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Aula 6 A origem de Roma e o início da República

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Aula 6 : A origem de Roma e o início da República
Ao final desta aula, o aluno será capaz de:
1. Comparar a explicação sobre a origem mitológica romana com a explicação histórica;
2. analisar algumas características das cidades-estados etruscas;
3. identificar as principais instituições políticas existentes em Roma durante o domínio etrusco;
4. determinar os motivos que levaram Roma a obter sua autonomia em relação à Etrúria;
5. caraterizar as diferenças surgidas na política romana após a obtenção de sua autonomia;
6. explicar os motivos que levaram Roma ao seu processo expansionista inicial;
7. especificar as razões que levaram os plebeus a iniciarem seus conflitos contra os patrícios. 
Primeiros ocupantes do território
A geografia da Itália é bastante privilegiada. Situada em uma península, seu litoral é banhado pelos mares Mediterrâneo, Tirreno e o Adriático, este sendo o segundo maior de toda a Europa.
ROMA
Roma, em seus primórdios, era uma pequena vila perdida no meio dessa península. Situada na Planície do Pó,  era uma região beneficiada pelo acesso a rios caudalosos - o Tibre e o Pó.
A localização de Roma ofereceu grandes suprimentos de água em todas as estações e acesso a solos férteis. Por volta do século XVI a. C, já haviam homens praticando uma economia pastoril seminômade. Esses indivíduos dominavam técnicas de metalurgia com o bronze e decoravam cerâmicas.
É possível que já falassem a língua indo-europeia que, mais tarde, se transformou no latim. É bastante provável também que, a partir da Idade de Bronze, esses povoamentos tenham continuado sem interrupção.
Segundo a tradição, Roma foi fundada em 753 a.C. Essa data, porém, é totalmente mítica, muito tardia para os vestígios da arqueologia. Essa crença surgiu a partir do relato deixado pelo poeta romano Virgílio e pelo historiador também romano Tito Lívio.
A ORIGEM MITOLÓGICA DE ROMA
Provavelmente, os romanos criaram essa lenda para enaltecer a origem de sua civilização, envolvendo deuses e nobres. Enéas, um príncipe troiano, filho de um mortal (rei de Troia) e da deusa Vênus, fugiu de sua cidade durante a Guerra de Troia.
Acompanhado de alguns homens, seguiu para a península Itálica, onde seu filho Ascânio fundou uma cidade, chamada Alba Longa. Numitor e Amúlio, descendentes de Enéas, estão presentes no relato da lendária fundação de Roma.
Fonte: <http://www.historialivre.com/antiga/romalenda.htm>. Com adaptações.
Rômulo e Remo, irmãos gêmeos, eram filhos do deus grego Ares (ou Marte, seu nome latino), e da mortal Réia Sílvia, filha de Numitor, rei de Alba Longa. Amúlio, irmão do rei Numitor, deu um golpe de Estado, apoderou-se da coroa e fez de Numitor seu prisioneiro.
Réia Sílvia foi confinada à castidade, para que Numitor não viesse a ter descendência. Entretanto, Marte desposou Réia, que deu a luz aos gêmeos Rômulo e Remo. Amúlio, rei usurpador, ao saber do nascimento das crianças, jogou-as no rio Tibre.
A correnteza jogou à margem os irmãos que foram encontrados por uma loba, Capitolina, que teria amamentado e cuidado dos dois até que foram achados pelo pastor Fáustulo que, junto com sua esposa, criou-os como filhos.
Fonte: <http://www.historialivre.com/antiga/romalenda.htm>. Com adaptações.
Quando adulto, Remo se indispôs com pastores vizinhos. Estes o tomaram e levaram a presença do rei Amúlio, que o encarcerou. 
Fáustulo revelou a Rômulo as circunstâncias de seu nascimento e o jovem foi ao palácio para libertar o irmão.
Matou Amúlio e libertou seu avô Numitor. Para recompensar os netos, Numitor deu-lhes  o direito de fundar uma cidade junto ao rio Tibre.
Os dois consultaram os presságios e seguiram até a região destinada à construção da cidade. 
Remo dirigiu-se ao Aventino e viu seis abutres sobrevoando o monte. Rômulo, indo ao Palatino, avistou doze aves e fez então um sulco por volta da colina, demarcando o Pomerium, recinto sagrado da nova cidade.
Remo, enciumado por não ser o escolhido, escarneceu do irmão e, em um salto, atravessou o sulco, sendo morto por Rômulo, que o enterrou no Aventino e deu o nome à sua cidade (Roma) em homenagem ao irmão.
Fonte:<http://www.historialivre.com/antiga/romalenda.htm>. Com adaptações.
ETRÚRIA
Durante séculos, Roma teria sido dominada por seus vizinhos do norte, os etruscos. Suas cidades-estados floresceram nos séculos VII e VIII a.C. Os etruscos nos reservaram poucos detalhes sobre sua história. Sabemos que dominavam a ourivesaria, cujos detalhes lembram em muito a arte oriental desse período. Os gregos também teriam contribuído para sua arte.
Como haviam fundado colônias ao sul da Península Itálica, os gregos precisavam de cobre e ferro dos etruscos. Em troca, davam aos a eles vasos pintados cheios de âmbar, estanho e chumbo. Ao que parece, a Etrúria não era unificada sob o domínio de um único rei. Eram cidades-estados como a Grécia, com suas diferenças sociais, políticas e econômicas. Esse aspecto é de grande importância para o entendimento da Roma primitiva.
Roma teria sido influenciada, de tempos em tempos, por essa ou aquela cidade etrusca. Pela proximidade geográfica, provavelmente Tarquínia, Ceveteri ou Veios. Roma estava no meio do caminho para a Campânia, onde os etruscos comercializavam com os gregos e possuía planícies muito férteis. Dessa forma, era necessário subjugá-la para ter acesso facilitado a essas benesses. Não tardou para essa influência virar dominação de fato. Foi estabelecida uma monarquia etrusca.
ESTRUTURA DA ROMA PRIMITIVA - MONARQUIA ETRUSCA
Durante o domínio etrusco (VI-VIII a. C), Roma era uma monarquia. Essa é a primeira fase da história romana. Sua organização administrativa era baseada na divisão da população. Ali se organizaram três tribos (TRIBUS) e essas foram divididas em dez cúrias (CURIAE) – cada uma composta de um certo número de famílias ou clãs.
 TRIBO 1 --------- 10 CÚRIAS
TRIBO TRIBO 2 ---------- 10 CÚRIAS
 TRIBO 3 ---------- 10 CÚRIAS
O Senado foi uma instituição presente em todas as fases da história romana. Teria nascido dessa divisão, pois conta com 300 membros, ou seja, 10 de cada cúria/100 de cada tribo.
Esses senadores eram escolhidos pelo rei entre os pater familiae, chefes de clãs. As cúrias também se reuniam para formar uma antiga assembleia, chamada de Comitia Curiata, que possibilitava a ratificação das decisões do monarca, depois de consulta ao Senado. Desse  sistema curial parece ter surgido também a base para a mais antiga organização militar de Roma. A monarquia etrusca foi derrubada devido ao crescimento de Roma, utilizada como rota comercial por eles. A data mais provável é 510 a.C. No entanto, os romanos ficaram temerosos de uma possível reconquista e ainda, do assédio de povos ao redor.
REPÚBLICA – PRIMEIO SÉCULO
Na maior parte dos séculos seguintes, Roma testemunhou lutas constantes e, para  afirmar sua autonomia, empreendeu as chamadas guerras defensivas, ou seja, guerras com o objetivo de proteção fronteiriça. Ao adotar essa política, os romanos, pouco a pouco, dominaram os latinos, os équos , volscos, sabinos e seus antigos opressores, os etruscos.
NESSA ÉPOCA, OS ROMANOS ESTAVAM REORGANIZANDO SUAS ESTRUTURAS POLÍTICAS, CONFORME OS MODELOS ABAIXO:
1 - CÔNSULES - Em número de dois, eleitos pela assembleia, com vétuo mútuo. Possuíam poder administrativo, comando do exército, interpretação e execução da lei.
2 - SENADO - Aumento de influência após a queda da monarquia. Não possui poder Executivo; era órgão consultivo dos magistrados eleitos em questões de política externa e interna, finanças e religião.
3 - COMITIA CENTURIATA - Assembléia composta pelos cidadãos romanos. As centúrias dos mais abastados tinha maior peso que as demais. Além disso, os membros do Consulado eram nomeados entre os senadores escolhidos por eles.
4 - CENSORES - Eram dois, invariavelmente ex-cônsules. Exerciam o recenseamento dos cidadãos, a orientação sobreas construções públicas e a fiscalização da conduta moral dos cidadãos.
5 - PRETORES - Ligados à Justiça, tinham cargo vitalício.
6 - EDIS - Encarregados da preservação das cidades, abastecimento, da polícia, dos mercados.
7- QUESTORES - Função administrativa, ligados à cobrança de impostos
SOCIEDADE ROMANA
A sociedade romana era dividida em duas grandes camadas: patrícios e plebeus. Os PATRÍCIOS se diziam herdeiros dos primeiros fundadores de Roma. Dominavam a administração dos cultos, o poder de consultar os deuses (auspicium), bem como o controle da política.
A grande maioria da população era formada por PLEBEUS, excluídos de posição de influência. Isso irritava os plebeus mais poderosos e prósperos, que foram aumentando de número a partir das conquistas romanas. Esses homens não dependiam dos patrícios como os outros membros de sua camada.
PATRÍCIOS
Os PATRÍCIOS, desde o início da Monarquia, estabeleceram uma instituição, que, em um primeiro momento, coloca de uma lado patrícios, de outro, os plebeus – a relação de patronagem.
Essa relação envolve dois indivíduos: o patrício e o cliente. O cliente era um homem livre que se colocou sob proteção do outro, o patrono, ajudando-o a ter êxito na vida pública, defendendo seus interesses na medida do possível. Em troca, o patrono defendia os negócios dos clientes e lhes dava apoio financeiro e jurídico. Esse vínculo garantia uma certa estabilidade social.
PLEBEUS
No entranto, como vimos, muitos plebeus se propuseram e começaram a liderar movimentos de protestos, pela falta de acesso à magistraturas. 
Os plebeus de moneres posses aderiram, não por almejarem acesso à política e sim, melhores condições de vida.
Muitos desse homens eram cooptados para lutar por Roma (soldados-cidadãos) e não recebiam retribuição pelo seu feito. Os territórios conquistados tornavam-se ager publicus (terras públicas), excluindo os plebeus. Nessa situação, eram frequentes os períodos de escassez de cereais, o que provocavam a fome.
AS CONSEQUENCIAS DA DESASTROSA SITUAÇÕES DESSE PERÍODO ROMANO 
Um grande número de plebeus, voltando da guerra e vendo suas terras arruinadas, endividaram-se desesperadamente. Segundo as leis romanas da época, quem não pudesse pagar suas dívidas e não tivesse como angariar recursos, transformava-se em um homem atado (nexus), um homem reduzido à servidão.
Com o passar do tempo, os plebeus se conscientizaram de sua importância para os patrícios. Começaram a organizar secessões, ou seja, separação do resto da comunidade. Ao que parece, a primeira delas teria ocorrido em 494 a.C., quando um grupo de plebeus subiu o Monte Aventino (fora das muralhas de Roma) e ameaçou fundar  uma nova comunidade.
A ameaça funciona, pois as autoridades patrícias viram-se obrigadas a atender a algumas reivindicações. Surgiu o cargo de tribuno da plebe, que estava obrigado a interceder contra os atos de qualquer autoridade, afim de proteger os plebeus contra execução e perseguição.
Os tribunos não eram funcionários do Estado ou uma magistratura, mas faziam um juramento para tentar salvaguardar os plebeus. Quebrar esse juramento provocava a maldição e a pena de morte. Os primeiros ocupantes desses tribunais forma plebeus de posses e ambição.
Apesar da criação desse cargo, muitos plebeus perceberam que sua situação não mudou. A fome, a peste e as guerras ainda os assolavam. Nem sabiam quais eram seus direitos, já que as leis não eram escritas, sendo interpretadas pelos colégios sacerdotais (pontificium) nas mãos dos patrícios. 
A CRIAÇÃO DO CARGO DE TRIBUNO DA PLEBE
Essa questão tem um papel essencial nas próximas reivindicações dos plebeus. Para evitar novos conflitos, dez patrícios, os decenviri, prepararam o primeiro código de lei escrito e divulgado entre os romanos;  a Lei das XII Tábuas,  em 451 a.C.
Esse documento tratava de direitos e deveres dos cidadãos romanos (civis romani) e  a relação entre os eles, sendo, durante séculos, a única lei romana. 
Embora tenha gozado de grande prestígio, este documento não atendeu às aspirações plebeias, o que provocou nos anos seguintes novas concessões. Em 376 a.C. foi criada a Lei Licínia Sextia, que obrigava que um dos cônsules fosse plebeu.15 anos depois foi permitido aos plebeus o acesso ao cargo de censor.
Essas mudanças criaram uma NOVA ELITE, não mais totalmente patrícia e sim, mesclada pelos plebeus enriquecidos. Os plebeus de menor posição foram auxiliados pela criação de um cargo, o pretor, exclusivamente deles.
Essas medidas não apaziguaram Roma totalmente, mas criaram um período de relativa calmaria, o que permitiu seu expansionismo para além das fronteiras da península.
Nessa aula você:
Compreendeu a importância da comparação entre as fontes literárias e arqueológicas para a reconstrução da história; 
identificou os principais elementos da política romana no decorrer da Monarquia etrusca e dos primórdios da República; 
analisou as principais conquistas dos plebeus ao longo do período republicano. 
PRÓXIMAS AULAS:
As guerras púnicas; 
a expansão republicana; 
a lei e o ser romano: Cícero; 
a revolta de Espatacus: aspectos da economia e do trabalho no mundo romano. 
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