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MATERIAL DE APOIO PERICIA CONTÁBIL 1 CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO À PERÍCIA CONTÁBIL PERÍCIA CONTÁBIL X AUDITORIA Perícia não se confunde com auditoria. A Perícia serve a um questionamento, a uma necessidade, é uma tarefa requerida, que se destina a produzir uma prova técnica a fim de suprir uma eventualidade, com objetivo determinado. A principal diferença entre auditoria e perícia é que a auditoria opera através de um processo de amostragem, e a perícia sobre um determinado ato, ligado ao patrimônio das entidades físicas ou jurídicas, buscando a apresentação de uma opinião através do laudo pericial. Assim, pelo desconhecimento que se tem acerca das diferenças das técnicas contábeis, o termo AUDITORIA, por ser mais conhecido é utilizado para nomear a ação que se deseja de examinar um determinado órgão ou setor, quando na realidade, o correto seria a realização de uma PERÍCIA, pois o que se pretende é obter prova contra alguém. A perícia contábil difere da auditoria pela delimitação do escopo de trabalho e também pelo objetivo, pois a auditoria, utilizando a amostragem, busca identificar a veracidade das informações prestadas pela entidade através dos procedimentos administrativos e das demonstrações contábeis, enquanto que a perícia, raramente usando o método da amostragem, consiste em obter prova fundamentada que poderá trazer à luz a verdade, podendo assim auxiliar o magistrado em seu julgamento. NOÇÕES GERAIS SOBRE A PROVA Conceito de Prova Provar é demonstrar a veracidade, a consistência, a realidade. Enfim, aquilo que faz conhecer determinada coisa ou fato. No ramo processual, busca-se demonstrar a existência ou a inexistência de determinado fato, o qual formará ou não o direito. É o meio que busca mostrar a verdade de determinado fato, com isso conseguir o convencimento do juiz para constituir ou não o direito. Objeto da Prova Objeto da prova é a comprovação para o juiz da existência dos fatos alegados, impulsionando-lhe a aplicação do direito no caso concreto, sendo a regra a comprovação de todos os fatos alegados. 2 Cabe salientar que se busca a demonstração dos fatos litigiosos que influenciam na decisão da lide, devendo ser desconsiderados os demais. Não é necessária a comprovação do direito. Presume-se que o juiz tenha conhecimento da lei. Também não é aceitável a alegação de desconhecimento da lei por pelas partes na justificativa de determinados atos. MEIOS DE PROVA Como foi visto anteriormente, não basta apenas o conhecimento das partes com relação aos fatos, é necessária a demonstração em juízo. A atividade que a parte desempenha em produzir a prova, mostrando a veracidade, é tida como meio de prova. De uma maneira mais ampla, podemos definir como o instrumento pelo qual se busca o conhecimento dos fatos. A prova tem por finalidade demonstrar a verdade ou não verdade de uma afirmação. O código de Processo Civil, art. 332, revogado pela Lei 13.105, de 16 de março de 2015, art. 369, quanto aos meios de prova, assim dispõe: “As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz" a) Confissão b) Prova Documental c) Prova Testemunhal d) Da Inspeção Judicial e) Da Prova Pericial O juiz, de ofício ou a requerimento, pode, em qualquer fase do processo, inspecionar pessoas ou coisas, a fim de se esclarecer sobre o fato, que interesse à decisão da causa. Concluída a diligência, o juiz mandará lavrar auto circunstanciado, mencionando nele tudo o que for útil ao julgamento da causa. O auto circunstanciado poderá ser instruído com desenho, gráfico ou fotografia. PROCEDIMENTO PROBATÓRIO Tem-se por procedimento probatório o conjunto de atos praticados no processo para a produção das provas especificamente determinadas. 3 Em outras palavras, é o momento em que a parte leva o que possui de prova a apreciação do magistrado, facultando a parte contrária impugnar o incorreto. FORMA DA PROVA O momento primordial da prova é aquele em que ela vai a juízo. A maneira com que é apresentada a prova é chamada de forma da prova. Subdivide-se em: a) Testemunhal; b) Documental; c) Material. MODALIDADES DA PROVA PERICIAL As provas produzidas com a interveniência de perito são qualificadas pelo Código de Processo Civil como a prova pericial, dividida em três modalidades: a) exame; b) vistoria; c) avaliação. FUNÇÃO DA PROVA PERICIAL Vamos encontrar a função da prova nos seguintes termos: para demonstrar incidência da forma jurídica é mister provar a existência do fato da vida a que se ajusta a norma ou princípio de direito. Isso significa ser crucial provar-se, em primeiro plano, os fatos técnico- científicos, em nossa área de estudo, os fatos contábeis. Assim, adquirida a certeza jurídica sobre os fatos da causa, pode o magistrado aplicar a lei correspondente. Por isso é que ao magistrado não é permitido tomar decisão adotando suas convicções pessoais, e tampouco supor qualquer coisa. Sua convicção é adquirida com base nas provas produzidas nos autos. ÔNUS DA PROVA A palavra ônus é entendida pelos juristas pátrios não como dever para com outrem, seja a parte contrária seja o próprio magistrado. Quem afirma ou nega determinado fato é que tem o ônus, o interesse de oferecer ou produzir as provas necessárias que entende possam vir a corroborar as alegações oferecidas. 4 O dever de provar compete a quem alega, a quem afirma ou nega determinados fatos da causa. Quem busca a proteção da justiça depara-se com a necessidade de produzir suas provas. Quem oferece as provas mais convincentes fatalmente obterá sucesso. É de se notar que ninguém está obrigado a produzi-las; todavia, não o fazendo, arcará com as consequências. Não se entende ônus como dever ou exigência, mas simplesmente a necessidade de provar para conseguir a aplicação jurisdicional. O convencimento do juiz depende da concretização dos fatos alegados, prevalecendo a verdade material (a trazida aos autos). "O Código de Processo Civil trata a questão como incumbência, em seu art. 333, revogado pela Lei 13.105, de 16 de março de 2015, art. 373, estipulando que:” “incumbe: I- ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II- ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor”. A PERÍCIA CONTÁBIL NO BRASIL O Código de Processo Civil de 1939 já falava dos exames periciais. A partir de advento do Decreto-lei nº 1.608 de 18/09/1939, admitia-se a perícia como prova de fato que depende de conhecimento especial. O Conselho Federal de Contabilidade, via decreto-lei nº 9.295/46, imprimiu as primeiras atribuições de cunho legal do contador, conferindo caráter privativo aos contadores diplomados e registrados junto ao CRC. “A relevância da prova contábil é o ápice de todas as demandas que envolvem direito patrimonial, pois o perito contábil, quando a prova do fato depender do conhecimento técnico e científico, é o profissional que ilumina o Magistrado, fato determinado pela Lei, no CPC, art. 145, revogado pela Lei 13.105, de 16 de março de 2015, art. 156”. A PROVA PERICIAL FRENTE À JUSTIÇA Quando a prova depender de conhecimento tecnológico e científico contábil, o Juiz, que é leigo namatéria, será assistido por um perito. Por tratar-se de profissional de confiança do Juiz, este tem total liberdade de escolha, e o faz entre os profissionais de nível superior, devidamente inscritos no CRC. A perícia contábil como a mais robusta das provas, é a rainha da verdade. DISPENSA DE PROVA PERICIAL – PODE O JUIZ NEGAR A PRODUÇÃO DE PROVA PERICIAL CONTÁBIL? SIM. O Magistrado pode negar a produção de prova pericial contábil ou de qualquer outra natureza quando: 1. A seu critério o fato não depender de prova técnica elaborada por especialista (perito). 2. Quando desnecessária à vista dos fatos relatados e dos documentos e outras provas já colocadas nos autos do processo, como é o caso de pareceres técnicos juntados pelas partes; considerados suficientes para alcançar a convicção que lhe permita emitir a sentença. 3. Quando, em face da transitoriedade dos fatos objeto da ação a verificação pericial seja impossível ou inócua para o julgamento da lide. Todavia, será um caso raro se, quando pedida a prova pericial por qualquer das partes for negada pelo magistrado, pois é sua função dar-lhes o amplo direito de defesa e de contestação. Caso o Magistrado negue a produção da prova pericial, a parte que se sentir lesada, tem o direito de apelar à instância superior mediante Agravo de Instrumento. Por outro lado, a prática de juntar com a peça Inicial um parecer técnico, desde logo não facilita o trabalho de magistrado. O mesmo deve ser dito quando o parecer técnico faz parte dos anexos juntados com a Contestação. O CERNE DA PROVA PERICIAL CONTÁBIL A Prova Pericial Contábil é aquilo que atesta a veracidade ou autenticidade de alguma coisa. Ex.: um documento válido atesta o que nele está escrito. É o Ato que atesta ou garante uma intenção de fazer algo ou de um sentimento. Ex.: transportar mercadorias sem nota fiscal induz à intenção de sonegar ao Fisco. É o Testemunho em juízo ou fora dele. Ex.: declaração espontânea e assinada pelo contador, no qual confirma que deixou de contabilizar receitas com a intenção de reduzir a carga tributária da empresa. Mas pode ser uma Garantia. Ex.: o certificado de garantia de bom funcionamento de um equipamento novo. Prova também pode ser um processo pelo qual se verifica a exatidão de um cálculo. Ex.: planilha de cálculo que revela o valor das prestações mensais devidas pelo mutuário e o saldo devedor de seu financiamento habitacional, elaborada segundo teses jurídico/financeiras defendidas pelo advogado que representa seus interesses. CARACTERÍSITICAS DA PROVA PERICIAL CONTÁBIL 1. Quanto ao Objeto: o objeto da prova é o tema da ação, são os fatos e as causas deles decorrentes. São os fatos sobre os quais versa a contenda e que devem ser verificados pelo perito. 2. Quanto ao Objetivo: o objetivo da prova é elucidar, por completo e com total clareza, ao magistrado e aos demais interessados, a respeito do que seja a verdade sobre as controvérsias guerreadas no processo. 3. Quanto ao Sujeito: o sujeito da prova é a pessoa física ou jurídica ou a coisa de quem ou de que se busca a verdade dos fatos. 6 4. Quanto à Fonte: fonte da prova é tudo que possa fornecer conhecimento úteis para se chegar à verdade que se quer conhecer. 5. Quanto aos Elementos: elementos de prova são os fatos, as circunstâncias, os documentos, os livros, os depoimentos, os pareceres técnicos já juntados aos autos do processo e tudo o mais que servir para formar a convicção técnica do perito contador, com base nos quais responderá os quesitos e fornecerá suas conclusões. 6. Quanto às Formas: a prova pode ser obtida pelas seguintes formas ou meios: a) pela exibição de livros e documentos (públicos e particulares) = Prova Documental. b) pela Confissão = Prova Testemunhal. c) pelos depoimentos pessoais = Inquirição de pessoas ou Prova Testemunhal. d) pela Inspeção Judicial = Pela vistoria de pessoas ou coisas, feito pelo Magistrado, acompanhado de perito, sobre assunto objeto de inspeção ou pelo próprio perito por mandado judicial específico. e) pela perícia = Prova Pericial. Todas as seis formas de prova citadas acima são de interesse do perito por trazerem informações que podem ser úteis ao seu trabalho. 7. Quanto à Polaridade: a prova pode ser positiva quando confirma os fatos alegados, ou negativas quando os nega. A partir do momento em que o Laudo Pericial Contábil for juntado aos autos do processo, converte-se em prova. Chama-se prova pericial contábil a que visa a fornecer à Justiça a certeza jurídica que se quer conhecer a respeito da matéria de fato, tratada nos autos. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1 - Para quem se destinam às provas produzidas em um processo judicial? ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ . 2 - Quais são as provas aceitas no Direito Brasileiro? Comente-as: ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ . 7 3 - Quais são as modalidades da prova pericial? Comente sobre elas. ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ . 4 – O Magistrado pode negar a produção de prova pericial contábil? Se sua resposta for “SIM”, justifique. ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ . 5 - A quem imcumbe o ônus da Prova? ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ . 6 - Quanto as forma de prova – relacione: a) Testemunhal b) Documental c) Material ( ) É quando a prova se faz de maneira escrita ou gravada, exemplo: as escritura pública, plantas, projetos, etc. ( ) É quando a prova consiste na materialidade do fato probando, exemplo: o exame de corpo e delito, os exames periciais, etc. ( ) É a prova produzida de forma oral, podendo ser a oitiva das testemunhas, o depoimento das partes e o juramento. 7 - Os procedimentos de perícia contábil visam fundamentar as conclusões que serão levadas ao laudo pericial contábil ou parecer pericial contábil, e abrangem total ou parcialmente, segundo a natureza e a complexidade da matéria, exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento, mensuração, avaliação e certificação. A indagação corresponde: a) ( ) Adiligência que objetiva a verificação e a constatação de situações de forma circunstancial. b) ( ) A busca de informações mediante entrevista com conhecedores do objeto da perícia. c) ( ) A determinação de valores ou a solução de controvérsia por critério técnico. d) ( ) A análise de livros, registros das transações e documentos. 8 - O arbitramento, como procedimento de Perícia Contábil, é: a) ( ) A determinação de valores ou a solução de controvérsia por critérios aleatórios. b) ( ) A determinação de valores ou a solução de controvérsia por critério técnico. c) ( ) Diligência que objetiva a quantificação do valor. d) ( ) O ato de estabelecer a quantificação de direitos. 8 CAPÍTULO II - PERÍCIA CONTÁBIL E SUAS ESPÉCIES CONCEITO DE PERÍCIA CONTÁBIL Perícia Contábil é a verificação de fatos ligados ao patrimônio individualizado visando oferecer opinião, mediante questão proposta. Para tal opinião realizam-se exames, vistorias, indagações, investigações, avaliações, arbitramentos, em suma todo e qualquer procedimento necessário à opinião. (Antônio Lopes de Sá). A Perícia Contábil se caracteriza como incumbência atribuída a contador, para examinar determinada matéria patrimonial, administrativa e de técnica contábil, e asseverar seu estado circunstancial. DA DETERMINAÇÃO DA PERÍCIA A perícia pode ser determinada na fase de conhecimento do processo, elucidando o fato para convicção no julgamento do mérito, ou na fase de execução – principalmente para determinar o quantum devido, que atenda a sentença liquidanda. O juiz, entretanto, pode indeferir a perícia, julgando-a desnecessária, por não depender, a prova do fato, de conhecimento técnico ou já existiram provas suficientes. INDEFERIMENTO DE PERÍCIA Compete ao juiz deferir ou indeferir o pedido de perícia. Em geral, há indeferimento quando o juiz entende que os documentos apresentados são suficientes, inquestionáveis, formando prova suficiente ou quando este se satisfaz com um parecer técnico ou depoimento de peritos (Lei nº 8.455/92). O Supremo Tribunal Federal (DJU, 26-09-1975, p. 6906) decidiu que, quando a documentação é suficiente, pode também ser aceito o indeferimento de perícia. Só se admite o indeferimento de perícia quando as provas dos autos são suficientes e inquestionáveis, sendo consistentes. O juiz tem o arbítrio de indeferir, e a parte interessada de recorrer da decisão do juiz. AS PRINCIPAIS ESPÉCIES DE PERÍCIAS E OS FÓRUNS Diversos são os fatores que podem ser citados como responsáveis pelo alargamento do campo da perícia contábil, quer judicial, quer extrajudicial. 9 a) PERÍCIA EXTRAJUDICIAL A perícia extrajudicial é aquela realizada fora do Estado, por necessidade e escolha de entes físicos e jurídicos particulares – privados – no sentido estrito, ou seja, não submetíveis a uma ou outra pessoa encarregada de arbitrar a matéria conflituosa (fora do juízo arbitral, também). b) PERÍCIA JUDICIAL A perícia judicial é aquela realizada dentro dos procedimentos processuais do Poder Judiciário, por determinação, requerimento ou necessidade de seus agentes ativos, e se processa segundo as regras legais específicas. Esta espécie de perícia subdivide-se, segundo suas finalidades precípuas no processo judicial, em meio de prova ou de arbitramento. Nas Varas Criminais: fraudes e vícios contábeis, adulteração dos lançamentos e registros, desfalques, apropriações indébitas, inquérito judicial para efeitos penais, crimes contra a ordem econômica e tributária, e outras. Na Justiça do Trabalho: indenizações de diversas modalidades, litígios entre empregadores e empregados de diversas espécies. Nas Varas de Falências e Concordatas: perícias falimentares em geral e concordatas preventivas, suspensivas. Nas Varas da Fazenda Pública e Execuções Fiscais: perícias envolvendo tributos de um modo geral, tais como: ICMS; ISS; IPTU. Nas Varas de Família: avaliação de pensões alimentícias, avaliação patrimonial e outras. Na Justiça Federal: execuções fiscais (INSS; FGTS; tributos federais em geral), ações que envolvem a União (desapropriação de terras por parte da União), etc. c) PERÍCIA SEMIJUDICIAL A perícia semijudicial é aquela realizada dentro do aparato institucional do Estado, porém fora do Poder Judiciário, tendo como finalidade principal ser meio de prova nos ordenamentos institucionais usuários. d) PERÍCIA ARBITRAL Temos a perícia arbitral, que é aquela perícia realizada no juízo arbitral – instância decisória criada pela vontade das partes – não sendo enquadrável em nenhuma das anteriores por suas características especialíssimas de atuar parcialmente como se judicial e extrajudicial fosse. 10 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1 - Qual o conceito de perícia contábil? ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ . 2 – Descreva com suas palavras o que você entende por: Perícia Extrajudicial: ___________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ . Perícia Judicial: _______________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ . Perícia Semijudicial: ___________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ . Perícia Arbitral: _______________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ . 3 - Das espécies de Perícia Contábil, assinale a que é realizada por necessidade e escolha de entes físicos e jurídicos particulares - privados? a) ( ) Perícia Judicial. b) ( ) Perícia Extrajudicial. c) ( ) Perícia Semi-Judicial. d) ( ) Perícia Particular. 4 - A indicação do assistente técnico é feita: a) ( ) pelo Juiz. b) ( ) pelas partes. c) ( ) pelo Perito Contábil. d) ( ) pelo Empresário 11 5 - Marque a alternativa que representa a modalidade de perícia extrajudicial: a) ( ) Laudo nas concordatas e falências. b) ( ) Laudo para fusões, incorporações e cisões. c) ( ) Litígio entre empregados e empregadores. d) ( ) Avaliação de pensões alimentícias. 5 - Relacione as colunas quanto às espécies de perícias: a) Perícia Extrajudicial b) Perícia Judicial c) Perícia Semijudicial d) Perícia Arbitral ( ) é aquela realizada dentro dos procedimentos processuais, e se processa segundo as regras legais do poder estatal, visando contribuir para a convicção do magistrado. ( ) é aquela realizada no juízo arbitral – instancia decisória criada pela vontadedas partes. ( ) é realizada fora do Estado, por necessidade e escolha de pessoas físicas e/ou jurídicas – direito privado. ( ) é aquela realizada dentro do aparato institucional do Estado, porém fora do poder judiciário. 12 CAPÍTULO III - O PERITO CONTADOR A Norma diz que perito é o Contador regularmente registrado em Conselho Regional de Contabilidade, que exerce a atividade pericial de forma pessoal, devendo ser profundo conhecedor, por suas qualidades e experiência, da matéria periciada. A perícia é desconsiderada se o perito não tem o conhecimento técnico ou científico necessário para exarar laudo conclusivo. PERITO CONTÁBIL O profissional que executa a perícia contábil precisa ter um conjunto de capacidades, que são suas qualidades. Entre elas estão: 1. legal; 2. profissional; 3. ética; 4. moral. PERFIL ÉTICO-PROFISSIONAL DO PERITO Além da capacidade técnico-profissional e da habilitação legal, o perito deve possuir qualidades que lhe assegurem um trabalho digno – considerando o importante papel na busca do pleno direito e da justiça. O Código de Processo Civil, o Código de Ética da Profissão Contábil e a NBC PP 01 - Norma Brasileira de Contabilidade Profissionais do Perito enumeram algumas qualidades e características indispensáveis ao exercício da Perícia Contábil. 1. Imparcialidade e Honestidade: só um trabalho conduzido com verdade levará a uma conclusão justa. A conduta imparcial e honesta do perito é que vai fazer valer o justo, o verdadeiro. 2. Independência: deve o perito, manter total independência para com as partes, a fim de não ficar limitado, comprometendo a feitura de um trabalho imparcial e justo que lhe for atribuído. Este atributo é bem definido e cobrado pelo próprio Código de Processo Civil em seu art. 423, revogado pela Lei 13.105, de 16 de março de 2015, art. 467 e na NBC PP 01. 3. Observador e Crítico: na busca da prova, o perito deve ter senso crítico, perspicaz, observando criteriosamente todos os fatos e dados ao seu alcance. 13 4. Zelo: é dever do perito cumprir com cautela, dedicação e zelo o encargo que lhe for confiado, estendendo-se desde o cumprimento dos prazos a todas as prerrogativas profissionais no exercício de sua função. 5. Sigilo: não poderá o perito divulgar o resultado obtido durante as investigações e nos demais procedimentos adotados na execução do trabalho, caracterizando a divulgação como desobediência e desrespeito ao Código de Ética Profissional. Na busca de um dado, pode-se passar por muitos outros. O profissional tem o dever de nada revelar sobre o que conhece ao elaborar seu trabalho nem deve comentar sobre o que realiza, com terceiros. QUALIDADE DO TRABALHO DO PERITO A qualidade do profissional quase sempre dita a qualidade do trabalho que executa. Existem requisitos essenciais para que uma perícia seja considerada de qualidade. Um bom trabalho pericial deve ter: 1. objetividade; 2. precisão; 3. clareza; 4. fidelidade; 5. concisão; 6. confiabilidade inequívoca baseada em materialidades; 7. plena satisfação da finalidade. SITUAÇÕES E PROCEDIMENTOS ESPECIAIS O trabalho pericial tem cunho eminentemente pessoal. Por esta razão, diz-se que é indelegável. Contudo, o perito pode obter a colaboração de auxiliares, que operem sob sua permanente orientação e supervisão, mantendo-se consciente de tudo que está sendo feito e como está sendo feito. Esse não termina no laudo, pois em determinados processos o perito participa nas audiências e aí está a razão principal em saber o que se fez e de que forma foi executado o trabalho. Durante as audiências, o perito será argüido pelo juiz, sendo vetadas as partes (advogados) de interrogá-lo, porém se desejarem algum esclarecimento, poderão pedi-lo através do juiz. FUNÇÃO OU PROFISSÃO A perícia judicial é uma função que se executa mediante a nomeação pelo juiz. A perícia não se caracteriza como profissão, pois não tem caráter permanente. 14 ESCOLHA DO PERITO O exercício profissional da função pericial contábil realiza-se sob duas formas de atuação técnica. A primeira oportunidade surge quando o profissional contábil, de nível superior, é nomeado pelo magistrado para assumir o encargo de perito judicial. Outra forma de atuação ocorre quando o profissional contábil é indicado pela parte para funcionar como assistente técnico. Nota-se que o magistrado nomeia o perito e a parte indica assistente técnico. Embora esteja no rol de auxiliares da Justiça, CPC, art.139, revogado pela Lei 13.105 de 16 de março de 2015, art. 149, e entre os quais encontra-se o escrivão e o oficial de Justiça, o perito não é um funcionário público concursado. Trata-se de profissional liberal devidamente habilitado de livre escolha do Magistrado, por ser pessoa de sua confiança. Sob os olhos das Normas do Conselho Federal de Contabilidade, Resolução nº 857/99, revogada pela resolução CFC 1.244, de 10 de dezembro de 2009, equiparam-se os profissionais, ou seja, atribuem-se as mesmas prerrogativas e responsabilidades para o perito contábil nomeado pelo Magistrado e ao Assistente Técnico indicado pela parte. Aquele profissional que tem a honra de iluminar o Magistrado, responde ilimitadamente pelo conteúdo de seu trabalho. A responsabilidade moral, em que o profissional cumpre com total ânimo o seu encargo, deve ser pautada pelo dever de lealdade, de prestar todos os esclarecimentos tantas vezes quantas forem necessárias, abstendo-se de dar sua convicção pessoal, apreciando com imparcialidade os fatos, além de, se for o caso, recusar a nomeação quando não estiver devidamente capacitado para o bem desempenho do encargo. OS PERITOS EM JUÍZO – NOMEAÇÃO, INDICAÇÃO, INTIMAÇÃO Nas perícias contábeis, judiciais, três são os peritos: um do juiz e um de cada parte litigante. Na verdade, são três contadores; o juiz nomeia o seu e as partes indicam os assistentes. Os Os peritos das partes devem ser indicados no prazo de quinze dias, contados da intimação do despacho de nomeação do perito, e, no mesmo prazo, os quesitos são apresentados pelas partes. Isto é o que regula o artigo 421 do Código de Processo Civil, revogado pela Lei 13.105, de 16 de março de 2015, art. 465. Aceita a indicação, o perito assistente, tão logo tenha conhecimento da perícia, deve manter contato com o perito judicial, pondo-se à disposição para o planejamento e a execução conjunta da perícia. 15 RECUSA E SUBSTITUIÇÃO DO PERITO A recusa deve ser comunicada ao juiz, por escrito, com a justificativa, quando então será nomeado outro perito para substituir ou prender a função. A escusa deve ser apresentada dentro de até cinco dias da intimação. Tal petição tem o encaminhamento comum e é habitual as autoridades já a despacharem imediatamente e o cartório anexar nos autos a mesma. Se o perito é indicado pela parte, todavia, geralmente é consultado, mas se, mesmo assim, o impedimento surgir, dirigir-se-á a ela e ao juiz, por escrito, separadamente, no prazo legal. À parte não fará petição, mas só a justificativa. A escusa do perito deve ser apresentada dentro de um prazo de cinco dias da data da intimação ou notificação, o que não sendo feito, obriga o perito a cumprir a tarefa. Um perito pode escusar-se a aceitar a perícia para a qual foi nomeado ou indicado, mas deve fazê-lo dentro de cinco dias a partir da data que foi notificado de sua designação. É lícito às partes recusar o perito do juiz por suspeição, mas deverá provaros motivos da não aceitação do mesmo. O que se deseja evitar, no caso de impedimento, é o exercício da “parcialidade”. O perito das partes deve ser imparcial, mas tudo fazer para que os interesses das mesmas sejam defendidos. SUBSTITUIÇÃO DE PERITO E DESISTÊNCIA Se o perito é intimado e não cumpre sua tarefa em tempo hábil, pode ser substituído. Nesse caso, além de substituição o perito é multado pelo juiz em face do valor da causa. Também pode ser substituído o perito que não tem capacidade para o exercício de seu trabalho (não é contador), ou como diz a lei: “quando faltar-lhe conhecimento técnico ou científico”. É o que define o artigo 468 da Lei 13.105, de 16 de dezembro de 2015, que revogou a Lei 5.869 do C.P.C. IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO A NBC PP 01 - distingue Impedimento e Suspeição. Por Impedimento a Norma coloca as situações fáticas ou circunstanciais que impossibilitam o perito judicial e o perito assistente de exercerem, regularmente, suas funções ou realizar atividade pericial em processo judicial, extrajudicial e arbitral. Ou, ainda, quando os peritos nomeados, contratados ou escolhidos não puderem exercer sua atividade com imparcialidade e sem qualquer interferência de terceiros. 16 São as situações em que os mesmos se declarem impedidos, após nomeados, contratados, escolhidos ou indicados quando ocorrerem situações previstas na Norma. Impedimento Legal: o perito nomeado, contratado ou escolhido se declara impedido quando não puder exercer suas atividades com imparcialidade e sem qualquer interferência de terceiros, ocorrendo pelo menos uma das seguintes situações: a) for parte do processo; b) tiver atuado como perito contador contratado ou prestado depoimento como testemunha no processo; c) tiver mantido, nos últimos dois anos, ou mantenha com alguma das partes ou seus procuradores, relação de trabalho como empregado, administrador ou colaborador assalariado; d) tiver cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou em linha colateral até o terceiro grau, postulando no processo ou entidades da qual esses façam parte de seu quadro societário ou de direção; e) tiver interesse, direto ou indireto, mediato ou imediato, por si, por seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou em linha colateral até o terceiro grau, no resultado do trabalho pericial; f) exercer cargo ou função incompatível com a atividade de perito-contador, em função de impedimentos legais ou estatutários; g) receber dádivas de interessados no processo; h) subministrar meios para atender às despesas do litígio; e i) receber quaisquer valores e benefícios, bens ou coisas sem autorização ou conhecimento do juiz ou árbitro. Impedimento Técnico: impedimento por motivos técnicos a ser declarado pelo perito-contador ou pelo perito-contador assistente decorre da autonomia e da independência que ambos devem possuir para ter condições de desenvolver de forma isenta o seu trabalho. São motivos de impedimento técnico: a) a matéria em litígio não ser de sua especialidade; b) a constatação de que os recursos humanos e materiais de sua estrutura profissional não permitem assumir o encargo; cumprir os prazos nos trabalhos em que o perito-contador for nomeado, contratado ou escolhido; ou em que o perito- contador assistente for indicado; c) ter o perito-contador da parte atuado para a outra parte litigante na condição de consultor técnico ou contador responsável, direto ou indireto em atividade contábil ou em processo no qual o objeto de perícia seja semelhante àquele da discussão, sem previamente comunicar ao contratante. Por Suspeição, a mesma norma coloca a ocorrência de situações que venham suscitar suspeição em função da sua imparcialidade ou independência e, desta forma, comprometer o resultado do seu trabalho em relação à decisão. São os seguintes casos de Suspeição: a) ser amigo íntimo de qualquer das partes; b) ser inimigo capital de qualquer das partes; c) ser devedor ou credor de qualquer das partes, dos seus cônjuges, de parentes destes em linha reta ou em linha colateral até o 3º grau; 17 d) ser herdeiro presuntivo ou donatário de alguma das partes ou dos seus cônjuges; e) ser empregador de alguma das partes; f) aconselhar, de alguma forma, parte envolvida no litígio a cerca do objeto da discussão; g) houver qualquer interesse no julgamento da causa em favor de alguma das partes; e h) declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, ficando isento, neste caso, de declinar os motivos. “O Código de Processo Civil, em seu art. 422, revogado pela Lei 13.105, de 16 de março de 2015, art. 466 dispõe: Art. 466. O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido, independentemente de termo de compromisso. Os assistentes técnicos são de confiança da parte e não estão sujeitos a impedimento ou suspeição. O perito deve assegurar aos assistentes das partes o acesso e o acompanhamento das diligências e dos exames que realizar, com prévia comunicação, comprovada nos autos, com antecedência mínima de 5 (cinco) dias. DIREITOS E DEVERES FUNCIONAIS O exercício da função pericial contábil envolve deveres e direitos que devem ser observados pelo perito. O dever de cumprir a função pericial e de respeitar o prazo assinalado pelo magistrado para a realização do trabalho pericial é o que assinalam os artigos 157 e 433 do Código de Processo Civil: Art. 157- O perito tem o dever de cumprir o ofício no prazo que lhe designar o juiz, empregando toda sua diligência, podendo escusar-se do encargo alegando motivo legítimo. Art. 477 - O perito protocolará o laudo em juízo, no prazo fixado pelo juiz, pelo menos 20 (vinte) dias antes da audiência de instrução e julgamento. § 1o As partes serão intimadas para, querendo, manifestar-se sobre o laudo do perito do juízo no prazo comum de 15 (quinze) dias, podendo o assistente técnico de cada uma das partes, em igual prazo, apresentar seu respectivo parecer. § 2o O perito do juízo tem o dever de, no prazo de 15 (quinze) dias, esclarecer ponto: I - sobre o qual exista divergência ou dúvida de qualquer das partes, do juiz ou do órgão do Ministério Público; II - divergente apresentado no parecer do assistente técnico da parte. § 3o Se ainda houver necessidade de esclarecimentos, a parte requererá ao juiz que mande intimar o perito ou o assistente técnico a comparecer à audiência de instrução e julgamento, formulando, desde logo, as perguntas, sob forma de quesitos. § 4o O perito ou o assistente técnico será intimado por meio eletrônico, com pelo menos 10 (dez) dias de antecedência da audiência”. O dever de esclarecer a matéria técnica, se requerido pelas partes, e o comparecer em audiência é o que determina o CPC no art. 435 e respectivo parágrafo único. Art. 477, § 3o Se ainda houver necessidade de esclarecimentos, a parte requererá ao juiz que mande intimar o perito ou o assistente técnico a comparecer à audiência de Esse dever, pelo art. 466, foi assim tratado: "O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido, independentemente de termo de compromisso. Os assistentes técnicos são de confiança da parte e não estão sujeitos a impedimento ou suspeição. O perito deve assegurar aos assistentes das partes o acesso e o acompanhamento das diligências e dos exames que realizar, com prévia comunicação, comprovada nos autos, com antecedência mínima de 5 (cinco) dias." É dever do perito nomeado pelo magistrado recusar sua nomeação pelos motivos de impedimento e de suspeição. São deveres que obrigam o perito sob pena de severas sanções. "Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas responderá pelos prejuízosque causar à parte e ficará inabilitado para atuar em outras perícias no prazo de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, independentemente das demais sanções previstas em lei, devendo o juiz comunicar o fato ao respectivo órgão de classe para adoção das medidas que entender cabíveis” O não cumprimento do prazo assinalado pode ensejar a substituição do perito. O art. 468, CPC, diz: “O perito pode ser substituído quando: II - sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que lhe foi assinado.” Há ainda outras consequências abordadas nos três parágrafos do mesmo artigo, assim: "§ 1o No caso previsto no inciso II, o juiz comunicará a ocorrência à corporação profissional respectiva, podendo, ainda, impor multa ao perito, fixada tendo em vista o valor da causa e o possível prejuízo decorrente do atraso no processo. § 2o O perito substituído restituirá, no prazo de 15 (quinze) dias, os valores recebidos pelo trabalho não realizado, sob pena de ficar impedido de atuar como perito judicial pelo prazo de 5 (cinco) anos. § 3o Não ocorrendo a restituição voluntária de que trata o § 2o, a parte que tiver realizado o adiantamento dos honorários poderá promover execução contra o perito, na forma dos arts. 513 e seguintes deste Código, com fundamento na decisão que determinar a devolução do numerário”. Pode-se entender, também, como sanção, a substituição do perito por outro, para a realização da segunda perícia, aspectos tratado no art. 480. Na verdade, uma sanção técnica por eventual imperícia ou omissão cometidas pelo perito. “ Art. 480 - O juiz determinará, de ofício ou a requerimento da parte, a realização de nova perícia quando a matéria não estiver suficientemente esclarecida. Ao dever de aceitar o encargo, ampara-os o direito de isentar-se de uma tal obrigação, dada a ocorrência de razões que tornariam o encargo extremamente gravoso; ao dever de respeitar os prazos e de comparecer à audiência, surge-lhes o direito de pedir prorrogação, verificada a existência de motivos relevantes ou de força maior, respectivamente; ao dever de lealdade, isto é, de corresponder ao princípio de moralidade, arma-se a lei de poderes, que equivalem a legítimos direitos de investigar; ao dever de servir se emparelham o direito à indenização das despesas e o de perceber honorários por seus serviços. O poder investigativo emana do artigo 473, parágrafo 3º: "Para o desempenho de sua função, o perito e os assistentes técnicos podem valer-se de todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos que estejam em poder da parte, de terceiros ou em repartições públicas, bem como instruir o laudo com planilhas, mapas, plantas, desenhos, fotografias ou outros elementos necessários ao esclarecimento do objeto da perícia." A liberdade de procedimentos, bem como quanto aos métodos técnico-científicos, de que se utiliza o perito, sem ultrapassar os limites ou os contornos dos fatos objeto da perícia, é condição essencial para oferecer suas conclusões técnicas mantendo a independência, espancando quaisquer interferências que possam comprometê-la. O direito de requerer prazo adicional para a conclusão do trabalho pericial é garantido pelo art. 476. “Se o perito, por motivo justificado, não puder apresentar o laudo dentro do prazo, o juiz poderá conceder-lhe, por uma vez, prorrogação pela metade do prazo originalmente fixado”. O prazo de realização da prova pericial contábil é variável diretamente vinculada à complexidade técnica da prova requerida e do lapso de tempo em que se localizam os fatos a serem apreciados. Variáveis alheias à vontade do perito, como, por exemplo, a situação em que se encontram os arquivos das organizações periciadas, a presteza com que livros e documentos contábeis são colocados à disposição da perícia, a quantidade de diligências a serem realizadas são fatores que influenciam no cumprimento do prazo fixado pelo magistrado. Por fim, tem o perito o direito de ressarcimento das despesas que realizou com as diligências efetuadas, bem assim o de receber os honorários correspondentes ao trabalho pericial realizado. De ninguém pode ser exigida a prestação de serviços sem a contrapartida remuneratória, muito menos a responsabilidade de financiar a produção da prova técnica contábil e o desembolso de despesas. Seria exigir demais do perito. Quanto “Quanto ao ônus pecuniário relativo aos honorários periciais, é de responsabilidade de quem requer a prova pericial contábil, ou do autor, segundo a regra do art. 95 do CPC. No que se refere ao desembolso das despesas, cabe às partes prover as mesmas correspondentes aos atos processuais que requerem, segundo regra contida no art. 82 do CPC. PENALIDADES CIVIS E CRIMINAIS 1. Multa pelo prejuízo causado na ação, se deixar de cumprir o encargo no prazo que lhe foi assinalado (CPC, art. 468). É de se ressaltar que, anteriormente à Lei nº 8.455/92, que deu nova redação aos artigos que tratam da perícia, as multas estavam limitadas a 1 (um) salário mínimo se deixasse de firmar compromisso, e de no máximo 10 (dez) salários mínimos, se deixasse de apresentar o laudo. O dispositivo atual é muito mais aberto e potencialmente muito mais preocupante para o perito, pois a multa será arbitrada pelo Juiz, não estando estabelecido nenhum limite, tendo em vista o prejuízo causado e o valor da causa. 2. Indenização, pelos prejuízos que causar à parte, se, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas (CPC, art. 215). Relevante, também, observar que esta indenização pelos prejuízos causados à parte independe da multa citada no item anterior, já que aqui se refere ao próprio conteúdo parcial. A caracterização do dolo, nos termos da lei penal, dá-se quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo, e a culpa quando deu causa ao resultado por imprudência, imperícia ou negligência. 3. Inabilitação por dois anos para funcionar em outras perícias, pelos mesmos motivos do item anterior. Se o Juiz ou tribunal declarar a inabilitação do profissional, ainda que por prazo estabelecido, é sabido que isto equivale, na prática, à inabilitação definitiva, pois, se o perito deve primordialmente deter a confiança do judiciário para poder atuar como auxiliar da justiça, não há dúvida que, abalada esta confiança, mesmo depois de cumprido o prazo de inabilitação, aquele profissional dificilmente voltará a ser indicado ou nomeado para a realização de perícias judiciais, equivalendo a sanção, à verdadeira exclusão desta especialização. 4. Incursão nas sanções penais que a lei penal estabelecer, pelo mesmo motivo anterior. A legislação processual civil citada remete, diretamente, para a apreciação do Juízo penal, os atos do perito que foram entendidos pelo Juízo civil como de conteúdo de dolo ou culpa na prestação de informações inverídicas. Reclusão, de dois a quatro anos, e multa, se fizer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, tradutor, contador ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial ou em juízo arbitral (Código Penal Lei nº 12.850/13). A falsa perícia não se caracteriza somente pelo exame falso ou pela afirmação falsa, mas também pelo fato de, tendo acesso à verdade, deixar de trazê-la aos autos. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1 - O perito contador nomeado pelo juiz está impedido de exercer suas funções quando: a) ( ) Não concordar com a matéria em questão; b) ( ) Estiver em débito com o Instituto de Peritos Contadores; c) ( ) For parte direta ou indireta e/ou quando tiver interesse no processo; d) ( ) Seus honorários forem inferiores a 30% do valor da causa. 2 - Assinale a alternativa correta em relação a perícia contábil, elaborada tanto judicial como extrajudicial:a) ( ) Podem ser exercidas, em determinadas condições, pelo técnico em contabilidade; b) ( ) São de competência exclusiva do técnico em contabilidade após ter obtido aprovação na prova de competência elaborada pelo Conselho Regional de Contabilidade; c) ( ) São de competência exclusiva do contador; d) ( ) Pode ser desempenhado tanto pelo contador, quanto pelo técnico em contabilidade, desde que estejam devidamente inscritos no Conselho Regional de Contabilidade. 3 - Marque V para as questões que julgar verdadeira e F para as questões que julgar falsa: ( ) O perito deve permitir a interferência de terceiros ou das partes (advogados) no trabalho pericial, com vista a ajudar na solução do conflito, objeto da ação. ( ) Podemos dizer que a perícia judicial é uma profissão que se executa mediante nomeação do juiz. ( ) Correto afirmar que o magistrado nomeia o perito e a parte indica o perito assistente técnico. ( ) Perito contábil é o profissional de nível universitário devidamente registrado em Conselho regional de Contabilidade. ( ) Estando no rol de auxiliares da justiça, CPC art. 139, entre os quais encontra-se o escrivão e o oficial de justiça, portanto o perito também pode ser caracterizado funcionário público, por ser uma pessoa de confiança do magistrado. ( ) É licito as partes recusar o perito do juiz por suspeição, mas deverá provar os motivos da não-aceitação do mesmo. ( ) É correto atribuir as mesmas prerrogativas e responsabilidades para o perito contábil nomeado pelo Magistrado e ao Assistente Técnico indicado pela parte, segundo as Normas Brasileiras de Contabilidade. ( ) O perito contador nomeado pelo juiz, que tem a honra de iluminar dito magistrado, responde ilimitadamente pelo conteúdo do seu trabalho. ( ) Recebendo o contador a incumbência de atuar numa perícia, pode recusar a nomeação quando não estiver devidamente capacitado para o desempenho do encargo. ( ) Tanto o perito contador nomeado pelo juiz, quanto o indicado pelas partes podem participar em conjunto no planejamento e na execução da perícia, sem causar nulidade no trabalho. ( ) Os peritos das partes devem ser indicados nos prazo de 10 dias, contados da intimação do despacho de nomeação do perito. ( ) Estando impossibilitado de executar o trabalho, o perito contador deve comunicar ao juiz, verbalmente e justificadamente, quando então será nomeado outro perito para substituí-lo. 4 - Depois de intimado e aceito o encargo de atuar numa perícia judicial, quais as hipóteses que levariam o magistrado a substituí-lo? ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ . 5 - Relacione as colunas quanto ao perfil ético-profissional do perito contábil: a) Imparcialidade b) Independência c) Observador d) Zelo e) Sigilo ( ) o perito deve ter senso crítico, perspicaz, observando criteriosamente todos os fatos e dados ao seu alcance. ( ) deve o perito cumprir com cautela e dedicação o encargo que lhe for confiado, atendendo o cumprimento dos prazos e as prerrogativas profissionais no exercício de sua função. ( ) o que o profissional conhece por força do que lhe foi exibido ou narrado não deve ser dado a conhecer a terceiros. ( ) é a capacidade que o perito tem de julgar e atuar com integridade e objetividade, sem interferência das partes, no seu posicionamento. ( ) só um trabalho conduzido com verdade levará a uma conclusão justa. 22 6 - Cite situações que diferenciam o perito contador nomeado pelo juiz com os peritos indicados pela parte. Perito contador nomeado pelo Juiz: 1º - ___________________________________________________________________ 2º - ___________________________________________________________________ 3º - ___________________________________________________________________ 4º - ___________________________________________________________________ 5º - ___________________________________________________________________ Perito contador indicado pelas partes: 1º - ___________________________________________________________________ 2º - ___________________________________________________________________ 3º - ___________________________________________________________________ 4º - ___________________________________________________________________ 5º - ___________________________________________________________________ 7 - Cite dois motivos que levam o profissional a recusar o trabalho pericial contábil? ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ . 8 - A perícia contábil, tanto a judicial como a extrajudicial: a) ( ) podem ser exercidas, em determinadas condições, pelo Técnico em Contabilidade. b) ( ) são de competência exclusiva de Contabilistas. c) ( ) podem ser exercidas por todos os técnicos registrados em Conselho Regional de Contabilidade. d) ( ) são de competência exclusiva de Contador. 9 - As alternativas mostram situações em que o perito-contador deve declarar-se impedido/suspeito de executar o trabalho, exceto: a) ( ) Se estiver impedido por lei. b) ( ) Se ocorrer suspeição de natureza íntima. c) ( ) Se a matéria em litígio não for de sua especialidade. d) ( ) Se estiver trabalhando em outra perícia. 10 - Das alternativas abaixo, são procedimentos de perícia contábil, exceto: a) ( ) Juramento. b) ( ) Vistoria. c) ( ) Indagação. d) ( ) Mensuração. 11 - De acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade, a hipótese em que o sigilo profissional poderá ser rompido é: a) ( ) Depois de concluído os trabalhos e entregue o Laudo Pericial. b) ( ) Quando em defesa de sua conduta técnica profissional autorizado por quem de direito. c) ( ) Quando ocorrer o desligamento do perito-contador, antes do trabalho ser concluído. d) ( ) Se o perito-contador, por qualquer razão for substituído pelo juiz. 23 12 - De acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade o perito-contador estará impedido de executar perícia contábil, exceto: a) ( ) Se houver atuado como perito-contador assistente ou prestado depoimento como testemunha no processo. b) ( ) Se for parte do processo. c) ( ) Se exercer função ou cargo incompatíveis com a atividade de perito-contador. d) ( ) Se a matéria em litígio for de sua especialidade. 13 - Prazo para apresentação da escusa do perito-contador: a) ( ) Dentro de cinco dias contados da intimação ou do impedimento superveniente. b) ( ) De acordo com a decisão do Juiz. c) ( ) Dentro de quinze dias contados da intimação ou do impedimento superveniente. d) ( ) Não existe prazo definido para apresentação da escusa. 14 - O perito-contador que prestar informações inverídicas, responderá pelos prejuízos que causar à parte, ficando inabilitado a atuar em outras perícias por: a) ( ) Um ano. b) ( ) Dois anos. c) ( ) Três anos. d) ( ) Seis anos. 15 - Segundo o Código de Processo Civil o Perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido, independentemente de termo de compromisso. Os Assistentes Técnicos são de confiança: a) ( ) Do Juízo, sujeitos a impedimento ou suspeição. b) ( ) Do Juízo, não sujeitos a impedimento ou suspeição. c) ( ) Da parte, sujeitos a impedimento e suspeição. d) ( ) Daparte, não sujeitos a impedimento ou suspeição. 16 - A perícia deve ser planejada cuidadosamente, com vista ao cumprimento do prazo. Na impossibilidade do cumprimento deste, deve o profissional antes do vencimento: a) ( ) Comunicar, de qualquer forma, a necessidade de suplementação de prazo. b) ( ) Entregar o trabalho no ponto em que estiver, pois não se pode requerer prazo suplementar. c) ( ) Na entrega dos trabalhos, na data limite, requerer pessoalmente o prazo suplementar. d) ( ) Requerer prazo suplementar, sempre por escrito. 17 - O Perito-Contador e o Perito-Contador Assistente, de acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade, podem romper o sigilo profissional: a) ( ) Somente em defesa da própria conduta técnica profissional, quando autorizado por quem de direito. b) ( ) Sempre que, por qualquer razão, forem substituídos pelo juiz. c) ( ) Quando ocorrer o desligamento deles, antes de o trabalho ser concluído. d) ( ) Depois de concluídos os trabalhos e entregue o Laudo Pericial. 18 - Quando nomeado em Juízo e reconhecer não estar capacitado a desenvolver o objeto do trabalho, o Perito Contador deverá: a) ( ) Aceitar o trabalho devido a sua responsabilidade profissional. b) ( ) Comunicar as partes, por escrito, a razão de seu impedimento. c) ( ) Declarar sua impossibilidade na primeira audiência do processo. d) ( ) Dirigir petição ao Juízo, no prazo legal, justificando sua escusa. 24 19 – Faça um quadro comparando os direitos x obrigações do contador perito 20 – Descreva quais as penalidades que o perito-contador poderá sofrer se descumprir com os requisitos legais exigidos na realização dos trabalhos: ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ 21 - Sobre a perícia contábil, assinale a alternativa correta: a) ( ) a atividade pericial pode ser desenvolvida por uma pessoa jurídica devidamente inscrita no conselho regional de contabilidade. b) ( ) pode ser desempenhada por uma pessoa de nível superior, desde que esteja devidamente inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil. c) ( ) pode ser desempenhada pelo contador regularmente registrado no Conselho Regional de Contabilidade. d) ( ) pode ser desempenhada pelo técnico em contabilidade, desde que esteja regularmente registrado no Conselho Regional de Contabilidade. e) ( ) pode ser desempenhada pelo contador, mesmo após ter pedido baixa do seu registrado no Conselho Regional de Contabilidade. 22 - Pode se dizer que o perito contador se assemelha com as testemunhas, pois ambos são terceiros estranhos em relação ao deslinde da questão, sendo que as suas informações a serem prestadas são de ordem eminentemente técnica. Essa afirmação está correta? Se sua resposta for não, justifique: ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________. 25 DIREITO OBRIGAÇÕES/DEVER Ex: direto de aceitar o encargo Ex: desenvolver com cuidado e zelo 23 - Relacione a coluna a coluna da esquerda com a direita, quanto a qualidade do trabalho do perito contábil: (1) Concisão (2) Fidelidade (3) Objetividade (4) Precisão (5) Clareza ( ) caracteriza-se pela ação do perito em não desviar- se da matéria que motivou a questão. ( ) consiste em oferecer respostas pertinentes e adequadas às questões formuladas ou finalidade propostas. ( ) está em usar em sua opinião de uma linguagem acessível a quem vai utilizar-se de seu trabalho, embora possa conservar a terminologia tecnológica e científica em seus relatos. ( ) caracteriza-se por não deixar-se influenciar por terceiros, nem por informes que não tenham materialidade e consistência competentes. ( ) compreende evitar o prolixo e emitir uma opinião que possa de maneira fácil facilitar as decisões. 24 - Quanto aos prazos processuais nas perícias judiciais, os peritos assistentes técnicos devem ser indicados pelas partes no prazo de: a) ( ) cinco dias, contados a partir da entrega do laudo do perito contador. b) ( ) cinco dias, contados a partir do dia em que o perito contador judicial aceitar o encargo. c) ( ) cinco dias, contados a partir da intimação do despacho de nomeação do perito contador judicial. d) ( ) cinco dias, contados da interposição da ação proposta pela parte autora. 25 - Tão logo após as partes indicarem seus peritos contadores assistentes técnicos, estes: a) ( ) podem entrar em contato com o perito judicial, pondo-se à disposição para o planejamento e a execução conjunta da perícia. b) ( ) podem ter no seu colega contador perito judicial uma rivalidade, tendo em vista que aquele é indicado pelo juiz. c) ( ) devem desprezar a participação em conjunta, visto que a norma brasileira de contabilidade veda tal relacionamento entre profissionais. d) ( ) devem aceitar executar os trabalhos em conjunto, pois assim evita divergência entre os trabalhos a serem apresentados ao Juízo. 26 - Havendo recusa da aceitação do trabalho, por justa causa, do perito contador judicial, este deve comunicar: a) ( ) verbalmente o juiz, tendo em vista ser seu amigo. b) ( ) por escrito, por meio de uma petição endereçada ao juiz da vara que o indicou, obtendo protocolo do cartório em sua via. c) ( ) por escrito, por meio de uma petição endereçada a qualquer juiz que receber a sua recusa. d) ( ) ao cartório de registro de imóveis da comarca que estiver mais próximo do Fórum. 26 CAPÍTULO IV - PERÍCIA JUDICIAL OPERACIONALIZAÇÃO DA PERÍCIA CONTÁBIL A operacionalização da Perícia Contábil compreende dois momentos distintos que poderíamos denominar de: a) atos Preparatórios; b) atos de Execução. a) ATOS PREPARATÓRIOS Como atos preparatórios podemos apontar: 1) 1) Nomeação: quando o Juiz de Direito, sentindo a necessidade de ser orientado no conteúdo técnico ou científico do processo, toma a iniciativa de nomear um perito (CPC, art. 156); 2) Indicação seguida de nomeação: quando uma das partes ou ambas (autor e/ou réu; exequente e/ou executado, inventariante e/ou herdeiros, etc.) desejando orientação nos aspectos técnicos ou científicos que possam contribuir para elucidar a decisão solicita(m) ao juiz a nomeação de perito (CPC, art. 95); 3) Indicação: quando uma das partes ou ambas desejando mais esclarecimentos indica(m) assistente técnico “perito da parte”; 4) Intimação: feita a nomeação, o juiz manda intimar, isto é, cientificá-lo de que foi nomeado, o perito, através de uma comunicação formal, chamada “mandado de intimação” em que lhe é informado o número e o título dos autos, os prazos para aceitação ou escusa, ou outras informações inerentes ao processo; 5) Declínio: no caso de escusar-se. Durante os atos preparatórios, especialmente depois da intimação, o perito pode retirar os autos do Cartório Civil pelo período de cinco dias para inteirar-se de seu conteúdo, ou pedir vistas nos autos no próprio cartório. Condiçõespara ACEITAR – a regra básica estabelecida no CPC é de que: “O perito tem o dever de cumprir o ofício, no prazo que lhe assistir a lei... Outra condição é de que esteja legalmente habilitado, e técnica e cientificamente preparado”. O fato de haver sido nomeado não obriga o perito ao exercício pericial, pois cabe-lhe o direito de ACEITAR ou ESCUSAR-SE da função. Condições para DECLINAR – as condições básicas da escusa do perito (CPC, art. 148) são: a) impedimento legal; b) suspeição; c) não ser especializado na matéria objeto da perícia; Art. 157. O perito tem o dever de cumprir o ofício no prazo que lhe designar o juiz, empregando toda sua diligência, podendo escusar-se do encargo alegando motivo legítimo. § 1o A escusa será apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação, da suspeição ou do impedimento supervenientes, sob pena de renúncia ao direito a alegá-la. § 2o Será organizada lista de peritos na vara ou na secretaria, com disponibilização dos documentos exigidos para habilitação à consulta de interessados, para que a nomeação seja distribuída de modo equitativo, observadas a capacidade técnica e a área de conhecimento. b) ATOS DE EXECUÇÃO É neste ponto que praticamente se inicia o trabalho pericial, de natureza técnico- científico, objeto do processo, para esclarecer ao juiz da complexidade do problema em lide. O primeiro ato de execução é a formulação de quesitos pelo juiz, no caso das nomeações de sua própria iniciativa ou pelos advogados das partes quando lhes interessa. No caso de quesitos formulados pelas partes, estes ficam sujeitos à homologação pelo juiz, ou recusa se julgados impertinentes (CPC, art. 470, incisos I e II). As Normas Brasileiras de Contabilidade determinam quanto a ordem de juntada dos quesitos nos autos processuais: primeiro serão juntados os quesitos formulados pelo Magistrado; em seguida serão juntados os quesitos formulados pelas partes, na ordem em que derem entrada no cartório, ou seja, por ordem de chegada. No momento em que o perito passar a respondê-los, seguirá, obrigatoriamente, a ordem em que estiverem juntados nos autos. As diligências para obtenção de provas constituir-se-ão em atos de execução subsequentes. O Laudo Pericial circunscreve-se em resposta aos quesitos. ELABORAÇÃO E ENTREGA DO LAUDO O laudo pericial é elaborado individualmente pelo perito. Os assistentes técnicos oferecerão pareceres (CPC, art. 477, parágrafos 1º ao 4º). É o laudo que consubstancia o trabalho pericial, no sentido de exposição e documentação, principalmente no sentido de expressar a opinião do perito sobre as questões formuladas nos quesitos. O perito inicia o laudo com um primeiro tópico, que se pode denominar Considerações Preliminares. É a parte introdutória da peça técnica pericial, ou seja, a parte relativa ao relatório pericial. Seguindo na construção do laudo pericial, após a oferta das respostas aos quesitos ou da abordagem da questão técnica, o trabalho prossegue com as conclusões técnicas, ou seja, o parecer que se pode denominar de Considerações Finais. REVISÃO DO LAUDO É recomendável criteriosa revisão do laudo para evitar omissão de alguma informação ou erros comuns de datilografia ou de digitação. Concluída a revisão, o laudo deve ser rubricado em todas as suas folhas e assinado na última sobre a identificação do perito. ENTREGA DO LAUDO O laudo deve ser entregue através do cartório que serve ao Juízo, acompanhado de petição endereçada ao Juiz e com a identificação dos autos. A entrega deve ser feita no prazo legal ou observada a prorrogação estipulada pelo juiz (CPC, art. 476). CICLO NORMAL DA PERÍCIA JUDICIAL O ciclo da Perícia Judicial envolve seu curso, em suas fases: preliminar, operacional e final. Fase Preliminar: 1- a perícia é requerida ao juiz, pela parte interessada na mesma; 2- o juiz defere a perícia e escolhe seu perito; 3- as partes formulam quesitos o indicam seus assistentes; 4- os peritos são cientificados da indicação; 5- os peritos propõem honorários e requerem depósito; 6- o juiz estabelece prazo, local e hora para início. Fase Operacional: 7- início da perícia e diligências; 8- curso dos trabalhos; 9- elaboração do laudo. Fase Final: 10- assinatura do laudo; 11- entrega do laudo ou laudos; 12- levantamento dos honorários; 13- esclarecimentos (se requeridos). Há todo um conjunto de fases que formam o ciclo da perícia judicial. Em todas as fases, existem prazos e formalidades a serem cumpridos. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1 - Assinale a alternativa INCORRETA: a) ( ) A perícia poderá ser anulada se forem provados vícios formais. b) ( ) A segunda perícia rege-se pelas disposições estabelecidas para a primeira. c) ( ) A parte que se sentir prejudicada poderá determinar a realização de nova perícia. d) ( ) Se forem provados comprometimentos éticos ocorre a elaboração de nova perícia. 2 - Segundo as Normas Brasileiras de Contabilidade a execução da perícia quando incluir a utilização de equipe técnica, deve ser realizada sob a orientação e supervisão do: a) ( ) Perito-Contador indicado pela ré. b) ( ) Perito-Contador indicado pela autora. c) ( ) Perito-Contador que assume a responsabilidade pelos trabalhos. d) ( ) Juiz e advogados das partes. 3 - O Perito e o Assistente Técnico só estarão obrigados a prestar esclarecimentos ao Juiz, quando intimados a comparecer à audiência, formulando as perguntas, sob a forma de quesitos, quando intimados: a) ( ) 5 dias antes da audiência. b) ( ) 30 dias antes da audiência. c) ( ) 15 dias antes da audiência. d) ( ) 10 dias antes da audiência. 4 - Na esfera judicial, o parecer pericial contábil serve para: a) ( ) Subsidiar o Juízo e as partes, bem como para analisar de forma técnica e científica o laudo pericial contábil. b) ( ) Subsidiar o Juízo e as partes sobre a responsabilidade da preparação e da redação do parecer pericial. c) ( ) Subsidiar as partes sobre a responsabilidade da preparação e da redação das recomendações inseridas no laudo pericial. d) ( ) Subsidiar o árbitro e as partes nas suas tomadas de decisão. 5 - Por ocasião das diligências a serem executadas no trabalho pericial, o Perito-Contador e o Perito-Contador Assistente, devem: a) ( ) Comunicar aos advogados das partes qualquer dificuldade na execução dos trabalhos. b) ( ) Estabelecer seus honorários, mediante avaliação dos serviços, incluindo todas as diligências a serem realizadas. c) ( ) Examinar os livros contábeis e fiscais, bem como as fichas financeiras dos empregados, e interpretar a legislação vigente. d) ( ) Relacionar os livros, os documentos e os dados de que necessitem, solicitando-os, por escrito, em termo de diligência. 6 - O Juiz indeferirá a perícia quando: I. – a prova do fato não depender de conhecimento especial técnico. II. – carecer de conhecimento técnico ou científico. III. – for desnecessária em vista de outras provas produzidas. IV. – não houver cumprimento do encargo no prazo estipulado. V. – a verificação for impraticável. As alternativas CORRETAS são: a) ( ) I, III e V b) ( ) I, IV e V c) ( ) II, III e IV d) ( ) II, IV e V 30 7 - Em relação ao prazo estipulado pelo Juiz para a entrega de laudos: a) ( ) A parte poderá intimar o Perito para comparecimento em audiência para prestar esclarecimento sobre o laudo. b) ( ) O Perito não podendo apresentar o laudo dentro do prazo, o Juiz conceder-lhe-á, por uma vez, a prorrogação, segundo o seu prudente arbítrio. c) ( ) O Perito poderá apresentar laudo em cartório, no prazo fixado pelo Juiz, no prazo de vinte dias antes da audiência de instrução e julgamento. d) ( ) Os Peritos e assistentes técnicosoferecerão seus pareceres no prazo comum de vinte dias. 8 - Conhecendo os quesitos, o perito judicial e os peritos assistentes técnicos devem: a) ( ) responder somente aqueles que souberem, deixando os demais sem respostas. b) ( ) responder, obrigatoriamente, a ordem em que estiverem juntados nos autos. c) ( ) responder, de forma aleatória, na ordem que melhor lhe convenha. d) ( ) responder apenas com “SIM” ou “NÃO”, pois independem de justificativa. 9 - O perito inicia o laudo com um tópico, que se pode denominar de: a) ( ) Considerações finais. b) ( ) Considerações intermediárias. c) ( ) Considerações preliminares. d) ( ) Considerações conclusivas. 10 - Após a oferta aos quesitos ou da abordagem da questão técnica, o trabalho prossegue com as conclusões técnicas, que podemos denominar de: a) ( ) Considerações finais. b) ( ) Considerações intermediárias. c) ( ) Considerações preliminares. d) ( ) Considerações conclusivas. 11 - È praxe constar do laudo pericial contábil um capitulo denominado de ___________, no qual o perito dá por encerrado o trabalho, inventariando o número de folhas em que o laudo pericial está composto, a quantidade de anexos e documentos juntados, datando e assinando-o. a) ( ) Considerações finais. b) ( ) Operacional. c) ( ) Considerações preliminares. d) ( ) Encerramento. 12 - Depois de concluída a perícia contábil e devidamente inserida nos autos do processo, o magistrado fica obrigado a julgar a lide de acordo com o trabalho elaborado pelo perito. Esta afirmação é verdadeira? Se sua resposta for “NÃO”, justifique. _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ . 31 CAPÍTULO V - PLANEJAMENTO DO TRABALHO PERICIAL PROCEDIMENTOS PRELIMINARES Ciente de sua nomeação, dentro do prazo fixado, o profissional dirigir-se-á ao Cartório para conhecer os autos e tomar a decisão de aceitar ou não a nomeação. Pois sempre há o risco de existirem motivos que o tornem impedido de executar plenamente o mandato. RETIRADA DOS AUTOS Para bem conhecer o processo e realizar o plano da Perícia, o perito precisa conhecer bem os autos; para isto precisa retirá-lo do Cartório onde se acha. Para um conhecimento rápido, quando for o caso, o profissional lê, estuda e avalia a extensão e a profundidade de seu trabalho, no próprio Cartório, no balcão de atendimento ao público e em pé mesmo. Havendo a necessidade de tirar cópias de algumas partes do processo, pode pedir ao escrevente uma carga rápida. Isto é feito mediante a entrega da carteira de identidade que será devolvida, logo depois, quando da restituição do processo. Às vezes, esta forma de proceder é suficiente para que o perito tenha condições de decidir sobre aceitar ou não o encargo de perito contador. Estando ainda no recinto do Fórum, poderá se dirigir à sala da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para, em ambiente mais confortável e menos tumultuado que o balcão do Cartório, sentado à mesa e dispondo de recursos como computador e impressora, máquina de escrever, papel, carbono, possa compulsar os autos com maior cuidado e zelo. O PLANEJAMENTO DO TRABALHO Para planejar o trabalho que será feito, sozinho ou em conjunto com colaboradores, pressupõe-se que o conhecimento do objeto e do objetivo da perícia estejam completos. O exame de documentos juntados pelas partes, o entendimento preciso do r. despacho saneador, os quesitos formulados no processo e tudo o mais que os autos contiverem, serve para indicar o objeto da prova pericial requerida. 32 PLANO DE TRABALHO EM PERÍCIA CONTÁBIL Conceito de Plano de Trabalho em Perícia Contábil Plano de Trabalho em Perícia Contábil é a previsão, racionalmente organizada, para a execução das tarefas, no sentido de garantir a qualidade dos serviços, pela redução dos riscos sobre a opinião ou resposta. Para conseguir tal plano é preciso seguir etapas. Um plano depende de: 1. pleno conhecimento da questão (se for judicial, pleno conhecimento do processo); 2. pleno conhecimento de todos os fatos que motivam a tarefa; 3. levantamento prévio dos recursos disponíveis para exame; 4. prazo ou tempo para a execução das tarefas e entrega do laudo ou parecer; 5. acessibilidade aos dados (se depende de muito locais, com deslocamento, burocracias, etc.); 6. pleno conhecimento dos sistemas contábeis adotados e confiabilidade de documentação; 7. natureza de apoios, se necessários. Um plano de trabalho, sendo um guia, deve partir de realidade e de amplo conhecimento sobre tudo o que envolver a questão. É enganoso imaginar que o elenco de quesitos já é um guia; o elenco é apenas o Questionamento, ou seja, o que as partes desejam saber ou requerem como opinião do perito. A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO Mesmo sabendo que cada trabalho pericial tem suas características próprias, suas peculiaridades, suas especificidades e seus detalhes únicos, é possível ter uma base padrão de organização aplicável às várias situações demandadas em cada processo. A recomendação básica é que a organização do trabalho pericial considere o que foi planejado. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1 - Para bem conhecer o processo e realizar o plano da Perícia, o perito precisa conhecer bem os autos, para isso o profissional possui a prerrogativa de solicitar/requerer a carga do processo. O que vem a ser a terminologia “carga do processo”? ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 2 - Estabeleça a diferença entre planejamento da perícia com programa de trabalho. ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ 33 CAPÍTULO VI - DILIGÊNCIAS O QUE SÃO E PARA QUE SERVEM AS DILIGÊNCIAS Por Diligências entende-se todo e qualquer ato executado pelo perito oficial e pelos assistentes técnicos, com a finalidade de juntar provas e argumentos para confeccionar o Laudo Pericial Contábil requerido, inclusive a confecção do próprio laudo, sua entrega e demais atividades que se seguem à consignação do laudo. INÍCIO DO TRABALHO PERICIAL E DILIGÊNCIAS Em data, hora e local determinados pelo juiz, os peritos devem iniciar seu trabalho. A esta altura, os nomes dos peritos já são conhecidos uns dos outros. Devem estar os três peritos presentes no ato do início das tarefas. Na prática e conforme o caso, os assistentes podem combinar com o perito do juiz apenas o exame de seu plano. Em casos complexos, é dever do perito assistente acompanhar os trabalhos, ou, pelo menos, os que dizem respeito aos quesitos básicos ou de maior relevância na decisão (se existirem). Quando o perito inicia seu trabalho, já deve estar de posse de seu plano de trabalho. Deve requerer, então, livros, documentos, demonstrações, em suma o material necessário ao desempenho de sua tarefa, através de TERMO DE DILIGÊNCIA, conforme estabelece a NBC TP 01. 34 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1 - O que são diligências e para elas servem? _____________________________________________________________________________
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