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Trabalho Econometria Mestrado UEM

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12
Estimação de uma curva de oferta para o suco de laranja brasileiro entre os anos de 2001 e 2013 – Um exercício econométrico.
Jacques Henrique Dias
INTRODUÇÃO
	O Brasil é, devido à diversas condições naturais favoráveis e vantagens comparativas, o maior exportador mundial de suco de laranja concentrado sendo responsável por 85% de todas as exportações mundiais somente nos EUA, um dos maiores mercados, aproximadamente metade do consumo interno é proveniente das lavouras brasileiras, o que corresponde a 13% das exportações brasileiras. Interessante notar que de todo o suco produzido dentro do país, menos de 4% é consumido internamente. Em 2013 o país embarcou pouco mais de um milhão de tonelada do produto, segundo dados da CitrusBR, após a crise mundial de 2008 com o surgimento de novas bebidas e a conseqüente redução do consumo por parte dos Estados Unidos, a indústria pretende aumentar a oferta interna do produto.
	Ainda, devido à fatores ligados à crise do mercado internacional, em outubro de 2009 foi registrada uma queda de 22,87% , em divisas, da exportação de suco de laranja no Brasil em relação ao mesmo período do ano anterior. Parte desta constatação é observada pela queda de 18,06% do volume exportado em relação à 2008 e também da queda do preço entre estes dois períodos que foi de 30,68 %, sendo que entre 2000 e 2013 a redução do consumo norte americano foi de 37%.
	Por ser de tal relevância para o Brasil o mercado internacional de suco de laranja, procurou-se neste trabalho analisar tal indústria a partir da estimação de uma curva de oferta para o suco de laranja nacional, aonde a variável produção em toneladas vem a ser a variável dependente, preço em dólares da tonelada métrica cotado internacionalmente, crescimento econômico como proxy para tamanho de mercado interno e cambio comercial são as variáveis explicativas, os dados são anuais por razões que serão explicadas ao longo do trabalho, e abrangem o período que vai de 2001 a 2013. Espera-se com tal estudo confirmar o que foi dito acima de que a produção interna é diretamente influenciada pelo consumo externo, ou seja, a irrelevância da variável mercado interno, além disso, que o fator mais importante para a oferta do suco de laranja enquanto commoditie seriam câmbio, que mede o retorno esperado pelo produtor e a cotação da tonelada métrica nos mercados internacionais, sendo o consumo doméstico uma variável não significativa. Isso posto, é estimada a curva de oferta de suco de laranja tendo as variáveis acima como principais fatores responsáveis pela oferta, tanto para o mercado interno, menor e menos expressivo quanto para o mercado externo, maior destino da produção nacional do suco. 
	Muito se tem discutido a respeito da liberalização do comércio internacional ou ao menos da diminuição das barreiras protecionistas mundo afora, especialmente em um momento onde a rodada de Doha chegou a um fim sem nenhum acordo ou ganho expressivo para Brasil. Num momento que Estados Unidos e União Européia sinalizam um possível acordo de comércio no longo prazo, as expectativas para as exportações brasileiras, ao menos pelos próximos anos, no que diz respeito a ganhos com novos mercados parecem ser as menos otimistas possíveis, a estimação de uma curva de oferta, bem como suas elasticidades, pode servir como ferramenta de análise para possíveis mudanças nas regras para exportação para esses países decorrentes de acordos nos quais o Brasil permaneça como terceiro, na posição de tomador de preço dado o fato de que principal concorrente do Brasil nesse mercado também é um de seus principais importadores, os EUA.
	O presente trabalho está divido em 6 seções. Na primeira seção é feito um breve histórico do desenvolvimento da indústria de suco de laranja no país desde seu início mais significativo nos anos 1960. Na segunda seção é delineado o problema de pesquisa no qual irá se inserir a análise econométrica dos dados. Na terceira seção é realizada uma breve revisão teórica. Os objetivos do trabalho que pretendem-se confirmar seguem na seção 4. A seção 5 aborda a metodologia utilizada e a análise descritiva dos dados. Os resultados encontrados seguem na seção 6 com a curva de oferta estimada para o suco de laranja entre os anos de 2001 e 2013 de acordo com as variáveis selecionadas, feito isso, são realizados os testes estatísticos. O trabalho encerra-se com as conclusões acerca do tema.
1. DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA DE SUCO DE LARANJA NO BRASIL
	Curiosamente, a primeira fábrica de suco concentrado de laranja surgiu durante a II Guerra Mundial e foi montada pelo governo do Estado de São Paulo, porém fracassou por falta de mercado consumidor. Ao final da segunda Guerra houve aumento das exportações de laranja e isso animou muito os produtores, contudo a produção ainda excedia a demanda e isso foi o estímulo necessário para a abertura da primeira fábrica de suco concentrado de laranja com vistas à exportação, a Companha Mineira de Bebidas, que surgiu em 1959 e em 1961 a Citrosuco Paulista enviava para os EUA as primeiras 1.000 toneladas de suco concentrado.
	Em 1962 o mercado exportador brasileiro de suco laranja recebeu um grande impulso devido à geada que atingiu os pomares da Flórida, quando pelo menos 13 milhões de árvores da fruta foram destruídas. Com a carência dos EUA de frutas para abastecer seu mercado interno e também a Europa, o Brasil correu para preencher este espaço e a partir daí assumir e dominar o comércio de suco com essas regiões, o que perdura até os dias atuais.
	Até meados dos anos 70 a indústria sulco-citricultora no Brasil cresceu ocupando as brechas acima citadas no mercado internacional e até este período esta indústria se fortaleceu, estruturou e amadureceu. Entretanto, já nos anos 80, o Brasil supera em tecnologia todos os outros países na produção de suco de laranja e por isso assume a posição de maior produtor desta commoditie já não por oportunidade oriunda de alguma catástrofe acontecida no exterior, como nos anos 60, mas por sua grande capacidade de produção com padrões de qualidade e diferencial de preço, além das vantagens comparativas que auferem ao produto grande diferencial competitivo no exterior.
	Atualmente a produção de laranjas no Brasil está concentrada no estado de São Paulo e onde estão 10.100 citricultores com 170,6 milhões de plantas em produção em uma área de 464,4 mil hectares segundo dados de 2013. Cerca de 200 mil pessoas são empregadas por essa indústria e anualmente são geradas divisas em média de US$ 1,3 bilhão ao ano.
2. PROBLEMA DE PESQUISA
		Quais são as variáveis que afetam a oferta nacional do suco de laranja entre 2001 e 2013? Como a oferta responde de acordo com as variações na cotação internacional dessa commoditie? A taxa de câmbio pode influenciar as exportações e os ganhos dos produtores brasileiros, fazendo com que estes aumentem ou diminuam a oferta nos mercados? E se sim, em qual proporção? Existe alguma relação entre o mercado interno e a oferta de suco de laranja? 	Vários trabalhos referentes ao tema comércio internacional e possíveis acordos comerciais que beneficiariam o mercado de suco de laranja como Carvalho (1998), Maciente (2000), Arbache e Silva (2003), Harrison et alii (2002) datam todos do início da década, e de lá para cá muitos preços, principalmente de commodities, e depois com a crise financeira de 2008, tiveram altas e baixas o que leva a uma desatualização bibliográfica sobre o tema, com exceção de estudos mais recentes que estão disponíveis na CitrusBR, entidade do setor. O quanto variou a produção de suco de laranja ao longo de período analisado e qual foi preço dessa commoditie e a relação entre as variáveis preço, cambio e quantidade são o principal problema de pesquisa a ser analisado, feito isso, será possível ter uma idéia da pouca importância do mercado interno para a indústria do suco de laranja e quais são as elasticidades das variáveis abordadas econometricamente em relação as variáveis relevantes para a variação percentualda quantidade produzida.
3. REVISÃO TEÓRICA
	São poucos os trabalhos que tratam da oferta de laranja ou derivados, sendo os mais expressivos, alguns estudos do Ipea e estudos da CitrusBR, entidade do setor, o que não reflete a importância do setor, majoritariamente exportador e gerador de divisas para o país. Em um texto de discussão do ipea BARROS et al, 2002, estimam curvas de oferta de exportação para diversos produtos do setor agrícola do país com base nas variáveis câmbio, preço externo e mercado interno, variáveis as mesmas apresentadas no presente trabalho, os resultados encontrados são bem parecidos com exceção da variável mercado interno. Tal diferença se deve principalmente a dois fatores: 1. O fato de que a curva de oferta da qual se trata o presente trabalho se trata da oferta total e não somente de exportação e 2. Em se tratando de um produto cuja a maior parte é exportada, é de se esperar que variações no mercado interno não exerçam grandes efeitos na variável dependente variação percentual da quantidade ofertada. 
	Em um trabalho de previsão para as principais commodities brasileiras, CASTRO e ROSSI, 2000; encontraram uma relação significativa, embora pequena, para o preço do suco de laranja e a taxa de câmbio real efetiva defasada através de modelos VAR, os autores apontam para variações positivas no preço do suco de laranja como conseqüência de desvalorizações no dólar, em seu trabalho, os autores destacam ainda a ausência de diferenças entre modelos VAR e modelos restritos no que diz respeito a capacidade de previsão do valor exportado para o suco de laranja.
	Assim como no texto de BARROS et al, 2002, o presente trabalho irá se utilizar da metodologia dos mínimos quadrados ordinários (MQO) como forma de estimar uma equação de oferta para o suco de laranja com base nas mesmas variáveis analisadas pelos autores, mas com o intuito de trabalhar com os dados mais recentes disponíveis referentes a exportação. Por uma questão de entendimento econômico das variáveis, a oferta será também apresentada em termos da variação percentual frente as variáveis explicativas.
4. OBJETIVOS
Objetivos:
	Objetivo Geral
Estudar o cenário da indústria de suco de laranja no Brasil a partir de uma análise econométrica entre os anos de 2001 e 2013, focando especialmente na relevância da cotação internacional do preço da tonelada métrica para a oferta do produto, bem como da taxa de câmbio como fatores relevantes para a indústria analisada, além das variações no mercado interno, medidas pela taxa de crescimento do produto interno da economia.
Objetivos específicos
Traçar um histórico da produção de suco de laranja para exportação no Brasil desde o início desta indústria.
Experienciar as dificuldades metodológicas que se encontra quando se lida com a composição e escolha de modelos econométricos, adquirir conhecimento sobre o software Stata 12, no que diz respeito a séries temporais, elaboração de testes estatísticos, principais comandos, análises descritivas, tomadas de decisão em relação a significância estatísticas das variáveis, correção de possíveis erros, quando da elaboração de modelos, construção de rotinas, entre outros.
Desenvolver uma análise econométrica das variáveis abordadas, estimando as elasticidades para cada uma delas, e fazer a análise dos resultados encontrados.
Averiguar a validade ou não do modelo encontrado.
5.	MÉTODO E DESCRIÇÃO DOS DADOS
	O método utilizado será o de mínimos quadrados ordinários (MQO) por se tratar de um exercício simples de série temporal e também devido ao tamanho da amostra. O período escolhido vai de 2001 a 2013 segundo as informações mais atualizadas apresentadas ao longo do trabalho, além da variável quantidade produzida que tem como último ano disponível o final do período analisado. A amostra se constitui então de 13 observações tomadas ano a ano para a produção doméstica total brasileira de suco de laranja. A base de dados utilizada para a quantidade produzida foi gerada a partir dos dados do IBGE/PAM que são coletadas anualmente, as informações disponíveis para os anos anteriores a 2001 apresentam grande discrepância em relação a amostra selecionada, mostrando segundo os dados disponíveis na base de dados do IBGE que a produção de laranjas teria diminuído entre esses dois anos aproximadamente 80% tendo se mantido estável desde então. Tal discrepância, fez com que fosse impossível analisar dentro da mesma amostra dois períodos tão desproporcionais em termos de dados, comprometendo a análise estatística. 
	Os dados referentes a taxa de câmbio ao longo do período foram retirados do Banco Central e representam a média anual do câmbio comercial. As dificuldades em se analisar uma variável como o câmbio, de alta volatilidade e imersa em incertezas poderia levar a pensar o quanto tal variável pode explicar mudanças na quantidade ofertada, a variável dependente do modelo, uma vez que as duas variáveis são influenciadas por expectativas distintas no que diz respeito ao horizonte temporal quando da tomada de decisão por parte dos produtores de laranja, embora seja assumida essa dificuldade, os dados parecem se ajustar bem ao modelo proposto, além de que variáveis como câmbio futuro, não poderiam causar grandes alterações no modelo proposto, uma vez que se trate de uma amostra pequena com apenas 13 observações. Por esta razão e pelos testes estatísticos significativos optou-se por manter a variável mesmo reconhecendo suas limitações. 
	Os dados referentes à cotação internacional da commoditie foram retirados do Fundo Monetário Internacional na base de dados do International Financial Statistics (IFS), que dispõe do histórico de preço das mais variadas commodities. Novamente, os dados são médias anuais dos valores cotados nos mercados internacionais que servem como orientação para produtores quanto a expectativas de ganhos, importantes para a tomada de decisão de se ofertar maior ou menor quantidade no mercado, conforme ficará constatado a partir da análise econométrica dos dados.
	Como proxy para se estimar mudanças no tamanho do mercado interno, optou-se pela variação real do produto interno bruto (PIB) medida também pelo IBGE. Os dados são anuais, e estão disponíveis no Ipeadata. Inicialmente, pode-se pensar que um aumento no tamanho do mercado, ou seja, um aumento da renda na economia poderia levar a uma maior produção e conseqüentemente oferta do produto aqui analisado, no entanto, de acordo com os resultados apresentados pode-se constatar que a indústria do suco de Laranja pouco ou minimamente responde a mudanças na variável PIB, mostrando que variações no mercado interno são irrelevantes para a oferta do produto. Tal conclusão a qual chegará o presente trabalho pode-se basear, entre outros fatos, nos dados apresentados na introdução, que dizem que apenas 4% da produção de suco de laranja é consumida internamente, sendo Estados Unidos e União Européia os principais destinos de exportação.
	A ausência de dados mensais para a produção de suco de laranja limitou bastante o tamanho da amostra, e como conseqüência a significância estatística dos resultados econométricos, no entanto, não se pode refutar a relevância e tamanho do ajuste da equação apresentada a seguir, além disso, testes estatísticos para se verificar a presença de eventuais problemas, como autocorrelação dos resíduos serão apresentados, abaixo, na tabela 1, seguem uma análise descritiva dos dados:
Fonte: Elaborada pelo autor utilizando o software Stata (SE) 12.
6. RESULTADOS
	A equação a ser estimada contém três variáveis explicativas, sendo elas, câmbio, taxa de crescimento do PIB real, e preço em dólares cotados internacionalmente:
Ln(Quantidade Ofertadat)= β1ln(US$Preçot)+ β2Var%PIBt+ β3ln(Cambiot)+ ut
	
Fonte: Elaborada pelo autor utilizando o software Stata (SE) 12.
	Acima segue a análise de correlação das variáveis, pode-se verificar que a variável crescimento real do PIB (crscto) tem algum grau de correlação com as demais, muito emborasua significância estatística seja pequena, conforme resultados da regressão abaixo:
Fonte: Elaborada pelo autor utilizando o software Stata (SE) 12.
	Como a equação estimada se trata de um modelo logarítmico, os coeficientes estimados representam as elasticidades das variáveis explicativas em relação à variável dependente. Provavelmente a informação mais relevante no modelo diz respeito ao grau de ajuste do mesmo, tanto R quadrado quanto R quadrado ajustado apresentam valores extremamente altos, 0,9997 e 0,9996 respectivamente, o que provavelmente é causado pelo tamanho diminuto da amostra. A variável lnpreco que representa o logaritmo do preço tem um coeficiente estimado de 2.333945, indicando que uma unidade de aumento no preço leva a uma maior variação da quantidade ofertada em 2,33% em média. A variável lnex que representa a taxa de câmbio tem coeficiente de 1.483168, o que nos indica que durante o período, uma unidade de aumento na taxa de câmbio esteve associada a 1.48% a mais na variação da quantidade ofertada. A variável crscto foi a única no modelo que não apresentou significância estatística, nos levando a crer, a princípio, que ela seja irrelevante para explicar a variável dependente quantidade ofertada dentro da metodologia proposta.
	Abaixo segue análise gráfica do ruído em relação ao tempo. Pode-se observar que uma análise mais precisa sobre a série fica comprometida devido ao tamanho da amostra, não podemos constatar nenhum comportamento claro somente pela análise gráfica do ruído se este segue ou não um passeio aleatório ou se representa um ruído branco.
Gráfico 1: Comportamento do Ruído
Fonte: Elaborada pelo autor utilizando o software Stata (SE) 12.
TESTES 
	Conforme análise gráfica pouco esclarecedora em relação ao comportamento da série foram realizados alguns testes estatísticos. Os testes estão relacionados a maioria dos problemas com os pressupostos do modelo de MQO observados em séries temporais, são eles os testes de Durbin-Watson e e Breusch-Godfrey. A estatística DW se mostrou inconclusiva a hipótese de não-autocorrelação dos resíduos, enquanto o teste BG se resultou favorável a hipótese de autocorrelação dos resíduos, mas vale lembrar que para tal teste com K graus de liberdade, nR2~χ2 é assintoticamente definido, o que faz difícil a significância do teste em uma amostra pequena. A maioria dos testes possuem propriedades assintóticas o que inevitavelmente torna impraticável a aceitação ou não aceitação de hipóteses com base nos resultados de amostras pequenas.
Tabela 3: Resumo dos testes
Fonte: Elaborada pelo autor utilizando o software Stata (SE) 12.
CONCLUSÃO
	O esquecimento em que parece estar repousando o assunto das barreiras comerciais é preocupante, tanto no que diz respeito aos bloqueios ao livre comércio quanto à busca por novos mercados e acesso das exportações nacionais a esses mercados. Dada a relevância do tema há a necessidade de retomar essa questão; de se fazer uma análise atual e positiva sobre os impactos nas cadeias produtivas de diversas commodities brasileiras responsáveis pela geração de divisas para o país e com um grande papel na criação de empregos conforme mencionado no início deste trabalho. A indústria sulco-citricultora emprega mais de 200 mil pessoas de forma direta e barreiras impostas pelo atual governo, no que diz respeito a altos tributos, impedem um maior consumo interno da produção nacional. Mesmo que a quantidade ofertada dependa em grande parte das variáveis externas, como a cotação internacional, o tamanho da produção nacional é bastante expressivo, o que pode ser entendido como oportunidade para que políticas voltadas a valorização do setor gerem impactos positivos significativos e importantes em termos de renda e empregos formais, uma vez que o setor parece caminhar de forma independente do resto da economia, conforme visto pela equação de oferta. Por de trás da significância estatística da variável câmbio também podem estar presentes políticas cambiais que, de certa forma, também ajudariam o setor, no entanto, sem uma análise mais profunda dos dados que poderia ser obtida com um maior número de informações disponíveis, por exemplo, não se pode quantificar o tamanho dos ganhos relativos a cada variável explicativa dentro do modelo sem incorrer em problemas teóricos e estatísticos de significância.
REFERÊNCIAS
BARROS, Geraldo Santana de Camargo; BACCHI, Mirian Rumenos Piedade; BURNQUIST, Heloisa Lee. Estimação de equações de ofertas de exportação de produtos agropecuários para o Brasil (1992/2000). 2002.
CARVALHO, A., LERDA, S., PARENTE, A., MIYATA, A. Impactos da integração
comercial: Brasil x Estados Unidos. Revista de Economia do Nordeste, jul. 1998.
CASTRO, Alexandre Samy de; ROSSI JÚNIOR, José Luiz. Modelos de previsão para a exportação das principais commodities brasileiras. 2000.
HARRISON, G. W. et alii. Políticas comerciais regionais, multilaterais e unilaterais do Mercosul para o crescimento econômico e redução da pobreza no Brasil. Rio de Janeiro: IPEA, maio 2002 (Seminários DIMAC, 102).
http://www.bcb.gov.br/pt-br/paginas/default.aspx
http://www.citrusbr.com acessado em 25/01/2015
http://www.ibge.gov.br acessado em 25/01/2015
http://www.ipeadata.gov.br acessado em 25/01/2015
imf.org/external/np/res/commod/index.aspx acessado em 25/01/2015
MACIENTE, A. N. A formação da Alca e de um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Européia: uma análise comparada. São Paulo: Instituto de Pesquisas Econômicas, Universidade de São Paulo, abril de 2000, (Dissertação de mestrado).
NEGRI, J. A de, ARBACHE, J. S., SILVA, M. L. F. A formação da Alca e seu impacto no potencial exportador brasileiro para os mercados dos Estados Unidos e do Canadá. Brasília: IPEA, out. 2003 (Texto para Discussão, 991).

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