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Direito Processual Penal I – Prof. Glaucio Aula 04 – 13/03/14 (Continuação de arquivamento e desarquivamento) Questão: O desarquivamento de inquérito policial depende de decisão judicial? Pelo aspecto prático, sim, uma vez que o inquérito policial encontra-se arquivado no cartório criminal. Pelo aspecto técnico, não, pois a última palavra em matéria de desarquivamento é do MP. Questão: Quem é o menor do art. 15, CPP? É aquele a partir de 18 e com menos de 21 anos de idade. Ver art. 34, CPP. O processo penal em homenagem a plena capacidade aos 18 anos, na forma do novo código civil, resolveu considerar esse tema revogado tacitamente. No processo penal não aplicamos o art. 2043, CC. Lembre-se que no CP e no ECA, o menor de 21 ainda é homenageado -Incomunicabilidade do indiciado O tema não foi recepcionado pelo artigo 136, IV, CF/88. É que se no Estado de Defesa, momento de exceção não se justifica a incomunicabilidade do preso, como justifica-la num momento de normalidade em sede inquisitorial. 4 – Ação Penal a) Conceito de Ação Penal – É o mesmo que o Estado para mediante o devido processo legal aplicar sanção (jus puniendi) ao autor ou partícipe de infração penal b) Condições da Ação – Dividem-se em: Genéricas e Específicas. As primeiras são representadas pela legitimatio ad causam, interesse processual e a possibilidade jurídica do pedido. As outras são aquelas que além das genéricas o legislador exige como um plus (Ex: A representação da vitima na justiça, - arts. 130, 147 – e requisição do ministro da Justiça, nos casos de ação penal pública condicionada) c) Pressupostos Processuais – Dividem-se em pressupostos de existência e de validade. Os primeiros representados pelas partes, órgão jurisdicional e demanda (pretensão deduzida em juízo). Os outros envolvem a capacidade das partes (legitimatio ad processum), competência do órgão do juízo e demanda original (é aquele livre de litispendência ou coisa julgada) e uma última que, alguns doutrinadores não mencionam, é a citação válida. Litispendência = Lide + pendente (lide significa pretensão resistida) Coisa julgada = Art. 6º, §3º, LINDB = “Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso” Questão: Quando uma decisão transita em julgado? Resposta: De diversas maneiras: 1 – Pela perda do prazo processual 2 – pelo exaurimento da via recursal 3 – Pela renúncia ao direito de recorrer 4 – Pela desistência do recurso interposto 5 – Pela homologação de acordo (hoje serve para o processo penal) 6 – pela concordância do réu a pedido do autor (cuja maneira não existe no processo penal) d) Classificação das ações penais – Podem sofrer uma classificação ampla seja pública ou de iniciativa privada. A ação pública se sub divide em condicionada e incondicionada. E a condicionada pode ser à representação da vítima ou à requisição da -Ação Penal Pública- Pertence ao Ministério Público (art. 129, I, CF/88) e se inaugura por uma petição inicial chamada denúncia. A denúncia deve conter os requisitos do art. 41, sob pena de inépcia podendo ainda ser rejeitada pelo art. 395 e seus incisos. A denúncia pode ser aditada pelo MP a qualquer tempo (ou seja, antes da sentença). O aditamento pode ser subjetivo ou objetivo. O aditamento pode acrescentar suprimir, ou retificar. A denúncia deve ser oferecida de regra nos prazos do art. 46, CPP (5 ou 15 dias). Excepcionalmente, na lei de drogas – lei 11.343/06 – Art. o prazo é de 10 dias. Questão: Qual a consequência da não observância dos prazos acima? Resposta: Em se tratando de indiciado preso, constrangimento ilegal, reparado pela via do HC. E mais, propositura da ação penal privada subsidiária da pública. Por outro lado, em se tratando de indiciado solto apenas a ação privada subsidiaria da pública (previsto no art. 29, CPP). As ações públicas incondicionadas são a regra, por isso o legislador silencia na lei penal. As públicas condicionadas por sua vez são exceção, por isso o legislador sinaliza pela representação da vítima ou requisição do Ministro da Justiça. A representação
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