a revogação só produz efeito depois de expirado o prazo de 
apresentação. Mesmo durante o prazo de apresentação, o emitente e o portador legitimado podem 
fazer sustar o pagamento do cheque, manifestando ao sacado, por escrito, oposição fundada em 
relevante razão de direito. Não cabe ao sacado julgar da relevância da razão invocada pelo 
oponente. 
A Lei do Cheque não estabelece que esse título de crédito tenha aceitação obrigatória. Tampouco 
existe qualquer dispositivo legal tornando forçado seu uso como forma de pagamento. Portanto, 
diferentemente da moeda nacional, não tem curso forçado, isto é, não há obrigatoriedade na sua 
aceitação, sendo facultada a decisão de acolhê-lo. 
Observe-se que um cheque pode ser emitido na forma ―ao portador‖, apenas até certo valor. Pela 
Circular 2444, de 6 de julho de 1994, do Banco Central do Brasil, os cheques de valor superior a 
R$100,00 (cem reais), emitidos sem a identificação do beneficiário, passaram a ser desenvolvidos 
no serviço de compensação de cheques e outros papéis. 
1.4.2.2. Transferências de recursos 
As transferências interbancárias efetuadas por não-bancos compreendem, além das Transferências 
Eletrônicas Disponíveis (TEDs) por conta de cliente, os Documentos de Crédito (DOCs) e as 
movimentações interbancárias relacionadas com os bloquetos de cobrança. 
A transferência de crédito por intermédio da TED é disponibilizada para o favorecido no mesmo dia 
(same day funds), geralmente poucos minutos após a emissão da correspondente ordem pelo 
remetente. No caso do DOC, os recursos são disponibilizados para saque do favorecido no dia útil 
seguinte (D+1). A transferência de crédito relacionada com bloqueto de cobrança, cuja liquidação 
interbancária também ocorre em D+1, é colocada à disposição do favorecido em prazo menor ou 
maior conforme acordo entre ele e seu banco. 
O pagamento por transferência de crédito pode ser iniciado nos caixas das agências bancárias, em 
máquinas de atendimento automático (ATM – Automatic Teller Machines) ou pela Internet 
(Internet banking). Os bloquetos de cobrança contêm código de barras que possibilita a leitura ótica 
de seus dados (Optical Character Recognition – OCR). Quaisquer que sejam o modo e o meio 
utilizado para dar início à transferência de crédito (sob o ponto de vista do cliente, a transferência de 
crédito pode ser iniciada em papel ou eletronicamente), a movimentação sempre ocorre 
eletronicamente. 
1.4.2.3. Cartões de pagamentoOs cartões de pagamento incluem os cartões de débito, de crédito, os cartões de loja, os cartões pré-
pagos, e o e-money. 
A indústria de cartões de pagamento compreende os participantes responsáveis pelas atividades 
relacionadas à emissão de cartões de pagamento, pelo credenciamento de estabelecimentos 
comerciais e pela provisão de infraestrutura de redes que processam as transações efetuadas pelos 
portadores de cartões nos estabelecimentos comerciais. 
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Os cartões de pagamento são um bem de rede e como tal estão sujeitos aos efeitos de externalidades 
de rede, caracterizada pelo aumento no valor do bem ou serviço disponibilizado por intermédio de 
uma rede de acesso, a cada vez que um novo usuário é incorporado ao sistema. A existência de 
inúmeros portadores de cartões dispostos a efetuar seus pagamentos estimula o credenciamento de 
estabelecimentos comerciais e, ao mesmo tempo, a existência de estabelecimentos comerciais 
dispostos a aceitar cartões de pagamento estimula a demanda de usuários pelos cartões. O valor de 
um cartão aumenta para seu usuário à medida que mais estabelecimentos passam a aceitá-lo e mais 
usuários entram no sistema. Para os estabelecimentos comerciais, o aumento na quantidade de 
potenciais usuários aumenta suas vantagens em pertencer à rede de aceitação. 
A coexistência de várias infraestruturas de rede, sem cooperação, fragmenta os efeitos das 
externalidades de rede. Já um arranjo cooperativo faz com que os benefícios gerados pelas 
externalidades de rede sejam potencialmente alcançados por todos os participantes desse mercado: 
portadores, estabelecimentos comerciais, emissores e credenciadores. 
Bancos centrais e organismos internacionais têm manifestado posição favorável à cooperação em 
infraestrutura nessa indústria. O Banco de Compensações Internacionais (BIS) recomenda a 
interoperabilidade entre redes que processam transações no ponto de venda como fator de expansão 
da cobertura dos serviços disponíveis aos usuários finais e de melhoria da infraestrutura. No Brasil, 
em 2009, foram adotadas medidas em direção a um maior compartilhamento entre as redes. 
1.4.2.3.1. Cartões de crédito 
Os cartões de crédito surgiram nos Estados Unidos, na década de 50. Esta nova forma de 
pagamento se apresentou, no início, limitada a determinados tipos de transações. Sua disseminação 
foi possível graças ao ambiente favorável propiciado pela evolução tecnológica da computação 
aliada à telecomunicação. Nos anos 80, popularizou-se o seu uso. 
Comparativamente aos cheques, os cartões apresentam vantagens quanto à aceitação e 
confiabilidade, mas necessitam de meios adequados para autenticação e autorização da transação. 
Os cartões de crédito são representativos de limites de créditos pré-aprovados. Operacionalmente, é 
concedido ao portador um limite de crédito que pode ser usado para pagamento de bens e serviços e 
para saques em espécie. 
Lançado no Brasil em 1956, o cartão de crédito ganhou maior importância a partir da década de 90, 
com a eliminação de algumas restrições, como a que proibia sua utilização para compra de 
combustíveis, bem como a extinção da regra da “bandeira exclusiva”, existente até 1996, que 
impedia um mesmo emissor (banco) de operar com mais de uma “bandeira” (as principais bandeiras 
são Visa, Mastercard, American Express e Hipercard). 
1.4.2.3.2. Cartões de débito 
Os cartões de débito são emitidos pelo banco no qual o cliente tem conta corrente, ocorrendo o 
pagamento de bens e serviços adquiridos no momento da própria compra, por meio de débito na 
respectiva conta de depósitos. Também podem ser utilizados em caixas automáticos, de uso 
exclusivo (rede proprietária de um banco) ou compartilhado, ou em estabelecimentos comerciais 
que contam com máquinas apropriadas para a realização de transferências eletrônicas de fundos a 
partir do ponto de venda (EFTPOS – Electronic Funds Transfer from the Point of Sale). Os 
principais produtos são o Cielo, da Visa, o Maestro e o RedeShop, da Mastercard, e o Cheque 
Eletrônico da TecBan. A exemplo dos cartões de crédito, os cartões de débito com tarja magnética 
estão sendo substituídos por unidades dotadas de microprocessador (chip), que oferecem maior 
segurança para a autenticação das operações. 
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O débito na conta do titular do cartão é normalmente feito no momento do pagamento, enquanto o 
crédito na conta do estabelecimento comercial é feito em determinado prazo, maior ou menor 
conforme o contrato estabelecido com a administradora do cartão. 
1.4.2.3.3. Cartões de loja (retailer cards) 
Os cartões de loja, emitidos principalmente por grandes redes varejistas, ou postos de gasolina, 
inicialmente só eram utilizados nas lojas da rede emissora. Atualmente estes cartões, também 
conhecidos como private labels, são oferecidos para uso em outras lojas e para outras transações 
como aquisição de seguros e de títulos de capitalização. Para as empresas, além do ganho 
financeiro, o lançamento de cartões de marca própria permite maior controle sobre os bancos de 
dados da clientela, facilita a realização de propaganda de promoções dirigidas para seu público e 
torna o portador do cartão um cliente mais fiel. 
1.4.2.3.4. Cartões com valor armazenado (charge cards ou pré-pagos) 
Os cartões pré-pagos caracterizam-se por ter uma carga de crédito pré-definida para gastos em 
determinado produto ou serviço. São exemplos de cartões pré-pagos os cartões telefônicos, os de 
alimentação, de pedágio, de estacionamento, de transporte, etc. 
1.4.2.3.5. E-money 
O e-money pode ser um cartão ou software. No caso do cartão, há um microprocessador ou circuito 
integrado com valor armazenado que pode ser transferido mediante a inserção do cartão em uma 
leitora. Esse tipo de cartão pode ser recarregado várias vezes, observando-se o valor limite de 
carregamento fixado pelo emissor. Se assumir a forma de software, o valor eletrônico é armazenado 
no computador do usuário e a transferência de recursos ocorre por redes de comunicação, como a 
Internet, quando os pagamentos são efetuados. 
1.4.2.4. Débitos diretos 
O débito automático em conta, ou débito direto, é normalmente utilizado para pagamentos 
recorrentes, isto é, que observam certa periodicidade, tais como os referentes aos serviços de água, 
luz e telefone. Nesses casos, mediante iniciativa do prestador do serviço, beneficiário do 
pagamento, o valor da obrigação é debitado direta e automaticamente na conta bancária do devedor, 
ao amparo de prévia autorização por ele dada ao seu banco. Essa autorização é normalmente 
concedida por tempo indeterminado, com validade, portanto, enquanto não for revertida. 
1.4.2.5. Vales 
Existem também meios alternativos de pagamentos, representados pelos vales – vales-refeições, 
vales-transportes, entre outros – que ocuparam o espaço do dinheiro, ainda que restritos a pequenos 
valores. Embora tenham sido criados para fins previamente estabelecidos, em função da 
disseminação de sua aceitação, principalmente na economia informal, passaram a ser utilizados 
como meio de pagamento. Recentemente, principalmente vales-refeições têm assumido a forma de 
cartões com valores armazenados. 
1.4.3. Moeda eletrônica como substituto da moeda manual 
É fato inegável o uso progressivo de moeda eletrônica que tem, dentre outras vantagens, a de 
permitir o pagamento de qualquer quantia sem necessidade de troco; a recarga de valores até por via 
telefônica, eliminando a ida aos bancos; e a possibilidade de que o dinheiro eletrônico possa ser 
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transferido por meio das redes de comunicação, o que diminui, obviamente, a necessidade de portar 
dinheiro em espécie. 
Vale destacar que, no aspecto segurança, não são ainda evidentes as vantagens do uso do cartão. No 
caso de perda ou extravio, a situação para o portador é similar à do dinheiro, pois pode perder a 
quantia contida no cartão. 
1.4.3.1. Requisitos fundamentais para a moeda eletrônica substituir por completo a 
moeda manual 
Para a moeda eletrônica substituir por completo a moeda manual, superadas as dificuldades atuais, 
será necessário o atendimento a dois requisitos fundamentais: 
 meios tecnológicos totalmente disponíveis em qualquer parte do mundo, e 
 aceitação generalizada. 
1.4.3.2. Fatores que podem acelerar o uso da moeda eletrônica 
No atual estágio de evolução, as questões relativas à segurança, inviolabilidade das informações e à 
compatibilidade entre os diferentes sistemas em desenvolvimento precisam ser mais bem 
resolvidas. Dentre os fatores que podem acelerar o uso da moeda eletrônica estão: 
a) o crescimento de sistemas de aceitação, contribuindo para dar familiaridade ao uso; 
b) imposição de uso, pelos órgãos governamentais, a exemplo dos sistemas de previdência; 
c) aceleração do avanço tecnológico que viabilize a implantação a baixo custo de um sistema 
aberto e integrado para todos os bancos e pontos de venda; 
d) aceleração do comércio eletrônico via Internet ou TV interativa combinada com comércio 
eletrônico; 
e) ampliação do uso do cartão inteligente para guardar informações pessoais, de saúde, seguro, 
documentos de identificação, informações para emergências médicas, milhagens de viagens 
internacionais, etc. – além de permitir pagamentos. 
1.4.3.3. Fatores que podem dificultar o uso da moeda eletrônica. 
Por outro lado, são fatores que podem dificultar o avanço da moeda eletrônica: 
a) preferência pela privacidade, caso o uso dos cartões inteligentes requeira identificação. As 
transações com cartões de crédito, de débitos e outros meios eletrônicos permitem rastrear os 
gastos das pessoas e seu padrão e hábitos de consumo; 
b) limites de carga de valores podem exigir permanente necessidade de recarga; 
c) as transações diretas entre pessoas dificultam o uso do cartão inteligente, já que iriam requerer 
que cada um tivesse meio de intercambiar os valores; 
d) possibilidade de perda do cartão, de fraude eletrônica e de clonagem. 
1.4.3.4. Tendências 
Ainda que a importância da moeda manual como meio de pagamento tenha decrescido nos últimos 
tempos, é fato que hoje existe no mundo muito mais moeda em circulação do que jamais se 
verificou em qualquer período anterior. 
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Conforme observa Weatherford (2004), no livro A História do Dinheiro, ―...no final do século XX, o 
dinheiro em todas as suas formas, inclusive cédulas e moedas, teve sua importância reduzida pelo 
mundo. Antes mesmo de o dinheiro perder a sustentação no ouro, estava-se tornando menos 
importante para a elite financeira e portanto para a sociedade de modo geral. Ao mesmo tempo, 
contudo, o dinheiro passou a ser mais utilizado entre os pobres. No moderno sistema de duas 
classes, os consumidores pobres pagam com dinheiro, enquanto os consumidores de classe média 
usam preferencialmente cartões e cheques‖. 
Todas as nações mantêm um meio circulante para viabilizar o fluxo de determinados bens e 
serviços entre os agentes econômicos. Além disso, o segmento da população de baixa renda, em 
especial nos países em desenvolvimento, não tem acesso a outras formas de pagamento. Para tornar-
se detentor de uma conta corrente com talão de cheques para livre movimentação, ou de um cartão 
de débito, ou de um cartão de crédito, o indivíduo necessita preencher requisitos mínimos exigidos 
pelas empresas emissoras de cartões. Desse modo, o desequilíbrio de renda e as dificuldades de 
acesso ao mercado formal de trabalho mantêm um enorme contingente de excluídos desses 
sistemas de pagamento. O segmento da economia informal ou paralela, cuja existência não se 
pode ignorar, utiliza quase que exclusivamente a moeda manual como meio de pagamento e, 
dessa forma, permanece fora do controle e supervisão da lei, das estruturas e regras 
financeiras normais. 
Ademais, aspectos relacionados à segurança são fatores bastante importantes para o fechamento 
de uma operação de venda. Assim, transações com cheques ou cartões são precedidas de 
verificações quanto ao portador e, em última instância, a contraparte pode recusar-se a realizar a 
transação. A incidência de fraudes impõe a necessidade de cautela. Em contraste, o poder 
liberatório e o curso forçado da moeda manual a tornam um instrumento de pagamento 
irrecusável – uma de suas características é a de ser a liquidez por excelência. O detentor da moeda 
manual tem assegurado a possibilidade de realizar quaisquer transações. 
Não se pode, além disso, desconsiderar aspectos comportamentais e de preferências dos 
indivíduos pelo uso da moeda, até porque a sua existência é antes um fenômeno social-econômico 
ditado pela necessidade de viabilizar as trocas. Assim, entre outras motivações, determinam as 
preferências dos indivíduos por utilizar dinheiro para realizar transações: 
 anonimato, 
 privacidade, 
 comodidade. 
O caráter de imprevisibilidade quanto ao futuro é um fator de reforço para deter moeda manual. 
Quanto mais estável o ambiente em que atuam os agentes econômicos, maior a propensão para abrir 
mão dessa preferência. Em oposição, nas situações de instabilidade, a preferência por moeda 
manual prevalece, passando os indivíduos a privilegiar a função reserva de valor. 
Conclui-se que a facilidade de manuseio, os custos de movimentação, de transporte e de segurança 
são fatores que precipitaram mudanças na forma como a moeda se expressa. O uso da tecnologia 
aplicada ao segmento financeiro fez surgir os meios eletrônicos de pagamento, que proporcionam 
comodidade e facilidade de movimentação, agilizando o processo de pagamento/transferência. 
Resolvidas, de forma satisfatória, as questões de segurança das operações realizadas por meio 
eletrônico, elevadas somas passaram a ser movimentadas instantaneamente por meio eletrônico, 
eliminando-se as etapas de manuseio e transporte. 
Existe também a importante questão da acessibilidade ao sistema financeiro uma vez que parcela 
da população sem acesso a serviços bancários e financeiros – maior em países subdesenvolvidos e 
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emergentes – tampouco terão acesso à moeda eletrônica e outros serviços. Em função dessa 
questão, cresce em importância programas de inserção bancária como bancos populares, 
microcrédito, etc. 
O fator custo, relativamente à produção, ao transporte, à segurança e ao processamento de grandes 
quantias de dinheiro, tem influência significativa sobre o futuro da moeda (cédulas e moedas 
metálicas). Considere-se, por exemplo, o custo de manter ou transferir determinado valor em 
espécie comparado ao custo de um registro eletrônico de valor equivalente. Esse aspecto restringe o 
uso do dinheiro apenas a situações necessárias e inevitáveis. Quanto mais se ampliam as 
possibilidades de uso de meios eletrônicos, provavelmente menor será o uso da moeda manual. 
Entretanto, apesar de a moeda manual ser utilizada preferencialmente para pagar bens e serviços de 
menor valor, decrescendo, portanto, sua utilização, dificilmente será totalmente eliminada. 
Tanto é assim que estudo encomendado

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