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Prof. Luiz Augusto Gomes de Souza Inpa-Cosas, souzalag@inpa.gov.br; 3643-1874 Manaus, março de 2017 A IMPORTÂNCIA DA AGROBIODIVERSIDADE - NOÇÕES DE TAXONOMIA VEGETAL ATU 031 - AGROECOLOGIA Programa de Pós Graduação – Agricultura no Trópico 1 Agrobiodiversidade é a parte agrícola da biodiversidade, formada pelas plantas que tem interesse para o homem e, por isso, são cultivadas. A agrobiodiversidade é o resultado de milhares de anos de relacionamento entre o homem e a natureza, através da prática de domesticação de plantas e da agricultura. O QUE É AGROBIODIVERSIDADE? CENTROS PRIMÁRIOS DE DOMESTICAÇÃO Fonte: sinantropica.blogspot.com.br 3 Planta ou vegetal é um organismo cuja principal diferença em relação aos animais, fungos, etc., é a capacidade de realizar fotossíntese. Qualquer organismo que faça fotossíntese pertence ao Reino Vegetal. A reação química da fotossíntese é feita principalmente na folha vegetal. Bifoliolada Paripinada Trifoliada Imparipinada Palmada Bipinada O REINO PLANTAE 4 TAXONOMIA É o estudo de nomes e relações de plantas incluindo definições de nomenclatura e filogenia NOMENCLATURA: os nomes. FILOGENIA: as relações (evolução) Bertholetia excelsa Humb. & Bonpl. O gênero é escrito em itálico com primeira letra em maiúscula Nome específico, sempre em itálico com letra minúscula Regra básica da Nomenclatura Binária Nome de quem originalmente descreveu Cada espécie descrita pela ciência tem um único nome científico. O nome tem que ser publicado oficialmente com descrição em latim. Tem que ser designada uma amostra “tipo” para representar a espécie e esta é depositada em um Herbário de referência. Castanha-do-Brasil, Lecythidaceae 5 PLANTAS PRIMITIVAS EVOLUTIVAMENTE CONSIDERADAS VEGETAIS INFERIORES BRIÓFITAS e PTERIDÓFITAS Briófitas = os musgos Pteridófitas – as samambaias Líquens = são associações de algas e fungos 6 AS PLANTAS QUE PRODUZEM SEMENTES Fanerógamas: São plantas que produzem flores, frutos e sementes. São classificadas em dois grupos: Gimnospermas (primitivas) Angiospermas (evoluídas). Gimnospermas – São um grupamento em que os frutos apresentam sementes nuas e que não estão protegidas por um fruto. Há espécies características em florestas temperadas (as florestas de coníferas). Araucaria angustifolia, Araucariaceae, pinheiro-do-paraná Pinnus ssp., Pinaceae 7 A DIVERSIDADE DE PLANTAS NO BRASIL Grupos Total de espécies Total de endêmicas Endemicidade (%) Algas 3.496 52 1,5 Briófitas 1.521 275 18,1 Pteridófitas 1.176 450 38,3 Gimnospermas 26 2 7,7 Angiospermas 31.162 17.630 56,6 Total 40.989 18.932 46,2 Fonte: Forzza et al., 2010 8 PLANTAS SUPERIORES - ANGIOSPERMAS Angiospermas São plantas que produzem sementes Divisão Magnoliophyta Dominam as formações vegetais terrestres. Podem ser ervas de poucos milímetros (Lemnaceae) ou com até mais de 100 m (Myrtaceae). A maioria é terrestre, mas podem ser aquáticas (principalmente em água doce). A divisão Magnoliophyta tem duas classes. Liliopsida (As sementes têm somente um cotilédone e são chamadas de Monocotiledôneas). São 65 famílias, com 50 mil espécies (22 % das Angiospermas). Magnoliopsida (As sementes tem dois cotilédones e são chamadas de Dicotiledôneas). São 318 famílias, com 165 mil espécies (78 % das angiospermas). Fonte: Pirani et al., 1997 9 DIFERENÇAS ENTRE AS MONOCOTILEDÔNEAS E AS DICOTILEDÔNEAS CARACTERÍSTICAS MONOCOTILEDÔNEAS Cotilédones Um Nervaçãoda folha Paralela Câmbio Ausente Feixes do caule Espalhados Raiz Fasciculada Pólen 1 abertura Os primeiros registros fósseis das Angiospermas são do período Cretáceo inferior, cerca de 130 milhões de anos. DICOTILEDÔNEAS Dois Reticulada Presente Organizados Pivotante 3 aberturas 10 PRINCIPAIS ORDENS E FAMÍLIAS DAS MONOCOTILEDÔNEAS = LILIOPSIDAS As primeiras monocotiledôneas foram espécies aquáticas. Dentre as Ordens exclusivamente aquáticas estão Alismatales e Najadales. Algumas das ordens mais importantes são: Ordem Liliales – São 15 famílias, 8 mil espécies. As sementes são muito pequenas. São ervas perenes e muitas são ornamentais. Ex. Liliaceae, Iridaceae e Asparagaceae. Ordem Orchidales – São 4 famílias, 30 mil espécies (somente 150 espécies não pertencem a Orchidaceae). Ex. Orchidaceae – A maior família das angiospermas, 750 gêneros. Ordem Arales – São 2 famílias, 2 mil espécies. Plantas epífitas e terrestres. Ex. Lemnaceae e Araceae. Orchidaceae Araceae 11 ESPÉCIES DA ORDEM LILIALES Agave attenuata, Asparagaceae, agave Neomarica martinicensis, Iridaceae, trinérvia Neomarica caerulea, Iridaceae, trinérvia Allium fistulosum, Liliaceae, cebolinha Allium tuberosum, Liliaceae, alho Alloe vera, Xanthorrhoeaceae, babosa 12 ESPÉCIES DA ORDEM ORCHIDALES - ORCHIDACEAE Arundina bambusifolia, orquídea-bambu Cattleya violacea, orquídea-do-igapó Encyclya fragans, orquídea-de-cheiro Miconia candida, orquídea-estrela Cattleya labiata, orquídea-lábios–de-moça Phalaenopsis hybrid, orquídea-borboleta 13 ESPÉCIES DA ORDEM ARALES - ARACEAE Anthurium andraeanum, antúrio-vermelho Caladium bicolor, tinhorão Xanthosoma sagittifolium, taioba Dieffenbachia picta, comigo-ninguém-pode Pistia stratioides, repolho-d´água Heteropsis flexuosa, cipó-titica 14 Ordem Arecales – Uma só família tropical, com 212 gêneros, 2800 espécies. Há dois centros principais de distribuição: um no Leste Asiático e outro na Amazônia Central até o nordeste da América do Sul. Ex. Arecaceae (Palmaceae). Ordem Poales - São 7 famílias, com 9 mil espécies. Ervas anuais ou perenes incluindo plantas endêmicas de regiões restritas como o sudeste da Austrália até cosmopolitas. A família Poaceae tem 99 % das espécies da ordem, abrigando 650 gêneros. Ex. Poaceae (Gramineae). PRINCIPAIS ORDENS E FAMÍLIAS DAS MONOCOTILEDÔNEAS (Cont.) Arecaceae Poaceae 15 ORDEM ARECALES - ARECACEAE (PALMAE) Astrocarium acaule, patí Bactris gasipaes, pupunha Cocos nucifera, coco Mauritia flexuosa, buriti Oenocarpus bacaba, bacaba Desmoncus poliacanthus, palmeira-cipó Palmeiras de tronco reto, tipo estipe. Algumas com o tronco coberto por espinhos, outras em círculos alternados espaçados. Folhas compostas, algumas com espinhos. Flores dispostas em cachos densos. O fruto é uma drupa, chamado de coco. 16 ESPÉCIES DA ORDEM POALES POACEAE (GRAMINEAE) Bambusa vulgaris, Bambu Cymbopogon citratus, capim-limão Panicum maximum, capim colonião Saccarum officinarum, cana-de-açúcar Zea mays, milho Penninsetum glaucum, milheto 17 Ordem Ciperales – São 3 famílias, com 5 mil espécies. São ervas anuais ou perenes distribuídas em trópicos e sub-trópicos. Possuem rizomas. São semelhantes a Poaceae, mas tem origem filogenética diferente. Ex. Cyperaceae. Ordem Bromeliales – Uma só família, com 51 gêneros e 2000 espécies. São plantas perenes, herbáceas, com rosetas foliares basais, raro arbustivas ou arbóreas terrestres, ou epífitas. As Bromeliales são quase exclusivamente neotropicais com centro de diversidade na Mata Atlântica e encosta dos Andes. Ex. Bromeliaceae. PRINCIPAIS ORDENS E FAMÍLIAS DAS MONOCOTILEDÔNEAS (Cont.) Cyperaceae Bromeliaceae 18 ESPÉCIES DA ORDEM CIPERALES - CYPERACEAE Cyperus ferox, junquinho Cyperus luzulae Cyperus papyrus, papiro Rhynchospora nervosa, capim-estrela Scleria cyperina Fimbristhylis miliacea 19 ESPÉCIES DA ORDEM BROMELIALES - BROMELIACEAE Aechmea contracta Aechmea mertensii Ananas comosus, abacaxi Neoregelia compacta Tilantsia silvestris Guzmania lingulata 20 Ordem Zingiberales – São 8 famílias, com 1800 espécies. São reconhecidas pela inflorescência com brácteas coloridas e vistosas, muitas são plantas ornamentais. Todos os membros têm rizomas. São quase exclusivamente neotropicais. Ex. Musaceae, Costaceae (4 gêneros, 200 espécies), Marantaceae (30 gêneros, 170 espécies), Heliconiaceae (1 gênero, 100 espécies), Zingiberaceae (50 gêneros, 1000 espécies). PRINCIPAIS ORDENS E FAMÍLIAS DAS MONOCOTILEDÔNEAS (Cont.) Costaceae Zyngiberaceae Heliconiaceae Musaceae Marantaceae 21 ESPÉCIES DA ORDEM ZINGIBERALES Musa paradisiaca, Musaceae, banana Heliconia velloziana, Heliconiaceae, helicônia Calathea alouia, Marantaceae, ariá Costus spicatus, Costaceae, Cana-do-brejo Alpinia purpurata, Zingiberaceae, alpinia Ischnosiphon poliyphyllus, Marantaceae, arumã 22 ESTIMATIVAS DA BIODIVERSIDADE DE ALGUMAS FAMÍLIAS DE MONOCOTILEDÔNEAS NA FLORA BRASILEIRA Famíliabotânica Gêneros Espécies Endemismo no Brasil (%) Araceae 35 458 286 (62,4) Arecaceae 39 266 111 (41,7) Bromeliaceae 42 1.207 1.030 (85,3) Ciperaceae 40 594 172 (28,9) Heliconiaceae 1 29 5 (17,2) Musaceae 1 1 0 (0) Poaceae 204 1.401 458 (32,7) Orchidaceae 235 2.419 1.620 (67,0) Zingiberaceae 2 23 7 (30,4) Fonte: Forzza et al., 2010 23 PRINCIPAIS ORDENS E FAMÍLIAS DAS DICOTILEDÔNEAS = MAGNOLIOPSIDAS Ordem Magnoliales – São 10 famílias, com 3 mil espécies. Tem muitos atributos primitivos e o hábito das plantas é lenhoso. Ex: Annonaceae, Magnoliaceae. Ordem Laurales – São 8 famílias, com 2 mil espécies. Presença de vasos oleíferos no parênquima, flores dispostas em inflorescências. Ex. Lauraceae. Ordem Piperales – São 3 famílias, com 2 mil espécies, a maioria não lenhosa. Tem células oleíferas e flores reduzidas Ex. Piperaceae. Na Ordem Piperales está o mais antigo pólen das Angiospermas, evidenciando a hipótese de sua origem a partir de grupos com flores reduzidas. Annonaceae Piperaceae 24 ORDEM MAGNOLIALES – FAMÍLIA ANNONACEAE Annona coriacea, romã Annona muricata, graviola Annona squamosa, ata Rollinia mucosa, beribá Xylopia aromatica Duguetia stelechantha Têm hábito arbóreo, raramente são lianas. São reconhecida pelo odor forte e agradável do tronco e dos ramos e pela presença de casca branca. As folhas são alternas. Muitas espécies são plantas frutíferas comestíveis. 25 ESPÉCIES DAS ORDENS LAURALES E PIPERALES Aniba roseodora, Lauraceae, pau rosa Ocotea scabrella, Lauraceae Piper nigrum, Piperaceae, pimenta-do-reino Piper guianense, Piperaceae, cipó-táia Piper amalago, Piperaceae, pimenta-longa Pothomorphe peltata, Piperaceae, capeba 26 Ordem Nynphaeales – 5 famílias, menos de 100 espécies. São ervas aquáticas, sem células oleíferas, desprovidas de elementos de vaso. Ex. Ninphaeaceae. Ordem Urticales – 6 famílias, 2200 espécies. São plantas com estípulas e flores reduzidas. Tem sílica na epiderme e as vezes cristais de cálcio. Ex. Moraceae, Cecropiaceae, Urticaceae. Ordem Caryophyllales – 11 famílias, 10 mil espécies. São exclusivamente herbáceas, adaptadas a deficiência hídrica e regiões áridas e halofíticas. Hábito suculento. Ex. Cactaceae. PRINCIPAIS ORDENS E FAMÍLIAS DAS DICOTILEDÔNEAS (Cont.) Ninphaeaceae Cactaceae Urticaceae 27 ESPÉCIES DA ORDEM NYMPHAEALES E URTICALES Victoria amazonica, Ninphaeceae, vitória-régia Laportea aestuans, Urticaceae, urtiga Artocarpus heterophyllus, Moraceae, jaca Porouma cecropifolia, Cecropiaceae, mapati Artocarpus utilis, Moraceae, fruta-pão Ficus carica, Moraceae, figo 28 ESPÉCIES DA ORDEM CARYOPHYLLALES - CACTACEAE Cereus jamacaru, mandacaru Cereus repandus, cacto-do-Peru Epiphyllum phyllanthus Huernia keniensis, flor-dragão-do-Quênia Parodia succinea, corôa-de-frade Opuntia ficus-indica, Palma-nordestina 29 Ordem Euphorbiales – São 4 famílias, com 8 mil espécies. São plantas produtoras de látex e que apresentam frutos capsulados. Ex. Euphorbiaceae. Ordem Malvales – São 5 famílias, com 3500 espécies. Plantas lenhosas, estames unidos e presença de células ou cavidades mucilaginosas. Ex. Malvaceae, Bombacaceae. Ordem Rosales – São 24 famílias, com 6600 espécies. As folhas são geralmente compostas, com estípulas. Inclui grande variedade de plantas ornamentais. Ex. Rosaceae, Crassulaceae. PRINCIPAIS ORDENS E FAMÍLIAS DAS DICOTILEDÔNEAS (Cont.) Rosaceae Euphorbiaceae Bombacaceae 30 ORDEM EUPHORBIALES – FAMÍLIA EUPHORBIACEAE Riccinus comunis, mamona Jatropa gossypiifolia, pião-roxo Acalipha hispida, rabo-de-macaco Manihot esculenta, mandioca Euphorbia milii, coroa-de-cristo Hevea brasiliensis, seringueira Têm todos os hábitos de crescimento. Reconhecida pela presença de látex leitoso. As folhas são simples e alternas. Muitas espécies características de cultivos econômicos. 31 ESPÉCIES DA ORDEM MALVALES Albemoschus esculentus, Malvaceae, quiabo Hisbiscus rosa-sinensis, Malvaceae, papoula Ceiba pentandra, Bombacaceae, sumaúma Gossypium hirsutum, Malvaceae, algodão Malva parviflora, Malvaceae, malva Pseudobombax mumguba, Bombacaceae, munguba 32 ESPÉCIES DA ORDEM ROSALES Bryophyllum calycinum, Crassulaceae, corama Cydonia vulgaris, Rosaceae, marmelo Prunus cerasus, Rosaceae, cerejeira-japonesa Rosa grandiflora, Rosaceae, rosa Rubus niveus, Rosaceae, amora Fragaria vesca, Rosaceae, morango 33 Ordem Fabales – 1 família, 19.325 espécies, 727 gêneros. A terceira maior família das angiospermas. Folhas alternas, compostas, estipuladas. O fruto mais comum é um legume, mas tem drupas, sâmaras, lomentos e outros. Ex. Fabaceae (Leguminosae). Clitoria ternatea, patinho Campsiandra comosa, acapurana Inga pezizifera, ingá-de-flores -amarelas Cassia fastuosa, chuva-de-ouro Lewis et al., 2005 Parkia discolor, bico-de-arara Arachis silvestris, amendoim-rasteiro PRINCIPAIS ORDENS E FAMÍLIAS DAS DICOTILEDÔNEAS (Cont.) Delonix regia, flamboyant 34 LEGUMINOSAS HERBÁCEAS DERAM A DESIGNAÇÃO DA FAMÍLIA FABACEAE Vigna unguiculata, feijão-caupi Lupinus albus, tremoço Vicia faba, fava Arachis hypogaea, amendoim Lens sculenta, lentilha Pisum sativum, ervilha Cicer arietinum, grão-de-bico Fotos Google imagens Glycine max, soja 35 A família Fabaceae está dividida em 3 subfamílias: Caesalpinioideae Mimosoideae Faboideae FAMÍLIA – FABACEAE Distribuição geográfica das Fabaceae As Fabaceae têm origem tropical, e se adaptaram as mudanças climáticas especialmente na região subtropical após as glaciações.. 36 SEQUÊNCIA DA EVOLUÇÃO DAS FABACEAE QUANTO AOS HÁBITOS DE CRESCIMENTO Uma característica importante das leguminosas é a sua plasticidade de hábitos de crescimento Árvores de grande porte (primitivas) árvores de porte mediano árvores pequenas arbustos lianas ervas de crescimento indeterminado ervas anuais (evoluídas). Plantas aquáticas e semi-aquáticas (evoluídas) 37 SUBFAMÍLIA CAESALPINIOIDEAE É a subfamília mais primitiva São árvores da região tropical (97 % das espécies). 180 gêneros, 2.500-3.000 espécies. As flores são ligeiramente zigomórficas com cinco pétalas distintas. Folhas pinadas, bipinadas e bifolioladas. A floração é em pêndulos ascendentes. Possuem 10 estames mais ou menos livres (monadelfos). 34 % das espécies nodulam e fixam N2. Gêneros importantes na Amazônia Cassia, Caesalpinia, Chamaecrista, Copaifera, Bauhinia, Dimorphandra, Hymenaea, Senna, Tachigali e Sclerolobium Senna quinquangulata, cipó-manjerioba Senna tapajozensis , mandubira 38 SUBFAMÍLIA MIMOSOIDEAE São 56 gêneros e 3.000 espécies. 84 % dos gêneros e 95 % das espécies são arbóreas. As folhas são pinadas, exceto em Inga que tem uma glândula entre cada par de folíolos. As flores são actinomórficas. Os estames são muito numerosos e livres. Muitas das espécies tem grande potencial para recuperar solos. Cerca de 90 % das espécies nodulam e fixam N2. Gêneros importantes na Amazônia Albizia, Anadenanthera, Dinizia, Cedrelinga, Inga, Enterolobium, Leucaena, Mimosa e Stryphnodendron Macrosamanea pubiramea, jaranduba Zygia racemosa, angelim-rajado 39 Subfamília Faboideae (Papilionoideae) É a subfamília mais evoluída. 400-500 gêneros, 12.500-13.500 espécies. Tem folhas pinadas, unifolioladas ou trifolioladas. O hábito é lenhoso e herbáceo (38 % de gêneros arbóreos). As flores são zigomórficas, com 5 pétalas, e pêndulos descendentes. Possuem 10 estames monadelfos ou diadelfos (9 + 1). São principalmente ervas e arbustos da região subtropical. Quase 100 % das espécies nodulam e fixam N e predominam nódulos esféricos. Clitoria amazonum, facarana Gêneros importantes na Amazônia Arachis, Clitoria, Dalbergia, Desmodium, Dipteryx, Ormosia, Phaseolus, Swartzia e Vigna Dioclea guianense, bico-de-pato 40 Ordem Myrtales – 14 famílias, 9 mil espécies. Têm folhas simples opostas e possuem floema interno. Ex. Myrtaceae, Melastomataceae. Ordem Solanales – 9 famílias, 5 mil espécies. Ervas e árvores sem látex e com alcalóides que podem ser tóxicos. Ex. Solanaceae, Convolvulaceae. Ordem Scrophulariales – 12 famílias, 11 mil espécies. São árvores e lianas com gavinhas. As diferenças florais dessa e das próximas ordens indicam especialização crescente na polinização por insetos particulares e aves. Ex. Scrophulariaceae, Bignoniaceae. PRINCIPAIS ORDENS E FAMÍLIAS DAS DICOTILEDÔNEAS (Cont.) Bignoniaceae Solanaceae Myrtaceae 41 ESPÉCIES DA ORDEM MYRTALES Eugenia stipitata, Myrtaceae, araçá-boi Myrciaria dubia, Myrtaceae, camu-camu Psidium guajava, Myrtaceae, goiaba Syzygium malaccense, Myrtaceae, jambo Bellucia glossularioides, Melastomataceae, goiaba-de-anta Syzygium cumini, Myrtaceae, azeitona 42 ESPÉCIES DA ORDEM SOLANALES Capsicum frutescens, Solanaceae, pimenta-malagueta Lycopersicum sculentum, Solanaceae, tomate Solanum melongena, Solanaceae, berinjela Ipomoea batatas, Convolvulaceae, batata Ipomoea grandifolia, Convolvulaceae, corda-de-viola Bonamia ferruginea, Convolvulaceae, cipó-tuira 43 ESPÉCIES DA ORDEM SCROPHULARIALES Russelia equisetiformis, Scrophulariaceae Adenocalymma alliaceum, Bignoniaceae, cipó-de-alho Tabebuia crysotrycha, Bignoniaceae, ipê-amarelo Sphatodia campanulata, Bignoniaceae, espatódia Arrabidaea chica, Bignoniaceae, crajiru Tecoma stans, Bignoniaceae, ipê-de-jardim 44 Ordem Laminales – São 4 famílias, com 7800 espécies. São plantas aromáticas (produzem óleos essenciais com funções de defesas químicas). Ex. Lamiaceae. Ordem Rubiales – Uma só família, com 8 mil espécies. Principalmente tropical de árvores a ervas com folhas opostas com estipulas interpeciolares. Ex. Rubiaceae. Ordem Asterales – Uma só família, com 20 mil espécies. É a maior família das Magnoliopsidas. Distribuição cosmopolita, principalmente ervas pioneiras de colonização aberta. Inflorescência em capítulos. Ex. Asteraceae (Compositae). PRINCIPAIS ORDENS E FAMÍLIAS DAS DICOTILEDÔNEAS (Cont.) Rubiaceae Asteraceae 45 ESPÉCIES DAS ORDENS LAMINALES E RUBIALES Ocimum basilicum, Lamiaceae, alfavaca Albertia edulis, Rubiaceae, puruí Coffea arabica, Rubiaceae, café Uncaria tomentosa, Rubiaceae, unha-de-gato Psychotria poeppigiana, Rubiaceae, erva-de-rato Ixora coccinea, Rubiaceae, ixora 46 ESPÉCIES DA ORDEM ASTERALES - ASTERACEAE Acmella oleracea, jambu Chichorium endiva, chicória Emilia sonchifolia, emília Lactuca sativa, alface Wedelia paludosa, margaridão Helianthus annuus, girassol 47 ESTIMATIVAS DA BIODIVERSIDADE DE ALGUMAS DICOTILEDÔNEAS NA FLORA BRASILEIRA Família botânica Gêneros Espécies Endemismo no Brasil (%) Annonaceae 29 385 158 (41,0) Asteraceae 271 1.965 1.289 (65,6) Euphorbiaceae 62 765 500 (65,3) Fabaceae 210 2.694 1.458 (54,1) Lauraceae 23 418 211 (50,5) Lecythidaceae 10 118 54 (45,8) Meliaceae 8 83 31 (37,3) Myrtaceae 24 927 707 (76,3) Rubiaceae 118 1.397 645 (46,2) Fonte: Forzza et al., 2010 48 PRESERVAR VARIABILIDADE GENÉTICA PARA O FUTURO Nikolai Vavilov “Cada espécie surgiu em um único ponto global e é em seu centro de origem que expressa o seu máximo de variabilidade genética” A manutenção da variabilidade genética é dependente de hibridação, migrações e mutação. Causas da redução da variabilidade genética: Redução física dos indivíduos; Seleção artificial (domesticação); Perturbações no ecossistema; Distúrbios na polinização, nos vetores de dispersão do pólen e das sementes. Preservar – Manter ecossistemas, populações ou árvores. Conservar – Manter a variabilidade genética das populações. A agricultura familiar preserva a variabilidade genética de plantas cultivadas – recursos de agrobiodiversidade. 49 É necessário responder as seguintes perguntas: São caducifólias ou perenifólias ? São anuais ou perenes ? Que altura cresce ? Cresce rápido ? Vive muito ? Qual a resistência ou susceptibilidade a pragas e doenças ? São plantas forrageiras ? Morrem após a poda ? Quais são as tolerâncias de clima, luz, fertilidade e acidez do solo ? É preciso valorizar os múltiplos usos: planta comestível, produtora de óleo, de uso medicinal, forragem, madeirável, ornamental, fixadora de nitrogênio, etc. Dica: Prepare fichas das espécies com informações sobre elas. O QUE FAZER PARA SELECIONAR A ESPÉCIE DE PLANTA APROPRIADA? 50
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