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Conceito em Arquitetura
Por João Gustavo Andrade
Diretor de Relações Externas da Projecta
Após a leitura da obra de Catanese e Snyder, “Introdução a Arquitetura”, foi observado que para a inicialização de qualquer projeto arquitetônico é de imensurável importância a criação de um ideal que possa reunir todas as idéias e conjuntos de informações desse. 
Daí surge o que chamamos na arquitetura de conceito. Mas antes de destrinchar este processo, nada mais adequado do que analisar o conceito do próprio conceito. No Dicionário Aurélio lê-se: “representação dum objeto pelo pensamento, por meio de suas características gerais” e ainda “ação de formular idéias por meio de palavras; definição, caracterização”. Significados que vão de encontro à tese do autor Tim McGinty.
Vale ressaltar que o conceito não deve ser inventado pelo arquiteto, mas sim este deve adequá-lo a situação que lhe cabe, e para tal objetivo analisa-se que conceito encontra-se intrinsecamente ligado a outros fatores que contribuem para a sua formação, dentre eles destacam-se: a) as idéias de superorganização, que se refere à configuração geral geométrica ou hierarquias que as partes de um projeto devem respeitar; b) o tema, que é um padrão específico de idéias que fica por trás de um projeto; c) a tradução literal, método em que “o projeto possa ser expresso num esboço feito em guardanapo de papel”, como afirma Edward Barnes; d) além do parti (esquema) eesquisse (esboço) onde o conceito criado no inicio do projeto deveria ser aplicado durante todo o processo de execução.
A constituição de um conceito não é fácil, é necessário trabalho árduo para desenvolver algo que integre apropriadamente detalhes da obra que nunca foram postas juntas. Um dos maiores empecilhos é a dificuldade de expressar no papel toda uma ideologia, assim como a inexperiência do arquiteto, no caso, os iniciantes, que ainda não sabem discernir entre uma boa e uma péssima idéia. O entendimento da obra e o bom senso são bons conselheiros, que podem ajudar a resolver esses problemas.
Para desenvolvimento e formação do conceito em si, Tim McGinty afirma que há cinco formas em que esse pode ser definido:
Analogia, em que o arquiteto se inspira em outras obras já existentes, seja pelo seu aspecto físico ou pela apropriação de uma solução de algum problema semelhante; 
Metáfora, em que o foco da inspiração é algo mais abstrato, não edificações concretas. Um exemplo muito claro seria o TFG de Marla, recém-formada em Arquitetura na UFBA, que utilizou o umbuzeiro como conceito metafórico para a edificação de um Centro Social Urbano. As características de armazenamento de água, resistência ao sol e ao clima seco, além da adaptação às altas temperaturas do sertão nordestino são características tanto da árvore, como do CSU; 
Essências, que busca as visões aprofundadas e internas do projeto, sempre indo de encontro às suas origens; 
Conceitos programáticos, que consiste na resolução dos problemas principais do projeto, sendo que este continue com um enfoque programático inspirado; 
5) Ideais, que consiste na criação de conceito próprio, sem se basear em nada concreto ou ter um ponto de referência. Esta é a forma conceitual mais arriscada, pois “se os arquitetos trouxerem o conceito certo para o projeto, são elogiados como gênios. Se sua escolha for inadequada [...] sua competência básica é posta em dúvida” justifica McGinty.
Conclui-se que o conceito revela-se na arquitetura como um dos principais aspectos para o princípio de qualquer projeto, pois este fornece o alicerce fundamental à obra, além de facilitar a sua interpretação para clientes e leigos. Este também auxilia no estudo do espaço e contribui para a solução de diversos problemas no decorrer da construção. Logo, o arquiteto deve ir em busca de conceitos adequados para que sua aplicação melhor contribua para o exercício de uma boa arquitetura.
***
Exemplos arquitetônicos do uso do conceito:
http://enricows.wordpress.com/category/arquitetura/
A Casa da Cascata (1936) do arquiteto Frank Lloyd Wright, uma das suas maiores obras-primas. O arquiteto utiliza-se do conceito de integração com o meio em que a casa foi inserida.
http://zakumialves.wordpress.com/estadios/
O estádio de futebol Soccer City, localizado no sudoeste de Johanesburgo, África do Sul, foi reformado pelo escritório Boogertman Urban Edge. Teve seu desenho inspirado no calabash, o tradicional vaso artesanal africano.
http://arquibrasil.wordpress.com/
O conceito de leveza é claramente visto nas obras do arquiteto Oscar Niemeyer, que usa de forma maestral curvas e balanços, como vemos no Museu de Arte Contemporânea de Niterói - RJ.

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