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Unidade 1 - TÓPICO 2 O estudo no século XXI

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TÓPICO 2 – O ESTUDO NO SÉCULO XXI
Vamos voltar um pouco no tempo. Alguns pesquisadores afirmam que as Epístolas do Novo Testamento foram as primeiras formas de EaD de que se tem notícia, uma vez que possuíam um caráter didático e eram destinadas a comunidades inteiras que se encontravam distantes do seu autor.
Outro ponto histórico significativo para a EaD foi a criação dos livros, que teve início com a invenção da prensa de tipos móveis, por Gutenberg em 1453.
Vejamos a evolução da EaD. (Clique nas áreas em destaque.):
A EaD, como conhecemos na modernidade, começa a ter um significado maior para a população quando se estabelecem as vias de comunicação por correspondência iniciadas no final do século XVIII e com amplo desenvolvimento a partir de meados do século XIX. 
No Brasil, as primeiras manifestações de EaD ocorreram por meio dos Correios, que enviavam materiais impressos e kits de experimentação aos alunos. A modalidade ficou conhecida como “ensino por correspondência” ou “ensino domiciliar”.
Outro meio importante para a realização da EaD no Brasil foi o rádio, que desde a década de 1920 vinculou projetos de educação. Na proposta de educação por intermédio do rádio os alunos recebiam o material impresso, ouviam as aulas por meio do rádio e, quando necessário, interagiam por meio de correspondências. A ênfase era dada para a educação profissional e a alfabetização de jovens e adultos.
As novas iniciativas de educação ocorridas entre 1940 e 1960 tinham como objetivo principal a comercialização de novas formas de aprendizagem. Vendiam-se cursos para o público em geral e apelavam para a profissionalização rápida e para a empregabilidade após o término do curso. Diante da aceitação dessas práticas por parte da população, a Igreja Católica também apostou na criação de Escolas Radiofônicas que passaram a atuar em vários estados brasileiros. A programação da Igreja enfatizava a educação popular rural.
Posteriormente, surgiram os programas educativos cujo propósito voltava-se para a educação do público infantil. Era a chegada do televisor, que modificaria o modo como se fazia educação a distância até então.
O final da década de 1960 foi marcado por mobilizações que buscavam trazer a educação para a TV.
Vale destacar que no início do século passado surgiram no Brasil dois importantes institutos que trabalhavam com a educação por correspondência: o Instituto Monitor (1938) e o Instituto Universal Brasileiro (1941). As práticas pedagógicas desses institutos ficaram caracterizadas como tecnicistas, pois a produção de materiais didáticos era organizada por autores ou equipes compostas por diferentes profissionais os quais não eram os professores que dariam suporte aos alunos.
A correção das tarefas era realizada por profissionais contratados que recebiam o nome de leitores e trabalhavam na correção das atividades de uma determinada apostila, de um determinado curso.
A TV Cultura começou a operar em São Paulo no ano de 1969, por meio da Fundação Padre Anchieta. Entretanto, foi somente na década seguinte que o cotidiano dos brasileiros mudou.
Foi criado neste período o Horário Nacional Educativo e o Projeto Minerva. O Projeto Minerva era transmitido por cerca de 1.200 emissoras de rádio e 63 emissoras de televisão e visava a preparar os alunos para os exames supletivos de capacitação Ginasial e Madureza. Em pouco mais de um ano o projeto atendeu aproximadamente 17.200 alunos.
Outra fundação que participou da educação brasileira e que merece destaque é a Fundação Roberto Marinho, que idealizou um projeto de grande importância para a educação brasileira e que ficou conhecido como Telecurso, lançado em 1978. Na década de 1980, o Telecurso passa a ter duas versões: a do antigo 1º Grau e a do 2º grau, conhecido como Novo Telecurso 2º Grau.
A partir dos anos 90...
A partir da segunda metade da década de 1990 até o ano de 2003, o ponto de partida para a evolução da EaD no cenário nacional passa a ser as Instituições de Ensino Superior.
As universidades passaram a fazer uso de programas educacionais para microcomputadores, vídeos e fitas K-7, geralmente em forma de autoaprendizagem. Os softwares educacionais, naquela época, apresentavam o que pedagogicamente costumou-se chamar de instrução programada.
Na década de 90 as escolas passaram a ter uma certa autonomia para gerirem os recursos e a infraestrutura, como a instalação de antenas parabólicas, aparelhos de TV e computadores.
Foi neste período também que houve o lançamento do programa Salto para o Futuro, que tinha por objetivo a atualização de docentes das séries iniciais do 1º Grau. Ele consistia em programas de televisão, com núcleos de recepção organizados em escolas e universidades.
Mas foi no ano de 1995 que o Ministério da Educação (MEC) criou a Secretaria de Educação a Distância e também o Programa TV Escola. Precisamos deixar claro que, na década de 1990, as iniciativas das instituições de ensino refletiam as práticas e estudos iniciais sobre a utilização da rede nos processos de ensino e de aprendizagem presencial e a distância. Esses projetos caracterizavam-se pela produção de sites na Internet e de situações de aprendizagem, enfatizando a publicação de conteúdos interativos, via correio eletrônico, o que tornava possível a publicação de conteúdos pela Internet.
Algo Mais
Em 1997, registraram-se as primeiras tentativas do desenvolvimento de sistemas educacionais para a educação a distância, os ambientes virtuais de aprendizagem e que, neste mesmo período, o Ministério da Educação (MEC) criou o Programa Nacional de Informática na educação, que ficou conhecido como PROINFO.
O objetivo inicial do PROINFO era a distribuição de computadores para as escolas públicas brasileiras.
Chegando ao século XXI
No início do século XXI surgem no cenário da Educação brasileira consórcios de universidades e redes como a UNIREDE. A institucionalização da EaD nas instituições de ensino superior brasileiras obteve um grande impulso a partir do ano de 2001, com a assinatura da Portaria nº 2.253 (18 de outubro de 2001) que facultava às instituições de ensino superior o oferecimento de até 20% da carga horária dos cursos de graduação reconhecidos por meio da utilização de métodos não presenciais.
Os computadores foram, com o tempo, incorporados pelos professores e pelas instituições de ensino de diferentes maneiras, e essa incorporação originou novas propostas, segundo novas abordagens de uso. Mas não podemos deixar de citar que foi a partir dessas primeiras experiências de ensino pelo computador que se desenvolveu a elaboração de outras abordagens, em que o computador passou a ser usado como ferramenta no auxílio de resolução de problemas, na produção de textos, manipulação de banco de dados e controle de processos em tempo real.
IMPORTANTE
Precisamos ter muito cuidado para não afirmar erroneamente que a EaD com uso de computadores é uma prática futurista do século XXI. Na verdade, os computadores passaram a ser introduzidos tímida, mas gradualmente, nas escolas e nas universidades já na década de 1960.
A Revolução Digital
A segunda metade da década de 1990 foi marcada pelo início da disseminação da chamada revolução digital, fruto do desenvolvimento tecnológico que teve suas origens marcadas pelas pesquisas e pelo desenvolvimento, proporcionados, ora pelo cenário corporativo ora pelo cenário militar e ainda pelo cenário científico e educacional.
Vamos ver alguns fatores importantes que favoreceram o desenvolvimento da EaD com o surgimento da rede mundial de computadores.
- Educadores do mundo inteiro passaram a discutir e a pesquisar as novas possibilidades que a Internet e as mídias digitais podiam exercer na educação e, como consequência, a educação a distância passou a ser considerada como modalidade educacional viável.
- Com o surgimento da rede mundial de computadores, a educação a distância teve um grande impulso, multiplicando-se os projetos nos diversos segmentos educacionais relacionados à utilização
da Internetem atividades de ensino e aprendizagem presenciais e a distância.
- A utilização das tecnologias da informação e comunicação passou a fazer parte do cotidiano de várias instituições de ensino.
Na Prática
Foram muitas as novidades que essas novas tecnologias trouxeram para a educação e que fizeram e estão fazendo com que se reflita e se repense a reconstrução de conceitos fundamentais, uma vez que os novos ambientes virtuais, viabilizados pela rede mundial de computadores, reúnem professores e alunos no ciberespaço e possuem características não encontradas anteriormente.
E o que significa estudar no século XXI?
Podemos dizer que estudar no século XXI significa, necessariamente, estar consciente de como a tecnologia pode colaborar com o desenvolvimento com foco na educação a distância.
Os Processos de Ensino e Aprendizagem
Um dos aspectos importantes da EaD está nos processos de ensino, que envolve o papel do professor e o processo de aprendizagem que envolve o papel do estudante que sofre alterações significativas, uma vez que o professor deixa de ser o dono do conhecimento para ser o mediador do processo de ensino e aprendizagem e o aluno sai da posição de agente passivo para o papel de protagonista da ação 
de aprender.
A EaD é capaz de atender a necessidade que existe de educação ao longo da vida, ou seja, educação continuada, de uma forma integrada ao local de trabalho e às expectativas e necessidades dos indivíduos. 
A EaD possibilita ainda a realização de cursos em diversas partes do mundo.
Os Processos de Ensino e Aprendizagem
A educação ao longo da vida é importante na medida em que há uma necessidade de reformular a formação inicial das pessoas, de desenvolver ações integradas de formação contínua e de transformar os locais de trabalho em organizações de aprendizagem.
IMPORTANTE
Estudar no Século XXI é um tema muito relacionado às competências e habilidades que os estudantes devem desenvolver para o mercado de trabalho. Para compreender melhor este assunto, leia o texto “6 habilidades necessárias para estudantes do século 21”. Disponível em: <noticias.universia.com.br/vida-universitaria/noticia/2012/08/20/959934/6-habilidadesnecessarias- estudantes-do-seculo-21.html>.
Vantagens da Educação a Distância
Podemos enumerar, ainda, os seguintes benefícios da modalidade:
1. valoriza a experiência individual;
2. incentiva a observação, a crítica e o pluralismo de ideias;
3. respeita diferentes ritmos dos alunos;
4. desenvolve independência e iniciativa;
5. organiza o saber racionalmente;
6. independe da ação presencial e permanente do professor;
7. adequa estratégias à realidade geográfica, cultural e social;
8. apresenta um ensino de qualidade sem limite de tempo, espaço, idade e ocupação;
9. é um meio de atualização permanente; reduz custos da educação;
10. atende a um número maior de pessoas;
11. integra recursos educativos – multimídia/tecnologias de comunicação e facilita a comunicação professor-aluno/interatividade.
Além disso, podemos citar a transmissão rápida de informações a qualquer momento e para toda a parte; genuínas possibilidades para aaprendizagem autônoma, maior interatividade; mais orientação aos alunos; maior individualização; e maior eficácia da aprendizagem.
Algo Mais
O sucesso da educação a distância é um dos temas constantes no telejornalismo brasileiro. Assista uma reportagem. GLOBO, Bom Dia Brasil (2011). 
Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=2KjqpF2PFgk>. Acesso em: 17 de fevereiro de 2014.
Futuro da EaD
Por fim, a EaD, no Brasil, pode ter um futuro promissor, e tende a ser um processo irreversível. Além disso, por maiores que sejam as resistências e os interesses contrários, eles não serão suficientes para invalidar todas as vantagens que a EaD tem para oferecer. Principalmente em um país como o Brasil que possui dimensões continentais, com população de aproximadamente 200 milhões de habitantes, distribuída em mais de 5500 municípios.
O Censo EAD.Br traz anualmente dados atualizados sobre educação a distância no Brasil, Esses dados são construídos a partir de pesquisas realizadas com instituições de ensino e alunos de educação a distância. Veja um pouco mais sobre o tema em: <www.abed.org.br/site/pt/midiateca/censo_ead/>.
E no site do Ministério da Educação; Educação Superior a Distância – Referenciais de Qualidade. Disponível em: 
<portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&id=13105&Itemid=879>

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