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Bioquímica Clinica
A Bioquímica Clínica tem como objetivo a determinação de parâmetros bioquímicos e sua utilização no diagnóstico, tratamento, monitorização ou prevenção de várias doenças. 
Nesta disciplina será realizada uma abordagem das bases da Bioquímica Clínica, incluindo aspectos metodológicos e clínico.
A bioquímica clinica avalia vários compostos presentes em fluidos biológicos, onde o material mais utilizado é o sangue venoso, coletado com ou sem anticoagulantes, para avaliação do funcionamento adequado de diversos órgãos e sistemas.
De acordo com essas informações, podemos notar que uma análise correta depende não só da realização das metodologias existentes como também do conhecimento e aplicaçao de vários conceitos, desde a biossegurança, coleta correta do material, registro correto do paciente, recomendações para o preparo do paciente, etc.
Biossegurança
A biossegurança é um conjunto de ações voltadas para: prevenção, minimização e eliminação de riscos para a saúde, ajuda na proteção do meio ambiente contra resíduos e na conscientização do profissional da saúde.
Quais os riscos envolvidos em um laboratório clínico?
Quais as estratégias utilizadas para que estes riscos sejam minimizados?
Principais erros nas determinações bioquímicas
Erros na coleta da amostra (fase pré-analítica)
Uso de anticoagulants impróprios
Hemólise
Estase venosa
Lipemia
Erros na conservação das amostras (fase pré-analítica)
Erros na ánálise
 
Disturbuio no metabilismo de carboidratos
Galactosemia
Erro inato do metabolismo (da galactose) 
— 
Doença autossômica recessiva
classificação
Galactosemia clássica ou tipo I: doença autossômica recessiva do metabolismo da galactose causada pela deficiência de galactose-1- fosfato uridil-transferase (GALT),forma mais comum da doença
As deficiências das outras enzimas da via de Leloir também causam quadro de galactosemia, sendo mais raras. São doenças autossômicas recessivas: deficiência de Galactoquinase (GALK)(tipoII) e deficiência de uridil-difosfafo galactose-4-epimerase (GALE) (tipoIII)
Sintomas da galactosemia:
Sinais e sintomas com início precoce, no período neonatal: Após início da dieta com lactose, os pacientes apresentam perda de peso, vômitos e diarréia, além de dificuldades para alimentação 
Hipoglicemia e encefalopatia nos primeiros dias de vida 
Letargia e hipotonia 
Icterícia prolongada 
Hepatomegalia
Catarata: pode estar presente desde o nascimento. Ocorre pelo aumento da pressão oncótica exercida pelo acúmulo de galactitol no cristalino 
Diagnóstico laboratorial da galactosemia
Rastreamento neonatal: Parte do teste do pezinho em vários países 
Baseado na análise quantitativa de galactose, galactose-1-fosfato e atividade de GALT Deve ser realizado até o quinto dia de vida e o RN deve estar sendo alimentado com leite materno ou fórmulas que contenham galactose
 Realizado através da análise dos eritrócitos do sangue 
Pode ser complementado com análise quantitativa das enzimas GALK e GALE 
Intolerância a lactose
Na maioria dos mamíferos a atividade da enzima lactase diminui na parede intestinal após o desmame, caracterizando a hipolactasia primária que provoca sintomas de intolerância à lactose. A intensidade dos sintomas de distensão, flatulência, dor abdominal e diarreia variam, dependendo da quantidade de lactose ingerida, e aumentam com o passar da idade. A hipolactasia é determinada geneticamente, porém uma mutação ocorreu para que fizesse parte da humanidade tolerar o leite na idade adulta. 
Sintomas da intolerância à lactose
Concentram-se no sistema digestório e melhoram com a interrupção do consumo de produtos lácteos. 
Distensão abdominal, cólicas, diarreia osmótica, excesso de gases, náuseas.
Diagnóstico laboratorial da intolerância à lactose
Teste de intolerância à lactose: O paciente recebe uma dose de lactose em jejum e, depois de algumas horas, colhe amostras de sangue para medir os níveis de glicose, que permanecem inalterados nos portadores do distúrbio.
Medida de pH fecal e substâncias redutoras: pH < 5
H2 expirado: Hidrogênio medido nos pulmões antes e depois de sobrecarga de lactose
Biopsia intestinal com dosagem de atividade da lactase
Testes genéticos
Diabete Mellitus
Diabetes mellitus (DM) não é uma única doença, mas um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos que apresenta em comum a hiperglicemia, resultada de defeitos na ação da insulina, na secreção de insulina ou em ambas. 
A classificação atual do DM baseia-se na etiologia e não no tipo de tratamento, portanto, os termos "DM insulinodependente" e "DM insulinoindependente" devem ser eliminados dessa categoria classificatória. A classificação proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS)1 e pela Associação Americana de Diabetes (ADA)2 e aqui recomendada inclui quatro classes clínicas: DM tipo 1 (DM1), DM tipo 2 (DM2), outros tipos específicos de DM e DM gestacional (Quadro 1). Ainda há duas categorias, referidas como pré- diabetes, que são a glicemia de jejum alterada e a tolerância à glicose diminuída. Essas categorias não são entidades clínicas, mas fatores de risco para o desenvolvimento de DM e doenças cardiovasculares (DCVs). 
Atualmente são três os critérios aceitos para o diagnóstico de DM com utilização da glicemia (Quadro 1):
• Sintomas de poliúria, polidipsia e perda ponderal acrescidos de glicemia casual > 200 mg/dl. Compreende-se por glicemia casual aquela realizada a qualquer hora do dia, independentemente do horário das refeições 
• Glicemia de jejum ≥ 126 mg/dl (7 mmol/l). Em caso de pequenas elevações da glicemia, o diagnóstico deve ser confirmado pela repetição do teste em outro dia 
 
• Glicemia de 2 horas pós-sobrecarga de 75 g de glicose > 200 mg/dl 
Ferramenta de diagnostico na avaliação do controle glicêmico em pacientes diabéticos
Aceita pela comunidade cientifica apos 1993, depois de ter sido validada através dos dois estudos clínicos mais importantes sobre a avaliação do impacto do controle glicêmico sobre as complicações crônicas do diabetes mellitus (DM): o Diabetes control and complications trial (DCCT) (1993) e o United Kingdom Prospective Diabetes Study (UKPDS) (1998)
A manutenção do nível de A1C abaixo de 7% e considerada como uma das principais metas no controle do DM. Os dois estudos supramencionados indicaram que as complicacoes cronicas comecam a se desenvolver quando os níveis de A1C estão situados permanentemente acima de 7%. Algumas sociedades medicas adotam, inclusive, metas terapêuticas mais rígidas de 6,5% para os valores de A1C.
CONCEITO DE HEMOGLOBINA GLICADA 
Termo genérico “hemoglobina glicada” refere-se a um conjunto de substâncias formadas com base em reações entre a hemoglobina A (HbA) e alguns açúcares. O termo “hemoglobina glicosilada” tem sido erroneamente utilizado como sinônimo de hemoglobina glicada. O processo de “glicação” de proteínas envolve uma ligação não enzimática e permanente com açúcares redutores como a glicose, ao contrário do processo de “glicosilação”, que envolve uma ligação enzimática e instável. 
A HbA é a forma principal e nativa da hemoglobina, sendo que a HbA0 é o principal componente da HbA. Na prática, esta corresponde à chamada fração não glicada da HbA. Por outro lado, a HbA1 total corresponde a formas de HbA carregadas mais negativamente devido à adição de glicose e outros carboidratos. 
Existem vários subtipos de HbA1 cromatograficamente distintos, tais como HbA1a1, HbA1a2, HbA1b e HbA1c. Desses todos, a fração HbA1c, ou apenas A1C, é a que se refere à hemoglobina glicada propriamente dita, cujo terminal valina da cadeia beta está ligado à glicose por meio de uma ligação estável e irreversível. 
Em julho de 2009 foi proposta a utilização de hemoglobina glicada (HbA1c) como critério de diagnóstico para o DM. A alegação é que a medida da HbA1c avalia o grau de exposição à glicemia durante o tempoe os valores se mantêm estáveis após a coleta. Em janeiro de 2010, a American Diabetes Association (ADA) modificou o critério inicial. As recomendações atuais são as seguintes:
• Diabetes – HbA1c > 6,5% a ser confirmada em outra coleta. Dispensável em caso de sintomas ou glicemia > 200 mg/dl
• Indivíduos com alto risco para o desenvolvimento de diabetes – HbA1c entre 5,7 e 6,4%.
Os valores de hemoglobina glicada refletem o nível médio de glicemia de 2 a 4 meses
Disturbio no metabolismo de lipídeos LIPÍDEOS
DIGESTÃO, ABSORÇÃO, TRANSPORTE PLASMÁTICO
DIGESTÃO DE TRIGLICERÍDEOS, FOSFOLIPIDEOS E ÉSTER DE COLESTEROL
Ocorre principalmente no intestino delgado, por ação conjunta de:
enzimas lipases pancreáticas – catalisam a hidrólise de triglicerídeos e fosfolipídeos
enzima colesterol estearase – catalisa a hidrólise de éster de colesterol
bicarbonato de sódio e potássio – neutralizar o pH do conteúdo intestinal
sais biliares – emulsionam os sais de ácidos graxos e lipídeos não hidrolisados

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