Buscar

Artigo Rebaixamento do lençol freático em areas urbanas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

REBAIXAMENTO DO LENÇOL FREÁTICO EM ÁREA URBANA 
 
Luiz Bortotti 1 
José Moura 2 
Matheus Lopes3 
Robert Silva4 
RESUMO 
O método de rebaixamento de lençol freático é normalmente 
empregado para melhorar as condições do solo, procedimento necessário em 
obras com a presença do nível d’água se encontra próximo à superfície. 
Tratando-se de uma obra de fundação de acordo com sua posição, o nível 
freático possui papel preponderante, uma vez que pode-se comprometer ou 
impedir os serviços de execução de escavações, estabilização de solo e obras 
subterrâneas. Em diversas situações a aplicação do sistema é primordial para 
a viabilidade, planejamento e logística da obra e seu processo construtivo, 
podendo ser temporário ou permanente. Para a aplicação desses métodos é 
preciso uma abordagem sobre o solo, para evitar problemas posteriores tanto 
para a própria obra como na vizinhança. Este artigo aborda as técnicas 
construtivas, equipamentos e materiais, metodologia, aplicação e impactos dos 
sistemas para a execução de rebaixamentos de lençol freático por 
bombeamento submerso, ponteiras filtrantes e drenagem por eletrosmose. 
PALAVRAS-CHAVE: Rebaixamento; Lençol Freático; Bombeamento 
submerso; Drenagem do nível freático; Solo. 
 
ABSTRACT 
The groundwater retraction method is normally employed to improve 
as soil conditions, the procedure required in works with the presence of water 
level is found near the surface. In the case of a foundation work according to its 
position, the water table has a preponderant role, as it may compromise or 
impede excavation services, soil stabilization and underground works. In 
several situations the application of the system is paramount for a viability, 
planning and logistics of the work and its construction process, being it can be 
temporary or permanently. For an application of suitable methods to a soil 
approach, to avoid later problems both for a work and in the vicinity. This article 
deals with the construction techniques, equipment and materials, methodology, 
application and impacts of the systems for the execution of direct submersible 
pumping, filtering tips and drainage by electrosmose. 
 
KEYWORDS: Lowering; Groundwater; submersible pumping; Water table 
drainage; soil; 
 
 
 
 
 
 
1 Discente do Curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Filadélfia - UniFil 
2 Discente do Curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Filadélfia - UniFil 
3 Discente do Curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Filadélfia - UniFil 
4 Discente do Curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Filadélfia - UniFil 
INTRODUÇÃO 
 
Um elevado número de obras da engenharia civil encontra-se 
problemas relativos as água subterrâneas. A ação e a influência da água tem 
causado numerosos imprevistos e acidentes. Os casos mais comuns desse 
tipo de problema são verificados em construções de edifícios, cortes de 
estradas, barragens e túneis etc. De acordo, com o tipo de obra, executa-se um 
tipo de drenagem ou rebaixamento do nível freático, facilitando a execução da 
obra e minimizando alguns problemas futuros. 
O rebaixamento do lençol freático é uma técnica muito 
empregada na construção civil normalmente quando se requer escavações 
abaixo do lençol freático e essa água atrapalha a escavação do terreno, pois 
na maioria dos casos, causa a formação de lama, dificultando a concretagem 
das fundações e por fim, aumentando o custo da obra. Para tais escavações é 
necessário a drenagem ou uma interrupção (momentânea ou permanente) do 
fluxo de água mediante a uma barreira física ou bombeamento. São vários 
métodos utilizados para o rebaixamento do nível da água, mas antes é 
necessário o estudo preliminar (realização do mapeamento geológico, definir o 
coeficiente de permeabilidade e a definição da estratificação do solo) com o 
objetivo principal de se conhecer o subsolo, para dimensionar o melhor e mais 
rápido método de rebaixamento. 
Para todo rebaixamento executado em uma área onde exista 
outras edificações aos arredores deve-se tomar certos cuidados, pois 
modificando o nível do lençol freático altera-se automaticamente a 
característica do solo podendo ocorrer anomalias construtivas em prédios e 
casas vizinhas, gerando conflitos entre os vizinhos e talvez reparos e 
apurações de responsabilidades (NING; SHUSHU, 2010). 
Deve-se ter em mente que, ao se realizar o rebaixamento do 
lençol freático, ocorrem certas alterações nas condições naturais do subsolo, 
podendo surgir danos no interior ou no exterior da escavação, quando o 
rebaixamento é realizado incorretamente. 
Este artigo pretende dar ênfase nos métodos de rebaixamentos 
do nível d’água, materiais utilizados, cuidados a serem tomados para uma boa 
execução do processo, explicar a diferença entre rebaixamento temporário e 
permanente e a análise dos riscos, consequências e impactos decorrentes do 
rebaixamento. 
Assim o objetivo principal desse estudo é mostrar quais os 
principais passos para o rebaixamento do lençol freático em áreas urbanas, 
alertando para as consequências dos problemas mais comuns neste tipo de 
processo e enumerar soluções possíveis, utilizando uma perspectiva 
geotécnica, a fim de facilitar o entendimento. 
 
DESENVOLVIMENTO 
 
1. NECESSIDADES DO CONTROLE DA ÁGUA SUBTERRÂNEA 
Para a execução de uma obra em que se pretende construir 
abaixo do lençol freático, é necessário controlar e/ou rebaixar o nível d’água 
para que se consiga realizar o trabalho em condições aceitáveis, evitando a 
percolação d’água para o interior da escavação (MANUEL, 2010). 
O contato entre água e fundação acarreta em problemas como 
afofamento ou amolecimento do terreno do fundo da escavação, instabilidade 
dos taludes laterais, empuxos hidrostáticos sobre estruturas de arrimo 
provisórias, carreamento de grãos de solo, dificuldade de tráfego de veículos e 
máquinas, entre outros. Consequentemente há um aumento do custo da obra e 
pode influenciar no cronograma da obra (BORRALHO, 2013). 
Segundo Borralho (2013), O manejo adequado da água 
subterrânea facilita a execução de obras nessas condições já que garantem: 
 Que os assentamentos ocorrem dentro de limites 
aceitáveis; 
 A prevenção da erosão interna devido ao escoamento; 
 Interceptação da percolação d’água que emerge nos 
taludes ou fundo de escavações; 
 Aumento da estabilidade dos taludes e evita o carreamento 
hidráulico do solo destes taludes e do fundo da escavação; 
 Redução da carga lateral em estruturas de escoramentos; 
 Eliminação ou redução da necessidade do emprego de ar 
comprimido em túneis; 
 Melhora das condições de escavação e reaterro; 
 Manter basicamente inalteradas as condições de suporte 
do terreno localizado subjacentemente ao apoio da estrutura a ser construída. 
Para a realização do controle da água subterrânea a fim de 
proporcionar segurança e funcionalidade da estrutura, são utilizados métodos e 
modelos diferentes de rebaixamento do lençol freático, que serão abordados 
profundamente nesse artigo, como bombeamento submerso, ponteiras 
filtrantes, drenagem por eletrosmose. 
 
2. FATORES QUE INFLUÊNCIAM NA ESCOLHA DO SISTEMA DE 
REBAIXAMENTO DO LENÇOL FREÁTICO 
 
Antes a fase de execução da escavação ou do rebaixamento 
do lençol é necessário que se faça uma análise preliminar da influência da 
água, caso os possíveis danos não sejam tão expressivos pode-se fazer uso 
de sistemas mais simples como drenos ou poços rasos. Por outro lado se o 
cenário for mais agressivo à escavação, é necessário que se utilize de 
procedimentos mais sofisticados e potentes, por exemplo, poços profundos, em 
geral métodos como essesão projetados, instalados e operados por empresas 
especializadas retirando essa responsabilidade do projetista, contudo a retira 
dessa massa líquida acarreta em alterações na configuração do solo, um alívio 
da pressão hidrostática podendo levar reconsiderações no projeto sendo assim 
é de suma importância à participação desse profissional nessa etapa. Sendo 
assim, abaixo estão listados fatores que influenciam na escolha no método de 
rebaixamento. (UFJF, 2009) 
Tipo de Obra – Nos casos de escavações rasas e a 
necessidade de rebaixamento seja entre 5 e 6 metros, é recomendado que se 
utilize um sistema convencional de ponteiras filtrantes. Na situação de um 
rebaixamento maior abrem-se duas possibilidades, quando há um grande 
volume de água a ser retirado e quando o volume já não é tão expressivo, para 
o primeiro utiliza-se o sistema de poços profundos enquanto para o outro o de 
injetores. (HACHICH,2016) 
Condições de Superfície – Outro ponto que é importante ser 
analisado é como é a natureza do solo, características como permeabilidade ou 
drenabilidade ou até mesmo a presença de uma rocha. (CHIOSSI,2013) 
Efeito do rebaixamento em estruturas adjacentes – Como já 
mencionado o rebaixamento causa um diminuição nas pressões neutras o que 
paralelamente gera um aumento das pressões efetivas em obras na região 
urbana esse aumento podem acarretar em efeitos indesejados em edificações 
vizinhas já existentes, podem ser. Recalques, trincas ou fissuras, entre outros. 
Sendo assim é importante que o projetista preveja esses possíveis danos e de 
acordo com a necessidade sugerir a colocação de pinos de recalque nos 
vizinhos, ou então no selamento das trincas. (HACHICH,2016) 
Natureza de aquífero e fontes de percolação – Da análise do 
aquífero parte-se para duas vertentes, a condição cartesiana e gravitacional. 
Para a primeira o aquífero está confinado entre duas camadas permeáveis, e a 
cota piezométrica está acima do topo do aquífero permeável, e quanto ao 
segundo o lençol d’água está abaixo do topo do aquífero permeável. É evidente 
e até mais comum que existam condições mistas o que exige uma análise 
ainda melhor por parte do projetista. Com relação a alimentação desse aquífero 
existe uma caso muito peculiar, que recebe o nome de “lençol empoleirado”, 
em que se dá de forma descontinua sendo sustentado apenas por uma 
camada menos permeável, e o grande problema causado por esse fenômeno é 
que após alguns dias de bombeamento a água “desaparece” retornando após 
algum tempo sem uma explicação ou após uma chuva muita intensa. 
(CHIOSSI,2013) 
 
3. INVESTIGAÇÃO DO SUBSOLO – DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA 
DE REBAIXAMENTO 
Para a aplicação do sistema de rebaixamento do lençol freático 
é recomendada a realização de mapeamento geológico, para a definição de 
aspectos estruturais e hidrogeológicos, e definindo a escolha do sistema de 
rebaixamento e posteriormente a execução de investigações geotécnicas, 
desde sondagens a percussão, rotativas até mesmo ensaios especiais, como 
CPTU (Piezocone Penetration Test) em situações mais específicas. (CAMPOS; 
LEÃO, 2017). 
A permeabilidade nos solos pode ser determinada em 
laboratório, por meio de parâmetros, ou no próprio local da obra (in situ). 
Quando realizado no local, existem diferentes métodos e fórmulas, muitos 
deles sem caráter científico, sendo os mais comuns o ensaio de bombeamento 
de poço profundo e a realização de furos de sondagem, colocando água 
nesses furos, normalmente compostos de tubos e revestimentos. Basicamente 
são conhecidos como ensaio de nível constante, onde a água é colocada no 
furo até obter-se um regime constante (o volume de água é medido por 
unidade de tempo). Ou também como ensaio de abaixamento, onde é medido 
o abaixamento da água quando colocada até preencher totalmente o furo. 
(CHIOSSI,2013). 
Podem ser coletadas amostras deformadas para ensaios de 
caracterização por exemplo, porém não sendo único. Em alguns casos, são 
coletadas amostras indeformadas para ensaios laboratoriais mais específicos, 
como ensaio de adensamento e ensaios triaxiais. Quando possível podem ser 
usados resultados de instrumentação geotécnica. Desta forma, pode ser 
utilizadas todas as técnicas disponíveis para uma melhor descrição sobre a 
permeabilidade e regime de fluxo nos materiais envolvidos, definição das 
propriedades constitutivas e comportamento geotécnico do maciço envolvido 
(CHIOSSI,2013). 
Mais importante que definir parâmetros geotécnicos é definir 
um modelo geotécnico, que inclui a definição da estratificação (divisão do solo 
por camadas). O coeficiente de permeabilidade é o parâmetro responsável pelo 
dimensionamento do sistema de rebaixamento, pois interfere diretamente no 
valor das vazões de bombeamento. A permeabilidade é o parâmetro 
geotécnico que apresenta a maior variação e, portanto, é um dos mais difíceis 
de serem estimados. Para estimar os parâmetros é essencial que os resultados 
sejam obtidos por mais de um tipo de ensaio, sendo ao menos um deles um 
método de campo (ensaio de infiltração ou bombeamento, de preferência este 
último) (CORRÊA, 2007). 
O projeto de rebaixamento deve ser encarado como um pré-
dimensionamento, pois será ajustado em campo após o início da operação do 
sistema. É importante lembrar que é prática de projeto dimensionar o sistema 
de bombas e demais componentes do rebaixamento (tubulações, ponteiras, 
injetores, etc.) para uma vazão 10% superior àquela calculada, este coeficiente 
leva em conta que ao se ligar o sistema, a vazão ainda não está estabilizada 
(CHIOSSI,2013). 
Por isso no início do funcionamento de qualquer sistema de 
rebaixamento, as bombas (e todas as partes integrantes do sistema) 
necessitam extrair uma vazão maior que a de cálculo, até o sistema entrar em 
regime (ALONSO, 2007). 
 
4. REBAIXAMENTO TEMPORÁRIO E REBAIXAMENTO PERMANETE 
Em grande parte dos casos o rebaixamento é necessitado um 
rebaixamento temporário, ou seja, o sistema de rebaixamento é ligado 
imediatamente antes da execução da escavação e desativado logo após. 
Porém, pode ocorrer uma condição na qual é necessário o rebaixamento 
permanente ou intermediário, em que o sistema não poderá ser desligado 
imediatamente após o fim da obra (MULLER, 2012). 
Por exemplo, quando a garagem executada em um subsolo de 
um edifício for concluída, deve-se manter o sistema de drenagem até a 
estrutura conseguir gradualmente ficar mais pesada e assim evitar a flutuação. 
Quando o nível d’água deve ser mantido permanentemente rebaixado, não há 
mudanças nos requisitos, apenas aumentar a durabilidade do sistema e de 
seus controles afim de permitir a durabilidade da operação. Outro exemplo 
ocorre quando existe a possibilidade de ruptura hidráulica ou levantamento do 
fundo da escavação e o rebaixamento deve ser mantido por um período mais 
longo do que o de execução da obra. (ALONSO, 2007). 
 
5. MÉTODOS DE REBAIXAMENTO 
 
5.1 Sistema de Ponteiras Filtrantes 
Se dá por meio da aplicação ao longo do perímetro da área 
que se deseja rebaixar de um tubo 4” de diâmetro, com furos espaçados a 1 
metro entre si que são conectados ás ponteiras filtrantes, normalmente de 
tubos de PVC 1 ¼” ou 1 ½” de diâmetro, e ao fim uma peça de 1m de 
comprimento perfurada – a ponteira em si, que podem estar espaçadas de 1 à 
3 metros, sendo que essa distância pode ser minorada com presença de “T” 
(Fig.1) – e envolta por uma telha de nylon com malha de 0,6mm. 
Com esse método se pode chegar a um rebaixamento de 
apenas 5 metros, muito se deve ao fato de não ser possível chegar a uma 
condição de vácuo absoluto, condição ideal para o funcionamento método, atépor isso deve se garantir a vedação completa de todo o sistema para que não 
haja mais perdas. 
As ponteiras são ligadas a tubo coletor mediante uma 
mangueira e um registro(Fig.1) para a regulagem da vazão, para que assim se 
garanta que o trecho filtrante – ponto onde há a captação da água – esteja 
submerso impedindo a entrada de ar o que prejudicaria a questão do vácuo. 
Nos casos em que se detecta a entrada de ar a solução se dá mediante a 
regulagem da vazão ou fechamento completo dos registros. (PUC – RJ) 
Figura 1 - Sistema do Método de Ponteiras Filtrantes 
 
Fonte: PUC - RJ 
5.2 Bombeamento Submerso 
Usual em casos onde é necessário uma maios vazão nos 
poços, de 40 a 60 cm de diâmetro, ou um rebaixamento mais profundo. O 
procedimento desse método consiste em envolver um tubo ranhurado com uma 
tela de nylon de 0,6 mm e por dentro dele é inserida a bomba (Fig.2). Com a 
intenção de que evitar que o sistema trabalhe a seco, ou seja, sem água 
passando pela tubulação, eletrodos são posicionados na bomba e conectados 
ao seu motor, é de responsabilidades deles fazer a leitura do nível da água e 
assim, automaticamente, ligar ou desligar o sistema. (PUC – RJ) 
Figura 2 - Esquematização do processo de bombeamento submerso 
 
Fonte: PUC - RJ 
5.3 Eletrosmose 
Alguns solos siltosos e argilosos, de granulometria muito fina, 
não possibilitam uma drenagem eficiente através dos métodos tradicionais, 
ponteiras filtrantes ou poços profundos. Procurando aumentar a eficiência do 
processo um mecanismo um pouco sofisticado é empregado, aplica-se no solo 
uma corrente continua para acelerar a transição da água pelos vazios do solo. 
Inicialmente o que se faz é utilizar o sistema de ponteiras filtrantes, onde 
eletrodos são inseridos no solo 2 metros abaixo da escavação, os ânodos são 
hastes que inserem carga positiva enquanto os catodos são as ponteiras 
filtrantes com cargas negativas (Fig.3), esse último sendo espaçado de 8 à 12 
metros entre si. De forma natural os íons positivos da água são atraídos pelos 
íons negativos do solo, formando um sistema chamado “camada dupla”, sendo 
assim, o funcionamento do método ocorre da seguinte forma quando a carga 
se aplica essa carga elétrica no solo os íons positivos da água começam a ser 
atraídos pelo catodo transportando a água até a ponteira e a partir desse 
momento é bombeada para fora da escavação por um conjunto já usual, a 
bomba centrífuga combinada com a bomba de vácuo. (UFJF, 2009) 
 
Figura 3 - Processo por eletrosmose 
 
Fonte: UFJF,2009 
 
6. MONITORAMENTO DO SISTEMA DE REBAIXAMENTO 
 
A correta operação do sistema é o que garante o sucesso e a 
eficiência do rebaixamento, sendo que sem essas, é impossível garantir tanto a 
funcionalidade quanto a eficiência, causando danos e até o colapso do sistema 
(SANTOS, 2012). 
 No sistema de ponteiras filtrantes, o maior problema é sempre 
a manutenção do vácuo. Inicialmente, deve-se fechar o registro de sucção da 
entrada da bomba de vácuo. Nestas circunstâncias, o vácuo deve atingir um 
mínimo de 8,60 M.C.A. (25") de mercúrio ao nível do mar. Para cada 100 
metros de aumento de altitude, deve-se diminuir 1% deste valor, em função da 
diminuição da pressão atmosférica (MULLER, 2012). 
O próximo passo é a verificação de entrada de ar nos circuitos 
dos coletores, ponteiras, etc. Quando ocorrer há uma diminuição no valor do 
vácuo e quando for por uma ponteira, causa trepidação e, neste caso, a 
mesma deve ser isolada do coletor por registros ou deve simplesmente ser 
removida e o coletor fechado nesta entrada (SANTOS, 2012). 
Para o sistema de injetores, a principal recomendação é a 
verificação periódica das válvulas e do bico dos mesmos, pois o seu 
funcionamento inadequado pode fazer com que se injete água no terreno ao 
invés de succionar a mesma, como desejado. (CHIOSSI,2013) 
Para o sistema com emprego de bombas submersas, o 
principal cuidado é o de operá-las de acordo com as especificações do 
fabricante. O problema principal é a intermitente alimentação de água no poço, 
o que faz a bomba trabalhar fora de seu rendimento ótimo e muitas vezes sem 
lubrificação (refrigeração) da água nos rotores, rolamentos etc. (FARIA, 2007). 
Em poços com aplicação de vácuo, a bomba trabalha com 
escorva deficiente e a cavitação ocorre. Neste caso, deve-se prever uma 
manutenção muito mais frequente (MULLER, 2012). 
 O controle do desempenho do rebaixamento deve ser aferido 
por piezômetro (indicador de nível d'água e controle de vazão) e controle com 
caixa de sedimentação para verificar eventuais transportes de matéria sólida 
(MULLER, 2012). 
 
7. ANÁLISE DE RISCOS E IMPACTO NA VIZINHANÇA 
Segundo Rodriguez (2014), o rebaixamento do lençol freático 
tem como objetivo a otimização da a execução de fundações e obras 
subterrâneas situadas abaixo do nível natural da água, e é comum surgir 
problemas decorrentes a esse manejo da água. Esses problemas são 
especialmente comuns em terrenos de características geológicas aluvionares 
com presença de camadas de solos compressíveis mais argilosos. A remoção 
da água dos interstícios existentes entre os grãos que compõe o solo, acarreta 
na redução da poro-pressão e aumento das tensões efetivas, ocorre uma 
acomodação dos constituintes granulométricos dos solos, levando à redução 
de seu volume e consequentemente à recalques. 
Antes da execução desse tipo de obra é preciso ser feita uma 
análise prévia do local para verificar a existência da possibilidade de recalques, 
provenientes do rebaixamento do lençol freático, o engenheiro geotécnico deve 
inicialmente conhecer as diferentes camadas, espessuras, distribuição e 
comportamento dos diversos solos afetados pelo provável ou possível 
rebaixamento do lençol freático. (LOZANO, 2007). 
Quando se trata desse tipo de obra, é essencial controlar e 
monitorar para evitar o carreamento do material, bem como controlar o tempo e 
variações aceitáveis para a segurança da construção e danos nos imóveis 
vizinhos. Porém, nem sempre tal prudência serve para evitar danos próprios e 
consequentemente nos vizinhos. Para prever e minimizar os eventuais riscos 
inevitáveis, devido a fatores internos das construções vizinhas tais como 
projetos inadequados ou deteriorações de fundações, é primordial a vistoria 
dessas construções verificando anomalias como muros em desaprumo, lajes 
fletidas, pisos trincados, entre outros. (LIVIO, 2010). 
Outro problema está relacionado com o desperdício de água 
quando se realiza o rebaixamento, pois, milhares de litros de água dos lençóis 
freáticos estão sendo lançadas, principalmente na drenagem pluvial, não 
havendo qualquer aproveitamento da mesma. Isso pode afetar o aspecto 
ambiental da região, levando a ocorrência de tremores de terras, enchentes 
imprevistas, secagem da vegetação, entre outros. (LIVIO, 2010). 
Para minimizar o efeito do rebaixamento do lençol freático, o 
engenheiro geotécnico deve proceder à aplicação de todos os conhecimentos 
disponíveis de forma que nem as obras deixem de ser realizadas e nem as 
águas subterrâneas sejam sacrificadas para o desenvolvimento da obra. De 
acordo com Medeiros (2008), simulações dos eventuais efeitos da execução 
das escavações e fundações também podem contribuir para a escolha da 
melhor alternativa para o projeto. 
 
8. CONCLUSÃO 
 
Algo já bem claro é que toda obra de engenharia, seja qual for 
seu objetivo ou método construtivo empregado, ela causa grandes impactos no 
meio ambiente, pois além de usufruir dos seus recursos, altera toda a 
configuração de uma área. Como ficou evidente a técnica de rebaixamento do 
lençol freático compreende essa realidade,sendo temporária – quando o 
sistema é ligado pouco antes do início da obra e após a conclusão daquela 
etapa é desligado e o lençol retorna ao nível normal – ou permanente, onde 
não há o desligamento do sistema, milhares de litros de água são 
simplesmente despejados na drenagem pluvial, e a prática afeta o aspecto 
ambiental da região podendo levar a ocorrência de tremores de terra. Devido a 
proporção do volume retirado há uma reacomodação da camada de solo, 
secagem da vegetação e enchentes imprevistas entre outros. Pensando em 
obras na cidade são grandes as chances de que existam edificações vizinhas à 
obra, e que também podem ser afetadas, sendo assim um controle deve ser 
feito no andamento da obra verificando irregularidades como muros 
desaprumados, lajes fletidas ou pisos trincados. 
Além de todas essas considerações que devem ser feitas pelo 
engenheiro geotécnico, é de sua responsabilidade um estudo prévio do terreno 
afim de escolher o melhor sistema de rebaixamento de acordo com as 
características da obra e as condições apresentadas pelo solo. Sendo assim é 
necessário que se chegue a uma solução que disponibilize a melhor condição 
de trabalho, sem que se desrespeitem certas condições ambientais do restante 
da sociedade. 
 
9. REFERÊNCIAS 
 
ALONSO, Urbano Rodriguez. Rebaixamento Temporário de Aquíferos. São 
Paulo: Oficina de Textos, 2007. 152 p. 
 
BORRALHO, Miguel Faria Martins. Modelação numérica do rebaixamento 
do nível freático em obras geotécnicas. Dissertação para obtenção do Grau 
de Mestre em Engenharia Civil. Faculdade de ciência e tecnologia, 
Universidade Nova de Lisboa. Disponível em: 
<http://run.unl.pt/bitstream/10362/10136/1/Borralho_2013.pdf>. Acesso em: 
08/05/2017. 
 
CAMPOS, Gisleine Coelho de; LEÃO, Marcio Fernandes. Rebaixamento 
temporário do lençol freático. 2016. Disponível em: 
<http://www.revistafundacoes.com.br/rebaixamento-temporario-do-lencol-
freatico/>. Acesso em: 16 maio 2017. 
 
CHIOSSI, Nivaldo José. GEOLOGIA DE ENGENHARIA. 3. ed. São Paulo: 
Oficina de Textos, 2013. 424 p. (CAPITULO 10). 
 
CORRêA, Ronaldo Adriano. ESTUDO DE REBAIXAMENTO DO LENÇOL 
D’ÁGUA EM ARENITO PARA IMPLANTAÇÃO DE ESTRUTURAS DE 
PCH’S. 2007. 122 f. Tese (Doutorado) - Curso de Engenharia Civil, 
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007. Disponível em: 
<http://www.coc.ufrj.br/index.php?option=com_docman&task=doc_details&gid=
1612>. Acesso em: 16 maio 2017. 
 
 FARIA, Renato. Rebaixamento seguro. 2007. Disponível em: 
<http://techne.pini.com.br/engenharia-civil/119/artigo285367-3.aspx>. Acesso 
em: 16 maio 2017. 
 
HACHICH, Waldemar et al. Fundações: teoria e prática. 3. ed. São Paulo: Pini, 
2016. 802 p. 
 
LIVIO, Tito Ferreira Gomide. Responsabilidades no rebaixamento do lençol 
freático, 2010. Disponível em: 
<http://www.institutodeengenharia.org.br/site/noticias/exibe/id_sessao/4/id_noti
cia/4153/Responsabilidades-no-rebaixamento-do-len%C3%A7ol-
fre%C3%A1tico>. Acesso em 11 de Maio de 2017. 
 
LOZANO, M. H. Recalques por rebaixamento do lençol freático. Disponível 
em: <http://www.forumdaconstruçao.com.br >. Acessado em: 11 de Maio de 
2017. 
MEDEIROS, H. Revista Techne. Recalques Indesejáveis. Edição 130. Pg 36-
37.Outubro de 2008. 
 
MANUEL, Décio. Patologias das fundações: fundações em depósitos de 
vertente na cidade de Machico. 2010. 247f. Tese (mestrado em Engenharia 
Civil) – Universidade da Madeira, Funchal, Portugal. 
 
MULLER, Maria Cristina Nakano. Rebaixamento de Lençól 
Freático: Indicações, métodos e impactos decorrentes. 2012. 84 f. TCC 
(Graduação) - Curso de Engenharia Civil, Universidade Anhembi Morumbi, São 
Paulo, 2012. Cap. 5. Disponível em: 
<https://pt.slideshare.net/arleandoteixeira/rebaixamento-de-lenol-fretico-
indicaes-mtodos-e-impactos-decorrentes-52670437>. Acesso em: 16 maio 
2017. 
 
NING, Zhang; SHUSHU, Liu. Analysis of groundwater and soil environment 
problems in city metro constructions. 2010. Disponível em: 
<http://ieeexplore.ieee.org/document/5603232/>. Acesso em: 11 Maio 2017. 
 
PUC - RJ. Disponível em:<www.maxwell.vrac.puc-rio.br/9948/9948_4.PDF> 
Acesso: 14 de maio de 2017. 
 
RODRIGUEZ, Álvaro dos Santos. Impõe-se a proibição do rebaixamento 
forçado do lençol freático em determinados contextos geológicos 
urbanos, 2014. Disponível em:< 
http://infraestruturaurbana.pini.com.br/solucoes-tecnicas/urbanismo/geologo-
defende-a-proibicao-do-rebaixamento-forcado-do-lencol-freatico-314930-1.aspx 
>. Acesso em 11 de Maio de 2017. 
 
SANTOS, Clemente. Rebaixamento de lençol freático com ponteiras 
filtrantes. 2012. Disponível em: <http://techne.pini.com.br/engenharia-
civil/184/artigo287966-2.aspx>. Acesso em: 16 maio 2017. 
 
UFJF. Disponível em:<www.ufjf.br/nugeo/files/2009/11/togot_unid02.2.pdf> 
Acesso: 14 de maio de 2017. 
FICHA DE AVALIAÇÃO 
DESCRIÇÃO DO CRITÉRIO 
 
GRAU DE 
EXCELÊNCIA 
AJUSTE TOTAL PARCIAL 
5 4 3 2 1 
ATÉ 5 
PONTOS 
 
1 Organização Geral do Trabalho (5 
pontos) 
(Avalia-se o atendimento às normas 
da ABNT e às demais solicitações 
quanto à formatação e apresentação 
do trabalho) 
 
2 Expressão escrita (5 pontos) 
(Avalia-se prioritariamente a 
correção gramatical do texto e a sua 
originalidade, a organização das 
ideias clareza na redação dos 
tópicos, a capacidade de síntese e a 
utilização de linguagem técnica 
adequada) 
 
3 Aprofundamento (5 pontos) 
(Avalia-se neste item o tratamento 
dado ao tema, o atendimento ao 
conteúdo solicitado, a relevância dos 
tópicos suplementares e a 
abrangência da pesquisa) 
 
4 Aprendizagem (5 pontos) 
(Com base exclusivamente na 
CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES 
FINAIS apresentada, avalia-se o 
grau de aprendizagem e 
entendimento do tema, auferidos 
durante a elaboração do trabalho) 
 
 PONTUAÇÃO GERAL 
(1+2+3+4+ AJUSTES) =

Continue navegando

Outros materiais