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PORTFÓLIO CLIMATOLOGIA

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Centro Universitário
Internacional Uninter
PORTFÓLIO
UTA – BIOGEOGRAFIA, CLIMATOLOGIA E HIDROGEOGRAFIA.
MODULO C – FASE I
RIO DE JANEIRO
2016
I – INTRODUÇÃO
Nos últimos duzentos anos o mundo vem cada vez mais vivendo das conquistas que as revoluções industriais trouxeram para grande parte das pessoas. De épocas em que luz elétrica não passava de sonho e grande parte das roupas utilizadas eram trapos de difícil confecção, onde transporte era um luxo para quem tinha cavalos e os alimentos não eram suficientes para todos, nesses dois séculos vivemos grandes descobertas e desenvolvimentos que trouxeram a riqueza e a fartura.
Grandes fábricas surgiram e passaram a confeccionar de tudo, desde máquinas a utensílios de casas. Automóveis, trens e aviões tornaram distâncias problemas cada vez menos importantes. A energia elétrica é apenas o ponto de partida para a revolução da cibernética, que tornou o planeta uma grande aldeia.
Mas isso teve um preço.
Essas grandes fábricas despejam imensos volumes de fumaça na atmosfera. Automóveis poluem todos os dias pela combustão de seus motores. Para se obter a matéria-prima de roupas ou qualquer bem não durável, é preciso, muitas vezes, derrubar matas, represar rios e matar animais. Para se obter energia elétrica é preciso consumir carvão, construir as hidrelétricas e termelétricas e criar a energia nuclear.
Qual é a conseqüência disso tudo para o nosso planeta?
Esse trabalho tem por finalidades: explorar os conceitos de clima urbano e mudanças climáticas, realizar uma entrevista com uma testemunha das mudanças climáticas no mundo e confeccionar um crônica com esses dados.
II – DESENVOLVIMENTO
CONCEITOS E LIGAÇÕES
A atmosfera terrestre é uma camada composta de gases e presa ao planeta terra pela força de gravidade, sem ela não existiria vida como conhecemos hoje. Além de proteger a superfície da Terra e os seres vivos, a atmosfera funciona como transportadora de água para dos oceanos para os continentes, o que a torna fundamental para o funcionamento do ciclo hidrológico.
As quatro camadas que compõe a atmosfera são: troposfera, estratosfera, mesosfera e termosfera. Sendo a mais próxima da Terra a troposfera. A camada de ozônio está concentrada nas duas primeiras camadas da atmosfera e é vital para a vida no planeta.
O Clima é o estudo médio do tempo em certa localidade. Ele também estuda a atmosfera para compreender os eventos que poderão trazer mudanças climáticas.
Os elementos climáticos envolvidos no estudo do tempo são: a radiação solar; a Temperatura e a pressão atmosférica. Os fatores climáticos considerados naturais e que influenciam no clima são: latitude, altitude, maritimidade, continentalidade, correntes marítimas, vegetação e relevo.
Mas existem os fatores climáticos artificiais e que vem promovendo uma grande alteração no clima, nos referimos à urbanização e ao aquecimento global. A urbanização é conseqüência do avanço do capitalismo que leva à construção de fabricas, de fabricação de automóveis, de mudanças de estilos de vida onde o consumo é voraz. As cidades tornam-se cada vez mais um complexo de concreto e asfalto tendo como resultado as chamadas “ilhas de calor”. Essas mesmas fábricas e automóveis jogam toneladas de monóxido de carbono na atmosfera a cada minuto, destruindo a camada de ozônio, alterando o ciclo hidrológico e aquecendo o planeta, pois o monóxido de carbono permanece na atmosfera.
Somente os fatores climáticos naturais já tornariam o clima indefinido e indomável em várias partes do Mundo, mas com os fatores artificiais, a situação se torna ainda mais assustadora e preocupante, pois não é possível compreender o que pode acontecer se o homem interferir tanto no clima.
Em nosso trabalho entrevistamos, por telefone, a Senhora Ivone Tavares Costa, de 73 anos, moradora da Cidade do Recife, capital do Estado de Pernambuco, uma das maiores cidade do Nordeste.
Recife possui um histórico de urbanização iniciado há pelo menos três séculos, desde a ocupação holandesa e o ciclo da cana de açúcar. Nessa cidade há uma grande influência da maritimidade e do relevo, pois além de estar a beira do oceano atlântico, é cortada por dois grandes rios, o Capibaribe e o Beberibe, e dezenas de outros afluentes.
O relevo de planície do Recife está abaixo do nível do mar em vários pontos da cidade, o que provoca diversos danos quando há ocorrência de chuvas constantes, inclusive com inundações.
A Senhora Ivone mora no Recife desde 1962 e já enfrentou diversas situações de mudanças climáticas. Em uma delas, em 1973, contou que perdeu tudo que tinha em sua residência devido a uma inundação do Rio Capibaribe que afetou os bairros mais baixos e menos preparados para eventos como esses.
Ao longo dos anos, ela nos contou que sentiu uma grande mudança no clima quando as chuvas passaram a ocorrer em períodos onde antes eram de estiagem, como o fim do ano. As chuvas na cidade são torrenciais e freqüentes a partir de março e vão até junho. 
A temperatura média, no entanto, ela não sentiu diferença, apesar de no litoral ser bem mais agradável do que no interior do Estado.
No passado, ela contou que os efeitos da falta de chuvas eram mais danosos, pois não havia uma preparação para acumular a água que caía da chuva, e com o planejamento houve a construção de muitas represas ao redor da cidade que mantêm o abastecimento de água ao longo do ano. Já quanto ao excesso de chuvas, os efeitos também se reduziram, pois a coleta de lixo se tornou comum em vários bairros, a limpeza de canais de esgoto melhorou e a instalação de canais de escoamento de água da chuva reduziu, mas não impediu, a ocorrência de enchentes.
CRÔNICA DE UMA CIDADE: RECIFE A VENEZA BRASILEIRA
A cidade do Recife vive cercada de água. Águas dos rios e afluentes que deram origem ao termo “Veneza brasileira”, pela possível semelhança com a cidade italiana. Água do mar, que trouxe primeiros os portugueses que fundaram a cidade e os holandeses de Nassau.
A cidade, ao longo de seus 475 anos, cresceu com prédios imponentes e modernos, pistas e boulevares, shoppings e tudo que há de mais positivo que a economia capitalista pode proporcionar. 
Mas também trouxe as mazelas de cidades gigantes como essa.
As favelas surgiram ainda no século passado, fruto da chegada de retirantes em busca de emprego e melhores condições de vida que o interior do Nordeste não dava. Não havia muito a oferecer para todos, e as palafitas em cima dos leitos dos rios proliferaram. 
Hoje em Pernambuco há 1.075 favelas em todo o Estado. 97% desse total se concentra na região metropolitana e 40%, 380 em números absolutos, está no Recife. Como comparação, no Rio de Janeiro há 763 favelas, o maior número do País.
Com a favela há falta de condições de moradia digna, falta de coleta eficaz de lixo, falta de esgoto sanitário e água encanada. Problemas de saúde devido as condições de higiene são freqüentes e índices de mortalidade infantil tão altas quanto aos países mais pobres.
Cidades como o Recife, altamente urbanizadas e com grande concentração de pessoas, atraem ainda, grandes alterações climáticas, devido ao calor excessivo causado pelo aquecimento vindo das fábricas e da combustão dos automóveis. Cidades também são comuns possuírem estradas e ruas asfaltadas e uma rede de canais de escoamento pluvial reduzido. Com isso, as grandes chuvas de março a junho trazem preocupação com a possibilidade de enchentes e alguns deslizamentos de terra. Os rios buscam seus leitos naturais, as ruas asfaltadas não escoam a água, os canais estão reduzidos e entupidos e as favelas são as que mais sofrem com todo esse cenário desastroso de falta de planejamento urbano. 
As grandes cidades precisam de grandes planejamentos para se adequarem ao crescimento da população e às catástrofes naturais. Não é mais possível esperar a próxima chuva e rezar para que nada aconteça. Fé sempre ajuda, mas criar soluções técnicas para evitar desastres é possível e
urgente. 
III – CONCLUSÃO
A vida nas grandes cidades pode ser de modernidade e facilidades, pois nesses locais se concentram os empregos, os recursos públicos e privados e as melhores opções de lazer. Mas não é só de benesses que vivem os moradores dessas cidades. O ritmo de vida é mais acelerado e as condições de moradia e emprego nem sempre significam boa qualidade de vida.
Trânsito, calor, doenças, chuvas e enchentes são comuns nessas metrópoles e os governantes muitas vezes não acompanham com planejamento e eficiência o ritmo dos problemas e se acomodam em buscar soluções efetivas. 
Moradoras como a Senhora Ivone testemunham catástrofes a cada ano e cada ano promessas de planejamento urbano são feitas e não cumpridas. 
O tempo está acabando.
BIBLIOGRAFIA
- ESTÊVEZ, Laura Freire. Biogeografia, Climatologia e Hidrogeografia: Fundamentos teórico-conceituais aplicados. Curitiba: Editora Intersaberes, 2016. 
- GARBOSSA, Renata Adriana. SILVA, Rodolfo dos Santos. O processo de produção do espaço urbano: Impactos e desafios de uma nova urbanização. Curitiba: Editora Intersaberes, 2016. 
- Jornal do Comércio de Pernambuco. 2014.

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