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GEOMORFOLOGIA GEOMORFOLOGIA DO BRASIL E MAPEAMENTO GEOMORFOLÓGICO ROSE MARY GONDIM MENDONÇA GEOMORFOLOGIA Geomorfologia do Brasil Macrocompartimentação do relevo brasileiro soerguimento da plataforma sul- americana, ao longo do cenozóico (Andes) processos erosivos (bordas das bacias sedimentares) – terciário até o quaternário Evolução da Classificação do Relevo Brasileiro - destaque Aroldo de Azevedo Aziz Ab´Sáber RADAMBRASIL Jurandyr Ross Aroldo de Azevedo 1940 baseado em dados hipsométricos Realidade geológica e geomorfológica Divisão Dois Planaltos: Guiano e Brasileiro (subdividido em Central, Atlântico e Meridional) Três Planícies: Amazônica, Pantanal e Costeira Aziz Ab’Saber 1950 e considerou a influência do clima e do solo (geomorfologia climática) Criou concepção nova das interações clima, vegetação e estruturas geomorfológicas Definiu Três planícies – Planícies e terras baixas amazônicas, Pantanal e Costeiro Planaltos – Meio-norte, Nordestino, Serras e planaltos do Leste e Sudeste, Meridional e o Uruguaiano Aziz Ab’Saber - Planaltos Guianas – região serrana e o Planalto Norte Amazônico (extremo norte) – parte integrante do escudo das Guinanas com rochas cristalinas pré cambrianas – Pico da Neblina (3,014 m) Brasileiro – subdividido em Central, Maranhão- Piauí, Nordestino, Serras e Planalto do Leste e Sudeste, Meridional e Uruguaio – Rio Grandense, e formado por terrenos cristalinos desgastados e rochas sedimentares. Aziz Ab’Saber - Planície Planícies e terras baixas amazônicas – norte do país abaixo do Planalto das Guianas, em três níveis altimétricos, várzeas, terraços fluviais e baixos planaltos terrenos terciários. Planície do Pantanal – oeste do Mato grosso do Sul e sudoeste do Mato Grosso, formado por terrenos quaternários Planícies e terras baixas costeiras – acompanha a costa do Maranhão ao sul do país em terrenos terciários e quaternários Jurandir Ross Participou do RADAMBRASIL Em 1995, estabeleceu 28 unidades de relevo Grande parte das rochas e estruturas são formadas anteriormente a Cordilheira dos Andes Evolução em climas úmido, quente, semiárido e árido Planaltos Planaltos em bacias sedimentares – são limitados por depressões periféricas ou marginais e se caracterizam por seus relevos escarpados representados por frentes de cuestas (borda escarpada e reverso suave) Planalto da Amazônia Oriental Planaltos e chapadas da bacia do Parnaíba Planaltos e chapadas da bacia do Paraná Planaltos em intrusões e coberturas residuais de plataforma - constituem o resultado de ciclos erosivos variados e se caracterizam por uma série de morros e serras isolados, relacionados a intrusões graníticas, derrames vulcânicos antigos e dobramentos pré- cambrianos, a exceção do planalto e chapada dos Parecis, que é do Cretáceo (mais de 65 milhões de anos). Planaltos residuais norte-amazônicos Planaltos residuais sul-amazônicos Planalto da chapada dos Parecis Planaltos em cinturões orogênicos - ocorrem nas faixas de orogenia (movimento geológico de formação de montanhas) antiga e se constituem de relevos residuais apoiados em rochas geralmente metamórficas, associadas a intrusivas. Esses planaltos situam-se em áreas de estruturas dobradas que abrangem os cinturões Paraguai-Araguaia, Brasília e Atlântico. Planalto e Serras do Atlântico leste-sudeste (faixa de dobramento do Cinturão Atlântico - serras do Mar, Mantiqueira e Espinhaço e fossas tectônicas como vale do Paríba do Sul) Planatos e Serras de Goiás-Minas (faixa de dobramento do Cinturão Brasília – serras da Canastra e Dourada) Serras residuais do Alto-Paraguai (cinturão orogênico Paraguai-Araguaia) Planaltos em núcleos cristalinos arqueados – fazem parte do cinturão orogênico da faixa Atlântica, apresentam-se isolados e representam dobramentos antigos. Planalto da Borborema Planalto sul-rio-grandense Depressões Depressões brasileiras, excetuada a amazônica ocidental, caracterizam-se por terem sido originadas por processos erosivos. Essas depressões se caracterizam ainda por possuir estruturas bastante diferenciadas, consequência das várias fases erosivas dos períodos geológicos (Tocantins, Araguaia, ...) Depressões – originadas por processos erosivos em sua maioria Depressão Amazônica Ocidental Depressão Marginal norte-amazônica Depressão Marginal sul-amazônica Depressão do Araguaia Depressão Cuiabana Depressão do Alto-Paraguai-Guaporé Depressão do Miranda Depressão do Tocantins Depressão Sertaneja e do São Francisco Depressão da borda leste da Bacia do Paraná Depressão Periférica central ou sul-rio-grandense Planícies Planícies correspondem geneticamente às áreas predominantemente planas, decorrentes da deposição de sedimentos recentes de origem fluvial, marinha ou lacustre. Estão geralmente associadas aos depósitos quaternários, principalmente holocênicos (de 20 mil anos atrás) Planície – áreas planas decorrentes da deposição de sedimentos recentes (fluvial, marinho ou lacustre) Planície do rio Amazonas Planície do rio Araguaia Planície e Pantanal do rio Guaporé Planície e Pantanal Mato-grossense Planície da lagoa dos Patos e Mirins Planícies e tabuleiros ao longo do litoral brasileiro GEOMORFOLOGIA Mapeamento geomorfológico cartas topográficas mapas geológicos imagens de satélite escala variável - 1:250.000 a 1:50.000 escala detalhada - tipos de vegetação com a situação topográfica (mapeamento fitofisionômico) Fornecem informações sobre suscetibilidade a deslizamentos ou movimentos de massa Cada elemento do terreno representa, então, a síntese dos elementos físicos que o constituem Mapeamento Conteúdo essencial Base geológica como elemento essencial Fixação, delimitação e descrição precisa das formas de relevo Fixação da altimetria Representação dos domínios morfoclimáticos e morfoestruturais Representação das formações superficiais GEOMORFOLOGIA Mapeamento Geomorfológico Objetivo ordenar os fatos geomorfológicos mapeados em uma taxonomia que os hierarquiza levantamento sistemático Problemas mapeamentos não seguem padrão pré-definido escalas adoção de bases taxonômicas Metodologia ordenar os fenômenos mapeáveis taxonomicamente que deve estar aferido a uma escala cartográfica Estrutura da Geomorfologia Modelado Unidade Geomorfológica Região Geomorfológica Domínio Morfoestrutural Compartimento do Relevo Forma do Relevo Domínio Morfoclimático Domínios Morfoestruturais Grandes conjuntos estruturais que geram arranjos regionais do relevo, guardando relação de causa entre si Maior divisão taxonômica que organiza os fatos geomorfológicos derivados de aspectos da geologia (tectônica), e constituem-se os grandes arranjos estruturais (direções estruturais que se refletem na drenagem e no direcionamento do relevo) com ou sem influência da litologia. Somente mapeáveis em grande escala 1:250.000. Domínios Litoestruturais: Cadeias dobradas, estruturas dotadas e/ou falhadas, bacias sedimentares, maciços intrusivos, derrames de lavas. Domínios Morfoestruturais: áreas onde a erosão apaga os efeitos da litologia ou intercepta estruturas, como os pediplanos e as depressões periféricas Domínios Morfoestruturais Depósitos sedimentares quaternário Planícies e terraçoes de baixa declividade, eventuamentedepressões sobre depósitos sedimentares em amb. Fluvial, marinho Bacias e coberturas Fanerozóicas Planaltos e chapadas em bacias sedimentares deformadas ou não Cinturões Móveis Neoproterozóicos Planaltos, alinhamentos serranos e depressões interplanálticas em terrenos dobrados e falhados (ambiente com metamorfismo) Crátons NeoProterozóicos Planaltos residuais, chapadas , chapadões e depressões interplanalticas em embasamento com ou sem metamorfismo, incluindo coberturas sedimentares e ou vulcanicas Regiões Geomorfológicas Grupamentos de unidades geomorfológicas que apresentam semelhanças resultantes da convergência de fatores de sua evolução É o segundo táxon e se caracteriza por ser delimitada em escala regional, e não sofrer controle litoestrutural e sim climático no presente e passado (domínios morfoesculturais). Sendo assim as litologia não dão mais características comuns e aspectos semelhantes, sendo o clima o fator interveniente ou integrante do conceito. Neste táxon os aspectos fitoecológicos e pedológicos passam a ter significado regional. Associada a formações superficiais e de fitofisionomias. Somente mapeáveis em escala igual ou inferior a 1:250.000. Unidades Geomofológicas Associação de formas de relevo recorrentes, geradas de uma evolução comum Constitui-se o terceiro táxon. Sendo definido como um arranjo de formas semelhantes em seus tipos de modelados, resultante de processos paleoclimáticos e/ou natureza das rochas e estruturas. O comportamento da drenagem, seus padrões e anomalias são tomados como referencial a medida que revelam as relações entre os ambientes climáticos atuais e passados e as condicionantes litológicas e tectônicas. Representa um arranjo regional de formas de relevo que considera solo, clima e vegetação, mapeáveis na escala 1:50.000 Unidades Geomorfológicas Compartimentos identificados como: Planícies; Tabuleiros; Chapadas; Depressões; Patamares; Planaltos e; Serras. Planície Conjuntos de formas de relevo planas ou suavemente onduladas, em geral posicionadas a baixa altitude, e em que processos de sedimentação superam os de erosão (IBGE, 2009). Os relevos que se enquadram nas planícies correspondem geneticamente às áreas essencialmente planas geradas por deposição de sedimentos recentes de origem marinha, lacustre ou fluvial (ROSS, 2009). Planície Amazônica - AM Fonte:www.raizdavida.com.br/site/portugues/amazonia-patrimonio-do-povo-brasileiro/ 37 Planície do Rio Paraguai - MT Fonte: professormarcianodantas.blogspot.com.br/2011/09/as-estruturas-e-as-formas-do- relevo.html Tabuleiros e Chapadas São conjuntos de formas de relevo de topo plano, elaboradas em rochas sedimentares, em geral limitadas por escarpas; os tabuleiros apresentam altitudes relativamente baixas, enquanto as chapadas situam-se em altitudes mais elevadas. Tabuleiros Costeiros - BA Fonte: sigep.cprm.gov.br/sitio071/sitio071.htm Chapada dos Veadeiros - GO Fonte: www.brasil.gov.br/imagens/brasilia-50-anos/guia-turistico/turismo-ecologico/chapada-dos- veadeiros-go/view Chapada do Araripe - CE Fonte: pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Foto_de_Dihelson_Mendon%C3%A7a.jpg Depressões Conjuntos de relevos planos ou ondulados situados abaixo do nível das regiões vizinhas, elaborados em rochas de classes variadas. As depressões no território brasileiro, com exceção da depressão amazônica ocidental, apresentam uma característica genética muito marcante que é o fato de terem sido geradas por processos erosivos com grande atuação nas bordas das bacias sedimentares. Depressão do Tocantins - TO Fonte: professormarcianodantas.blogspot.com.br/2011/09/as-estruturas-e-as-formas-do- relevo.html Depressão Sertaneja - RN Fonte: professormarcianodantas.blogspot.com.br/2011/09/as-estruturas-e-as-formas-do- relevo.html Patamares São relevos planos ou ondulados, elaborados em diferentes classes de rochas, constituindo superfícies intermediárias ou degraus entre áreas de relevos mais elevados e áreas topograficamente mais baixa. Patamares da Serra Geral - SC Fonte: geoconceicao.blogspot.com.br/2012/05/sa.html Planaltos São conjuntos de relevos planos ou dissecados, de altitudes elevadas, limitados, pelo menos em um lado, por superfícies mais baixas, onde os processos de erosão superam os de sedimentação. Os planaltos em bacias sedimentares são quase inteiramente circundados por depressões periféricas ou marginais. Essas unidades também se caracterizam por apresentar nos contatos (planaltos-depressões) os relevos escarpados caracterizados por frentes de cuestas. Planalto de Lages- SC Fonte: geoconceicao.blogspot.com.br/2012/05/sa.html Planalto Central Fonte: www.estudopratico.com.br/tipos-de-relevo-do-brasil/ Serras Constituem relevos acidentados, elaborados em rochas diversas, formando cristas e cumeadas ou as bordas escarpadas de planaltos. Serra do Roncador- MT Fonte: professormarcianodantas.blogspot.com.br/2011/09/as-estruturas-e-as-formas-do- relevo.html Serra do Lajeado – TO Fonte: www.eco.tur.br/ecoguias/jalapao/fotos/cidades/taquarussu.jpg Tipos de Modelado Grupamentos de formas de relevo similares na forma geométrica, decorrentes de processos morfogenenéticos e genéticos em comum. É o quarto táxon. Na composição dos mapas geomorfológicos são delimitados em quatro tipos de modelados: de acumulação, os de aplanamento, os de dissecação e os de dissolução. Modelado de acumulação (A) – diferenciado pela gênese em fluviais, lacustres, marinhos, lagunares, eólicos e de gêneses mistas, resultantes da conjugação ou atuação simultânea de processos diversos. Modelados de aplanamento (P) - foram identificados pela sua gênese e funcionalidade, combinados com a atual conservação ou degradação impostas por erosão posterior a elaboração Modelado de dissolução (K) – rochas solúveis identificadas com o seu aspecto em superfície ou em subsuperfície Modelados de dissecação (D) – mais comum na paisagem brasileira, podem ser: Homogêneos – análise quantitativa do aprofundamento e densidade da drenagem Diferenciais – usado para áreas marcadas por controles tectônicos (marcados direções estruturais, sulcos pela drenagem), sendo medido somente o aprofundamento do curso de água, já que a densidade é controlada pela estrutura ou litologia Com topo convexo , tabular ou aguçado. Acumulação (A) Fluvial (f) Planície – Apf Várzea Terraço (t) – Atf Planície e Terraço – Aptf Marinha (m) Planície – Am Restinga, cordões litorâneos, dunas, plataformas de abrasão Terraço (t) - Atm Arenosos ou cascalheiros Marinha (m) Fluviomarinha Planície – Apm ou Apfm Mangue, lagunas Terraço (t) – Atm ou Atfm Terraços arenosos Lacustre (l) Planície – Apl Terraço (t) – Atl Fluviolacustre (fl) Lagunar (lg) Planície – Apfl ou Aplg Diques marginais Terraço (t) – Aptfl ou Atlg Eólico (e) Dunas (d) – Aed Planos arenosos (p)- Ape Gravitacionai s, Exurrada e Inundação Rampa de colúvio (Arc) Planície de Inundação - Al Planície Inundável Indiferenciado - ALi Aplanamento (P) Pediplano degradado (Pg) Inumado (i) - Pgi Desnudado (u) – Pgu Pediplano retocado (Pr) Inumado (i) – Pri Desnudado (u) – Pru Pediplano degradado Etchaplandado (Pge) Degradado (e)– Pge Retocado (r) – Pre Plano De gênese indiferenciada (i) - Pi Pedimento (p) – Pp Dissecação (D) Homogênea – D Feições de topo Convexas (c) - Dc Tabulares (t) – Dt Aguçadas (a) – Da Estrutural ou Diferencial(e) – De Considera também a densidade de drenagem e grau de incisão Ravinas (r) – Dr Qual a forma do topo? Tabular, Convexo, Aguçado Densidade das drenagens Aprofundamento Das Incisões Carste (K) Carste coberto (c) - Kc Carste descoberto (d)– Kd Referências Manual técnico de geomorfologia / IBGE, Coordenação de Recursos Naturais e Estudos Ambientais. – 2. ed. - Rio de Janeiro : IBGE, 2009. ROSS, J. L. S. Geografia do BrasiL. 6. ed. - São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2009.
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