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AN02FREV001/REV 4.0 
1 
 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
PERÍCIA JUDICIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
AN02FREV001/REV 4.0 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
PERÍCIA JUDICIAL 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO I 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou 
distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do 
conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências 
Bibliográficas. 
AN02FREV001/REV 4.0 
3 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
MÓDULO I 
1 PERÍCIA 
1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS 
1.2 CONCEITOS E OBJETIVO 
1.3 CARACTERÍSTICAS GERAIS DA PERÍCIA 
1.4 PLANEJAMENTO DA PERÍCIA, NORMAS E PROCEDIMENTOS DO 
PERITO 
2 PERITOS E ASSISTENTES TÉCNICOS 
2.1 PERITO 
2.2 PERITOS OFICIAIS E NÃO OFICIAIS 
2.3 ASSISTENTE 
2.4 FUNÇÃO DO PERITO E ASSISTENTES 
3 DESPESAS COM OS SERVIÇOS DO PERITO E DOS ASSISTENTES 
4 O MERCADO DE TRABALHO DE PERÍCIAS JUDICIAIS 
5 VARAS EM QUE O PERITO PODE TRABALHAR 
6 TIPOS DE PERÍCIA 
6.1 PERÍCIA SIMPLIFICADA 
6.2 PERÍCIA POR LAUDO 
 
 
 
MÓDULO II 
7 PROVA PERICIAL 
7.1 CONCEITOS 
7.2 FINALIDADE 
7.3 PRINCÍPIOS DA PROVA 
7.4 ÔNUS DA PROVA 
8 PRINCIPAIS MEIOS DE PROVA 
8.1 PROVA DOCUMENTAL 
8.2 PROVA TESTEMUNHAL 
AN02FREV001/REV 4.0 
4 
 
 
8.3 DEPOIMENTO PESSOAL 
8.4 CONFISSÃO 
8.5 INSPEÇÃO JUDICIAL 
8.6 PROVA PERICIAL 
9 PROVA EMPRESTADA E PROVAS INADMISSÍVEIS 
10 PROVAS ILÍCITAS E PROVAS ILEGÍTIMAS 
11 FOTOGRAFIA FORENSE NA PROVA PERICIAL 
12 FOTOGRAMETRIA COMPUTADORIZADA (FERRAMENTA PARA 
DIAGNÓSTICO FUNCIONAL) 
13 PERÍCIA CALIGRÁFICA E/OU DOCUMENTOSCOPIA NA PROVA 
PERICIAL 
14 PERÍCIA NO CRIME DE LESÃO CORPORAL E MOMENTO PARA A 
REALIZAÇÃO DO EXAME 
15 QUESITOS DA PERÍCIA 
 
 
 
MÓDULO III 
16 PERÍCIAS JUDICIAIS 
16.1 DEFINIÇÃO DE PERÍCIA JUDICIAL 
16.2 DEFINIÇÃO DE PERÍCIAS EXTRAJUDICIAIS 
17 ASPECTOS PERICIAIS 
18 ASPECTO JURÍDICO DA PERÍCIA (LAUDO PERICIAL) 
18.1 CONCEITO DE LAUDO PERICIAL 
18.2 REQUISITOS DO LAUDO PERICIAL 
18.3 ELABORAÇÃO DE LAUDO PERICIAL 
18.4 LAUDO PERICIAL NOS RAMOS DE DIREITO 
18.4.1 Laudo Pericial Cível 
18.4.2 Laudo Pericial Criminal 
18.4.3 Laudo Pericial Ambiental 
18.4.4 Laudo Pericial Contábil 
18.4.5 Modelo de Laudo Pericial Judicial 
19 DIVISÃO DE PERÍCIA JUDICIAL (DIPEJ) 
AN02FREV001/REV 4.0 
5 
 
 
20 LAUDOS PERICIAIS EXTRAJUDICIAIS 
21 ESPÉCIES DE PERÍCIAS JUDICIAIS E EXTRAJUDICIAIS 
21.1 JUDICIAIS 
21.2 EXTRAJUDICIAIS 
22 CRIMES RELACIONADOS A PERITOS 
23 O FISIOTERAPEUTA COMO PERITO JUDICIAL 
 
 
 
MÓDULO IV 
24 PERÍCIA JUDICIAL TRABALHISTA 
25 PERÍCIA EM SEGURANÇA E HIGIENE NO TRABALHO 
26 INSALUBRIDADE 
26.1 CONCEITOS 
26.2 ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES 
26.3 ALGUMAS SITUAÇÕES SURGIDAS EM PERÍCIAS JUDICIAIS 
27 PERICULOSIDADE 
28 LAUDO TÉCNICO DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE 
29 AÇÕES NA JUSTIÇA DO TRABALHO 
29.1 AÇÕES POR INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE 
29.2 JULGADOS (ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS) 
30 PERÍCIA TÉCNICA CINESIOLÓGICA-FUNCIONAL 
31 PERÍCIA CLÍNICA 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
AN02FREV001/REV 4.0 
6 
 
 
 
MÓDULO I 
 
 
 
 
1 PERÍCIA 
 
 
 
1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS 
 
 
 
De modo amplo, entende-se por perícia um meio de prova, vez que por 
intermédio dessa prova se examinam e se verificam fatos da causa. Perícia, 
segundo o princípio da lei processual, é a medida que vem mostrar o fato, 
quando haja meio de prova documental para revelá-lo, ou quando se quer 
esclarecer circunstâncias a respeito dele e que não se achem perfeitamente 
definidos. 
A perícia surgiu a partir do Decreto 1.608/39, que criou o Código de 
Processo Civil (CPC), alterado pelo Decreto 8.570/46, que modificou a forma 
da produção da prova pericial e o papel do perito. Em 1992 foi alterado o art. 
421 do CPC, por meio da Lei 8.455, que fixa os prazos para a entrega do 
laudo, indicação de perito assistente pelas partes e a apresentação de 
quesitos. E, por fim, a Lei 9.245/95 modificou alguns dispositivos do CPC 
referentes à atuação do perito. 
No Brasil a perícia apresentou diversos avanços, sempre baseados nas 
normas infraconstitucionais, pois as Constituições Federais de 1824, 1891, 
1934, 1937, 1946, 1967 e 1988 não destinaram espaço para tratar do tema. Já 
na área penal, destacamos a legislação prevista no Decreto-Lei 3.689/1941, 
que foi reformada pela Lei 8.862/1994 e, logo depois, pela Lei 11.690/1998. 
O legislador enxergou a importância da perícia quando criou um 
capítulo específico (do Exame do Corpo de Delito e das Perícias em Geral) em 
seus artigos 158 a 184, definindo uma série de procedimentos a serem 
seguidos na concretização da prova. 
AN02FREV001/REV 4.0 
7 
 
 
1.2 CONCEITOS E OBJETIVO 
 
 
 
Perícia, do latim peritia (habilidade, saber), na linguagem jurídica 
designa, especialmente, em sentido lato, a diligência realizada ou executada 
por peritos, a fim de que se esclareçam os fatos. Perícia é o exame realizado 
por técnico, ou pessoa de comprovada aptidão e idoneidade profissional, para 
verificar e esclarecer um fato, o estado, estimação da coisa que é objeto de 
litígio, ou provas do processo. 
A perícia deve ser sempre executada por uma pessoa que entenda do 
assunto a ser examinado, analisado com atenção e minúcia, estudado. Vimos 
que verificar abrange as funções do perito, verificar é provar a verdade de 
alguma coisa, é examinar a verdade da coisa, é investigar a verdade, é 
averiguar, é achar o que é exato. 
Para Moacyr Amaral Santos (2009), “a perícia consiste no meio pelo 
qual, no processo, pessoas entendidas, sob compromisso, verificam fatos 
interessantes à causa, transmitindo ao Juiz o seu respectivo parecer”. Para 
Amauri Mascaro Nascimento (2007, p. 538): 
 
Perícia é uma atividade processual desenvolvida, em virtude de 
encargo judicial, por pessoas distintas das partes do processo, 
especialmente qualificadas por seus conhecimentos técnicos, 
artísticos ou científicos, mediante a qual são ministrados ao juiz 
argumentos ou razões para a formação do seu convencimento sobre 
certos fatos cuja percepção ou cujo entendimento escapa das 
aptidões comuns das pessoas. 
 
 
A perícia designa a diligência realizada ou executada por peritos, a fim 
de que se apurem, esclareçam ou se evidenciem certos fatos. Significa, 
portanto, a pesquisa, o exame, a verificação acerca da verdade ou da realidade 
de certos fatos, por pessoas que tenham reconhecida habilidade ou 
experiência da matéria de que se trata. Portanto, a perícia importa sempre em 
exame que tem de ser feito por técnicos, isto é, por peritos ou pessoas hábeis 
e conhecedoras da matéria a que se refere. 
AN02FREV001/REV 4.0 
8 
 
 
O objetivo primeiro da Perícia é o descobrimento da verdade objeto de 
discussão da lide, esclarecendo e oferecendo informações materiais às partes 
e ao juízo. Assim, perícia é atividade que envolve apuração das causas que 
motivaram determinado evento ou da asserção de direitos. Quem realiza as 
perícias são os peritos . 
 
 
 
 
 
 
Os Arquitetos e Engenheiros já não dividem mais o mesmo conselho desde 
2010, quando foi criado o Conselho de Arquitetura e Urbanismo, por meio do 
Projeto de Lei nº 12.378/2010, que foi sancionado pelo presidente Lula no fim 
do mandato. 
Ter um conselho próprio era uma reivindicação antiga dos arquitetos, 
pois na área da saúde o médico tem um conselho próprio, a enfermagem 
também, da mesma forma a nutrição, embora todos sejam de uma mesma área 
de atuação. 
Segundo a Resolução CAU/BR 10/2012: 
 
 
O exercício da especialização de Engenharia de Segurança do 
Trabalho pelo Arquiteto e urbanista dependerá do registro profissional 
em um dos Conselhos de Arquiteturae Urbanismo dos Estados e do 
Distrito Federal (CAU/UF), nos termos previstos no art. 5º da Lei nº 
12.378, de 31 de dezembro de 2010. (Art. 2º). 
 
 
Denomina-se, então, perícia o exame feito em pessoas ou coisas, por 
profissional portador de conhecimentos técnicos e com a finalidade de obter 
informações capazes de esclarecer dúvidas quanto a fatos. Assim, perícia pode 
ser entendida como sendo qualquer trabalho de natureza específica, podendo 
A perícia pode ser realizada por profissionais liberais, podendo ser 
aposentados ou empregados de empresas em geral, desde que possuam 
curso superior na área em que deve ser realizada a perícia. Sendo assim, 
podem atuar como peritos: médicos, engenheiros, arquitetos, administradores, 
contadores, economistas, profissionais ligados ao meio ambiente, engenheiro 
e médico do trabalho, corretores de imóveis, fisioterapeutas, odontólogos, 
profissionais da área de informática, químicos, agrônomos, biólogos, 
arquitetos, entre outras profissões. 
 
AN02FREV001/REV 4.0 
9 
 
 
existir em qualquer área. Sua origem é no interesse de pessoas litigantes, no 
interesse da justiça e no interesse público, podendo ser: arbitral, judicial, 
extrajudicial, administrativa ou operacional, sendo as mais conhecidas de 
natureza criminal, contábil, trabalhista e outras que necessitem de constatação, 
prova ou demonstração, científica ou técnica, da veracidade de situações, 
coisas e fatos. 
O pedido de perícia pode ser formulado na inicial, na contestação ou 
na reconvenção, bem como na réplica do autor à resposta do réu. Isto é, o 
momento adequado para requerer a perícia pelo autor é na petição inicial, pelo 
réu é na contestação. Para ambas as partes o momento adequado pode ser, 
também, na fase de especificação de prova durante as providências 
preliminares. 
O prazo para a realização da perícia é determinado pelo Juiz, podendo 
ser prorrogado por uma única vez, a seu prudente arbítrio, conforme o art. 432 
do CPC. Segundo o art. 437 do CPC, “quando entender que o laudo pericial 
não esclareceu suficientemente a matéria controvertida, o juiz poderá de ofício 
ou a requerimento da parte, determinar a realização de nova perícia”. 
Diz o art. 438 que “a segunda perícia tem por objeto os mesmos fatos 
sobre que recaiu a primeira e destina-se a corrigir eventual omissão ou 
inexatidão dos resultados a que esta conduziu”. Importante lembrar que o 
segundo laudo não anula ou invalida o primeiro, segundo § único do art. 439. 
Ambos permanecerão nos autos e o juiz fará a comparação entre eles, 
apreciando livremente o valor de um e de outro, a fim de formar seu 
convencimento, segundo o art. 131 do CPC. 
A função da perícia é levar ao processo conhecimentos científicos ou 
práticos que o juiz podia conhecer e que são necessários para fundamentar a 
decisão. 
AN02FREV001/REV 4.0 
10 
 
 
1.3 CARACTERÍSTICAS GERAIS DA PERÍCIA 
 
 
 
São elas: 
 
 
 É uma atividade humana, que consiste na intervenção transitória, no 
processo, de pessoas que devem realizar certos atos para dar 
posteriormente um conceito ou ditame. 
 
 É uma atividade processual, porque deve ocorrer no curso do processo 
ou em diligências processuais prévias ou posteriores e complementares 
(os conceitos similares, que se solicitam e emitem extrajudicialmente, 
não são juridicamente perícias). 
 
 É uma atividade de pessoas especialmente qualificadas, em razão da 
sua técnica, sua ciência, seus conhecimentos de arte, quer dizer, de sua 
experiência em matérias que não são conhecidas pelo comum das 
pessoas. 
 
 Exige um encargo judicial prévio, porque não se concebe a perícia 
espontânea, que se distingue do testemunho e da confissão (se um 
perito apresenta-se espontaneamente perante o juiz que conhece um 
processo e emite declarações técnicas, científicas ou artísticas sobre os 
fatos que se investigam, existirá um testemunho técnico e não uma 
perícia). 
 
 Esses fatos devem ser especiais, em razão das suas condições 
técnicas, artísticas ou científicas, quer dizer, cuja verificação, valoração 
ou interpretação não seja possível com os conhecimentos ordinários de 
pessoas medianamente cultas e de juízes cuja preparação é 
fundamentalmente jurídica. 
AN02FREV001/REV 4.0 
11 
 
 
 É uma declaração de ciência, porque o perito expõe o que sabe por 
percepção e por dedução ou indução dos fatos sobre os quais versa seu 
ditame, sem pretender nenhum efeito jurídico concreto com sua exposição. 
Diferencia-se da declaração de ciência testemunhal, que tem por objeto o 
conhecimento que a testemunha possui dos fatos que existem no momento 
de declarar ou que existiram antes. Ao passo que o perito conceitua 
também sobre as causas e os efeitos de tais fatos e sobre o que sabe de 
fatos futuros, em virtude de suas deduções técnicas ou científicas. 
 
 Deve versar sobre os fatos e não sobre questões jurídicas, nem sobre 
exposições abstratas que não incidam na verificação, valoração ou 
interpretação de fatos do processo. 
 
 Essa declaração contém, ademais, uma operação valorativa, porque é 
essencialmente um conceito ou ditame técnico, artístico ou científico do 
que o perito deduz sobre a existência, as características e a apreciação 
do fato, ou sobre as suas causas e seus efeitos, e não uma simples 
narração de suas percepções (no que também se distingue do 
testemunho, inclusive quando é técnico). 
 
 É um meio de prova. 
 
 
 
1.4 PLANEJAMENTO DA PERÍCIA, NORMAS E PROCEDIMENTOS DO 
PERITO 
 
 
 
A perícia deve ser planejada cuidadosamente, visando ao cumprimento 
do prazo, inclusive o da legislação relativa ao laudo pericial ou parecer técnico. 
O planejamento deve ser revisado e atualizado sempre que novos fatos o 
exigirem ou recomendarem no decorrer da realização da prova pericial. 
Quando do planejamento dos trabalhos, deve ser realizada a estimativa 
dos honorários de forma fundamentada, considerando os custos e a justa 
AN02FREV001/REV 4.0 
12 
 
 
remuneração do profissional. O planejamento da perícia deve ser mantido por 
qualquer meio de registro que facilite o entendimento dos procedimentos a 
serem adotados e que sirva de orientação adequada à execução do trabalho 
pericial. 
O planejamento deve ser realizado pelo perito, ainda que o trabalho 
venha a ser realizado de forma conjunta com o assistente técnico, podendo 
este orientar-se com base no mesmo. O perito deve levar em consideração que 
o planejamento da perícia, quando for o caso, iniciar-se-á antes da elaboração 
da proposta de honorários, considerando-se que, para apresentar a mesma ao 
juízo, árbitro ou às partes no caso de perícia extrajudicial, há necessidade de 
se especificar as etapas do trabalho a serem realizadas. 
Isto implica que o perito deve ter conhecimento prévio de todas as 
etapas, salvo aquelas que somente serão identificadas quando da execução da 
perícia, inclusive a possibilidade de apresentação de quesitos suplementares, o 
que será objeto do ajuste no planejamento. 
A conclusão do planejamento da perícia ocorrerá quando o perito 
completar as análises preliminares, dando origem, quando for o caso, à 
proposta de honorários, nos casos em que o juízo ou o árbitro não tenham 
fixado, previamente, honorários definitivos, aos termos de diligências que serão 
efetuadas e aos programas de trabalho. 
Considerando que o planejamento da perícia deve evidenciar as etapas 
e as épocas em que serão executados os trabalhos, em conformidade com o 
conteúdo da proposta de honorários apresentada, incluindo-se a supervisão e 
revisão do próprio planejamento, os programas de trabalho quando aplicáveis, 
até a entrega do laudo pericial ou parecer técnico. 
Por normas do perito, entende-se um conjunto de condições, requisitos 
básicos, métodos e regras para que o perito possa exercer a atividade. Por 
procedimento do perito entende-se um conjunto de técnicas (atos a serempraticados) que os profissionais utilizam para conseguir realizar a perícia. 
AN02FREV001/REV 4.0 
13 
 
 
2 PERITOS E ASSISTENTES TÉCNICOS 
 
 
 
2.1 PERITO 
 
 
 
O perito é escolhido pelo Juiz e os assistentes técnicos pelas partes. 
Isto é, as perícias são realizadas por peritos e as partes podem indicar 
assistentes técnicos. O art. 145 do CPC diz que: 
 
Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou 
científico, o juiz será assistido por perito, segundo o disposto no art. 
421. 
§ 1° Os peritos serão escolhidos entre profissionais de nível 
universitário, devidamente inscritos no órgão de classe competente, 
respeitado o disposto no Capítulo Vl, seção Vll, deste Código. 
(Parágrafo acrescentado pela Lei nº 7.270, de 10.12.1984). 
§ 2° Os peritos comprovarão sua especialidade na matéria sobre que 
deverão opinar, mediante certidão do órgão profissional em que 
estiverem inscritos. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 7.270, de 
10.12.1984). 
§ 3° Nas localidades onde não houver profissionais qualificados que 
preencham os requisitos dos parágrafos anteriores, a indicação dos 
peritos será de livre escolha do juiz. (Parágrafo acrescentado pela Lei 
nº 7.270, de 10.12.1984). 
 
 
Assim, o CPC dispõe que quando a prova do fato depende de 
conhecimento técnico ou científico, o juiz é assistido por perito, conforme o art. 
145 do CPC, escolhido entre profissionais de nível universitário inscritos nos 
órgãos de classe (art. 145, § 1°) e que comprovem sua especialidade na 
matéria sobre a qual devam opinar, mediante certidão do órgão profissional em 
que estejam inscritos, conforme o art. 145, § 2°. 
O juiz pode indeferir o pedido de prova pericial quando o fato não 
depende do conhecimento especial de técnico ou a perícia é desnecessária ou 
impraticável a verificação, de acordo com o art. 420 do CPC, ou quando as 
partes, na inicial e na contestação, apresentem sobre as questões de fato 
pareceres técnicos ou documentos elucidativos suficientes, conforme o art. 427 
do CPC. 
AN02FREV001/REV 4.0 
14 
 
 
Desta forma, podemos conceituar perito como a pessoa dotada de 
conhecimentos especializados sobre determinada matéria, que é nomeada 
pela autoridade judiciária para auxiliar a justiça, dando sua apreciação técnica 
sobre o objeto do litígio ou algo com ele relacionado. Isto é, nomeado pelo juiz 
para dirimir questões que envolvam conhecimento técnico ou científico. 
Perito é o expert em matérias técnicas, que realiza exames em 
documentos ou coisas, auxiliando o juiz na análise técnica que o juiz não 
conhece. É a pessoa nomeada pela autoridade, juiz ou autoridade policial, com 
conhecimento técnico suficiente em determinada área do conhecimento, para 
examinar fatos, pessoas ou coisas e esclarecer questões relacionadas à prova, 
apresentando relatório e respondendo aos quesitos. 
Assim, o Perito detém certo conhecimento técnico, isto é, profissional 
possuidor de conhecimentos técnicos. De acordo com o art. 139 do CPC: 
“peritos são auxiliares da justiça, além de outros, cujas atribuições são 
determinadas pelas normas de organização judiciária”. São aqueles que 
auxiliam o juízo, como escrivão, oficial de justiça, etc. 
Tem ele o dever de cumprir o ofício no prazo que lhe assina a lei, 
empregando toda a sua diligência, de acordo com o art. 146 do CPC e pode, 
todavia, escusar-se do encargo alegando motivo legítimo, se recusado pelas 
partes por impedimento ou suspeição, conforme o art. 423 do CPC, substituído 
quando carecer de conhecimentos técnicos ou científicos ou deixar de cumprir 
o encargo no prazo que lhe foi fixado, conforme o art. 424 do CPC. 
Deve, ainda, possuir diversificada quantidade de virtudes, entre as 
quais: 
 Honestidade; 
 Caráter; 
 Personalidade; 
 Imparcialidade; 
 Equilíbrio emocional; 
 Independência; 
 Autonomia funcional; 
 Obediência irrestrita aos princípios da ética e da moral. 
AN02FREV001/REV 4.0 
15 
 
 
Dessa forma, o perito deve agir honesta e imparcialmente no que tange 
à busca da verdade dos fatos. Conforme o art. 147 do CPC, “o perito que, por 
dolo ou culpa, prestar informações inverídicas, responderá pelos prejuízos que 
causar à parte, ficará inabilitado, por 2 (dois) anos, a funcionar em outras 
perícias e incorrerá na sanção que a lei penal estabelecer”. 
De acordo com Sérgio Abunahman (2008, p. 486): 
 
As legislações do mundo inteiro obedecem a três sistemas principais 
no que diz respeito à escolha do Perito, quais sejam: primeiro, 
naquele em que podem servir como peritos somente as pessoas 
inscritas com registro próprio e que preencham determinadas 
condições. Segundo, aquele em que o escolhido possuísse um título 
oficial na arte ou ciência a que se relacionasse a matéria versada na 
perícia. Finalmente, o terceiro, o da livre escolha pelo juiz, é o 
princípio da liberdade, que infelizmente, é o que reina no direito 
brasileiro. 
 
O Perito, em algumas atividades, lidará muito com o público, 
necessitando relacionar-se bem com as pessoas, transmitindo uma boa 
imagem de sua atividade. A atividade do perito se exerce no sentido de 
satisfazer à finalidade da perícia. É encarregado de verificar fatos relativos à 
matéria em que é versado, bom conhecedor, experimentado ou prático, quer 
apenas certificando-os ou interpretando-os, num e noutro caso transmitindo ao 
juiz um relato ou um parecer. 
O perito deverá ter domínio pleno sobre o campo do qual deverá emitir 
opinião, por exemplo, para uma perícia contábil, não pode ser levada a cabo 
por um engenheiro, assim como um contador não pode, por exemplo, executar 
uma perícia para explicar as razões pelas quais um edifício possa ter 
desabado. A missão do perito pode consistir na apuração de suas causas ou 
consequências. 
Ou ainda, sua função será a de, conhecidos os fatos, compreendê-los, 
distingui-los, caracterizá-los, fornecendo ao juiz regras técnicas, científicas ou 
mesmo de experiência não ordinária, capazes de servir para a interpretação 
dos mesmos fatos. O perito, além de relatar os fatos, formula, justificadamente, 
conclusões, pareceres, mesmo conselhos e advertências. 
É bom frisar que tanto o perito quanto o assistente técnico devem 
respeitar e assegurar o sigilo do que apurarem durante a execução de seu 
AN02FREV001/REV 4.0 
16 
 
 
trabalho, proibida a sua divulgação, salvo quando houver obrigação legal de 
fazê-lo. Além disso, eles devem cumprir os prazos estabelecidos no processo 
ou contrato e zelar por suas prerrogativas profissionais, nos limites de suas 
funções, fazendo-se respeitar e agindo sempre com seriedade e discrição. 
Devem conhecer responsabilidades sociais, éticas, profissionais e legais, às 
quais estão sujeitos no momento em que aceitam o encargo para a execução 
de perícias judiciais e extrajudiciais e arbitrais. 
O termo responsabilidade refere-se à obrigação do perito e do 
assistente técnico em respeitar os princípios da moral, da ética e do direito, 
atuando com lealdade, idoneidade e honestidade no desempenho de suas 
atividades, sob pena de responder civil, criminal, ética e profissionalmente 
pelos seus atos. 
 
 
 
2.2 PERITOS OFICIAIS E NÃO OFICIAIS 
 
 
 
Os peritos podem ser oficiais (funcionários públicos) ou não oficiais 
(particulares). O exame de corpo de delito e as perícias em geral são 
realizados pelo perito, apreciador técnico, assessor do juiz com a função de 
fornecer dados instrutórios de ordem técnica e proceder à verificação e 
formação do corpo de delito. A perícia deve ser realizada por perito oficial, o 
que constitui regra. 
Não havendo perito oficial, o exame deve ser realizado por duas 
pessoas idôneas que, obrigatoriamente, devem ser portadoras de diploma de 
nível superior. Devem ainda, ser escolhidas, de preferência, entre aquelas que 
tiverem habilitação técnica relacionada à natureza do exame, por exemplo: 
médicos para exames necroscópicos e de lesões corporais,ou economistas, 
administradores de empresas para laudos de avaliação, etc. A nomeação é da 
autoridade policial ou judiciária. Hoje se admite no processo penal peritos 
particulares ou assistentes técnicos. 
AN02FREV001/REV 4.0 
17 
 
 
Importante lembrar que os peritos não oficiais devem prestar o 
compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo, mas a ausência de 
compromisso constitui mera irregularidade. 
 
 
 
2.3 ASSISTENTE 
 
 
 
O assistente é o técnico que a parte tem o direito de indicar. Isto é, 
escolhido pela parte, pelo critério da confiança, e tem como função 
acompanhar o trabalho pericial, fiscalizando-o em nome da parte que o 
constituiu. O artigo 421 do CPC declara que: 
 
Art. 421. O juiz nomeará o perito, fixando de imediato o prazo para a 
entrega do laudo. (Redação dada pela Lei nº 8.455, de 24.8.1992). 
§ 1° Incumbe às partes, dentro em 5 (cinco) dias, contados da 
intimação do despacho de nomeação do perito: 
I - indicar o assistente técnico; 
II - apresentar quesitos. 
 
 
O assistente é um consultor técnico da parte. Atua como assistente 
técnico nos processos judiciais 
 
 
 
2.4 FUNÇÃO DO PERITO E ASSISTENTES 
 
 
 
Os assistentes exercem uma função processual, na medida em que, 
indicados pelas partes, passam a funcionar no assessoramento do perito, isto 
é, a função do assistente é acompanhar e assessorar o trabalho do perito, 
auxiliando-o quanto aos aspectos técnicos favoráveis à parte que o indicou. De 
acordo com o art. 429 do CPC, 
AN02FREV001/REV 4.0 
18 
 
 
Para o desempenho da função podem o perito e os assistentes 
utilizar-se de todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, 
obtendo informações, solicitando documentos que estejam em poder 
da parte ou em repartições públicas, bem como instruindo o laudo 
com plantas, desenhos, fotografias e outras peças. 
 
 
A principal função do perito do juízo é fornecer ao magistrado todos os 
elementos esclarecedores das questões controvertidas encontradas nos 
documentos sob exame, proporcionando ao juízo subsídios para poder 
pronunciar-se de forma precisa, com exatidão. 
 
 
 
3 DESPESAS COM OS SERVIÇOS DO PERITO E DOS ASSISTENTES 
 
 
 
O Código do Processo Civil dispõe que a sentença condena o vencido 
a pagar ao vencedor as despesas que abrangem não só a custa dos atos do 
processo como também a remuneração do assistente técnico. Os honorários 
periciais estão previstos pelo CPC em seu art. 19: 
 
Salvo as disposições concernentes à justiça gratuita, cabe às partes 
prover as despesas dos atos que realizam ou requerem no processo, 
antecipando-lhes o pagamento desde o início até sentença final; e 
bem ainda, na execução, até a plena satisfação do direito declarado 
pela sentença. 
 
 
Declara também que a remuneração do perito é paga pela parte que 
haja requerido o exame ou pelo autor, quando requerido por ambas as partes, 
ou determinado de ofício pelo juiz, conforme os (art.20 e 33 do CPC). Os 
tribunais do trabalho têm apreciado alguns dos aspectos relacionados com o 
tema e decidiram que a parte vencida é responsável pelas despesas com o 
assistente do perito, sem qualquer vinculação com a circunstância alusiva à 
indicação do técnico, por força do disposto no CPC, em seus artigos 20 e 33. 
 
De acordo com o CPC em seu art. 20: 
AN02FREV001/REV 4.0 
19 
 
 
§ 2º As despesas abrangem não só à custa dos atos do processo, 
como também a indenização de viagem, diária de testemunha e 
remuneração do assistente técnico. (Redação dada pela Lei nº 5.925, 
de 1.10.1973). 
CPC Art. 33 - Cada parte pagará a remuneração do assistente 
técnico que houver indicado; a do perito será paga pela parte que 
houver requerido o exame, ou pelo autor, quando requerido por 
ambas às partes ou determinado de ofício pelo juiz. 
Parágrafo único - O juiz poderá determinar que a parte responsável 
pelo pagamento dos honorários do perito deposite em juízo o valor 
correspondente a essa remuneração. O numerário, recolhido em 
depósito bancário à ordem do juízo e com correção monetária, será 
entregue ao perito após a apresentação do laudo, facultada a sua 
liberação parcial, quando necessária. 
 
 
Segundo Abunahman (2008, p. 538): 
 
 
Quando a prova pericial for requerida pelo Autor, por ambas as 
partes, pelo Ministério Público ou for ordenada de ofício pelo Juiz, é 
da responsabilidade do autor o adiantamento dos honorários do 
Perito. Quando requerida pelo réu, será deste a responsabilidade 
pelo adiantamento dos honorários (art.33 do CPC). Os honorários do 
assistente técnico são da responsabilidade da parte que o indicou. 
 
 
Cada perícia abrange ou encerra muitos elementos ou partes, com 
número de quesitos e graus de complexidade distintos, despendendo, 
consumindo por tal motivo, determinado número de horas para a realização do 
trabalho pericial, não se podendo fixar previamente um valor para todas as 
perícias que serão realizadas, uma vez que, como sabido, cada processo tem 
suas peculiaridades. 
Assim, o perito cobrará honorário, observando alguns detalhes de 
suma importância, como a responsabilidade que terá o valor do objeto que é a 
causa da demanda judicial, tempo de trabalho e o nível de complexidade da 
perícia, devendo arbitrar o valor a ser cobrado após analisar os autos do 
processo. 
A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte 
sucumbente na pretensão relativa ao objeto da perícia. O juiz poderá 
determinar que a parte responsável pelo pagamento dos honorários do perito 
deposite a quantia em juízo, juntamente com o valor correspondente a essa 
remuneração. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1970-1979/L5925.htm#art20
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1970-1979/L5925.htm#art20
AN02FREV001/REV 4.0 
20 
 
 
4 O MERCADO DE TRABALHO DE PERÍCIAS JUDICIAIS 
 
 
 
O mercado de trabalho de perícias judiciais é farto para 
administradores, contadores, economistas e na área específica da engenharia 
o campo de atuação do Perito é amplíssimo. O trabalho é remunerado e 
geralmente cabe adiantamento de honorários, quando solicitados na devida 
forma. 
Há certos critérios a ponderar para chegar à dedução dos honorários 
do perito, como por exemplo: a lide nos autos, o valor requerido pelo autor, o 
grau de elevada responsabilidade do perito e outros. A importância do trabalho 
a ser executado é vital para que se faça uma avaliação dos honorários para 
posteriormente ser aprovado pelas partes e até mesmo pelo juiz. 
A proposta de honorários do Perito deve ser formulada após tomar o 
mesmo conhecimento do trabalho a ser desenvolvido, o que ocorre, em regra, 
após a apresentação dos quesitos pelas partes. 
 
 
 
5 VARAS EM QUE O PERITO PODE TRABALHAR 
 
 
 
Na área cível envolve matérias de natureza comercial, como litígio 
entre sócios, ações de liquidações societárias, falências, demandas de marcas 
e patentes, ações de seguros, créditos, avaliação de pensão alimentícia, ações 
possessórias, ações rescisórias, etc. 
Na área do trabalho, a perícia trabalhista é exercida junto à justiça do 
trabalho, iniciada nas Juntas de Conciliação. A maior parte das questões na 
perícia trabalhista se refere a assuntos de salários ou ordenados, horas extras, 
férias, aviso prévio, indenizações, comissões e dispensa. Já na área criminal, a 
perícia trata de exames para detectar fraudes, acidente de trânsito com vítimas, 
roubos, homicídios, etc. 
AN02FREV001/REV 4.0 
21 
 
 
6 TIPOS DE PERÍCIA 
 
 
 
6.1 PERÍCIA SIMPLIFICADA 
 
 
 
Na perícia simplificada, de acordo com o art. 421, § 1° do CPC, 
 
 
O juiz nomeará o perito, fixando de imediato o prazo para a entrega 
do laudo. (Redação dada pela Lei nº 8.455, de 24.8.1992). 
§ 1° Incumbe às partes, dentro em 5 (cinco) dias, contados da 
intimação do despacho de nomeação do perito: 
I - indicar o assistente técnico; 
II - apresentar quesitos. 
 
 
Isso quer dizer que a perícia simplificada, na qual adiligência do perito 
e assistente não tem de ser formalizada em laudo escrito, é quando, pela 
natureza do fato, basta sua investigação pelo juiz por ocasião da audiência de 
instrução e julgamento a respeito das coisas que haja informalmente 
examinado. Isto é, não há necessidade de laudo escrito e detalhado. A opinião 
do perito e dos assistentes é apresentada oralmente, expondo ao juiz as suas 
conclusões técnicas. 
O juiz pode resumi-las em ata, não sendo comuns nos processos 
trabalhistas. Deveriam ser mais utilizadas, porque em alguns casos são 
adequadas. O número elevado de audiências trabalhistas praticamente impede 
a sua utilização. Não obstante, abreviariam o tempo de duração do processo. 
 
 
 
6.2 PERÍCIA POR LAUDO 
 
 
 
Na perícia por laudo, de acordo com os arts. 826 e 827 da CLT: 
AN02FREV001/REV 4.0 
22 
 
 
Art. 826 - É facultado a cada uma das partes apresentarem um perito 
ou técnico. 
Art. 827 - O juiz ou presidente poderá arguir os peritos 
compromissados ou os técnicos, e rubricará, para ser junto ao 
processo, o laudo que os primeiros tiverem apresentado. 
 
 
 
Isso quer dizer que o juiz, ao deferir a perícia, designa perito e fixa 
prazo para entrega de laudo. Permite-se a cada parte a indicação de um 
assistente. O prazo para indicação de assistentes pelas partes é de cinco dias, 
contados da intimação do despacho de nomeação do perito e no mesmo prazo 
se apresentam quesitos. Estes, os quesitos, são questões propostas ao perito 
e assistente na forma de perguntas específicas e que são respondidas e 
fundamentadas pelos peritos no laudo acompanhado ou não de anexos. 
Podem as partes durante a diligência apresentar quesitos 
suplementares, de cuja juntada é dada ciência à parte contrária, conforme o 
art. 425 do CPC. Compete ao juiz indeferir quesitos impertinentes e formular os 
que entenderem necessários ao esclarecimento da causa, conforme o art. 426 
do CPC. 
Quando a prova tem de realizar-se por carta pode-se proceder à 
nomeação de perito e indicação de assistentes técnicos no juízo, ao qual se 
requisita a perícia, conforme o art. 428 do CPC. O juiz pode prorrogar uma vez 
o prazo para a apresentação do laudo, conforme o art. 432 do CPC. O perito 
apresenta este em secretaria no prazo fixado pelo juiz, pelo menos vinte dias 
antes da audiência de instrução e julgamento conforme o art. 433 do CPC. 
Os assistentes oferecem seus laudos no mesmo prazo fixado pelo juiz 
para o perito, conforme o art. 826, parágrafo único. O juiz deve dar ciência a 
juntada da perícia às partes para manifestações ou pedido de quesitos 
suplementares. Quando o exame tenha por objeto a autenticidade da letra e 
firma o perito pode requisitar, para efeito de comparação, documentos 
existentes em repartições públicas. Na falta destes, pode requerer ao juiz que a 
pessoa a que se atribui a autoria do documento lance em folha de papel, por 
cópia ou sob ditado, dizeres diferentes, para fins de comparação, conforme o 
art. 434 do CPC. 
AN02FREV001/REV 4.0 
23 
 
 
O juiz pode arguir perito e assistente em audiência, conforme o art. 827 
da CLT, por iniciativa própria ou a requerimento da parte, que formula, desde 
logo, as perguntas complementares que deseja apresentar sob a forma de 
quesitos, segundo o art. 435 do CPC. 
O laudo não é vinculante para o juiz, que não está adstrito às suas 
conclusões, podendo rejeitá-las e formular a sua convicção com outros 
elementos ou fatos provocados nos autos, conforme o art. 437 do CPC: “o juiz 
poderá determinar, de ofício ou a requerimento da parte, a realização de nova 
perícia, quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida”. Ou 
ordenar, de acordo com o art. 438 do CPC, segunda perícia destinada a corrigir 
eventual omissão ou inexatidão dos resultados a que a primeira conduziu. 
A complexidade de algumas perícias contábeis em laudos 
informatizados e acompanhados de inúmeros anexos com diversas colunas e 
milhares de números inviabiliza praticamente qualquer possibilidade de 
verificação pelo juiz. Daí a prática, tão inevitável quanto condenável, de simples 
remissão pelo juiz ao laudo pericial, com o que a decisão fica praticamente 
transferida do juiz para o perito, o que pode gerar, em alguns processos, 
prejuízos a uma das partes quando o levantamento pericial, apesar de 
volumoso, é incorreto ou inadequado ou quando o perito fixa premissas 
jurídicas invadindo a área reservada ao juiz. 
O ideal seria o juiz, ao ordenar a perícia, já estabelecer as premissas 
jurídicas a serem observadas pelo perito e formular os quesitos centrais 
necessários para a elucidação dos aspectos técnicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIM DO MÓDULO I 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 24 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
PERÍCIA JUDICIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
PERÍCIA JUDICIAL 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou 
distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do 
conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências 
Bibliográficas. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 26 
 
MÓDULO II 
 
 
7 PROVA PERICIAL 
 
 
7.1 CONCEITOS 
 
 
Prova significa formar a convicção do juiz sobre a existência ou não de 
fatos relevantes no processo, isto é, o conjunto de motivos produtores da 
certeza, é a demonstração legal da verdade de um fato. Prova vem do latim 
proba, de probare (demonstração, reconhecer, formar juízo de). Segundo De 
Plácido e Silva (1995), “a prova consiste na demonstração de existência ou de 
veracidade daquilo que se alega como fundamento do direito que se defende 
ou se contesta”. 
Prova é o convencimento de fatos e a convicção de alguém, são os 
fatos da causa, ou seja, os fatos deduzidos pelas partes como fundamentos da 
ação ou execução (prova judiciária). Dessa forma, é todo e qualquer meio de 
percepção empregado pelo homem com a finalidade de se comprovar a 
veracidade de uma alegação. Isto é, um instrumento por meio do qual se forma 
a convicção do juiz (finalidade) a respeito da ocorrência de fatos controvertidos 
(objeto) no processo. 
No sentido processual, designa os meios, indicados em lei, para a 
realização dessa demonstração, isto é, a soma de meios para a constituição da 
própria prova, ou seja, para conclusão ou produção da certeza. Provar é 
demonstrar a verdade de uma proposição. Podemos dizer que a prova judicial 
é a confrontação da versão de cada parte, com os meios produzidos para 
aboná-la. 
O juiz procura reconstituir os fatos valendo-se dos dados que lhe são 
oferecidos e dos que pode procurar por si mesmo nos casos em que está 
autorizado a proceder de ofício. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 27 
7.2 FINALIDADE 
 
 
A prova tem a finalidade de transportar, para o processo judicial, a 
realidade externa dos fatos que geraram a demanda, traduzindo-os, para que 
possam ser conhecidos pelo juiz e para que sirvam de base para os debates 
entre as partes. Como meio destinado a levar para o processo a reconstituição 
dos fatos, poderá ter falhas e não cumprir com exatidão esse fim, situação na 
qual haverá a verdade real (concreta), diferente da realidade formal 
(imaginária), e esta prevalecerá. De nada adianta ter ocorrido ou não um fato 
se não pode ser provado. 
Assim, finalidade da prova judiciária é a formação da convicção quanto 
à existência dos fatos da causa. Em primeiro lugar, verifica-se a correção dos 
fatos afirmados, ou seja, cria-se a natureza quanto à sua existência. O 
destinatário da prova é o juiz. Para esse fim éque se produz a prova, pela qual 
o juiz virá a formar sua convicção. Na convicção que formar o juiz, assentará a 
sentença. 
Desse modo, a importância da prova e da sua análise pelas partes e 
pelo juiz é fundamental para que o processo possa cumprir os seus fins. 
 
 
7.3 PRINCÍPIOS DA PROVA 
 
 
No processo penal, os princípios gerais da prova, segundo Paulo Lúcio 
Nogueira (2000), são: 
 
 Princípio da autorresponsabilidade das partes está relacionado com o 
ônus da prova, cabendo a cada uma apresentar as provas que lhe 
pareçam necessárias. 
 Princípio da comunhão da prova, pelo qual toda prova produzida na 
esfera penal teria interesse comum, portanto, mesmo que fosse a 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 28 
testemunha arrolada pela acusação, não poderia ser dispensada sem 
concordância da defesa, ou vice-versa. Mas tal princípio não pode ser 
levado a extremo, pois permitiria um aumento do número máximo de 
testemunhas de cada parte. 
 
 Princípio da oralidade implica a realização de todas as provas em uma 
só audiência de instrução e julgamento, exceto nas perícias. 
 
 Princípio da concentração consiste na realização da instrução e do 
julgamento em uma só audiência. Tal princípio já está implícito na 
oralidade. 
 
 Princípio do livre convencimento motivado exige decisão fundamentada 
do julgador, em face da relatividade das provas e do princípio da 
verdade real. 
 
Já a prova, em processo trabalhista, submete-se aos seguintes 
princípios: 
 
 Princípio da necessidade da prova, em que os fatos de interesse das 
partes devem ser demonstrados em juízo. A prova deve ser a base e a 
fonte da sentença. O juiz deve julgar de acordo com o alegado e 
provado. 
 
 Princípio da unidade da prova, que, embora constituída de diversas 
modalidades, forma uma só unidade a ser apreciada em conjunto, 
globalmente. 
 
 Princípio da contradição, porque a parte contra a qual é apresentada 
uma prova deve gozar da oportunidade processual de conhecê-la e 
discuti-la, inclusive impugná-la, pelos meios processuais adequados. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 29 
 Princípio da igualdade de oportunidade de prova, garantindo-se às 
partes idêntica oportunidade para pedir a realização de uma prova ou de 
exercitá-la. 
 
 Princípio da legalidade, em decorrência do qual, se a lei prevê uma 
forma específica para a produção da prova, ela não pode ser produzida 
de outra maneira. 
 
 Princípio da imediação, significando não só a direção da prova pelo juiz, 
mas a sua intervenção direta na instrução probatória, mais facilitada 
quando o processo é fundado na oralidade, como no caso trabalhista. 
 
 Princípio da obrigatoriedade de prova, segundo o qual, sendo a prova de 
interesse não só das partes, mas também do Estado, que quer o 
esclarecimento da verdade, as partes podem ser compelidas pelo juiz a 
apresentar no processo determinada prova, sofrendo sanções no caso 
de omissão, especialmente as presunções que passam a militar contra 
aquele que se omitiu e a favor de quem solicitou. 
 
 
7.4 ÔNUS DA PROVA 
 
 
A palavra ônus vem do latim “onus, oneris”, que significa carga, peso 
fardo, encargo, aquilo que sobrepesa. Existe ônus da prova quando um 
determinado comportamento é exigido da parte para alcançar um fim jurídico 
desejado. O ônus é aquilo que implica uma sobrecarga, que se tornou uma 
incumbência ou compromisso de alguém, um dever. Daí pode-se concluir que o 
ônus da prova é a incumbência que a parte possui de demonstrar a verdade de 
um fato ou de uma alegação feita no processo penal, por exemplo. 
A regra do CPP é a de que o ônus da prova incumbe a quem o alega: 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 30 
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, 
porém, facultado ao juiz de ofício: 
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção 
antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, 
observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da 
medida; 
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, 
a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. 
 
Desse modo, as provas possuem a finalidade de convencer o julgador 
a respeito de determinado fato que se apura no processo, podendo ser 
produzida de forma ampla e irrestrita, observado o disposto no art. 155, 
parágrafo único do CPP. Assim, no processo penal, toda vez que o fato a ser 
demonstrado estiver vinculado ao estado das pessoas, o código impõe a 
produção da prova de acordo com a prescrição da lei civil, por exemplo: se 
determinado indivíduo alega ser casado, a prova contundente será a certidão 
de casamento. 
Ônus da prova é a responsabilidade atribuída à parte para produzir 
uma prova e que, uma vez não desempenhada satisfatoriamente, traz, como 
consequência, o não reconhecimento, pelo órgão jurisdicional da existência do 
fato que a prova se destina a demonstrar. 
Segundo o art. 818 da CLT: “o ônus da prova é atribuído a quem alega 
a existência de um fato: a prova das alegações incumbe à parte que as faz”. 
Desta forma, compete ao empregador que despede por justa causa a prova 
desta. Os pagamentos efetuados ao empregado têm de ser provados pelo 
empregador, o que abrange salários, remuneração das férias, do repouso 
semanal, verbas rescisórias, etc. 
Nem sempre a igual distribuição do ônus da prova atende às 
necessidades do processo trabalhista, porque sobrecarrega o empregado, que 
não tem as mesmas condições e facilidades do empregador. Outras vezes, 
acarreta cômoda posição para o empregador. Basta negar todos os fatos e o 
empregado tem de prová-los, o que não é fácil. 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 31 
8 PRINCIPAIS MEIOS DE PROVA 
 
 
Meio de prova é expressão de duplo significado. Tanto pode designar a 
atividade do juiz ou das partes para a produção das provas, como também os 
instrumentos ministrados ao juiz no processo para formar o seu 
convencimento. De acordo com o art. 332 do CPC, “todos os meios legais, bem 
como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, são 
hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se funda a ação ou a defesa. 
(verdade formal)”. 
Dessa forma, o compromisso do juiz é com a verdade formal, revelada 
pela prova. O CPC admite todos os meios legais, entretanto, especifica em seu 
art. 342 a 443 diversos tipos de provas, assim como o Código de Processo 
Penal, nos artigos 158 a 250. De acordo com o art. 332 do CPC, existem 
provas consideradas moralmente legítimas, que embora não previstas em lei, 
não ferem os princípios éticos de captação, tais como: escuta telefônica, 
gravação em meio magnético, filmagens, dentre outras. 
 
 
8.1 PROVA DOCUMENTAL 
 
 
Documento é todo objeto, produto de um ato humano, que representa 
outro fato ou um objeto, uma pessoa ou uma cena natural ou humana. O 
documento pode conter uma simples declaração de ciência ou um ato de 
vontade, como também uma confissão extrajudicial, uma declaração de 
terceiros e, quando a lei o exige, deve ter forma especial. 
Prova documental abrange os instrumentos e documentos, públicos e 
privados. Os instrumentos são documentos confeccionados com o objetivo de 
servir de prova e documentos são gêneros a que pertencem todos os registros 
materiais de fatos jurídicos. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 32 
De acordo com o art. 365 do CPC, na prova documental fazem os 
originais a mesma prova que: 
 
I - as certidões textuais de qualquer peça dos autos, do protocolo das 
audiências, ou de outro livro a cargo do escrivão, sendo extraídas por 
ele ou sob sua vigilância e por ele subscritas; 
II - os traslados e as certidões extraídas por oficial público, de 
instrumentos ou documentos lançados em suas notas; 
III - as reproduções dos documentos públicos, desde que 
autenticadas por oficial público ou conferidas em cartório, com os 
respectivos originais; 
IV - as cópias reprográficasde peças do próprio processo judicial 
declaradas autênticas pelo próprio advogado sob sua 
responsabilidade pessoal, se não lhes for impugnada a autenticidade; 
(Acrescentado pela L-011.382-2006). 
V - os extratos digitais de bancos de dados, públicos e privados, 
desde que atestado pelo seu emitente, sob as penas da lei, que as 
informações conferem com o que consta na origem; (Acrescentado 
pela L-011.419-2006). 
VI - as reproduções digitalizadas de qualquer documento, público ou 
particular, quando juntados aos autos pelos órgãos da Justiça e seus 
auxiliares, pelo Ministério Público e seus auxiliares, pelas 
procuradorias, pelas repartições públicas em geral e por advogados 
públicos ou privados, ressalvada a alegação motivada e 
fundamentada de adulteração antes ou durante o processo de 
digitalização. (Acrescentado pela L-011.419-2006). 
 
Vimos acima que a Lei 11.419/2006 incluiu ao art. 365 novos incisos e 
dois parágrafos. Prova documental não se trata apenas de documento escrito, 
mas são coisas que transmitem diretamente um registro físico a respeito de um 
fato, como por exemplo: tela, pedra, fotos, contratos, desenhos, fita de vídeo, 
etc. Os documentos podem ser apresentados como originais e cópias, salvo 
em casos específicos. 
Algumas legislações só admitem como prova os instrumentos, outras, 
os documentos em geral, como discos, radiografias, plantas, quadros, etc. 
como no processo trabalhista. A prova documental apresenta vantagens e 
defeitos. Do mesmo modo que pode trazer maior segurança quanto à 
existência do fato que produz, pode, de outro lado, ser uma falsa atestação de 
ato a que não corresponde. 
Nessas condições, o documento, em especial no processo trabalhista, 
deve ser recebido com reservas e o seu valor apreciado em conjunto com as 
demais provas. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 33 
8.2 PROVA TESTEMUNHAL 
 
 
Testemunho é um meio de prova que consiste na declaração 
representativa que uma pessoa, que não é a parte no processo, faz ao juiz, 
com fins processuais, sobre o que sabe a respeito de um fato de qualquer 
natureza. E testemunha é a pessoa capaz, estranha ao processo, que é 
chamada a declarar sobre os fatos que caíram sob o domínio dos seus 
sentidos. 
A prova testemunhal é tão velha quanto à humanidade e a mais antiga 
de todas. É a que se obtém por meio do relato prestado em juízo, por pessoas 
que conhecem o fato litigioso. A condição de testemunha impõe deveres como 
os de comparecimento, depoimento e veracidade, podendo inclusive incorrer 
em tipo penal se faltar intencionalmente com a verdade. 
A testemunha deve comparecer quando intimada ou pode comparecer 
quando a parte que a arrolou se comprometer a levar independentemente de 
intimação. Essa testemunha não pode ter interesse na causa. Ela não é 
obrigada a depor sobre fatos que acarretem grave dano para si, seu cônjuge, 
parentes consanguíneos ou afins, em linha reta ou colaterais até o 2° grau, 
conforme dispõe o art. 406 do CPC. 
Com relação a esta prova, não podem depor os incapazes, os 
impedidos e os suspeitos. Se for necessário, o juiz ouvirá testemunhas 
impedidas ou suspeitas, mas os seus depoimentos serão prestados 
independentemente de compromisso, conforme o art. 415 do CPC. Prova 
testemunhal seria a prova mais frágil, mais sujeita às fraquezas humanas. Há 
inclusive o crime de falso testemunho. 
No processo trabalhista, o testemunho é de largo uso à prova principal. 
A prova testemunhal continua sendo básica no processo trabalhista, mesmo 
porque o documento também apresenta riscos. São inúmeros os processos 
nos quais se discute a autenticidade ideológica de documentos e não são raras 
as questões nas quais fica evidenciado o preenchimento de documentos pelo 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 34 
empregador, assinados em branco pelo empregado por ocasião da sua 
admissão. 
 
 
8.3 DEPOIMENTO PESSOAL 
 
 
Um dos meios de prova é o depoimento pessoal das partes do 
processo, que é uma declaração, prestada pelo autor ou pelo réu, sobre os 
fatos objetos do litígio, perante o juiz. Equipara-se ao interrogatório do 
processo penal, de modo que é possível falar em interrogatório recíproco das 
partes. 
O depoimento pessoal é ato personalíssimo, isto é, o meio de prova 
destinado a realizar o interrogatório das partes no curso do processo. Aplica-se 
tanto ao autor como ao réu, pois ambos se submetem ao ônus de comparecer 
em juízo e responder ao que lhe for interrogado pelo juiz (art. 340, I do CPC). 
As diferenças entre interrogatório judicial e depoimento pessoal são as 
seguintes: o depoimento pessoal é requerido pela parte, é meio de prova, há 
pena de confesso, é realizado apenas uma vez e em audiência de instrução. Já 
o interrogatório é determinado de ofício, é meio de convencimento, não há 
pena de confesso, pode ser realizado a qualquer tempo e no curso do 
processo. Isto é, consiste em um meio de defesa e de prova. O silêncio do 
acusado não importará confissão e não poderá ser interpretado em juízo da 
defesa. 
 
 
8.4 CONFISSÃO 
 
 
A confissão é quando a parte admite a verdade do fato, pode ser 
simples, complexa, qualificada, judicial ou extrajudicial. É um meio de prova 
judicial que consiste em uma declaração de ciência ou conhecimento, 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 35 
expressa, terminante e séria, feita conscientemente, sem coações que 
destruam a voluntariedade do ato por quem é parte no processo em que ocorre 
ou é aduzida, sobre fatos pessoais ou sobre o conhecimento de outros fatos 
prejudiciais a quem a faz ou ao seu representante, conforme o caso, ou 
simplesmente favoráveis à sua contraparte no processo. 
Ocorre a confissão quando a parte admite a verdade de um fato 
contrário ao seu interesse e favorável ao adversário (art. 348 do CPC). É uma 
declaração judicial ou extrajudicial, que pode ser provocada ou espontânea, em 
que os litigantes, capazes e com ânimo de se obrigar, fazem da verdade 
(integral ou parcial) dos fatos alegados pela parte contrária, como fundamentais 
na ação. 
Confissão é uma prova que pesa sobre quem a faz e em favor da parte 
contrária, mera confirmação das alegações do adversário. Observa-se, em 
consequência, que o depoimento pessoal e a confissão não são a mesma 
coisa. Pode haver depoimento sem confissão. Como também pode haver 
confissão extrajudicial, esta admitida com muita reserva no processo 
trabalhista. Mas pode haver confissão, no processo trabalhista, fora do 
depoimento pessoal na contestação, desde que haja o reconhecimento parcial 
ou total de fatos alegados pelo autor. 
Da mesma forma, também por petição nada impede que o autor admita 
fatos alegados na contestação. Confissão é, portanto, a aceitação dos fatos 
apontados pela parte como verdadeiros, produzida quer no depoimento 
pessoal, como é mais comum, quer em outros atos processuais e mesmo 
extrajudicialmente. 
A confissão, de acordo com o art. 352 do CPC, será revogável quando: 
“emanar de erro, dolo ou coação”. O meio é a ação anulatória, se pendente o 
processo em que foi feita, ou a ação rescisória, depois de transitada em julgado 
a sentença. 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 36 
8.5 INSPEÇÃO JUDICIAL 
 
 
É o meio de prova em que o próprio juiz comparece no local para 
verificar coisas ou pessoas relacionadas ao litígio, consiste na percepção 
sensorial e direta do juiz. Seu objeto pode ser pessoas, coisas ou lugares. A 
inspeção judicial ocorrerá quando o juiz entender necessário. Durante essa 
inspeção o magistrado pode ser assistido de um ou mais peritos; às partes 
também é assegurado o direito de assistir a inspeção. 
Assim, podem ser objeto da inspeção judicial: 
 
 Pessoas vivas - inspeção judicial de pessoas (ad personam) ou subtipo 
inspectio corporis (no corpo da pessoa) ou mortas – os cadáveres. 
 Coisas - inspeção judicial real (ad rem). 
 
Por fim, a inspeção judicial é simplesmente um reconhecimentoou uma 
diligência processual com a função de obter provas, mediante uma verificação 
direta. Tem por finalidade permitir ao juiz esclarecimento sobre fatos de 
interesse da causa, de acordo com o art. 440 do CPC. 
O juiz, de ofício ou a requerimento da parte, pode, em qualquer fase do 
processo, inspecionar pessoas ou coisas, a fim de se esclarecer sobre fato que 
interesse à decisão da causa. 
 
 
8.6 PROVA PERICIAL 
 
 
Por meio da prova pericial colhem-se percepções e fazem-se 
apreciações, não só para a direta demonstração ou constatação dos fatos que 
interessam a lide, das causas ou consequências desses fatos, como também 
para o esclarecimento dos mesmos. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 37 
Prova pericial é aquela que surge para apurar fatos que envolvem 
matéria técnica e científica. Vimos que a prova pericial não é a única prova 
válida admitida, existem outras, como as testemunhais e as documentais, que 
também devem ser levadas em consideração. Segundo Humberto Theodoro 
Junior (2002), a prova pericial “é o meio de suprir a carência de conhecimentos 
técnicos de que se ressente o juiz para apuração dos fatos litigiosos”. 
De acordo com o art. 420 do CPC, a prova pericial consiste em exame, 
vistoria ou avaliação: 
 
§ único. O juiz indeferirá a perícia quando: 
I - a prova do fato não depender do conhecimento especial de 
técnico; 
II - for desnecessária em vista de outras provas produzidas; 
III - a verificação for impraticável. 
 
Assim, o exame é relativo à pessoa, às coisas móveis e semoventes 
(animais). A vistoria é a mesma inspeção só que aplicada a imóveis. Quando o 
assunto é valor ou obrigações, chama-se arbitramento. E a avaliação é estimar 
valores para coisas, direitos e obrigações. A função da prova pericial é 
subministrar a experiência técnica ao processo, para que seja empregada na 
dedução judicial. 
 
 
9 PROVA EMPRESTADA E PROVAS INADMISSÍVEIS 
 
 
A prova de um fato, produzida em um processo, seja por documentos, 
testemunhas, confissão, depoimento pessoal ou exame policial, pode ser 
transladada para outro, por meio de certidão extraída daquele. A essa prova, 
assim transferida de um processo para outro, a doutrina e a jurisprudência dão 
o nome de prova emprestada. 
Segundo a doutrina, são também inadmissíveis as provas que sejam 
incompatíveis com os princípios do respeito ao direito de defesa e à dignidade 
humana, os meios cuja utilização se opõe às normas reguladoras do direito 
que, em caráter geral, regem a vida social de um povo. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 38 
Nesse caso, estaremos diante de provas inadmissíveis, ou seja, provas 
ilegais, quando ocorrer violação do ordenamento jurídico, quer seja material 
(prova ilícita) ou processual (prova ilegítima). 
 
 
10 PROVAS ILÍCITAS E PROVAS ILEGÍTIMAS 
 
 
As provas ilícitas são aquelas obtidas com violação às normas de 
direito material. Na área do Processo Penal temos os exemplos da confissão 
obtida mediante a tortura, provas adquiridas com violação de 
correspondências, etc. Tais provas são ilícitas por ferirem o direito material, 
pois tanto a tortura como a violação de correspondência são condutas 
tipificadas no direito material, conforme o art. 5°, XII da CF de 1988. 
Assim, não pode o juiz fundamentar sua decisão em prova obtida 
ilicitamente. Não são ilícitas as provas, entretanto, quando o interessado 
consente na violação de seus direitos assegurados constitucionalmente ou pela 
legislação ordinária, desde que sejam bens ou direitos disponíveis. Nessas 
hipóteses a conduta do autor da prova deixa de ter a ilicitude exigida na 
Constituição para a sua proibição. 
Assim, há entendimento na doutrina nacional e estrangeira de que é 
possível a utilização de prova favorável ao acusado, ainda que colhida com 
infringência a direitos fundamentais seus ou de terceiros, quando 
indispensáveis e quando produzida pelo próprio interessado, como a de 
gravação de conversa telefônica em caso de extorsão, por exemplo, que traduz 
hipótese de legítima defesa, excluindo a ilicitude. 
Já as provas ilegítimas são aquelas produzidas ou apresentadas em 
infringência às normas de direito processual (formal). É prova obtida 
ilegitimamente, afrontando preceitos do direito processual, tanto na produção 
quanto na introdução da prova no processo. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 39 
Como exemplo de prova ilegítima temos a prova emprestada, “aquela 
produzida num processo para nele gerar efeitos, sendo depois transportada 
documentalmente para outro, com fim de gerar efeitos neste”. Para sua 
admissibilidade no processo é necessário que tenha sido produzida em 
processo formado entre as mesmas partes e, portanto, submetida ao 
contraditório. 
 O compromisso do juiz é com a verdade formal, revelada pela prova, 
contudo, a verdade real é a sua busca permanente, podendo, nesta busca 
ideal, determinar provas. Temos como ideal a verdade real, ou seja, a realidade 
dos fatos, não pode o julgador afastar-se da prova. Pode ele, inclusive, 
determinar diligências, contudo, não lhe é permitido presumir verdades. 
 Assim, o fundamental para o julgador é a prova que os autos encerram, 
não lhe cabendo procurar a verdade fora dos autos. As verdades processuais 
se estabelecem pelas várias formas de prova em direito permitidas, como 
documentos, perícias, testemunhas e constituem pequenas parcelas de 
verdade que, combinadas e analisadas, se ajustam e se encaixam de modo a 
formar uma verdade maior. O juiz deve analisar cada um destes fragmentos 
isoladamente, antes de fazê-las integrar ao todo. 
 
 
11 FOTOGRAFIA FORENSE NA PROVA PERICIAL 
 
 
 Qualquer reprodução mecânica, como a fotográfica, cinematográfica, 
fonográfica ou de qualquer espécie, faz prova dos fatos ou das coisas 
representadas se aquele contra quem foi produzida lhe admite conformidade. 
Impugnada a autenticidade da reprodução mecânica, o juiz ordena a realização 
de exame pericial. 
 Segundo o Conselho Nacional dos Peritos Judiciais (CONPEJ): 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 40 
A fotografia forense, que é também conhecida como fotografia de 
evidências, tem o seu destaque como prova pericial, sendo 
necessária para todos os peritos judiciais e criminais independentes 
de sua especialidade pericial, pois constitui uma excelente ferramenta 
de produção de prova, enriquecendo o laudo pericial e os pareceres 
técnicos elaborados pelos peritos. 
 
Havia certa desconfiança ao se utilizar fotos digitais como meio de 
produção de prova pericial, devido à qualidade das fotos e também à 
autenticidade das mesmas. Hoje, com o avanço tecnológico, foi superado pela 
credibilidade e qualidade das imagens obtidas por meios digitais. Dentre as 
dezenas de aplicações para a fotografia forense podemos citar: fotografia 
grafotécnica, fotografia papiloscópica, de local de crime, de acidentes, 
cadáveres, etc. 
Para a realização de uma boa fotografia forense o perito deve 
primeiramente se preocupar com o tipo de câmera que irá utilizar, pois a 
escolha do equipamento apropriado será fundamental para o sucesso da 
obtenção de prova. Importante frisar que o perito deve ter em mente que o 
objetivo da fotografia forense será sempre produzir provas, ajudando assim a 
esclarecer as possíveis dúvidas que possam existir e enriquecer o laudo 
pericial. 
 
 
12 FOTOGRAMETRIA COMPUTADORIZADA (FERRAMENTA PARA 
DIAGNÓSTICO FUNCIONAL) 
 
 
 A fotogrametria pode ser realizada em qualquer lugar, porém é ideal 
que se tenha um lugar apropriado e específico. Esse espaço pode ser 
chamado de laboratório de fotogrametria, sendo instalado dentro do consultório 
do perito, de algum consultório que seja específico para a perícia ou mesmo 
posto de trabalho, para a análise da atividade laboral. 
 Nas perícias, a importância e responsabilidade do exame físico pericial 
são de grande amplitude, devido à grande quantia financeira que está em jogo 
eporque o resultado da perícia pode definir o ganhador dessa questão. De 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 41 
acordo com cada perícia para a realização da fotogrametria computadorizada 
postural, o exame físico inicia-se com a colocação de marcadores de pele em 
pontos ósseos predeterminados. Após a fotogrametria computadorizada são 
realizados os testes palpatórios específicos para o exame pericial. Esse exame 
tem como objetivo verificar a extensão da lesão para chegar a um parecer final 
quanto à capacidade funcional. 
 
 
13 PERÍCIA CALIGRÁFICA E/OU DOCUMENTOSCOPIA NA PROVA 
PERICIAL 
 
 
 A perícia caligráfica e/ou documentoscópica é um dos objetos de prova 
mais importantes e também dos mais usuais com que conta a justiça. Com 
relação ao exame escrito ou perícia caligráfica, prevê o art. 174 do CPP que as 
diligências para o exame de reconhecimento de escritos, por comparação de 
letra, destinam-se a autenticar documento, ou então, proclamar sua falsidade. 
As regras previstas no art. 174, que se referem à perícia de escritos, podem ser 
estendidas, como orientação, às perícias datilográficas. 
 De acordo com o art. 339 do CPC, “ninguém pode se eximir, sem justo 
motivo, do dever de colaborar com a justiça para o descobrimento da verdade”. 
A perícia caligráfica judicial conta hoje com muitos recursos para poder 
detectar qualquer falsificação ou alteração que se tenha produzido. 
 A documentoscopia ajuda na prova pericial, pois se aplicam técnicas e 
métodos óticos e computacionais para identificação dos meios utilizados para 
adulterar ou falsificar um documento. Ou seja, é a ciência que estuda, analisa e 
identifica os diversos tipos de falsificações e adulterações em documentos, 
moedas, selos, cartões de crédito, cheques, contratos, procurações, certidões 
de nascimento, óbito etc.. 
 Desta forma, os processos que envolvem as questões acima serão 
solucionados por meio de um perito em documentoscopia forense, que tem 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 42 
como objetivo desvendar falsificações em diversos tipos de documentos. Para 
ser perito dessa especialização, é necessário: 
 
 Uso de equipamentos; 
 Ser um grande estudioso da matéria, conhecendo profundamente os 
dispositivos gráficos de segurança (talho-doce, microletras, fundos 
numismáticos, rosáceas, imagens latentes, etc.); 
 Tintas especiais, sem contar no notório conhecimento das fases de 
produção gráfica e fotografia. 
 
 
14 PERÍCIA NO CRIME DE LESÃO CORPORAL E MOMENTO PARA A 
REALIZAÇÃO DO EXAME 
 
 
 Como vimos anteriormente, a perícia é o exame realizado por pessoa 
que tem determinados conhecimentos técnicos, científicos, artísticos ou 
práticos acerca dos fatos, circunstâncias objetivas ou condições pessoais 
inerentes ao fato punível, a fim de comprová-los. No caso de crime de lesão 
corporal, dispõe o art. 168 do CPP que: 
 
Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido 
incompleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação 
da autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do 
Ministério Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor. 
 
Na ausência ou deficiência do exame complementar, ele é suprido pela 
prova testemunhal, mas esta só é possível quando, comprovadamente, 
desapareceram os vestígios, o que impossibilita o exame direto. Havendo 
divergências dos peritos nas conclusões ou mesmo em aspectos 
circunstanciais do exame, o laudo deve registrar a opinião e as respostas de 
cada um deles. Por escolha deles também podem redigir laudos isolados. 
Havendo tal divergência, o juiz deve nomear perito desempatador, 
conforme o art. 180 do CPP. Divergindo este da conclusão dos primeiros, o juiz 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 43 
pode ordenar novo exame por outros peritos. Pode, porém, optar por uma das 
opiniões emitidas. 
No momento da realização da prova pericial em uma perícia contábil, 
por exemplo, verifica-se a eficácia de uma contabilidade com registros 
atualizados e se os mesmos encontram-se de acordo com os Princípios 
Fundamentais de Contabilidade. Os livros comerciais e fiscais que preencham 
os requisitos exigidos por lei são prova, contra ou a favor, do seu autor. Isto é, 
todos os meios legais e moralmente legítimos podem ser apresentados ao 
perito para a apuração dos fatos. 
Já as perícias, especialmente o exame de corpo de delito direto, devem 
ser realizadas logo que o fato se torna conhecido da autoridade policial, pois 
mais perfeita será a perícia quanto mais próxima do delito for realizada. Além 
disso, sempre há o risco de desaparecerem os vestígios, obrigando a 
realização do corpo de delito indireto. Por isso, o código permite que seja ele 
realizado em qualquer dia e a qualquer hora, ou seja, inclusive aos domingos e 
feriados e à noite. 
O exame de corpo de delito pode ser direto ou indireto e será feito em 
pessoas ou em coisas, sempre em que a infração penal deixar vestígios. 
Deixando o crime vestígios materiais é indispensável o exame de corpo de 
delito direto, elaborado por peritos para se comprovar a materialidade do crime, 
sob pena de nulidade. 
O exame destina-se à comprovação, por perícia, dos elementos 
objetivos do tipo, que diz respeito, principalmente, ao evento produzido pela 
conduta delituosa, ou seja, do resultado de que depende a existência do crime. 
Por vezes, as infrações não deixam vestígios materiais ou estes não são 
encontrados, impossibilitando o exame direto. 
Assim, dispensa-se a perícia, fazendo-se então a prova do crime por 
outros meios, em regra por testemunhas, conforme o art. 167 do CPP. Forma-
se, então, o corpo de delito indireto, que também não pode ser suprido apenas 
pela confissão do réu. Desse modo, não sendo possível o exame de corpo de 
delito direto – por terem desaparecido os vestígios –, dispensa-se a perícia, 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 44 
fazendo-se a prova do crime inclusive pelo depoimento de testemunhas. Deve 
haver, porém, uma prova testemunhal cabal sobre a materialidade do delito. 
O exame de corpo de delito é obrigatório, mas quanto às demais 
perícias há uma faculdade da autoridade policial ou judiciária na sua 
realização. Requerida pela parte, cabe à autoridade deferi-la ou não, conforme 
a considera ou não necessária para a elucidação dos fatos ou de suas 
circunstâncias; evitando-se, assim, a realização de perícias desnecessárias. 
Permanece indispensável o exame de corpo de delito, direto ou 
indireto, nas infrações que deixam vestígios, conforme o art. 158 do CPP. 
Contudo, pela nova redação do art. 159 do CPP, a perícia pode ser feita por 
apenas um perito oficial. Nesse aspecto, a prova pericial foi simplificada e 
tornou-se mais ágil. Nos locais em que não houver perito oficial permanecem 
as regras do art.159, § 1º e § 2º do CPP. 
 
 
15 QUESITOS DA PERÍCIA 
 
 
 Determinada a realização do exame, a autoridade policial ou judiciária 
e as partes podem formular quesitos, ou seja, perguntas pertinentes à perícia e 
que versem sobre pontos a serem esclarecidos. Tais quesitos podem ser 
formulados até o ato da diligência, consequentemente não podem ser 
propostos durante sua realização. Cabe o oferecimento tempestivo de quesitos 
em qualquer espécie de perícia. 
 No caso de perícia judicial, constitui o indeferimento do pedido 
ilegalidade e restrição ao direito das partes, que importa nulidade da decisão e 
da perícia que assim se realizar. Não cabe quesito do acusado quando se trata 
de perícia realizada em inquérito policial. 
Quesitos são os elaborados pelas partes para obtiverem respostas, 
esclarecimentos sobre o laudo pericial. Isto é, a parte requer ao juiz que mande 
intimar o perito e o assistente técnico para comparecerem à audiência, 
formulando desde logo as perguntas, sob forma de quesitos. Compete ao juiz 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 45 
indeferir quesitos impertinentes e formular os que entender necessáriosao 
esclarecimento da causa. 
Da juntada dos quesitos aos autos dará o escrivão ciência à parte 
contrária, conforme o art. 425 CPC, que poderá impugnar quesitos do 
adversário, apontando-os para o juiz, quando os entender incabíveis. É 
fundamental que ao formular os quesitos nos autos o profissional operador do 
direito tenha como escopo que há uma linha que dirige as indagações, e que 
dela não deve se afastar, por que assim fazendo estará desvirtuando o objeto 
da perícia. Os quesitos são essenciais, pois é por ele que o perito irá se guiar 
para aduzir aos autos um documento que auxiliará o juízo na decisão a ser 
tomada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIM DO MÓDULO II 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 46 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
PERÍCIA JUDICIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 47 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
PERÍCIA JUDICIAL 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO III 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou 
distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do 
conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências 
Bibliográficas. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 48 
 
MÓDULO III 
 
 
16 PERÍCIAS JUDICIAIS 
 
 
As perícias podem ser judiciais, quando realizadas dentro do processo, 
por determinação do juiz, ou extrajudiciais, quando realizadas fora do processo, 
por iniciativa dos interessados. 
 
 
16.1 DEFINIÇÃO DE PERÍCIA JUDICIAL 
 
 
A perícia é realizada por requisição formal de instituição, pública ou 
privada, ou de pessoa jurídica. Seus resultados são apresentados por meio de 
parecer sucinto, apenas com respostas aos quesitos formulados, ou de laudo 
técnico com exposição detalhada dos elementos investigados, sua análise e 
fundamentação técnica-científica das conclusões, além da resposta aos 
quesitos formulados. 
Podemos definir a perícia judicial como o exame de situações ou fatos 
relacionados a coisas e pessoas, praticado por especialistas na matéria que lhe 
é submetida, com o objetivo de elucidar determinados aspectos técnicos. Isto 
é, pode ser definida como um trabalho técnico-científico sobre fatos 
controversos entre as partes, em que o perito do juiz, profissional qualificado e 
de confiança do juízo, aplicará uma metodologia sistemática, precisa e 
quantitativa sobre os pontos a serem analisados, estruturando assim sua 
conclusão pericial. 
Em resumo, perícias judiciais são aquelas que ocorrem no âmbito da 
justiça, em diferentes tipos de ações, em que o perito para poder atuar no 
processo precisa ser nomeado pelo juiz. Tem seu fundamento em uma ação 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 49 
postulada em juízo, podendo ser determinada diretamente pelo juiz dirigente do 
processo ou a ele requerida pelas partes em litígio. A principal fonte legal que 
rege as perícias judiciais é o Código de Processo Civil na justiça, havendo 
ainda a Lei de Falência ou recuperação judicial, a legislação trabalhista e 
outras leis específicas que tratam do assunto. 
A nomeação e habilitação do perito judicial encontram-se citados nos 
artigos 145, 146 e 147 do CPC, pois uma vez que o perito é o representante 
técnico do juiz nas causas judiciais tem de possuir e comprovar a sua 
capacidade técnica para tal feito. Portanto, o CPC montra as caracterizações 
essenciais em que o perito judicial tem de se enquadrar. 
 
 
16.2 DEFINIÇÃO DE PERÍCIAS EXTRAJUDICIAIS 
 
 
As extrajudiciais são aquelas que não envolvem a justiça e que o perito 
pode ser escolhido livremente pelas partes envolvidas na questão, que podem 
optar por uma forma diferente de resolver o litígio sem ser pela via judicial. Há 
também a perícia arbitral, que é aquela realizada no juízo arbitral, instância 
decisória criada pela vontade das partes. 
 
 
17 ASPECTOS PERICIAIS 
 
 
Para atuar no campo da perícia judicial é preciso tomar ciência de 
alguns conhecimentos úteis, relevantes, são eles: 
 
 Lide ou Litígio: Conflito de interesses caracterizado por 
uma pretensão requerida e não atendida. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 50 
 Ação Judicial (ou Ação): É o direito de obter um interesse pretendido por 
meio da justiça. No caso da justiça do trabalho, a ação é denominada 
Reclamação. 
 
 Petição Inicial (ou Inicial): É o meio legal utilizado para a apreciação do 
juízo da causa pretendida por uma determinada ação. 
 
 Autor e Réu: Autor (é o interessado em requerer o julgamento do 
interesse requerido) e Réu (é aquele contra qual a ação é proposta). 
 
 Competência: É a atribuição conferida a cada ramo ou instância do 
poder judiciário para apreciar os diferentes tipos de ação. 
 
 Processo Judicial ou Processo: É o meio pelo qual a jurisdição 
provocada pela ação de uma das partes interessadas informa-se, 
analisa e decide. O processo é constituído por uma sequência de atos 
interdependentes, do juízo e seus auxiliares e das partes que são 
denominadas sujeitos do processo. 
 
 Procedimento Judicial (ou Procedimento): É a forma como se 
desencadeia os atos do processo, isto é, o modo pelo qual o processo 
se instaura, desenvolve e finaliza. 
 
 Atos Processuais: São as ações dos sujeitos do processo como, por 
exemplo, a contestação do réu. O requerimento pedindo a juntada de 
um documento, numerando e rubricando as folhas dos autos, a 
nomeação do perito, a apresentação do laudo entre outras. 
 
 Autos do Processo (ou Autos): É o conjunto material de documentos 
referentes aos diferentes atos do processo, que vão sendo juntados no 
andamento. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 51 
 Carga dos Autos: É a retirada do processo no cartório ou na secretaria 
da junta, pelos advogados ou pelo perito, por prazo determinado, para 
estudo e ou fixação de honorários. A retirada do processo pelos 
assistentes técnicos é vedada, podendo eles consultá-lo no balcão do 
cartório ou da secretaria. 
 
 Prazo: É o tempo máximo, previsto pelo CPC ou determinado pelo juízo, 
para que os sujeitos do processo se manifestem como, por exemplo: 
contestar a ação, elaborar quesitos, indicar assistentes técnicos, recorrer 
da sentença, entre outros. 
 
 Preclusão: Perda do direito das partes em se manifestarem devido a não 
obediência dos prazos. 
 
 Intimação: O art. 234 do CPC define como o ato pelo qual se dá ciência 
a alguém dos atos e termos do processo, para que faça ou deixe de 
fazer alguma coisa. 
 
 Jurisprudência: É o conjunto de interpretações reiteradas que os 
tribunais superiores dão à lei, baseado na solução de casos concretos, 
submetidos a julgamento e que se transformam em Súmulas e 
Enunciados. 
 
O perito necessita dessas informações acima mencionadas, pois a 
perícia constitui o conjunto de procedimentos técnicos e científicos destinados 
a levar à instância decisória elementos de prova necessários a subsidiar à justa 
solução do litígio, mediante laudo pericial, em conformidade com as normas 
jurídicas e profissionais, e a legislação específica no que for pertinente. 
A perícia estabelece a diligência (execução de certos serviços judiciais 
fora dos respectivos tribunais ou cartório) a ser realizada, a fim de que se 
apurem, esclareçam ou se evidenciem certos fatos obscuros. Significa, 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 52 
portanto, basicamente, a pesquisa, o exame, a verificação acerca da verdade 
ou da realidade. 
 
 
18 ASPECTO JURÍDICO DA PERÍCIA (LAUDO PERICIAL) 
 
 
18.1 CONCEITO DE LAUDO PERICIAL 
 
 
O laudo pericial é apenas uma parte dentro das diversas fases do 
processo judicial. A perícia visa o convencimento do juiz por meio de 
argumentações exclusivamente técnicas.Caso o laudo pericial não esclareça, 
a contento, o deslinde da questão envolvida, o juiz poderá solicitar uma nova 
perícia, podendo, inclusive, substituir o perito. 
O laudo pericial é uma peça técnica formal que apresenta o resultado 
de uma perícia. Nele deve ser relatado tudo o que fora objeto dos exames 
levado a efeito pelos peritos. É um documento técnico-formal que exprime o 
resultado do trabalho do perito. Isto é, o produto final da perícia, é uma história 
contada, limitadamente, sobre os fatos que motivaram e deram andamento ao 
processo judicial, mais as conclusões a que chegou o perito sobre a matéria 
em que se pautou independente da área de atuação. 
Dentre as várias peças técnicas podemos dizer que o laudo pericial é o 
documento mais completo, em razão da sua origem, que é um exame de 
natureza pericial, feito por peritos. 
 
 
18.2 REQUISITOS DO LAUDO PERICIAL 
 
 
São eles: 
 Objetividade; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 53 
 Rigor tecnológico; 
 Concisão; 
 Argumentação; 
 Exatidão; 
 Clareza. 
 
É preciso ter a identificação completa do caso (número do processo, 
data, partes envolvidas), do perito e da autoridade a quem se destina. 
 
 Metodologia adotada; 
 Resposta aos quesitos; 
 Conclusões; 
 Anexos; 
 Data e assinatura. 
 
O CPC e o CPP não mencionam tal conceituação, dando ênfase 
somente aos prazos de entrega. 
 
 
18.3 ELABORAÇÃO DE LAUDO PERICIAL 
 
 
A estrutura na elaboração do laudo deve seguir uma construção lógica 
que permita o bom entendimento da linha de raciocínio do perito, no sentido de 
conduzir à conclusão final. 
Elaboramos um laudo da seguinte forma: 
 
I) Cabeçalho 
 Identificação da Vara por onde está tramitando a ação. 
 Tipo de ação e número do processo. 
 
II) Introdução 
 Identificação do perito, folha dos autos onde consta sua nomeação. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 54 
 Espécie de perícia a que se refere o laudo. 
 Data e local onde a diligência fora efetuada, mencionando o dia e a hora 
do seu início e do seu término. 
 Pessoas que assistiram à diligência. 
 
III) Visão do conjunto 
 Firma ou estabelecimento comercial, atividades, etc. 
 
IV) Documentos e livros examinados 
 
V) Comentários periciais 
 
VI) Resposta aos quesitos e encerramento. 
 
Para a fundamentação dos trabalhos periciais, os quais resultam o 
Laudo Pericial, faz-se necessária a aplicação de técnicas, que em sua maioria 
são comuns a todas as espécies de perícia, como: 
 Exame: É a análise de livros e documentos ou de qualquer outro 
elemento constitutivos da matéria. 
 Vistoria: É a diligência que objetiva a verificação e a constatação de 
situação, coisa ou fato, de forma circunstancial. 
 Indagação: É a obtenção de testemunho de conhecedores do objeto da 
perícia, ou seja, daqueles que têm ou deveriam ter conhecimento dos 
fatos ou atos concernentes à matéria periciada. 
 Investigação: É a pesquisa que busca trazer ao laudo o que está oculto 
por quaisquer circunstâncias. 
 Arbitramento: É a determinação de valores (procedimentos estatísticos – 
média, mediana, desvio padrão) ou solução de controvérsia por critério 
técnico. 
 Avaliação: É o ato de determinar valor de coisas, bens, direitos, 
obrigações, despesas e receitas. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 55 
 Certificação: Em resumo, a preparação e a redação do laudo pericial são 
de exclusiva responsabilidade do perito, que adotará um padrão próprio, 
e deve conter no mínimo a identificação do processo e das partes (n° do 
processo, vara em que tramita, nome da parte autora e da parte ré, tipo 
de ação); a síntese do objeto da perícia (relato sucinto sobre as 
questões básicas que resultaram na nomeação ou na contratação do 
perito); a metodologia adotada para os trabalhos periciais (conjunto de 
técnicas e processo utilizados); a identificação das diligências realizadas 
(todos os procedimentos e atitudes adotados pelo perito na busca de 
informações e subsídios necessários à elaboração do laudo pericial); a 
transcrição dos quesitos formulados, na forma explícita; respostas aos 
quesitos, de forma clara, objetiva, concisa e completa; a conclusão 
(qualificação, quando possível, do valor da demanda, lide, litígio, 
podendo reportar-se a demonstrativos apresentados, como anexos, no 
corpo do laudo pericial ou em documentos auxiliares) e apresentação de 
alternativas, condicionadas às teses apresentadas pelas partes, de 
forma a não representar a opinião pessoal do perito. 
 
O Laudo Pericial é o resultado do trabalho pericial, isto é, a peça final 
do trabalho em que o expert se pronuncia sobre questões submetidas à sua 
apreciação. 
 
 
18.4 LAUDO PERICIAL NOS RAMOS DE DIREITO 
 
 
Quanto ao ramo do direito, existe perícia em diversos ramos, como, por 
exemplo: cível, criminal, ambiental, contábil, entre outras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 56 
18.4.1 Laudo Pericial Cível 
 
 
O laudo pericial cível visa esclarecer dúvidas levantadas pelo 
magistrado que esteja apreciando um processo. No exame pericial, um perito 
será nomeado pelo juiz e mais dois nomeados pelas partes de interesse no 
processo. A perícia realizada na esfera da justiça cível não é obrigação do 
Estado. Dessa forma, se o magistrado entender necessário o auxílio 
especializado, ele nomeará um profissional de nível superior, cujo pagamento 
será feito inicialmente pelo autor da ação judicial cível. 
De acordo com o CPC: “as partes envolvidas no processo cível 
poderão nomear assistentes técnicos para atuarem no acompanhamento do 
exame que o perito do juízo esteja realizando”. Importante frisar que tanto o 
magistrado quanto as partes deverão procurar profissionais que, além das 
exigências previstas no CPC, tenham formação e especialização adequadas ao 
tipo de exame que se faça necessário naquele processo. 
Em todas as esferas da justiça existem acórdãos que demonstram a 
relevância do laudo pericial para as decisões judiciais. 
 
 
18.4.2 Laudo Pericial Criminal 
 
 
O laudo pericial tem como suporte uma série de formalidades e de 
regulamentos emanados, principalmente do CPP, que o diferencia em vários 
aspectos daqueles destinados à Justiça Cível. O CPP determina que qualquer 
necessidade de perícia no âmbito da Justiça Criminal deve ser feita por peritos 
oficiais, que são aqueles profissionais de nível superior ingressos no serviço 
público (Institutos de Criminalística ou Institutos de Medicina Legal) mediante 
concurso público, com a função específica de fazer perícias. 
Por ser uma obrigação do Estado de prestar os serviços de perícia na 
esfera da justiça criminal, os peritos oficiais devem ser funcionários públicos 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 57 
com a função específica de fazer perícia, não havendo qualquer remuneração 
direta aos peritos signatários do laudo pericial. Os peritos receberão seus 
vencimentos normais como funcionários que são, jamais poderão ser 
remunerados diretamente por cada laudo emitido, com pagamento oriundo das 
partes envolvidas no processo. 
 
 
18.4.3 Laudo Pericial Ambiental 
 
 
O laudo ambiental é a peça mais importante para a quantificação e 
caracterização da exposição do trabalhador ao agente de risco. Dependendo 
de sua finalidade ele deve possuir redação e forma de abordagem diferenciada. 
O levantamento ambiental pode parecer uma ação isolada no campo da 
Higiene Ocupacional ou no Aspecto Pericial. Na verdade, ele possui uma 
função mais nobre e abrangente do que se imagina, no campo preventivo, 
estando diretamente relacionado com a PPRA (Mapa de Riscos Ambientais) e 
até mesmo com o PCMSOL (Programa de Controle Médico e Saúde 
Ocupacional). 
De acordo com a NR n° 7 (Norma regulamentadora): 
 
O PPRA é parte integrante do conjunto mais amplo das iniciativas 
da empresa no campo da preservação da saúde e da integridade 
dos trabalhadores, devendo estar articulado com o dispostonas 
demais NR, em especial com o PCMSO, também previsto na NR 7. 
 
Atualmente, é realizado um trabalho conjunto entre o engenheiro 
responsável pelo ambiente do trabalho do funcionário e o médico responsável 
pela sua saúde. O PPRA foi estabelecido pela Legislação Federal, por 
intermédio da Portaria 25, de 29 de dezembro de 1994. 
O PCMSO está alinhado com o que prevê o inciso II do art. 198 da CF. 
Este programa possui caráter preventivo muito importante, mediante 
rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à saúde, relacionados ao 
trabalho. O laudo ambiental é uma obrigação a ser cumprida pelo empregador, 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 58 
cuja periodicidade não foi definida pelo legislador, que simplesmente 
apresentou no texto legal a NR n° 9 (PPRA) e a necessidade de monitoramento 
dos agentes insalubres, sempre que necessário. 
 
 
18.4.4 Laudo Pericial Contábil 
 
 
Entende-se por laudo pericial contábil a peça escrita, fundamentada, na 
qual os peritos expõem as observações e estudos que fizeram e registram as 
conclusões da perícia. Isto é, laudo pericial contábil é uma peça escrita na qual 
o perito expressa, de forma circunstanciada, clara e objetiva, as sínteses do 
objeto da perícia, os estudos e as observações que realizou, as diligências 
realizadas, os critérios adotados, os resultados fundamentados e as suas 
conclusões. 
O perito contador deve registrar no laudo pericial contábil os estudos, 
as pesquisas, as diligências ou as buscas de elementos de provas necessárias 
para a conclusão dos seus trabalhos e, no encerramento, deve apresentar, de 
forma clara e precisa, as suas conclusões. Diante disso, o perito deve 
visualizar, de forma abrangente, o conteúdo da perícia e particularizar os 
aspectos e as minudências que envolvam a demanda, a lide, o litígio, e deve 
ser elaborado de forma sequencial e lógica, para que o trabalho seja 
reconhecido também pela padronização estrutural. 
As respostas aos quesitos serão circunstanciadas, devendo o perito 
evitar respostas como sim ou não, ressalvando-se os quesitos que contemplam 
especificamente este tipo de resposta. Como exemplo de resposta aos 
quesitos, temos: 
 
Quesito 
 
O contrato celebrado entre as partes contém cláusula de estipulação de juros 
de mora? Referida taxa encontra-se dentro dos limites praticados no mercado 
financeiro? 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 59 
Resposta 
Afirmativa a resposta, com base nos documentos de fls. 30/42, constando 
cláusula com estipulação de juros moratórios de 1% ao mês. Para a parte final 
quesitada, a resposta é positiva, com base no mercado financeiro. 
 
Por ocasião da elaboração do laudo pericial alguns peritos fazem uma 
introdução, com base no que consta dos autos, principalmente no que faz parte 
das petições inicial e contestatória. Em conformidade com o CPC, o perito 
apresentará o laudo em cartório, no prazo fixado pelo juiz. 
Importante frisar que o planejamento da perícia judicial contábil requer 
que o perito tenha um nível conveniente de conhecimento contábil, o que o 
possibilitará exercer seu trabalho. 
 
 
18.4.5 Modelo de Laudo Pericial Judicial 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA 
CÍVEL DA COMARCA DE 
__________ UF ___ 
Natureza do Processo: Embargos à Execução 
Número do Processo: 5905/2003-9 
Requerente/Embargante: ________ 
Requerido/Embargada: _________ 
LAUDO PERICIAL 
(Nome completo do perito) ___________, perito do juízo, já qualificado nos 
autos acima identificados, tendo concluído os serviços, vem à presença de 
Vossa Excelência apresentar o Laudo Pericial. 
 
A) OBJETO 
O presente laudo tem como objetivo apresentar o resultado da perícia realizada 
nos livros e documentos Contábeis dos Litigantes. 
B) RESPOSTA AOS QUESITOS 
B.1) QUESITOS DO EMBARGANTE 
1 
2. 
B.2) QUESITOS DO EMBARGADO 
1. 
2. 
C) CONCLUSÕES DO PERITO 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 60 
(descrever as atividades executadas e as conclusões das diligências 
realizadas). 
D) CONCLUSÕES FINAIS DO PERITO 
Pelas pesquisas e análises feitas, conclui o Perito que: 
 
(fazer uma síntese, concluindo o resultado da perícia) 
Local e data: ____________ 
_____________________________ 
(Nome e assinatura do Perito do Juízo) 
(Se houver anexos, fazer a indicação dos mesmos no laudo, numerando-os e 
anexando-os). 
 
 
19 DIVISÃO DE PERÍCIA JUDICIAL (DIPEJ) 
 
 
A Divisão de Perícia Judicial é uma espécie de banco de dados com os 
nomes de peritos que normalmente acabam sendo solicitados pelos juízes 
diretamente nesse órgão. 
A estrutura divide-se em: 
 Setor de Cadastro e Indicação de Perícias (SECAI) 
 Setor de Controle e Pagamento de Perícias (SECOP) 
 Setor de Perícias Acidentárias do INSS (SAC) 
 Setor de Perícias de DNA 
 
 
20 LAUDOS PERICIAIS EXTRAJUDICIAIS 
 
 
O laudo pericial extrajudicial é também a peça escrita na qual o perito 
expressa, de forma circunstanciada, clara e objetiva, as sínteses do objeto da 
perícia, os estudos e as observações que realizou, as diligências realizadas, os 
critérios adotados e os resultados fundamentados, e as suas conclusões. 
A exemplo da perícia judicial, a perícia extrajudicial também é de 
competência exclusiva de um profissional com experiência na área, por 
exemplo, a perícia contábil extrajudicial também é de alçada exclusiva de um 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 61 
contador registrado no Conselho Regional de Contabilidade (CRC) e constitui o 
conjunto de procedimentos técnicos e científicos destinado a levar à instância 
decisória elementos de prova necessários a subsidiar a justa solução do litígio, 
mediante laudo pericial contábil, em conformidade com as normas jurídicas e 
profissionais, e a legislação específica no que for pertinente. 
O laudo pericial extrajudicial deve sempre ser encaminhado por meio 
que possa comprovar a sua entrega. Cada perito deverá estabelecer seu 
próprio estilo na elaboração de seus laudos periciais, inclusive com 
apresentação ou não de parte introdutória. Assim, a perícia contábil 
extrajudicial, que demos como exemplo, é a que se realiza fora do processo, 
extraprocesso, por encomenda, isto é, por meio de escolha, de consulta ao 
profissional da área. 
 
 
21 ESPÉCIES DE PERÍCIAS JUDICIAIS E EXTRAJUDICIAIS 
 
 
21.1 JUDICIAIS 
 
 
Nas Varas Cíveis: 
 
 Prestação de contas – Quando alguém tem o direito de exigir que 
outrem lhe preste contas, porque tem o direito assegurado de exigi-las, e 
tal prestação não ocorre com defeitos e simulações. Pode o interessado, 
como autor, propor a ação de Prestação de Contas. 
 
 Avaliações Patrimoniais – Nas ações que visam discutir o prejuízo da 
minoria sobre uma incorporação, cujos valores são contestáveis ou 
discutíveis. A perícia se dá sobre o laudo, sem abandonar a hipótese de 
verificar escrita contábil. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 62 
 Litígios entre sócios – Violação de estatuto, suspeita de irregularidade, 
liberalidade excessiva. 
 Avaliação de fundos de comércio – Sobrevalor que se paga para adquirir 
um negócio. 
 
Nas Varas Criminais: 
 
 Fraudes e Vícios Contábeis – Exames já direcionados para detectar 
fraudes. Fraudes contra sócios, contra herdeiros, contra o fisco, contra 
credores, justiça etc. 
 Adulterações de lançamentos e registros. 
 Desfalques. 
 Apropriações indébitas. 
 
Nas Varas de Família: 
 
 Avaliação de Pensões Alimentícias – Necessidade de apuração de 
haveres de cônjuge ou responsável pela manutenção de dependentes. 
 Avaliação Patrimonial – Apuração de haveres dos cônjuges. 
 
Nas Varas de Órfãos e Sucessões: 
 
 Apuração de Haveres – As causas de apuração de haveres nas Varas 
de Órfãos e Sucessões podem ocorrer em razão de morte de sócio ou 
de mulher de sócio. 
 Prestação de contas de inventariantes. 
 
Na Justiça do Trabalho: 
 
 Indenizações de diversas modalidades. 
 Litígios entre empregadores e empregados de diversas espécies.AN02FREV001/REV 4.0 
 63 
Nas Varas de Falências e Concordatas: 
 Perícias Falimentares em Geral. 
 
 
21.2 EXTRAJUDICIAIS 
 
 
 Transformações de sociedades de um tipo em outro. 
 Fusões, incorporações e cisões. 
 Arbitramento, avaliações e outras espécies. 
 
 
22 CRIMES RELACIONADOS A PERITOS 
 
 
Vimos que a perícia criminal é considerada fundamental para resolução 
de crimes. São duas as áreas de atuação dentro da perícia criminal na qual se 
pode desvendar um crime, são elas: 
 O trabalho de campo, quando os peritos saem para a rua e vão ao local 
do crime coletar indícios para a produção das provas. 
 E o trabalho nos laboratórios, no qual os peritos fazem análise dos 
materiais coletados nos locais dos crimes. 
 
Como exemplo, podemos citar o caso de Isabella Nardoni, no qual os 
peritos ajudaram a polícia a desvendar o crime. A perícia só chegou ao local 
três horas depois do delito, quando muita gente já tinha entrado no 
apartamento. Mas apesar disso os peritos afirmaram que foi possível trabalhar 
e as conclusões que tiraram, em sua maioria, auxiliaram a polícia, que pediu o 
indiciamento dos dois pela morte de Isabella. 
A perícia, neste caso, aconteceu da seguinte forma: 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 64 
 No local foi encontrada uma fralda suja de sangue. Apesar do pouco 
material, foi feito exame de DNA e a perícia constatou que era da 
menina. A polícia concluiu que a fralda teria sido usada para estancar o 
sangue que saiu de um pequeno corte que ela tinha na testa e 
questionou: como ela se machucou? Foi machucada? A perícia técnica 
também comprovou que eram dela os pingos de sangue encontrados 
em outros ambientes do apartamento, como cozinha, sala e quarto. 
 
 Uma prova considerada muito importante pelo delegado que presidiu o 
caso foi uma marca de solado de sapato encontrada pelos peritos na 
cama do quarto, perto da janela de onde a menina foi atirada. Exames 
minuciosos e com uso de equipamentos especiais constataram que a 
marca é idêntica à de um calçado de Alexandre, o pai, sugerindo que ele 
se apoiou sobre a cama para jogar a garota para baixo. Na camiseta 
usada por ele no dia do assassinato os peritos encontraram minúsculos 
e quase invisíveis pedaços da rede de proteção colocada na janela de 
onde a menina foi atirada. A rede foi rasgada para que o corpo pudesse 
passar pelo vão e ser arremessado para baixo, do sexto andar, onde o 
casal morava com outros dois filhos. Foi o “microscópio de varredura” 
que detectou os fragmentos da rede na roupa do pai. 
 
 Foram também exames periciais que concluíram que a garotinha foi 
asfixiada e que quando foi jogada pela janela ainda estava viva (mas 
inconsciente), tendo morrido em decorrência da queda, quando quebrou 
o punho e a bacia. 
 
 A perícia confirmou que havia pingos de sangue de Isabella no carro da 
família, na cadeirinha do bebê, em um estofado atrás do banco do 
motorista e entre os bancos. 
 
 Ainda de acordo com a perícia, Alexandre Nardoni teria passado as 
pernas e depois o tronco de Isabella pelo buraco feito na tela de 
proteção da janela. Os técnicos ainda descobriram que o pai teve que 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 65 
empregar grande força para segurar a filha pelos braços, pois havia 
fibras da rede de proteção da janela fortemente presas à camisa dele. 
Por último, a perícia ainda percebeu marcas que teriam sido feitas pelo 
corpo de Isabella do lado de fora da janela, logo abaixo do parapeito, 
mostrando o esforço que Alexandre teria feito antes de jogá-la. 
 
Um perito de campo, quando sai para seu trabalho, leva uma maleta 
com objetos simples, mas que são fundamentais para o trabalho. Entre eles há 
pinça, lanterna, dentre outros. Atualmente existem equipamentos de última 
geração, por exemplo, um microscópio que é capaz de encontrar um grão de 
areia nas roupas de alguém. Já houve casos em que o assassino negou o 
crime, mas foi pego porque a terra encontrada na roupa dele, mesmo depois de 
ele a ter lavado, era do mesmo tipo onde foi encontrado o corpo da vítima. 
Outro recurso importante utilizado pela perícia para desvendar um 
crime é o luminol, substância especial que quando colocada sobre a mancha 
de sangue a torna fluorescente. 
 
 
23 O FISIOTERAPEUTA COMO PERITO JUDICIAL 
 
 
O fisioterapeuta pode atuar como serventuário da justiça em situações 
que exijam o conhecimento técnico-científico sobre a funcionalidade humana e 
sobre aspectos ergonômicos e biomecânicos que levaram a uma doença do 
trabalho. Também pode operar tanto na justiça do trabalho, quanto na justiça 
civil. 
As perícias judiciais específicas para DORT têm como objetivo principal 
saber se a doença de que o reclamante é portador possui nexo com as 
atividades exercidas por ele na reclamada (estabelecimento do nexo causal) e 
se essa doença da qual o reclamante é portador traz ou vai trazer alguma 
incapacidade em uma das esferas funcionais. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 66 
Segundo a NR 17 sobre DORT, “as causas de DORT são movimentos 
que causam atrito excessivo entre os tendões e o paratendão circundante, pelo 
uso excessivo da mão”. Lesões por Esforços Repetitivos (LER), mais 
recentemente chamados de Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho 
(DORT), foram definidas como traumatismo teciduais, gerando distúrbios 
neuromusculoesqueléticos, consequentes de movimentos repetitivos, 
biomecânica ocupacional e posturas inadequadas, tanto nas atividades do 
trabalho, quanto nas atividades extracurriculares. 
O perito é aquele indicado pelo juiz para, com os seus conhecimentos 
técnicos e científicos, dar esclarecimentos sobre a controvérsia. Isto é, quando 
a doença já está previamente diagnosticada e comprovada a sua existência, e 
o fator controverso é em relação ao nexo causal dessa doença com as 
atividades desenvolvidas pelo reclamante na reclamada, o fisioterapeuta tem 
total habilidade para chegar a esse nexo. 
O fisioterapeuta reúne características legais para a realização de 
perícias judiciais. O CPC, em seu art. 145, dispõe que “quando a prova do fato 
depender de conhecimento técnico, o juiz será assistido por perito, segundo o 
disposto do art. 421”. Esse artigo demonstra as características essenciais em 
que o perito judicial tem de se enquadrar. 
O fisioterapeuta, no âmbito da sua atividade profissional, está 
qualificado para prestar serviços de auditoria, consultoria e assessoria 
especializada, mas faz-se necessário o conhecimento da fisiologia humana, da 
histologia humana, da anatomia humana e do movimento humano, ciências 
pelas quais o fisioterapeuta tem conhecimentos. 
É bom lembrar que o fisioterapeuta é um profissional bacharel e inscrito 
no seu órgão de classe CREFITO (Conselho regional de Fisioterapia e Terapia 
Ocupacional). Assim, nas perícias requisitadas pela justiça do trabalho aplicam-
se os dispositivos semelhantes aos da justiça civil. 
O fisioterapeuta é profissional especialista em movimento humano, 
conhecedor da normalidade e anormalidade da cinesiologia e biomecânica 
humana, reconhecidamente capaz de atuar na área ocupacional, de acordo 
com a resolução do COFFITO 25\03. Mas, para isso, o profissional tem que ter 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 67 
formação específica em perícia judicial, seja ela em forma de aprimoramento 
ou de especialização profissional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIM DO MÓDULO III 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 68 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
PERÍCIA JUDICIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 69 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
PERÍCIA JUDICIAL 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO IV 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada.É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 70 
 
MÓDULO IV 
 
 
24 PERÍCIA JUDICIAL TRABALHISTA 
 
 
A perícia trabalhista é exercida junto à Justiça do Trabalho, iniciada nas 
Juntas de Conciliação e Julgamento, embora o caso possa chegar às instâncias 
superiores, e versa sobre litígios que ocorrem entre empregados e empregadores. O 
§ 2° do artigo 195 da CLT estabelece que “quando a insalubridade ou periculosidade 
for arguida perante a Justiça, o juiz nomeará perito habilitado (engenheiro do 
trabalho ou médico do trabalho) e, onde não houver, requisitará a perícia ao órgão 
competente do Ministério do Trabalho”. 
Diante disso, o perito deverá cumprir bem o encargo que lhe foi conferido, 
podendo, para o desempenho de sua função, utilizar-se de todos os meios 
necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos 
que estejam em poder de parte ou repartições públicas, bem como instruindo o 
laudo com plantas, desenhos, fotografias e quaisquer outras peças, conforme os 
artigos 427 e 429 do CPC. 
Assim, tanto o assistente técnico como o perito oficial poderão utilizar os 
meios fixados pela lei, devendo cumprir de forma ética e imparcial o encargo que 
lhes foi confiado pela Justiça. É bom lembrar que o juiz não está limitado ao laudo 
pericial, podendo formar a sua convicção com puros elementos ou fatos provados 
nos autos, conforme o art. 436 do CPC. 
Dessa forma, com esse dispositivo aumenta ainda mais a responsabilidade 
do perito como colaborador da justiça, pois terá de investigar e levar aos autos 
elementos e pareceres técnicos bem fundamentados, de forma a propiciar ao juiz a 
decisão mais justa. 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 71 
25 PERÍCIA EM SEGURANÇA E HIGIENE NO TRABALHO 
 
 
Segurança do trabalho é o conjunto de medidas relacionadas ao ambiente 
de trabalho (práticas operacionais, equipamentos e instalações) com o objetivo de 
preservar a integridade física do trabalhador nas atividades laborais. A Higiene do 
Trabalho é uma das ciências que atuam no campo da Saúde Ocupacional, aplicando 
os princípios e recursos da Engenharia e da Medicina na prevenção e controle das 
doenças ocupacionais. 
O objetivo fundamental da Higiene do trabalho é a prevenção das doenças 
originadas nas atividades profissionais, em função da exposição aos agentes 
ambientais. Para que esse objetivo seja alcançado é necessária uma atuação que 
possa identificar precocemente alterações que resultem no comprometimento da 
saúde dos trabalhadores. 
A Higiene do Trabalho está relacionada direta ou indiretamente com várias 
áreas profissionais, podemos citar como exemplos: 
 
 No Direito - A Higiene do Trabalho fornece subsídios técnicos para solução 
de conflitos trabalhistas envolvendo insalubridade. No campo do direito 
previdenciário e civil, os resultados das avaliações da exposição dos 
trabalhadores aos agentes ambientais auxiliam na concessão de aposentadoria 
especial e indenização por incapacidade e/ou doenças do trabalho. 
 
 Na Segurança do Trabalho - A higiene do trabalho, mediante o 
reconhecimento, a avaliação e o controle da exposição aos agentes ambientais 
nos locais de trabalho, constitui importante parcela das atividades desenvolvidas 
por engenheiros de segurança e médicos do trabalho. 
 
A Higiene do Trabalho não visa apenas à detecção de atividades e/ou 
operações insalubres, mas o bem-estar e qualidade de vida do trabalhador no seu 
ambiente de trabalho. A seguir serão abordadas as questões mais frequentes, 
relacionadas aos processos trabalhistas que versam sobre insalubridade e 
periculosidade. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 72 
26 INSALUBRIDADE 
 
 
26.1 CONCEITOS 
 
 
O conceito legal é dado pelo artigo 189 da Consolidação das Leis do 
Trabalho (CLT): 
 
São consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que por sua 
natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a 
agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão 
da natureza e da intensidade de agente e do tempo de exposição aos 
efeitos. 
 
A palavra insalubridade tem origem no latim e significa tudo que pode 
originar doença. 
 
 
26.2 ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES 
 
 
Regulamentadas pela Portaria 3.214, de 08/06/1978, por meio da Norma 
Regulamentadora (NR) nº 15, servem para normatizar as atividades e operações 
insalubres, fixando os limites de tolerância e tempo de exposição ao agente e, ainda, 
o adicional de insalubridade, para o grau máximo, médio e leve. 
Entende-se por Limite de Tolerância a concentração ou intensidade máxima 
ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não 
causará dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral. Exposições que 
superem o limite de tolerância podem resultar na ocorrência de lesões bioquímicas 
que inicialmente ocorrerem sem sintomas clínicos. A continuidade da exposição ou o 
aumento da concentração poderá resultar nesses sintomas. 
A exposição dos trabalhadores aos agentes ambientais (químicos, físicos ou 
biológicos) nos locais de trabalho, pode resultar em redução da capacidade 
funcional ou em doenças denominadas como Profissionais. Neste caso, o exercício 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 73 
de trabalho em condições de insalubridade assegura ao trabalhador a percepção de 
adicional, incidente sobre o salário base do empregado: 
Insalubridade: grau máximo 40 % 
Insalubridade: grau médio 20 % 
Insalubridade: grau mínimo 10 % 
 
Mas a definição da base de cálculo é polêmica, pois há diferentes decisões 
(ou entendimentos) judiciais, em relação à base de cálculo a ser usada: salário-
mínimo regional, salário-base do trabalhador, piso salarial da categoria ou sobre a 
remuneração total do empregado. 
De acordo com a sentença do STF, de dezembro de 2007, o adicional deve 
ser calculado sobre o salário recebido pelo empregado e não sobre o salário- 
mínimo, com prevê o art. 192 da CLT. A decisão do Supremo considerou o inciso IV 
do art. 7° da CF, que impede qualquer tipo de indexação ao mínimo. Com isso, têm 
direito à correção os trabalhadores que exercem funções que os deixam expostos a 
agentes químicos, biológicos, calor, ruídos, entre outros fatores estabelecidos pelo 
Ministério do Trabalho. O empregado recebe de 10% a 40% de adicional. 
Exemplos de atividades ou operações insalubres e o grau que determina o 
adicional remunerativo, conforme Portaria 3.214, de 08 de junho de 1978, Norma 
Regulamentadora 15 (NR 15), anexo 13: 
 
 Grau Máximo - Pintura a pistola com esmaltes, tintas, vernizes e solventes 
contendo hidrocarbonetos aromáticos (para caracterizar a insalubridade deve-
se solicitar a composição das tintas, solventes ou tinners e verificar quais os 
solventes presentes, em especial os aromáticos) e ainda, faxineiro que realiza 
a limpeza em banheiro de terminal rodoviário, coletor de lixo, fabricação e 
restauração de acumuladores, pilhas e baterias elétricas contendo compostos 
de chumbo. 
 
 Grau Médio – Agrotóxico. Emprego na agricultura e na área urbana por 
firmas de dedetização. 
 
 
 
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 74 
É importante que o perito analise como ocorre a exposição nos locais de 
trabalho, pois a maior parte, se não quase totalidade dos produtos contra 
baratas e outros insetos, faz parte desse mesmo grupo. Não é conveniente, 
entretanto, considerar a simples aspersão de inseticida doméstico, de modo 
esporádico, como caracterizadora de insalubridade. 
 
Trabalhadores expostos ao frio, sem a proteção adequada (no interior de 
câmaras frigoríficas). A exposição, mesmo que por períodos curtos, pode 
resultar em problemas respiratórios, reumáticos einfecciosos. Por este 
motivo, a lei considera como insalubres as atividades que exponham os 
trabalhadores ao frio. Se o empregado entra somente de jaqueta térmica, 
cabe ao perito analisar se esta proteção é efetiva ou se há necessidade de 
utilizar equipamentos completos, como bota de borracha, roupa térmica 
impermeável, gorro, meias e luvas, com lã na parte interna e borracha na 
parte externa. 
 
 Grau Mínimo – trabalhadores na fabricação de cal e cimento nas fases de 
grande exposição à poeira. Neste caso, o perito deve analisar se a exposição 
ocorre em locais de trabalho com significativa quantidade. 
 
 
26.3 ALGUMAS SITUAÇÕES SURGIDAS EM PERÍCIAS JUDICIAIS 
 
 
 Limpeza de peças com óleo diesel aplicado sob pressão - (GRAU MÉDIO). 
Importante observar que o simples manuseio ou a manipulação do diesel não 
tem o reconhecimento legal como atividade insalubre. Somente quando o 
diesel for empregado sob pressão (pulverizado) há este reconhecimento. 
 
 Pintura a pincel: A insalubridade é reconhecida quando a tinta, esmalte ou 
verniz possuir solvente aromático - (GRAU MÉDIO). 
 
 
 
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 75 
 Pintura a pistola: A insalubridade é reconhecida quando a tinta, esmalte ou 
verniz possuir solvente aromático - (GRAU MÁXIMO). 
 
 Pintura a pistola com tinta de alumínio - (GRAU MÉDIO). 
 
 Pintura manual com pigmentos de compostos de cromo em recintos fechados. 
Insalubridade reconhecida quando o trabalho é desenvolvido em locais com 
pouca ventilação natural. 
 
Quando houver ventilação forçada (ventiladores) no local de trabalho, o 
perito deve analisar e concluir se é suficiente para descaracterizar a exposição 
insalubre - (GRAU MÉDIO). 
 
 Pintura a pistola com pigmentos de compostos de cromo em recintos 
fechados. São válidos os comentários do item anterior - (GRAU MÁXIMO). 
 
 Pintura a pistola ou manual com pigmentos de compostos de chumbo ao ar 
livre - (GRAU MÍNIMO). 
 
 Galvanoplastia: douração, niquelagem, cromagem, anodização de alumínio. A 
insalubridade é reconhecida nos trabalhos nessas atividades - (GRAU 
MÉDIO). 
 
No caso de incidência de mais de um fator de insalubridade, será 
considerado apenas o grau de insalubridade de mais elevado, para efeito de 
acréscimo salarial, sendo vedada a percepção acumulativa. Os adicionais 
remunerativos não são cumulativos. Isto vale mesmo quando a origem destes 
adicionais é diferente, como por exemplo, no caso de coexistir no local de trabalho 
exposições que legalmente sejam reconhecidas como em condição de 
periculosidade e insalubridade. 
A insalubridade é caracterizada ou descaracterizada por meio de laudo 
técnico elaborado por engenheiro de segurança ou médico do trabalho. Estes 
profissionais conhecem o que representa pagar o adicional de insalubridade por 
 
 
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 76 
exposições. O adicional de insalubridade é o pagamento por possíveis sequelas. 
Compete sempre ao Ministério do Trabalho aprovar o quadro de atividades e 
operações insalubres, os critérios para a caracterização da insalubridade, os limites 
de tolerância, os meios de proteção e o tempo de exposição do trabalhador aos 
agentes ambientais, é o que prevê o art. 190 da CLT. 
 A eliminação ou a neutralização da insalubridade ocorrerá com a adoção de 
medidas que conservem o ambiente de trabalho abaixo dos limites de tolerância 
e/ou com o uso de equipamentos de proteção individual que reduzam a exposição a 
valores inferiores a esses limites, é o que prevê o art. 191 da CLT. 
O trabalho em condições insalubres assegura a percepção de adicional de 
insalubridade em função do grau de insalubridade, com percentual incidindo sobre o 
salário-mínimo regional, é o que prevê o art. 192 da CLT. O direito do empregado ao 
adicional de insalubridade cessará com a eliminação do risco à saúde, é o que prevê 
o art. 194 da CLT. 
 Já a caracterização e a classificação da insalubridade serão feitas por meio 
de perícia técnica a cargo de médico do trabalho ou de engenheiro de segurança do 
trabalho, é o que prevê o art. 195 da CLT. O empregador tem a obrigação não só de 
fornecer, mas também de fiscalizar o uso do equipamento de proteção individual, 
sob pena de não se ter como eliminada a insalubridade, devendo arcar com o ônus 
do adicional respectivo. 
A entrega do aparelho de proteção individual contra a insalubridade, sem o 
uso, não retira à empresa o ônus de pagar o adicional. A insalubridade continua 
existindo. Trata-se de norma que leva em consideração o bem comum, 
genericamente considerado de proteger a saúde, pois de acordo com o art. 157 da 
CLT, “cabe às empresas cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e 
medicina do trabalho”. 
Assim, a simples entrega de aparelho de proteção contra a insalubridade 
não exime o empregador do pagamento do adicional respectivo, fazendo-se 
necessário a fiscalização de seu uso efetivo. Finalizando, a exposição no ambiente 
de trabalho insalubre tem potencial para resultar em sequelas para o trabalhador. 
Estas sequelas podem se apresentar como doenças após alguns anos de 
exposição. Este período depende do tipo e do tempo de exposição. 
 
 
 
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 77 
27 PERICULOSIDADE 
 
 
 Para que a periculosidade possa ser estudada sob o ponto de vista legal é 
necessário inicialmente situá-la. Isto porque a legislação confere o direito ao 
adicional de periculosidade nas seguintes atividades e operações, em conformidade 
com as condições estabelecidas na CLT, normas regulamentadoras, decretos e 
portarias. 
O artigo 193 da CLT conceitua a periculosidade para inflamáveis e 
explosivos da seguinte forma: 
 
São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da 
regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua 
natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com 
inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado. 
 
É conveniente destacar que existem outras atividades que são 
desenvolvidas com exposição ao perigo (risco), entretanto não tem o 
reconhecimento pelos dispositivos legais para o recebimento do adicional 
remunerativo. O Ministério do Trabalho instituiu o adicional de periculosidade para 
as atividades ou operações envolvendo radiações ionizantes e substâncias 
radioativas, por meio da Portaria 3.393, de 17/12/1987. 
Para alguns autores, a Portaria 3.393/87 ultrapassa os limites contidos no 
art. 193, do mesmo diploma legal, constituindo-se então em ato ilegal, insusceptível 
de gerar direitos e obrigações (LTr Supl. Trab. 29-141/88). Não podendo o Ministério 
do Trabalho regulamentar como perigoso o trabalho que implique em contato com 
substância que não seja explosiva ou perigosa, sob pena de total ilegalidade do 
regulamento. 
É bom lembrar que esse entendimento é considerado ilegal somente por 
alguns profissionais da área jurídica, já que o direito ao recebimento do adicional 
fora criado por uma portaria. Segundo o TST, adentrar continuamente em área de 
risco determina o caráter periculoso. Sendo assim, empregado que transita 
diariamente por área considerada de risco tem direito ao adicional de periculosidade. 
O adicional de periculosidade é devido integralmente, ainda que o empregado não 
permaneça toda a jornada trabalhando nas atividades ou nas áreas reconhecidas 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 78 
como perigosas pela Norma Regulamentadora 16 (NR 16), item 3, onde são citadas 
as atividades e as extensões das áreas de risco. 
 É importante lembrar que, para o TST, o adicional de periculosidade não 
deve ser pago se a exposição a riscos for mínima. O entendimento é da 3ª turma do 
Tribunal Superior do Trabalho, que entendeu não ser devido o adicional de 
periculosidade depois de constatar que os empregados foram expostos a condições 
de risco por tempo extremamente reduzido. 
 Já o entendimento da 5ª turma do TST garantiu o adicional a um eletricista 
com vínculoempregatício com uma indústria de alumínio. Para a perícia, 5% das 
atividades desenvolvidas pelo eletricista implicam em periculosidade. Com a jornada 
de trabalho diária de oito horas de trabalho, conclui-se que o empregado era 
submetido a risco durante 24 minutos por dia. 
 Nesse caso, a decisão sobre o pagamento do adicional remunerativo foi 
fundamentada no simples fato de o empregado estar exposto ao perigo 
(eletricidade), independente do tempo da exposição. A orientação Jurisprudencial n° 
280 da SDI-1 do TST, que trata do tema, não define o período de tempo de 
exposição, por isso, o direito ao adicional será analisado caso a caso pelo TST. 
 O adicional de periculosidade é devido na forma total e nunca proporcional 
ao tempo de exposição. A exposição ao perigo pode resultar em consequências com 
gravidade, variando do dano à integridade física ao óbito do trabalhador. 
 
 
28 LAUDO TÉCNICO DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE 
 
 
Um laudo técnico de insalubridade e periculosidade deve conter, no mínimo, 
os seguintes itens: 
 Critério adotado - O perito deve mencionar a legislação, norma, etc. em que 
se baseou para a elaboração da prova pericial (critério qualitativo e 
quantitativo, quando aplicável). 
 Instrumentos utilizados - Todos os instrumentos utilizados nas medições 
devem ser especificados no laudo pericial, incluindo marca, modelo, tipo, 
fabricante, faixas de leitura, etc. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 79 
 Metodologia de avaliação - A metodologia utilizada na avaliação deve ser 
descrita sucintamente no laudo pericial. A NR-15 e seus anexos estabelecem 
metodologia simplificada de avaliação para os critérios quantitativos. 
 Descrição da atividade e condições de exposição - O perito deve descrever 
detalhadamente as atividades desenvolvidas pelo reclamante, bem como as 
características dos locais de trabalho. Para caracterizar ou descaracterizar a 
insalubridade deve citar os agentes (químicos, físicos ou biológicos) em 
conformidade com a NR 15. 
 
Para caracterizar ou descaracterizar a periculosidade deve citar as 
atividades e as áreas de riscos, em conformidade com a NR 16. Para tanto, poderá 
utilizar-se de informações dos trabalhadores, ouvir testemunhas, verificar 
documentos (art. 429 do Código de Processo Civil). 
 
 Dados obtidos - Todos os dados relativos aos locais de trabalho e à 
exposição do reclamante devem ser especificados de forma objetiva e clara. 
Esses dados devem incluir resultados de avaliações quantitativas (quando 
aplicável), tempo de exposição, certificados de análises químicas, áreas de 
risco, croquis, tabelas e gráficos necessários à compreensão do laudo. 
 Grau de insalubridade - Quando constatada a insalubridade, o perito deve 
verificar o seu grau (mínimo, médio ou máximo), em conformidade com a NR 
15. 
 Resposta aos quesitos formulados pelas partes - São de suma importância os 
quesitos formulados pelas partes (reclamante e reclamada). O perito deve 
estudá-los cuidadosamente antes de realizar a prova pericial e procurar 
respondê-los de maneira objetiva e fundamentada. Devem ser evitadas 
respostas lacônicas, a menos que já tenham sido respondidas no corpo do 
laudo ou em outros quesitos. O laudo deverá ser claro, objetivo e 
fundamentado, para facilitar o entendimento e a decisão. 
 Conclusão pericial - O perito deverá explicitar claramente se a atividade 
analisada foi ou não considerada insalubre ou perigosa, no contexto legal. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 80 
29 AÇÕES NA JUSTIÇA DO TRABALHO 
 
 
29.1 AÇÕES POR INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE 
 
 
Normalmente as instâncias começam na Vara do Trabalho, podendo chegar 
ao Tribunal do Trabalho, ou até mesmo ao Tribunal Superior, caso seja de extrema 
relevância. Para a insalubridade, se houver a caracterização pelo perito judicial, e o 
julgamento favorável pelo juiz, o valor do adicional remunerativo será de 10%, 20% 
ou 40% em função do grau da insalubridade determinada pela NR 15 (anexos 11, 
12, 13, 13 A), com incidência sobre o salário-mínimo regional ou de outra base de 
incidência (salário básico ou salário profissional), conforme o entendimento do Juiz. 
Para a periculosidade, se houver a caracterização pelo perito judicial e o 
julgamento favorável pelo juiz, o valor do adicional remunerativo será de 30% do 
valor do salário básico do trabalhador. Importante citar que não é possível reivindicar 
os adicionais referentes à insalubridade e periculosidade em uma mesma ação. Isso 
porque a lei cita que os adicionais remunerativos não se somam. 
 As ações, entre audiência, perícia, elaboração de laudo judicial, novas 
tentativas de acordo, podem se arrastar por anos, dependendo de sua 
complexidade. 
 
 
29.2 JULGADOS (ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS) 
 
 
 Exposição Rápida a Riscos Gera Adicional de Periculosidade 
 
A Fiat Automóveis S/A foi condenada a pagar adicional de periculosidade a 
um operador de empilhadeira que trocava o cilindro de gás GLP da máquina que 
operava. A decisão é da Seção Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1), do 
Tribunal Superior do Trabalho. 
 
 
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 81 
O empregado executava a tarefa em pouco mais de um minuto. Como a 
troca era feita duas vezes por dias, a exposição à atividade perigosa ocorria por dois 
minutos e meio da jornada de trabalho. A informação é do site do TST. Segundo o 
relator do recurso, ministro João Oreste Dalazen, o tempo necessário para executar 
a tarefa não pode ser considerado pela Justiça do Trabalho. “Em circunstâncias que 
tais, frações de segundo podem significar a diferença entre a vida e a eternidade”, 
afirmou o ministro. 
A jurisprudência do TST, ao interpretar o artigo 193 da CLT, considera que 
não só o empregado exposto permanentemente, mas também aquele que, de forma 
intermitente, trabalha em área de risco, tem direito ao adicional de periculosidade. O 
trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado adicional de 30% 
sobre o salário, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou 
participações nos lucros da empresa. 
O adicional foi garantido pela Quinta Turma do TST, que restabeleceu a 
sentença favorável ao empregado. A Fiat recorreu então para a SDI-1. Alegou que a 
Turma não atentou para o fato de que o empregado permanecia na área de risco 
apenas dois minutos e trinta segundos por dia. O argumento da Fiat de que o 
contato era eventual foi refutado pelo ministro Dalazen. Ele afirmou que a 
controvérsia gira em torno da fixação de conceitos de “eventualidade” e 
“intermitência”. 
Embora o artigo 193 fale em “contato permanente com inflamáveis ou 
explosivos em condições de risco acentuado”, a jurisprudência do TST deu uma 
interpretação extensiva ao dispositivo. (Fonte: Consultor Jurídico - 28/02/05) 
 
 Empregado que Atua Próximo a Aeronaves Tem Adicional 
 
Goiás - A 6ª Turma do TST confirmou o direito de um recepcionista de pista 
de aeroporto ao pagamento de adicional de periculosidade. A decisão foi tomada ao 
negar provimento a agravo de instrumento interposto pela Viação Aérea São Paulo 
S/A (VASP), o que resultou na confirmação de determinação anterior do TRT da 18ª 
Região (Goiás). 
 
 
 
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 82 
A decisão judicial teve como base a previsão inscrita na Norma 
Regulamentadora nº 16 do Ministério do Trabalho (NR-16), que reconhece os riscos 
relativos a diversas atividades profissionais, dentre elas as desenvolvidas junto a 
aviões (área de risco). A NR-16 define como perigosa a área de abastecimento das 
aeronaves. 
A extensão da área de risco alcança toda a área de operação, abrangendo, 
no mínimo, círculo com raio de 7,5 metros com centro no ponto de abastecimento da 
aeronave e faixa de 7,5 metros de largura para ambos os lados da máquina. “O risco 
não está propriamente na atividade desenvolvida pelo trabalhador (no caso de 
explosivos e inflamáveis), mas no localem que o mesmo exerce suas atividades em 
decorrência da proximidade com o agente perigoso”, considerou o TRT-GO. 
No caso concreto, a perícia indicou que o recepcionista de pista permanecia 
dentro da área de operação do abastecimento das aeronaves, o que afastou 
qualquer dúvida do TRT sobre a exposição do trabalhador ao perigo. O profissional 
supervisionava o reabastecimento, executava serviços diretamente nas aeronaves, 
além de cumprir tarefas relativas ao embarque e desembarque de passageiros. 
A VASP alegou que a decisão regional deixou de observar a jurisprudência 
do TST sobre o adicional, inscrita na Súmula nº 364 do tribunal: 
 
Faz jus ao adicional de periculosidade o empregado exposto 
permanentemente ou que, de forma intermitente, se sujeita a condições de 
risco. Indevido, apenas, quando o contato dá-se de forma eventual, assim 
considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo 
extremamente reduzido. 
 
Segundo o voto da ministra Rosa Maria Weber, no TST, as circunstâncias a 
que o recepcionista de pista estava submetido confirmaram-lhe o direito ao adicional 
de periculosidade. “O trabalhador, além de supervisionar o reabastecimento de 
aeronaves, enquanto recepcionista de pista permanecia no local considerado de 
risco, pela NR-16, desenvolvendo, simultaneamente, trabalho de comissário e o 
controle de embarque e desembarque de passageiros”, observou a relatora. (Fonte: 
Espaço Vital - 21/07/06) 
 
 Exposição a Hidrogênio Garante Adicional de Periculosidade 
 
 
 
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 83 
A 4ª Turma do TST condenou a Unilever Brasil a pagar adicional de 
periculosidade a um técnico em segurança do trabalho que corria risco acentuado 
por exposição ao gás hidrogênio. A empresa argumentava, em recurso de revista, 
que o gás não estava listado em normas de segurança do Ministério do Trabalho, 
mas tal argumentação não foi aceita. 
Segundo informações do tribunal, o empregado, que trabalhava como 
coordenador de emergência, alegou que, pela própria natureza do cargo, lidava com 
materiais inflamáveis, fazendo medições de “explosividade”, sem utilização de 
Equipamentos de Proteção Individual (EPI´s), e nunca recebeu o adicional de 
periculosidade. 
 
Recurso 
 
O técnico em segurança do trabalho recorreu ao TRT da 3ª Região (Minas 
Gerais), que reformou a sentença. Por ser uma situação habitual e evidente o 
perigo, o Regional reconheceu a periculosidade, mesmo não estando o caso do 
hidrogênio previsto na Portaria do Ministério do Trabalho. 
Para o Regional, “a mera lacuna da lei não pode sobrepor-se à razão que 
inspira o direito, que é a proteção à saúde e à vida do empregado”. O TRT destacou, 
inclusive, que mesmo diante da omissão da norma que regulamenta os agentes 
perigosos, ainda assim é devido o adicional caso a perícia constate a exposição ao 
risco acentuado. 
A Unilever recorreu da decisão, mas a 4ª Turma rejeitou o apelo, seguindo o 
entendimento da ministra Maria de Assis Calsing, relatora do recurso de revista. 
Segundo a Ministra Calsing, a alegação da empresa de que a decisão regional 
violou o artigo 5º, inciso II, da Constituição “não guarda pertinência direta com a 
matéria discutida, pois o preceito não versa sobre adicional de periculosidade ou sua 
forma de apuração”. 
A Unilever também não teve êxito nas alegações apresentadas para 
demonstrar a divergência de jurisprudência que permitisse o conhecimento do 
recurso. A relatora destacou que eram inespecíficas, pois “discutem o adicional de 
periculosidade sob a ótica do tempo de exposição ao risco”, enquanto, neste caso, a 
discussão central se concentrou na concessão do adicional quando a atividade de 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 84 
risco não se encontra entre as constantes da Portaria elaborada pelo Ministério do 
Trabalho. (Revista proteção: março 2009) 
 
 
30 PERÍCIA TÉCNICA CINESIOLÓGICA-FUNCIONAL 
 
 
Segundo Veronesi (2008), “o conhecimento da anatomia, fisiologia, 
histologia, biomecânica fisiológica, ergonomia e normas trabalhistas é fundamental 
para a formulação de uma perícia estruturada, objetiva e concreta”. A perícia técnica 
cinesiológica-funcional, método Veronesi para perícia judicial, surgiu da necessidade 
de se realizar uma avaliação pericial mais criteriosa, com uma metodologia 
sistemática para minimizar erros e principalmente elucidar as questões solicitadas 
em um processo pericial. 
Em perícias judiciais do trabalho ocorre normalmente uma grande 
controvérsia se a doença profissional ou do trabalho, de que o reclamante em uma 
ação judicial é portador, teve origem nas atividades laborais realizadas por esse 
indivíduo na empresa em que está sendo reclamada. Outra questão dentro do 
processo judicial é se essa doença, em caso positivo, vai trazer ou traz uma 
incapacidade funcional desse indivíduo, se positivo, qual a porcentagem dessa 
incapacidade funcional, se ela é permanente ou temporária. 
 
 
31 PERÍCIA CLÍNICA 
 
 
Na fase clínica temos os seguintes objetivos: 
 
 Avaliar o (a) reclamante, diagnosticar e quantificar a capacidade funcional 
perante a doença reclamada. 
 Analisar e verificar a presença de má-fé do (a) reclamante perante a doença 
de que é portador e sua capacidade funcional. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 85 
Para conquistar esses dois objetivos, a perícia clínica adota a seguinte 
metodologia: 
 
 Inicialmente é realizada uma anamnese (sequência de questionamento) com 
o periciado. Isto é, são realizados questionários específicos para analisar os 
dados. Esses questionamentos seguem os seguintes pontos: 
 
Será questionado sobre a profissão atual e a anterior, atividades 
desenvolvidas, questões sobre sintomatologia (sintomas de dor, falta de 
sensibilidade), etc. Nesse primeiro passo a perícia é acompanhada pelos advogados 
das partes, pelos assistentes técnicos e por outros representantes da reclamada. 
Posteriormente à fase de questionamentos é realizado o exame físico pericial, que 
tem um propósito totalmente diferenciado do exame físico realizado pelo 
fisioterapeuta em um cliente para fins de tratamentos. 
Esse exame físico pericial tem com princípio verificar a capacidade funcional 
do reclamante e a sua idoneidade perante o processo, se ele está tentando simular 
ou aumentar alguma resposta. A resposta que mais se valoriza não é a verbal e sim 
a corporal. Para o exame é utilizado a fotogrametria computadorizada postural. Em 
seguida aos testes palpatórios especiais. 
Os testes especiais realizados dentro do protocolo pericial são os mesmos 
utilizados dentro da clínica ortopédica comum, o grande diferencial é a leitura desses 
testes que, para o exame pericial cinesiológico-funcional, busca a extensão da 
lesão. Outros exames também serão feitos, por exemplo: 
 
 Testes de confiabilidade (serve para testar a confiabilidade do periciado 
quanto à disfunção de movimento, ocasionando assim uma incapacidade 
parcial ou total para a realização de suas atividades funcionais). 
 
 Teste temporal (é o teste que se analisa o tempo de fadiga do periciado com 
auxílio de um equipamento de leitura intrínseca da atividade neuromuscular, 
chamado de eletromiógrafo de superfície). 
 
 
 
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Na segunda fase, para as perícias judiciais, é realizada a inspeção ou 
perícia in loco, essa análise tem como objetivo analisar o local de trabalho, escutar 
testemunhas (caso necessário), verificar documentos (exame admissional, 
periódicos, PPRA - programa de prevenção dos riscos ambientais, PCMSO – 
programa de controle médico e saúde ocupacional), avaliar o risco biomecânico que 
a tarefa traz para o ser humano, analisar o cumprimento das normas 
regulamentadoras do trabalho pela empresa, etc. 
Para chegar aos objetivos dentro da fase da perícia in loco, usamos como 
metodologia: 
 
 Solicitação de todos os documentos que envolvem a atividade laboral do 
reclamante na reclamada. Utilização de recursos audiovisuais, como filmadoras e câmera fotográfica 
digital para coleta dos dados quanto à atividade laboral desenvolvida pelo 
reclamante na reclamada. 
 Entrevistas com testemunhas (trabalhadores e ex-trabalhadores) para se 
obter informações verdadeiras sobre as atividades laborais exercidas pelo 
reclamante na reclamada. 
 
Esse processo é muito importante, pois pode acontecer que a empresa, 
após a demissão do reclamante, modificou todo seu layout, interferindo nas 
informações necessárias para a construção de um laudo imparcial. Na terceira fase 
do processo pericial as informações são analisadas por meio de um processo 
programado e organizado. 
É bom lembrar, quanto à capacidade funcional para o trabalho, que é 
necessário analisar o indivíduo como um todo e não somente o segmento ou 
estrutura corporal que se encontra lesionado. Exemplo: 
 
 Indivíduo, 40 anos, professor universitário, com uma determinada conquista 
dentro da área docente, sofre um acidente e perde a mão dominante. Mesmo 
com essa perda anatômica, se o indivíduo tem um bom suporte psicológico e 
uma boa estrutura de trabalho, na qual possa realizar suas aulas de forma 
mais verbalizada, ele não terá nenhum prejuízo em sua capacidade para o 
 
 
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trabalho, pois o segmento da mão perdida não é o principal para o 
desenvolvimento de suas atividades e, sim, a mente e fala. 
 
 Já um homem de 57 anos, trabalhador braçal a vida toda, sem estudo, 
analfabeto funcional, sabe apenas e muito mal assinar o nome, sofre um 
acidente e perde a mão dominante, instrumento real de trabalho. Nesse caso, 
o indivíduo encontra-se totalmente incapaz para o laboro, a não ser que 
aconteça uma série de providências em sua vida, como estudar novamente, 
aprender uma profissão que utilize mais a mente do que os braços. Porém, 
sabemos que para a realidade de um homem de 57 anos, com uma vida toda 
de experiência em trabalhos braçais, isso é muito difícil. 
 
Por isso, para ter alguns parâmetros quanto à quantificação da capacidade 
funcional laboral do periciado, tem que ser seguido alguns passos a fim de minimizar 
o erro. É necessário analisar o indivíduo como um todo. Dessa forma, o 
fisioterapeuta pode atuar como perito e quando ocorre a necessidade do 
conhecimento técnico do fisioterapeuta, chama-se de perícia funcional. 
Portanto, o fisioterapeuta é o profissional com conhecimento científico 
suficiente para entender e proferir um laudo sobre fisiologia, anatomia ou semiologia 
do corpo humano, baseado na Biofísica, Bioquímica, Cinesiologia, Biomecânica e 
etc. Pode, perfeitamente, fazer um laudo pericial sobre o assunto, não sendo muito 
lembrar que o COOFITO (Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional) 
o autoriza a fazer perícias judiciais, como previsto na Resolução n° 259/03. 
Por fim, a necessidade do trabalho pericial pelo fisioterapeuta ocorre na 
maioria das vezes por dois processos, nos quais a controvérsia em questão é sobre 
a capacidade funcional do periciado. 
 
 
 
 
 
 
FIM DO MÓDULO IV 
 
 
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FIM DO CURSO!

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