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Clínica Psicanalitica Aula 1 16

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CLÍNICA PSICANALÍTICA
Aula 01: Breve história da clinica psicanalítica
AULA 01: BREVE HISTÓRIA DA CLÍNICA PSICANALÍTICA
Clínica Psicanalítica
AULA 01: NOME DA AULA
Disciplina
INTRODUÇÃO À HISTERIA
1
HISTÓRICO
2
PRÓXIMOS 
PASSOS
Histeria como paradigma
AULA 01: BREVE HISTÓRIA DA CLÍNICA PSICANALÍTICA
Clínica Psicanalítica
AULA 01: NOME DA AULA
Disciplina
Histeria como paradigma
O conceito de histeria abrange muitas modalidades e graus de quadros clínicos.
 A “neurose histérica”, porém, pode ser abordada sob aspectos variados — 
como o de uma personalidade histérica ou ainda da presença de “traços histéricos” que estão presentes em praticamente todas as personalidades normais ou psicopatológicas (ZIMERMAN, 1999).
 Do ponto de vista psiquiátrico pode ser dividida em dois tipos: conversiva e dissociativa.
Introdução à histeria
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Histeria como paradigma
Alguns autores acreditam que a histeria se modifica conforme o contexto sociocultural vigente de cada época. 
Segundo Zimerman (1999), a compreensão dos psicanalistas deixou de ser unicamente da psicodinâmica dos conflitos sexuais reprimidos, mas também como uma expressão de problemas relacionados (figuras parentais) e comunicacionais.
Introdução à histeria
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Histeria como paradigma
Desde a antiguidade e em particular com Hipócrates a histeria já era usada para designar transtornos nervosos em mulheres que não haviam tido gravidez. 
A palavra histeria – histeros, que em grego, quer dizer útero — ao longo da história estava, por definição, ligada de forma indissociável ao feminino e com o sexual.
Na Idade Média a histeria passou a ser definida como possessão pelo demônio. 
No Século XVIII
A loucura e a histeria perdem suas prerrogativas divinas que tiveram em toda a Idade Média e passam a ser vistas como doenças da dimensão humana. 
A desconstrução começou com a descoberta da Lei da Gravitação Universal com os físicos Johannes Kepler (1571-1630) e Isaac Newton (1642-1727)
(Coleção memórias da Psicanálise – Freud e o despertar do inconsciente)
Introdução à histeria
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Século XIX
Charcot distinguiu a histeria da epilepsia. Ele investigava a histeria através da hipnose.
Foi durante as aulas de Charcot que Freud ficou intrigado com o fato de que a histeria, embora não demonstrasse nenhuma perturbação neurológica orgânica, não se caracterizava como fingimento e ainda o fato da histeria não se apresentar somente em mulheres.
Introdução à histeria
Histeria como paradigma
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Histeria como paradigma
Paracelso — 1493-1541
As Psicoterapias, antes de Freud, utilizavam com frequência a sugestão para tratar os pacientes. 
Paracelso, alquimista do Renascimento, afirmava que “A sugestão confere ao homem um poder sobre seu semelhante, comparável aquele de um ímã sobre o ferro”. (Coleção Memórias da Psicanálise – Freud e o despertar do inconsciente) 
Desenvolvimento Histórico
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Mesmer — 1734-1815 (Franz Anton Mesmer)
Em 1766, o vienense Mesmer afirma que a atração universal de Kepler e Newton pode ser aplicada ao corpo e à alma humana chamando-a de “magnetismo animal”. 
A teoria da “atração universal animal” afirma que os seres vivos veiculam um “fluido universal” que é transmitido de um corpo a outro através de um ímã e esta transmissão restabelece um afluxo de energia permitindo sua livre circulação que estaria bloqueada em um órgão doente. (Coleção Memórias da Psicanálise – Freud e o despertar do inconsciente) 
A cuba de Mesmer 
Seu tratamento incluía as imposições das mãos e a cuba terapêutica. Na cuba, os doentes eram unidos por uma corda e ligados à cuba por uma barra de metal em contato com o órgão doente. 
Desenvolvimento Histórico
Histeria como paradigma
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Mesmer — 1734-1815
 A outra parte da barra era mergulhada no líquido da cuba que possuía, em sem interior, pedaços de vidro, areia, limalha de ferro e bastões de enxofre moídos (Coleção Memórias da Psicanálise – Freud e o despertar do inconsciente)
Grandes espelhos refletiam a imagem do grupo enquanto que uma música harmônica era tocada. 
 Com uma vara de ferro magnetizada, o terapeuta estimula as crises por meio de “passes”. Quando as crises vêm os pacientes são transportados para outro cômodo junto com o terapeuta.
Desenvolvimento Histórico
Histeria como paradigma
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Puységur — 1751–1825 (Marquês Chastenet de Puységur )
Puységur desenvolve a teoria de seu mestre Mesmer afirmando que as crises desencadeadas, na verdade, são resistências à cura. Ele vai colocar seus pacientes em estado de sonambulismo e os deixa guiar as sessões. Na relação, passa a existir um jogo de submissão-resistência do paciente com o terapeuta. O papel do terapeuta passa a ser devolver ao paciente seu próprio saber. 
É nesse contexto que começa a se perceber um movimento que vai culminar na Psicanálise. Neste momento, ainda não é possível perceber a dimensão psíquica do que é dito pelo paciente. 
Desenvolvimento Histórico
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Deleuze — 1753-1835 (Joseph Philippe François Deleuze)
Deleuze acredita que o fluido magnético tem mais poder do que sua ação pessoal. Cria sua forma de trabalhar com sessões que vão diminuindo de tempo e com o paciente sonâmbulo ele dá passes magnéticos calmantes e procura a causa da doença. 
Afirma: “As doenças crônicas têm frequentemente como causa pesares secretos, dores morais, sentimentos oprimidos”.
As diretivas do processo são: “Evite questionar os segredos do sonâmbulo quando não é evidentemente útil para ele que sejam conhecidos. Ouça-o sem agradecer-lhe, sem lhe fazer nenhum elogio. Atingida a cura, a relação dever ser interrompida. Qualquer prolongamento pode ser nocivo ao sonâmbulo”. 
Desenvolvimento Histórico
Histeria como paradigma
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Deleuze —1753-1835 (Joseph Philippe François Deleuze)
 Deleuze fala também que o magnetizador normalmente não é influenciado pelas dores do paciente, mas algumas vezes ele pode experimentar essas dores de modo tão vivo que as sente mesmo depois da sessão. Esse movimento, na futura Psicanálise, recebe o nome de contratransferência.
Desenvolvimento Histórico
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Abade Faria — 1756-1819 (José Custódio de Faria) 
• O estudioso faz do sono o cerne de sua terapêutica abrindo uma reflexão para a influência sugestiva da linguagem sendo precursor da psicoterapia verbal, embora ainda inclui-se massagens terapêuticas e o relaxamento em seu trabalho. 
• Ele critica os modelos anteriores que utilizavam a cuba ou fluido magnético partindo do princípio que o sono lúcido como ele chamava, é que promove os sonhos ligados à intuição (que deve ser mista – ligada à memória e à sensorialidade). 
Desenvolvimento Histórico
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Liébeault — 1823-1904 (Ambroise-Auguste Liébeault)
Começa a utilizar a palavra hipnose e afirma que o sonambulismo é um
mecanismo normal ao ser humano e pode ser conduzido através da sugestão. 
Ele diz que favorecendo o ambiente com penumbra, temperatura amena e outros, é comum ao ser humano entrar em um estado de sonambulismo e o sujeito não esquece quem o adormeceu, a não ser aparentemente. Neste estado, começa-se a fazer sugestões. 
Desenvolvimento Histórico
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Liébeault — 1823-1904 (Ambroise-Auguste Liébeault)
São frases de Liébeault: 
A atenção retira-se da consciência para investir os pensamentos latentes. 
O sono abriga uma inteligência, um pensamento que pode ultrapassar o pensamento de vigília, o que permite compreender racionalmente os sonhos adivinhatórios. 
“O que não está nos sentidos não pode existir na inteligência”. 
“As lembranças rememoradas durante o sono lúcido existem também no estado de vigília, mas sem que haja atenção acumulada que lhes dê vivacidade”. 
Loucura, criação artística, sonho, pertencem à mesma família psíquica, todos os três sendo conectados às experiências do passado”.
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Liébeault — 1823-1904 (Ambroise-Auguste Liébeault)
Em 1884, funda, junto com Hippolyte Bernheim (1840-1919), a Escola de Nancy, que imediatamente faria oposição à Escola de Salpêtrière, chefiada pelo parisiense Jean-Martin Charcot (1825-1893), famoso por seus estudos experimentais sobre a histeria.
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Bernheim — 1840-1919 (Hippolyte Bernheim)
A histeria e a hipnose foram razão da disputa entre Nancy e Salpêtrière, que se estendeu por 10 anos. Bernheim dizia ser a hipnose decorrente da sugestão verbal, e que tal técnica já estava desmistificada, desvinculada do simples mesmerismo, desde fins de século XIX, quando a clínica da palavra sobrepujava a do olhar. 
Acusava Charcot de fazer mal uso da hipnose, já que dela se servia não para fins terapêuticos, senão para provocar crises convulsivas em suas pacientes, manipulando-as de modo a conferir um status de neurose à histeria. 
O médico de Nancy afirmava ainda que os efeitos alcançados pelo hipnotismo poderiam advir por simples sugestão dada em estado de vigília, estando aí o prenúncio do que mais tarde veio a se chamar de psicoterapia.
(http://www.amigodaalma.com.br/2010/01/07/hipnose/)
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Charcot — 1825-1893 (Jean-Martin Charcot)
Desde 1870, o médico parisiense, chefe do Hospital Escola de Salpêtriére, tornara-se famoso por seus estudos experimentais sobre a histeria. 
Na administração de Salpêtriére, decidira separar os doentes alienados das mulheres histéricas e dos epilépticos, juntando essas duas últimas patologias em uma mesma enfermaria. Rapidamente, as histéricas assimilaram os sintomas epilépticos em suas crises e aprenderam a simulá-las. 
Charcot valia-se da hipnose para diferenciação diagnóstica, capaz que era de fabricar sintomas extraordinários nas histéricas submetidas à sugestão hipnótica, de modo a provar o caráter neurótico dessa doença.
Desenvolvimento Histórico
Histeria como paradigma
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Breuer — 1842-1925 (Josef Breuer) 
Breuer descobriu, em 1880, que ele havia aliviado os sintomas de depressão e hipocondria (histeria) de uma paciente, Bertha Pappenheim (conhecida como Anna O.), depois de induzi-la a recordar experiências traumatizantes sofridas por ela na infância. Para isso, Breuer fez uso da hipnose e de um método novo, a terapia de conversa. Caso que Freud acompanhou.
Desenvolvimento Histórico
Histeria como paradigma
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Freud — 1856-1939 (Sigmund Freud)
O termo Psicanálise foi criado por Freud e aparece pela primeira vez em um artigo chamado Novas observações sobre as neuropsicoses de defesa (1896), e buscava nomear um novo método terapêutico para tratar as neuroses. 
O primeiro caso de Freud, na verdade foi de Breuer: Anna O. (Bertha Pappenheim).
Desenvolvimento Histórico
Histeria como paradigma
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AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO.
VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS?
 
Histeria na Psicanálise
As influências de Charcot
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Aula 02: Breve história da clínica psicanalítica
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HISTERIA NA PSICANÁLISE
1
AS INFLUÊNCIAS 
DE CHARCOT
2
PRÓXIMOS 
PASSOS
Histeria como paradigma
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A histeria
Freud — 1856-1939 (Sigmund Freud)
 O caso que trouxe a possibilidade da cura pela fala com Freud foi o da Sra. Emmy von N . (Fanny Moser - 1889 ) que tinha fobia de animais . 
O tratamento durou 6 semanas . 
A Sra. Emmy pediu que Freud parasse de fazer perguntas e a deixasse falar. (QUINODOZ, 2007)
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Freud — 1856-1939
Em 1892, Miss Lucy R. não estava respondendo à hipnose e Freud passou a aplicar o método da associação livre para o seu problema de não sentir odores e suas alucinações olfativas. Freud identifica as causas dos sintomas histéricos pelo desejo reprimido da consciência de estar apaixonada por seu patrão. 
 Katharina, em 1893, tinha problemas de sufocação acompanhados da visão de um rosto assustador e foi consultada por Freud. Foi o caso em que Freud mostrou o papel dos traumatismos sexuais na origem dos sintomas histéricos quando elucidou que Katharina presenciara uma relação sexual de seu tio com sua prima 2, anos antes do aparecimento dos sintomas, tio esse que já havia tentado seduzi-la. (QUINODOZ, 2007)
A histeria
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Freud — 1856-1939 
Srta. Elisabeth von R. (Ilona Weiss) foi a primeira paciente para quem Freud fez a análise completa de um caso de histeria. Freud tratou dela do outono de 1892 ao mês julho de 1893. Ela sofria de dores violentas nas pernas e distúrbios da marcha que apareceram pela primeira vez quando ela tratava do pai doente. O pai e, em seguida a irmã, morreram. Freud dividiu seu tratamento em três fases: 
1ª fase – impossibilidade de estabelecer uma relação entre os seus sintomas e a causa desencadeante não aceitando a hipnose. 
A histeria
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Freud — 1856-1939
2ª fase – recorreu ao procedimento de pressão na cabeça pedindo que lhe falasse o que viesse à mente. Sua lembrança foi a de uma rapaz por quem ela estava enamorada e teve que abrir mão dele para tratar do pai. Com esta lembrança, a própria paciente descobriu o motivo da primeira conversão (o pai apoiava a perna na sua coxa onde a conversão começou). Nesse momento, Freud ganhou confiança em seu método e se deu conta da resistência. 
3ª fase – os sintomas retornaram e Freud manteve o trabalho até descobrir que a morte da irmã trouxe o pensamento de que seu cunhado estaria livre para ela. Sua consciência moral não permitia que ela amasse seu cunhado e então ela reprimiu esse desejo. Após essa descoberta
ela ficou curada. (QUINODOZ, 2007)
A histeria
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Freud — 1856-1939
Construção dos Conceitos 
Pelo estudo da histeria, Freud começa a perceber alguns de seus primeiros conceitos: 
Transferência – ele já apontava que Breuer não havia percebido que a gravidez psicológica de Anna O. era um processo de transferência feito por ela, do pai para o médico. 
Resistência – com a dificuldade da Srta. Elisabeth von R. de se recordar ou falar de lembranças que viessem em sua mente, Freud percebe a existência de um mecanismo com um tipo de censura inibindo os pensamentos no tratamento. 
Sedução infantil – no curto período de 1895 a 1897 Freud acreditava que suas pacientes realmente haviam sida abusadas na primeira infância, mas seus estudos posteriores o fazem perceber que isso, na verdade, só acontecia em fantasia. 
A histeria
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Freud — 1856-1939 
Complexo de Édipo – com as histéricas e posteriormente com a sua autoanálise, Freud se dá conta que deseja a mãe e sente inveja do pai. A esse funcionamento inicialmente reprimido, ele irá chamar de Complexo de Édipo. 
Entre 1894-1899 
Freud continua a desenvolver seus estudos sobre histeria, fobia e obsessões nos seguintes textos:
1894 — As neuropsicoses de defesa 
1895 — Sobre os fundamentos para destacar da neurastenia uma síndrome específica denominada ‘neurose de angústia
1986 — Observações adicionais sobre as neuropsicoses de defesa
A histeria
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Freud entre 1894 e 1899 
No segundo texto, ele delimita a neurose de angústia, hoje conhecida como síndrome do pânico. 
Em A sexualidade na etiologia das neuroses (1898), vai falar da importância da sexualidade no adoecimento. 
E, em Lembranças encobridoras (1899), fala da substituição de lembranças reprimidas por outras que ocupam o lugar dessas mantendo seu poder patogênico no inconsciente. (QUINODOZ, 2007)
A histeria
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A histeria veio a contribuir largamente para o surgimento da Psicanálise, pois é na clínica da histeria que Freud começa a entrar em contato com as carências apresentadas pelas teorias e pelos métodos de estudo da mente. É a partir dessa clínica que ele começa a construir seu próprio método de análise.
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Freud ingressou na faculdade de Medicina em 1873, quando tinha 17 anos. 
Desde o primeiro semestre, já se interessou por Fisiologia. Neste mesmo semestre, teve o seu primeiro contato com Brucke (psiquiatra e psicólogo alemão). Autor que desenvolveu a estrutura fisiológica específica na qual, mais tarde, tentou modelar suas descobertas psicológicas.
Essa carreira foi perpassada por dois grandes pontos: uma aversão pelo exercício da Medicina e seu gosto pelo trabalho no laboratório.
Devido a sua má condição financeira, porém, um ano e meio após se formar, Freud desligou-se de suas funções no laboratório de Brucke e foi ganhar a vida como médico. 
O PERCURSO DE FREUD
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Ingressou no Hospital Geral de Viena, tendo trabalhado em diversos setores desta instituição, inclusive sob a orientação de Meynert (renomado professor de psiquiatria de Viena). Freud trabalhou com Meynert na clínica psiquiátrica por 5 meses.
Submeteu-se, então, a uma bolsa de pós-graduação em Paris, com Charcot, o principal nome no que dizia respeito às doenças nervosas. Este médico era consultor nacional e internacional nesta área, sendo também o chefe do setor de patologia da Salpêtrière.
O PERCURSO DE FREUD
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O PERCURSO DE FREUD
Freud permaneceu de outubro de 1885 a fevereiro de 1886 como aluno na Salpêtrière, estudando com Charcot. 
O que mais impressionou Freud, em Paris, foram as investigações de Charcot a respeito da histeria (FREUD, 1925). Este último provara a autenticidade das manifestações histéricas; a obediência da histeria a leis específicas e definidas; a ocorrência desta doença também em homens e que era possível produzir-se paralisias e contraturas histéricas através da hipnose.
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O PROBLEMA DA HISTERIA
A noção de histeria é muito antiga, remonta à Antiguidade. Sua delimitação acompanhou as mudanças da história da Medicina.
Até a Idade Média, a histeria era considerada possessão, “coisa do diabo” e era tratada pelo padre ou pelo curandeiro. Com o avanço da Medicina, coloca-se a questão se a histeria seria ou não uma doença. Isto porque se observou que ela poderia apresentar os sintomas de várias doenças já conhecidas. Parecia, assim, que a histeria estava acima das demais afecções.
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A partir do séc. XVIII, a histeria passa a ser considerada uma doença. 
O PROBLEMA DA HISTERIA
A história da histeria foi sempre percorrida por uma dupla corrente: uma baseada na observação de fatos, na compilação de dados objetivos (corrente médica); a outra seria aberta à imaginação, ao sonho, ao subjetivo.
No século XIX, a histeria e a epilepsia eram consideradas “irmãs”. 
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O PROBLEMA DA HISTERIA
Charcot na Salpêtrière: quando este médico assumiu seu cargo neste hospital, o que lá encontrou foi uma ala inteira onde pacientes histéricos e epilépticos conviviam lado a lado.
No final deste mesmo século, Charcot e seus alunos ampliam a pesquisa sobre a histeria, utilizando-se do enorme material clínico encontrado na Salpêtrière, colocando essa doença em um lugar de destaque na Medicina, e tendo a incluído numa nova categoria: as psiconeuroses. 
Charcot submete a histeria ao método anátomo-clínico, dando a ela a dignidade de doença, apontando seus sintomas, permitindo um diagnóstico específico e diferencial. 
Preocupou-se tanto com a etiologia – causa – da doença, quanto com os seus mecanismos. 
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CHARCOT E A HIPNOSE
Importante contribuição de Charcot, fundamental para o estudo e tratamento da histeria e que teve uma importante influência sobre Freud; foi a introdução da hipnose como forma de investigação e tratamento desta doença.
A hipnose era tida como não científica. 
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CHARCOT E A HIPNOSE
Charcot demonstrava, nas suas exposições de casos clínicos, que, com o uso da hipnose, poderíamos trazer à tona os sintomas histéricos.
Ele teorizou a origem psicogênica* da histeria, já que os sintomas poderiam ser tratados apenas por ideias.
Charcot foi o primeiro a demonstrar que a explicação da histeria está na Psicologia. 
* Relacionada às doenças causadas por transtornos psíquicos
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INFLUÊNCIAS DE CHARCOT SOBRE FREUD
Charcot fez surgir em Freud o interesse pela Psicopatologia (o que muda seu caminho da Neuroanatomia para esta nova área);
Demonstrou ser a histeria uma doença que tem uma causa psíquica e que pode ser tratada apenas por ideias;
A histeria se comporta como
se a anatomia não existisse, o que demonstra claramente o caráter psíquico da sua etiologia. 
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No final de 1887, ele voltou-se para a sugestão hipnótica. Freud achava que nem sempre era capaz de induzir seus pacientes à hipnose por completo ou de modo suficiente para que o tratamento desse os resultados almejados. 
As primeiras tentativas de investigação e tratamento de Freud com seus pacientes (ao retornar de Paris) foram com a utilização de eletroterapia, banhos e massagens. 
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BERNHEIM E A HIPNOSE
Com o objetivo de se aperfeiçoar nesta técnica, Freud foi estudar com Bernheim, em Nancy, no verão de 1889.
Bernheim era tido como um grande hipnotizador e elaborou uma teoria do hipnotismo a partir de um fundamento psicológico mais abrangente, fazendo da sugestão o ponto central de sua teoria.
A hipnose era simplesmente uma produção da sugestão e todas as manifestações hipnóticas seriam fenômenos psíquicos, efeitos da sugestão.
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BERNHEIM E A HIPNOSE
Sugestão, para Bernheim, era o ato pelo qual uma ideia é introduzida no cérebro e por ele aceita, seja esta de terceiros ou do próprio sujeito.
Segundo Freud, o problema da sugestão foi transportado para a esfera da Psicologia e passou a ser o núcleo do hipnotismo e a chave para a sua compreensão
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CHARCOT X BERNHEIM
Para Charcot, a hipnose baseava-se em modificações fisiológicas, em deslocamentos da excitabilidade no sistema nervoso, que ocorriam sem a participação das partes conscientes do SN.
Bernheim acreditava que todas as manifestações hipnóticas eram fenômenos psíquicos, efeitos da sugestão.
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Sendo a hipnose uma mera ferramenta para sugestionar o paciente, Freud percebe que esse instrumento poderia ser trocado por qualquer outro, o que vai levá-lo, mais tarde, a abandonar a hipnose em favor da técnica da mão na testa, método que podemos considerar como uma ponte para a técnica da livre associação.
Voltando à Viena, depois de seus estudos com Bernheim, Freud continua utilizando-se da hipnose; agora, no entanto, priorizando os efeitos de sugestão. 
Isto é muito importante
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AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO.
VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS?
 
Breuer, Anna O. e o Método Catártico
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Aula 03: Breuer, Anna O. e o método catártico
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Breuer e o tratamento da “Anna O.”
Breuer, um dos mais respeitados médicos de Viena e amigo de Freud, relata para Freud um caso de uma paciente histérica no qual a hipnose vinha sendo utilizada por ele como uma forma da paciente poder expressar, em palavras, as fantasias emotivas que a estavam dominando no momento. Quando fazia isso, a paciente sentia-se aliviada.
 Sendo assim, Breuer já estava usando a hipnose apenas como forma de fazer a paciente falar.
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Clínica Psicanalítica
AULA 01: NOME DA AULA
Disciplina
Breuer e o tratamento da “Anna O.”
O famoso caso Anna O. influenciou Freud enormemente na criação de uma nova técnica de investigação e tratamento da histeria – a livre associação – e, consequentemente, na descoberta da Psicanálise.
A partir do caso Anna O., Breuer passou a utilizar a hipnose de forma diferente da usada na época, para fazer surgir a origem dos sintomas.
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Breuer e o tratamento da “Anna O.”
Anna O. foi um caso muito importante para a história da Psicanálise, porque permitiu o surgimento da “cura pela fala” e o do método catártico, segundo o qual podemos considerar o “meio do caminho” para o surgimento da associação livre.
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Breuer e o tratamento da “Anna O.”
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No método catártico, o paciente era hipnotizado e levado a lembrar-se da história do desenvolvimento de sua doença. 
O paciente era reconduzido até o momento das primeiras manifestações de seu sofrimento, ou seja, até a cena traumática, e incentivado a revivê-la de forma adequada, liberando a reação afetiva necessária e que, na época da vivência do trauma, por algum motivo, não foi efetivada.
Método catártico
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Método catártico
Método catártico — este método objetivava proporcionar que a cota de afeto utilizada para manter o sintoma (que estava ali contida) pudesse ser dirigida para um caminho que finalizasse com a descarga pela fala. Isso também foi chamado de abreação.
Método catártico — este método objetivava proporcionar que a cota de afeto utilizada para manter o sintoma (que estava ali contida) pudesse ser dirigida para um caminho que finalizasse com a descarga pela fala. Isso também foi chamado de abreação.
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Método catártico
O método catártico, descoberto por Breuer, teve influência fundamental para o surgimento da Psicanálise. 
Foi através dele que Freud percebeu a importância da cura pela fala, o que mais tarde iria se tornar a livre associação, pedra angular da Psicanálise.
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*O estado hipnóide caracteriza-se por manter o nível de excitação intracerebral em níveis parecidos aos da vigília, mas o funcionamento representacional tem as características do estado de sono, ou seja, o decurso associativo é inibido. 
Freud (1914) considera a teoria de Breuer relativa à histeria muito incompleta por não tocar no problema da etiologia das neuroses.
Enquanto Freud acreditava que toda histeria tinha na sua base uma problemática sexual, Breuer acreditava que a doença não era determinada pelo conteúdo da lembrança, mas pelo estado psíquico do sujeito no momento do trauma, estado que ele chamava de hipnóide*.
Breuer X Freud
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Mas ao adotar esse método, Freud deparou-se com duas dificuldades:
a primeira era que nem todas as pessoas podiam ser hipnotizadas;
a segunda seria o que caracteriza a histeria e a distingue de outras neuroses, ou seja, o método catártico era ineficaz quanto à etiologia da histeria, pois só eliminava os sintomas. 
Freud começa a buscar uma melhora no método, e constata que, unindo o método catártico de Breuer com o método de repouso de Weir Mitchell* atingia melhores resultados.
Freud e a hipnose
*Esse método combinava repouso no leito, isolamento, alimentação abundante, massagem e eletricidade, de forma estritamente controlada, para superar os estados de exaustão nervosa graves e de longa duração. 
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Inicialmente, Freud formula o problema etiológico da histeria em termos de quantidade de energia: 
A histeria deve-se a um excesso de excitação que não foi descarregada por via verbal, ou
somática, porque a representação psíquica do trauma, ao ter sido impedida de expressão, torna-se um corpo estranho que atua no psiquismo.
O afeto como excitação psíquica é convertido em excitação somática, ou seja, em sintoma corporal.
O PROBLEMA ETIOLÓGICO DA HISTERIA
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Do ponto de vista descritivo, a histeria apresenta uma entidade clínica definida, com sintomatologias e traços estruturais próprios. 
Do ponto de vista relacional, reproduz um vínculo doentio com o outro que se repete na transferência.
O problema etiológico da histeria
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A histeria é uma neurose geralmente latente que eclode por ocasião de acontecimentos marcantes, ou em períodos críticos da vida de um sujeito. 
É possível pensar a histeria como o teatro da subjetividade, como um fundamento da construção subjetiva que tem necessariamente seu eixo na ênfase da relação com o outro. 
O sofrimento histérico expressa-se, principalmente, através de sintomas somáticos que, em sua maioria, são transitórios, não resultam de nenhuma causa orgânica e que, em sua localização corporal, não obedecem a nenhuma lei anatômica ou fisiológica. 
O PROBLEMA ETIOLÓGICO DA HISTERIA
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ATENÇÃO
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A PERSONALIDADE / Teorias...
Histeria de conversão – patologia caracterizada pela existência de sintomas descritos por pacientes, mas que não têm causa patológica. Existe o sintoma, mas não uma doença.
Somatizações – Caracterizam-se pelo adoecimento motivados por causas emocionais. As doenças são reais. Atualmente todas as doenças são consideradas psicossomáticas.
ATENÇÃO
O problema etiológico da histeria
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O PROBLEMA ETIOLÓGICO DA HISTERIA
A neurose será definida como uma “afecção patogênica onde os sintomas são a expressão simbólica de um conflito psíquico com raízes na história infantil do sujeito, e constitui compromissos entre o desejo e a defesa”. (LAPLANCHE e PONTALIS)
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O PROBLEMA ETIOLÓGICO DA HISTERIA
A histeria é uma forma neurótica de funcionamento do aparelho psíquico, que se manifesta por meio de múltiplas maneiras, sendo que as duas formas sintomáticas mais bem identificadas são a histeria de conversão e a histeria de angústia (a fobia ). 
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Fragmento da Análise de um caso de Histeria – Dora (1905)
É no caso Dora que Freud descobre que a transferência vista como algo prejudicial na análise (Anna O.) torna-se seu mais poderoso auxiliar.
Dora interrompeu seu tratamento com 11 semanas, mas foi o suficiente para o insight de Freud de entender que ele assumiu para Dora o papel de pai e do Herr K.
HISTÓRIA: O pai de Dora teve um caso com Frau K. e o marido de Frau K., Herr K. descobre. Para se vingar, corteja Dora que sentia-se apaixonada por ele por lembrar seu pai. Herr K. a surpreende um dia, abraça-a e a beija. Chocada ela se afasta dele e lhe dar um tapa. Desde então ela sente-se envergonhada por desejar e repulsar o Herr K. e generaliza para todos os homens. Ela tentar revelar isso para seu pai que a acusa de inventar a história. Ela então começa a sofrer distúrbios nervosos e de depressão ameaçando suicídio.
A TRANSFERÊNCIA é uma figura importante do passado sendo projetada no presente na pessoa do psicanalista. (QUINODOZ, 2007)
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A transferência no caso Dora
Freud não conseguiu perceber nem lidar com a transferência a tempo: em função da solicitude de Dora que colocava na mão de Freud uma parte rica do material patogênico, ele esqueceu-se de prestar atenção a esta outra via de manifestação;
Na fantasia de Dora, Freud substituía o pai e, algumas vezes, o próprio Sr. K;
Freud foi surpreendido pela transferência: em função de alguma semelhança com o pai e com o Sr. K, Dora se vinga de Freud e o abandona como foi abandonada por eles.
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Na histeria, encontramos a escolha de um mecanismo de defesa específico, entre outros: a conversão 
Conversão – a carga de afeto ligada à ideia é transformada em sintoma somático.
O problema etiológico da histeria
ALTERAÇÕES DA PSICOMOTRICIDADE
Conversão: Surgimento abrupto de sintomas físicos (paralisias, anestesias, cegueira) de origem psicogênica. Ocorre geralmente em situações estressantes, de ameaça ou conflito intrapsíquico ou interpessoal significativos para o indivíduo. A conversão expressa a representação simbólica de um conflito psíquico em termos de manifestações motoras. Frequente na histeria e no transtorno de personalidade histriônica.
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O problema etiológico da histeria
Histeria de Angústia, de caráter fóbico, como no caso do Pequeno Hans (1909).
Freud foi procurado pelo pai de Hans porque seu filho, um menino de cinco anos, se recusava a sair de casa, alegando medo de ser mordido por um cavalo. A partir do relato do pai, Freud o orienta, o que resultou num dos casos mais famosos de Freud, ao qual ele deu o nome de “o pequeno Hans”.
O pequeno Hans se recusava a sair à rua (inibição) porque tinha medo de que um cavalo iria morde-lo (sintoma)
Se o pequeno Hans, estando apaixonado pela mãe, mostrara medo do pai, não podemos apenas dizer que tinha uma neurose ou uma fobia.
O que a transformou em neurose foi apenas uma coisa – a substituição do pai por um cavalo. Tal deslocamento é possível na tenra idade de Hans porque as crianças ainda não reconhecem nem dão exagerada ênfase ao abismo que separa os seres humanos do mundo animal. O conflito é contornado por um dos impulsos conflitantes (ódio) que são dirigidos para outra pessoa (cavalo)
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O PROBLEMA ETIOLÓGICO DA HISTERIA
A partir das noções de resistência, defesa e conversão ocorre a mudança de concepção de terapia. 
Objetivo da terapia – não mais produzir a abreação do afeto, mas tornar conscientes as ideias patogênicas possibilitando sua elaboração.
Método catártico		Método psicanalítico
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Breuer, Anna O. e o Método Catártico
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CLÍNICA PSICANALÍTICA
Aula 04: Caracterização da clínica freudiana
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A regra fundamental ou regra da livre associação
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A associação livre — É uma das principais ferramentas da técnica psicanalítica. 
Intitulada pelo próprio Freud
como a regra fundamental da Psicanálise
É uma das vias de acesso ao inconsciente
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A regra fundamental da psicanálise 
Pode ser conceituada como o compromisso assumido pelo paciente de comunicar ao analista tudo o que lhe vier à mente, independentemente
de suas inibições
ou do fato de achá-las insignificantes ou não. 
Freud desenvolveu a técnica da associação livre gradualmente a partir da hipnose, da sugestão e do método catártico. 
O conhecimento desses métodos anteriores à associação livre torna possível uma melhor compreensão a respeito do desenvolvimento da regra fundamental. 
Esse aprimoramento, na técnica psicanalítica, possibilitou o acesso do material recalcado para a consciência e revelou ao paciente a natureza de seu inconsciente. 
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A regra fundamental da psicanálise
Alguns médicos (na Alemanha e na Áustria) apresentavam resistência à hipnose. 
Freud se posicionou a favor da hipnose e apoiou a utilidade desse método no tratamento das patologias nervosas, particularmente da histeria.
Freud x Joseph Breuer
O caso clássico de Anna O., paciente de Breuer, pode ser considerado o primeiro em que a técnica catártica foi utilizada. 
Breuer observou, com essa paciente, que os sintomas histéricos desapareciam sempre que o acontecimento traumático ligado a eles era reproduzido sob hipnose.
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A regra fundamental da psicanálise
Freud, em um artigo intitulado Histeria, define as principais características do método de tratamento a essa patologia. 
Freud recomenda dois tipos de tratamento para a neurose histérica: 
Consistiria no afastamento do paciente de seu ambiente familiar e sua internação em um hospital. 
Tais medidas teriam a função de afastar o paciente de ambiente considerado, por ele, como gerador de crises, e para criar condições ideais de observação e controle das crises.
O PRIMEIRO 
O SEGUNDO
O segundo tipo de tratamento consistiria na remoção das causas psíquicas dos sintomas histéricos.
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Como já apontado nas aulas anteriores, Charcot e Breuer utilizavam a hipnose no tratamento de pacientes histéricos. 
Charcot — procurava influenciar seus pacientes através de sugestão direta. 
Breuer — preferiu deixá-los descrever seus próprios sintomas e torná-los capazes de encontrar alívio, reencenando, tanto quanto possível, a situação traumática original. 
A regra fundamental da psicanálise
O método de Breuer, chamado de catártico, era fundamentalmente baseado na hipótese de que os sintomas dos pacientes histéricos eram situações passadas que tiveram grande repercussão, mas que foram esquecidas. 
A terapêutica catártica consistia então em induzir o paciente através da hipnose a relembrar os traumas esquecidos e a reagir a eles com expressões de afeto. Quando isso ocorria, o sintoma, que até então tomara o lugar dessas expressões de emoção, desaparecia.
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A regra fundamental da psicanálise
Freud acrescentou um elemento à técnica criada por Breuer. 
Enquanto...
Breuer permanecia passivo diante da torrente de fatos narrados pela sua paciente, não procurando influenciá-la em nada.
Freud passou a empregar a sugestão diretamente como meio terapêutico. 
Dessa forma, a hipnose era empregada para se chegar aos fatos traumáticos, como fazia Breuer, mas, uma vez esses fatos tendo sido identificados, Freud fazia uso da sugestão para eliminá-los ou pelo menos debilitá-los em sua força patogênica.
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A regra fundamental da psicanálise
Freud logo se deu conta das limitações e dificuldades do método hipnótico, pois percebeu que nem todos os pacientes eram hipnotizáveis e que os sintomas eliminados com essa técnica frequentemente reapareciam. 
Da sugestão, através da hipnose, até o desenvolvimento da associação livre ocorreram mudanças nos procedimentos técnicos adotados por Freud.
Do mesmo modo que se situa a descoberta do método catártico, na cura de Anna O., por Breuer, situa-se no tratamento da Srta. Emmy von N., por Freud, o abandono da hipnose e o surgimento da associação livre.
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A regra fundamental da psicanálise
Neste caso (Srta. Emmy von N.) Freud empregou diversas modalidades de tratamento: 
o método catártico (utilizado por Freud a primeira vez); 
a sugestão hipnótica;
e a “técnica da pressão”*. 
*Nessa técnica, Freud pressionava a fronte do paciente com a mão, na esperança de que o paciente pudesse relembrar acontecimentos de sua vida passada que trouxessem alguma compreensão quanto às origens de sua doença.
Do mesmo modo que se situa a descoberta do método catártico, na cura de Anna O., por Breuer, situa-se no tratamento da Srta. Emmy von N., por Freud, o abandono da hipnose e o surgimento da associação livre.
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A interpretação dos sonhos — a partir de sua observação de que os sonhos fluem segundo certa lógica temporal, foi possível, a Freud, descobrir as leis da associação livre. O discurso do paciente deveria ser livre de sentido linear consciente, ou seja, o indivíduo deveria desfrutar de uma liberação do conhecimento lógico. Então, Freud concluiu que, assim como nos sonhos, a ordem em que o paciente diz o que está em sua mente pode revelar sua própria lógica intrínseca. 
A ASSOCIAÇÃO LIVRE NA OBRA DE FREUD
Esse pequeno trecho do dialogo de Freud com a paciente (Srta. Emmy von N.) nos revela uma interessante passagem que talvez seja o primeiro aparecimento do que, posteriormente, se tornaria a técnica da associação livre.
Ao desistir da hipnose e desenvolver a técnica da associação livre, Freud estava criando o que seria considerada “a regra fundamental” da Psicanálise.
A regra fundamental da psicanálise
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A regra fundamental da psicanálise
O método psicanalítico em Freud — Nesse texto, Freud diz que, no relato da história clínica, irão surgir lacunas na memória do paciente, que seriam como amnésias resultantes de um processo de recalcamento e cuja motivação é associada a um desprazer. A associação livre permitiria então atingir com mais facilidade os elementos responsáveis pela liberação dos afetos, das lembranças e das representações.
Fragmento da análise de um caso de histeria — a regra fundamental passa a ocupar uma posição central na técnica analítica freudiana.
Cinco lições de Psicanálise — Freud, comentando sobre a técnica psicanalítica e ressaltando os trabalhos de Jung e do grupo de Zurique, com a associação de palavras, observa que uma recordação em conexão com um número suficiente de “associações livres” permitirá que se desvende o que Freud chamava de um “complexo reprimido”. Para tanto, recomenda-se ao paciente falar sobre o que quiser, porém sabe-se que, frequentemente, se ouvirá como resposta que o paciente não tem nada a dizer ou que nada lhe surge à mente. 
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A regra fundamental da psicanálise
A dinâmica da transferência — A expressão “regra fundamental” foi utilizada pela primeira vez no artigo técnico A dinâmica da transferência, quando Freud discutia a questão da resistência transferencial. 
Sobre o início do tratamento — Freud elabora algumas regras, que prefere chamar de recomendações, para o início do tratamento psicanalítico. Chama a atenção, no entanto, para a diversidade de situações e fatores que se opõem a qualquer mecanização da técnica. Nesse trabalho, Freud relata que o material inicial trazido pelo paciente é indiferente, mas em todos os casos deve-se permitir ao paciente ser livre para escolher por onde ele deverá
começar a falar. 
Freud fala ao paciente: “Antes que eu possa lhe dizer algo, tenho de saber muita coisa sobre você; por obséquio, conte-me o que sabe a respeito de si próprio” (p. 149). Porém, Freud ressalta que a única exceção a esse comentário é que a regra fundamental deve ser comunicada no começo do tratamento, tendo em vista que, sob o efeito da resistência, todo paciente, em algum momento do tratamento, iria desprezar essa regra. 
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A regra fundamental da psicanálise
Um estudo autobiográfico — Freud retornou à evolução de seu método e insistiu na necessidade do respeito à regra fundamental da Psicanálise e como ele costumava rotineiramente proceder com seus
pacientes nesse quesito técnico. 
Segundo Freud: “Em vez de incitar o paciente a dizer algo sobre algum assunto, pedi-lhe então que [...] dissesse o que lhe viesse à cabeça, enquanto deixasse de dar qualquer orientação consciente a seus pensamentos” (p. 45). 
Nesse mesmo texto, Freud deixa claro que a associação livre é a técnica com a qual se pode tornar consciente o material reprimido que está retido pelas resistências. O autor ressalta também que a associação livre não seria realmente livre. Embora o paciente não esteja dirigindo suas atividades mentais para um determinado assunto, ele está permanentemente sob a influência da situação analítica e da transferência, e tudo que lhe ocorre tem alguma referência com essas situações.
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A regra fundamental da psicanálise
Resistência e repressão — Freud relata que a primeira coisa que se consegue, ao estabelecer a regra fundamental, é que ela se transforma no alvo dos ataques da resistência. Enfatiza que seja feita uma “advertência expressa”, insistindo para que o paciente siga apenas a superfície de sua consciência, abandonando toda a crítica sobre aquilo que encontra.
Prossegue dizendo que: “o sucesso do tratamento, e, sobretudo sua duração, depende da conscienciosidade com que ele obedece a esta regra fundamental da análise (p. 294).
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A regra fundamental da psicanálise
Inibições, sintoma e ansiedade — Na tentativa de explorar mais profundamente os motivos que interferem na livre associação, em “inibições, sintoma e ansiedade”, Freud discorreu sobre as dificuldades específicas do neurótico obsessivo em seguir à regra fundamental. 
Diz Freud que essas dificuldades decorrem em função de que: 
“Seu ego é mais atento e faz isolamentos mais acentuados, provavelmente por causa do alto grau de tensão devido ao conflito que existe entre seu superego e seu id” (p. 123). Freud se referia aqui à tendência do ego do neurótico obsessivo de estar constantemente lutando contra a intrusão de fantasias inconscientes e da manifestação de tendências ambivalentes.
Embora a técnica da associação livre tenha passado por diferentes descrições, ao longo da obra de Freud, ela permaneceu praticamente inalterada e continuou sendo considerada um dos principais meios de acesso ao material inconsciente.
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A regra da atenção flutuante
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CLÍNICA PSICANALÍTICA
Aula 05: A regra da atenção flutuante
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A regra da atenção flutuante
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Freud, a partir do momento que estabeleceu definitivamente o formato da terapia psicanalítica, deixando de utilizar o método catártico e a hipnose, dizia que o psicanalista tinha que se portar diante do paciente de uma forma distinta do posicionamento médico habitual. 
De forma geral, quando o médico recebe um doente para uma consulta, sua atenção está voltada aos aspectos específicos da fala e da condição física do paciente que podem indicar a existência ou não de patologias. 
Nesse sentido, o médico seleciona, a priori, determinados signos e verifica se eles se manifestam na fala e no corpo do doente.
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um médico não terá dificuldades em fazer um diagnóstico de tuberculose ao se deparar com qualquer paciente que apresente tosse durante mais de duas semanas, febre, catarro, dor no peito, falta de apetite, emagrecimento e cujos exames acusem a presença, em seu corpo, de uma bactéria conhecida como bacilo de Koch.
POR EXEMPLO
Freud notou que se os analistas agissem dessa mesma forma, o tratamento psicanalítico não funcionaria. 
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O analista precisa estar atento a tudo o que o paciente diz. É essa atitude de abertura a todas as expressões do analisando que Freud denominou de “atenção flutuante”.
Em contrapartida, um analista jamais poderia concluir que todo paciente com fobia de cavalos possui um desejo inconsciente de matar o próprio pai, embora esse fosse o caso do pequeno Hans.
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De acordo com o pai da Psicanálise, a atenção flutuante seria a contrapartida do terapeuta à regra fundamental da associação livre 
que o paciente deve seguir para que a análise funcione.
Atenção flutuante – regra técnica à qual tenta se conformar o psicanalista, ao não privilegiar, em sua escuta, nenhum dos elementos particulares do discurso do analisando.
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No início do tratamento, o analista pede ao analisando que diga exatamente tudo o que lhe venha à cabeça, mesmo que sejam pensamentos aparentemente sem sentido. 
A premissa que fundamenta esse enunciado é a de que:
Determinados conteúdos que poderiam ser vistos como banais ou irrelevantes podem muito bem servir aos paradoxais propósitos do inconsciente de se revelar de forma disfarçada. 
Em última instância, não é possível dizer que a narrativa de uma briga com a mãe seja mais importante para o tratamento que um relato acerca do que se comeu no almoço. 
LEMBRANDO!
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A regra da associação livre é uma técnica que, se seguida à risca, possibilita ao paciente acompanhar o fluxo de trabalho do inconsciente. O inconsciente nunca para de trabalhar, independente da atividade que estejamos realizando. Nem na hora da refeição!
O terapeuta deve, portanto, evitar fixar sua atenção em certos conteúdos, privilegiando‑os em detrimento de outros. Por isso, a metáfora aquática utilizada por Freud é bastante precisa. A atenção do analista deve flutuar pelos significantes que o paciente enuncia, como um barco que perdeu o leme, evitando tomar algum fragmento do discurso como cais.
Assim, da mesma forma que o analisando deve evitar selecionar os pensamentos que irá comunicar em análise, o analista também deve escutar de forma homogênea tudo aquilo que o paciente diz, por mais bobo que pareça ser.
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A regra fundamental da psicanálise
Neste caso (Srta. Emmy von N.) Freud empregou diversas modalidades de tratamento: 
o método catártico (utilizado por Freud a primeira vez); 
a sugestão hipnótica;
e a “técnica da pressão”*. 
*Nessa técnica, Freud pressionava a fronte do paciente
com a mão, na esperança de que o paciente pudesse relembrar acontecimentos de sua vida passada que trouxessem alguma compreensão quanto às origens de sua doença.
Do mesmo modo que se situa a descoberta do método catártico, na cura de Anna O., por Breuer, situa-se no tratamento da Srta. Emmy von N., por Freud, o abandono da hipnose e o surgimento da associação livre.
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A atenção flutuante é a contrapartida da associação livre, proposta ao paciente. 
Freud formula essa técnica em 1912, da seguinte maneira: 
“Não devemos atribuir uma importância particular a nada daquilo que escutamos, sendo conveniente que prestemos a tudo a mesma atenção flutuante”. 
Igualmente, determina que o inconsciente do analista se comporte, em relação ao inconsciente do paciente, “como ouvinte telefônico em relação ao microfone”.
A atenção flutuante pressupõe, portanto, de parte do praticante, a supressão momentânea de seus pré-julgamentos conscientes e de suas defesas inconscientes. (CHEMANA,1995)
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A hipótese de Freud 
Ao suspender sua atenção habitual e deixar‑se levar pelas associações do paciente, o analista acabará por seguir o fluxo de trabalho do seu próprio inconsciente. Assim, em condições ideais, isto é, caso o paciente obedecesse fielmente à regra da associação livre e o analista adotasse plenamente a atenção flutuante, se estabeleceria uma comunicação entre os inconscientes do terapeuta e do analisando. 
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Foi justamente essa situação que Freud imaginou como sendo o ápice da relação analítica.
A comunicação entre inconscientes como situação ideal deve estar sempre no horizonte do analista, mas deve saber de antemão que pode não alcançá‑la em sua plenitude. 
Isso não significa, contudo, que o terapeuta deva abandonar a técnica da atenção flutuante sob a justificativa de que jamais será capaz de atingir tal estado psíquico com perfeição. 
É possível, ao analista, adotar uma atenção flutuante “suficientemente boa”, isto é, uma atitude de receptividade total ao mais ínfimo detalhe do discurso do paciente, na qual, eventualmente, em função da experiência e do aprendizado teórico, certos conteúdos encontrem uma escuta mais – atenta.
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Atenção Flutuante: modo como o analista deve escutar o analisando. O analista não deve privilegiar nenhum elemento e deve funcionar o mais livre possível a sua própria atividade inconsciente. 
RESUMINDO
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Recomendações aos que exercem a Psicanálise
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Aula 06: Recomendações aos médicos que exercem a Psicanálise
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Recomendações aos médicos que exercem a Psicanálise
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A técnica rejeita o emprego de qualquer expediente especial (mesmo de tomar notas). Consiste simplesmente em não dirigir o reparo para algo específico e em manter a mesma ‘atenção uniformemente suspensa’ (como denominamos) em face de tudo o que se escuta. 
Freud esperava que as suas observações poupassem os médicos, que exercem a Psicanálise, muito esforço desnecessário e os resguardassem de algumas inadvertências (deslizes).
A tarefa mais árdua parece ser a de lembrar-se de todos os inumeráveis nomes, datas, lembranças, pormenorizadas e produtos patológicos que cada paciente comunica no decurso de meses e anos de tratamento, e de não confundi-los com material semelhante produzido por outros pacientes. 
O QUE FAZER?				É SIMPLES
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A regra de prestar igual reparo a tudo constitui a contrapartida necessária da exigência feita ao paciente, de que comunique tudo o que lhe ocorre, sem crítica ou seleção. 
Se o médico se comportar de outro modo, estará jogando fora a maior parte da vantagem que resulta do paciente obedecer à ‘regra fundamental da Psicanálise’.
A regra para o médico pode ser assim expressa: 
‘Ele deve conter todas as influências conscientes da sua capacidade de prestar atenção e abandonar-se inteiramente à ‘memória inconsciente’. 
Ou, para dizê-lo puramente em termos técnicos: 
‘Ele deve simplesmente escutar e não se preocupar se está se lembrando de alguma coisa’.
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O resto, ainda desconexo e em desordem caótica, parece a princípio estar submerso, mas vem rapidamente à lembrança assim que o paciente traz à baila algo de novo, a que se pode relacionar e pelo qual pode ser continuado. 
O que se consegue desta maneira será suficiente para todas as exigências durante o tratamento.
Aqueles elementos do material que já formam um texto coerente ficarão à disposição consciente do médico. 
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Freud diz que: 
Não pode aconselhar a tomada de notas integrais, a manutenção de um registro estenográfico etc., durante as sessões analíticas. 
Porquê?
Pela impressão desfavorável que isto causa em certos pacientes; 
Faz-se uma seleção prejudicial do material enquanto se escreve, e parte de nossa própria atividade mental acha-se dessa maneira presa, quando seria melhor empregada na interpretação do que se ouviu.
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Exceções a esta regra
Nenhuma objeção pode ser levantada a exceções feitas a esta regra, como por exemplo:
datas, sonhos, ou eventos específicos dignos de nota, que podem ser facilmente destacados de seu contexto.
Diz Freud:
Mas tampouco tenho o hábito de fazer isto. 
Quanto aos exemplos, anoto-os, de memória, à noite, após o trabalho se encerrar; 
Quanto aos textos de sonhos a que dou importância, faço o paciente repeti-los, após havê-los relatado, de maneira a que eu possa fixá-los na mente;
Tomar notas durante a sessão com o paciente poderia ser justificado pela intenção de publicar um estudo científico do caso.
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Alerta!
Não é bom trabalhar cientificamente em um caso enquanto o tratamento ainda está sendo realizado.
Qual é a atitude correta?
A conduta correta para um analista reside em oscilar, de acordo com a necessidade, de uma atitude mental para outra, em evitar especulação ou meditação sobre os casos, enquanto eles estão em análise, e em somente submeter o material obtido a um processo sintético de pensamento após a análise ter sido concluída.
A distinção entre as duas atitudes seria sem sentido se já possuíssemos todo o conhecimento (ou, pelo menos, o conhecimento essencial) sobre a Psicologia do inconsciente e a estrutura das neuroses que podemos obter do trabalho psicanalítico. 
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Freud utiliza a metáfora do cirurgião para explicar o método
Diz Freud:
Não posso aconselhar insistentemente demais os meus colegas a tomarem como modelo, durante o tratamento psicanalítico, o cirurgião, que põe de lado todos os sentimentos, até mesmo a solidariedade humana, e concentra suas forças mentais no objetivo único de realizar a operação tão competentemente quanto possível. 
Nas condições atuais, o sentimento mais perigoso para um psicanalista é a ambição terapêutica de alcançar, mediante este método, algo que produza efeito convincente sobre outras pessoas.
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Qual é a justificativa de Freud para essa orientação?
A frieza emocional no analista cria condições mais vantajosas para ambas as partes: 
para o médico, uma proteção desejável para sua própria vida emocional, e
para o paciente, o maior auxílio que lhe podemos dar. 
Qual o objetivo para essas diferentes regras?
Todas essas regras se direcionam, se destinam a criar, para o médico, uma contrapartida à ‘regra fundamental da Psicanálise’. 
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Assim como o paciente
deve relatar tudo o que sua auto-observação possa detectar, e impedir todas as objeções lógicas e afetivas que procuram induzi-lo a fazer uma seleção...
O médico 
deve colocar-se em posição de fazer uso de tudo o que lhe é dito para fins de interpretação e identificar o material inconsciente oculto. 
Dito de outro modo: o médico deve voltar seu próprio inconsciente, como um órgão receptor, na direção do inconsciente transmissor do paciente.
O médico deve ter atenção às resistências em si próprio que ocultem de sua consciência o que foi percebido pelo inconsciente.
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Freud chama a atenção da importância da análise para que se fique ciente dos complexos que poderiam interferir na compreensão do que o paciente lhe diz. 
 Toda repressão não solucionada, no analista, constitui o que foi apropriadamente descrito por Stekel como um ‘ponto cego’ em sua percepção analítica.
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Perguntaram a Freud: Como alguém pode ser tornar analista?
Pela análise dos próprios sonhos. 
ATENÇÃO!
Nem todo mundo consegue interpretar seus próprios sonhos sem auxílio externo.
Para Freud, um dos grandes méritos da escola de análise de Zurique foi ter dado ênfase à exigência de que todos que desejem efetuar análise, em outras pessoas, terão primeiramente de ser analisados por alguém com conhecimento técnico. 
Todos que apreciam o valor do autoconhecimento e do autocontrole adquiridos continuará, quando a analise terminar, o exame analítico de sua personalidade sob a forma de autoanálise, e ficará contente em compreender que, tanto dentro de si quanto no mundo externo, deve sempre esperar descobrir algo de novo.
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Mais regras
Transição da atitude do médico para o tratamento do paciente:
o médico deve controlar-se e guiar-se pelas capacidades do paciente em vez de por seus próprios desejos; 
ser tolerante com a fraqueza do paciente;
contentar-se em ter reconquistado certo grau de capacidade de trabalho e divertimento.
A ambição educativa é de tão pouca utilidade quanto a ambição terapêutica.
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Até que ponto deve-se buscar a cooperação intelectual do paciente no tratamento? 
É difícil dizer algo de aplicabilidade geral sobre este ponto: a personalidade do paciente é o fator determinante. 
É errado determinar tarefas ao paciente, tais como:
coligir suas lembranças ou 
pensar sobre um período específico de sua vida. 
Pelo contrário, ele tem de aprender, acima de tudo – o que nunca acontece facilmente com alguém –, que atividades mentais, tais como refletir sobre algo ou concentrar a atenção, não solucionam nenhum dos enigmas de uma neurose.
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Deve-se ser especialmente inflexível a respeito da obediência a essa regra com pacientes que: 
praticam a arte de desviar-se para o debate intelectual durante o tratamento;
que teorizam muito e com frequência sobre o seu estado e, dessa maneira, evitam fazer algo para superá-lo. 
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O início do tratamento psicanalítico e os fenômenos da resistência
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Aula 07: O início do tratamento psicanalítico e os fenômenos da resistência
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O início do tratamento psicanalítico e os fenômenos da resistência
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Nomenclatura:
Freud – “tratamento de ensaio”
Lacan – “entrevistas preliminares”
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Tratamento psicanalítico de uma ou duas semanas antes do começo da análise propriamente dita.
As funções das entrevistas preliminares
“O inicio do tratamento” (texto de Freud)
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Nesse mesmo texto...
Freud anuncia que a primeira meta da análise é a de ligar o paciente ao seu tratamento e à pessoa do analista.
Sendo mais explícito em relação a pelo menos uma função desse tratamento de ensaio: a do estabelecimento do diagnóstico e, em particular, a do diagnóstico diferencial entre neurose e psicose.
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O primeiro contato - entrevistas preliminares/ensaio preliminar
Um tempo de trabalho prévio - à análise propriamente dita, cuja entrada é concebida não como continuidade, e sim como uma descontinuidade, um corte em relação ao que era anterior e preliminar.
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Condição absoluta - “não há entrada em análise sem as entrevistas preliminares”.
Na prática, nem sempre é possível demarcar nitidamente esse umbral da análise. Isto ocorre por quê?
Tanto nas entrevistas preliminares quanto na própria análise o que está em jogo é a associação livre.
Diz Freud - O “ensaio preliminar”, é o início da análise e deve conformar-se às suas regras... “deixa-se o paciente falar quase o tempo todo e não se explica mais que absolutamente o necessário para fazê-lo prosseguir no que está dizendo.”
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O início do tratamento psicanalítico e os fenômenos da resistência
PARADOXO EP = A EP # A
Nesse momento, a tarefa do analista é apenas relançar
o discurso do analisante.
As entrevistas preliminares têm a mesma estrutura da análise, mas são distintas desta. 
e que se lê: entrevistas preliminares são iguais à análise, implicando que entrevistas preliminares são diferentes da análise. 
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Disso se conclui que:
1º— A associação livre mantém a identificação das entrevistas preliminares com a análise (EP=A).
2º — Esse tempo de diagnóstico faz com que se distinga entrevistas preliminares da análise (EP# A).
Paradoxo do analista – aceitar ou não aceitar aquela demanda de análise.
Com isso, para tomar essa decisão as E.P. podem ser divididas em dois tempos :
Um tempo de compreender;
Momento de concluir - no qual o analista toma sua decisão.
É nesse momento de concluir que se coloca o ato psicanalítico, assumido pelo analista, de transformar o tratamento de ensaio em análise propriamente dita.
O ato psicanalítico - o divã
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Importante!
Para a análise se desencadear é necessário, além da escolha do candidato, a escolha por parte do analista.
Na constituição dessa dupla escolha, o sujeito será impelido a elaborar sua demanda de análise - o que é um fator de histerização ($	 S1) na produção do sintoma analítico.
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Funções das entrevistas preliminares:
Segue uma distribuição mais lógica do que cronológica:
Função Sintomal (Sinto-mal)
Função Diagnóstica
Função Transferêncial 
1º — Função Sintomal (Sinto-mal) - compreende questões sobre a demanda e analisabilidade.
A demanda de análise pode ser considerada em termos de sua produção, sendo um produto da oferta do psicanalista.
Para Lacan, só há uma demanda verdadeira para se dar início a uma análise — a de se desvencilhar de um sintoma.
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A alguém que vem pedir uma análise para se conhecer melhor, a resposta de Lacan é clara — “eu o despacho”.
Lacan não considera esse “querer se conhecer melhor” como algo que tenha o status de uma demanda que mereça resposta.
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A demanda de análise é correlata à elaboração do sintoma enquanto “sintoma analítico”. O que está em questão, nessas entrevistas preliminares, não é se o sujeito é analisável, se tem um eu forte ou fraco para suportar as agruras do processo analítico. 
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Para Lacan, a analisabilidade é função do sintoma e não do sujeito e deve ser buscada, a partir da transformação do sintoma do qual o sujeito se queixa em sintoma analítico. Isso significa que é preciso que “a queixa se transforme em uma demanda endereçada àquele analista e que o sintoma passe de estatuto de resposta ao estatuto de questão para o sujeito, para que este seja instigado a decifrá-lo” (QUINET, 2000, p. 16).
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O sintoma será questionado pelo analista, que procurará saber a que esse sintoma está respondendo, que gozo esse sintoma vem delimitar. 
Essa problemática pode ser formulada em termos freudianos da seguinte forma: o que fez fracassar o recalque e surgir o retorno do recalcado para que fosse constituído o sintoma?
O sintoma psicanalítico é um arranjo que o sujeito faz para responder ao desejo do outro e é sempre endereçado ao outro e, por isso, se repete nas diversas situações de sua vida. Segundo Quinet (2000), o analista, em um processo de análise, está no lugar do outro e cabe a ele transformar esse sintoma na questão que Lacan denomina “Que queres?”, questão chamada desejo.
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A constituição do sintoma analítico é correlata ao estabelecimento da transferência que faz emergir o sujeito suposto saber, pivô da transferência. Esse momento, em que o sintoma é transformado em enigma, é um momento de histerização, já que o sintoma representa aí a divisão do sujeito ($). 
Enquanto o sintoma faz parte da vida do sujeito pode ser considerado como um signo (ou sinal): aquilo que representa alguma coisa para alguém. Quando esse sintoma é transformado em questão, ele aparece como a própria expressão da divisão do sujeito. É nesse momento que o sintoma, encontrando o endereço certo que é o analista, se torna sintoma propriamente analítico. É isso que Lacan quer dizer com a formulação “o analista completa o sintoma”.
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2º — A função diagnóstica
É necessária a realização de um diagnóstico diferencial, em particular o diagnóstico diferencial entre neurose e psicose, na medida em que a forma de conduta frente ao caso se torna diferente para cada uma destas estruturas clínicas.
A questão do diagnóstico diferencial só se coloca em Psicanálise como função da direção da análise: diagnóstico e análise (no sentido de processo analítico) se encontram em uma relação lógica, chamada de implicação:
Sabe-se que o estabelecimento do diagnóstico só faz sentido se servir de orientação para condução da análise
D A (se D então A).
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2º — A função diagnóstica
Só pode ser buscado (o diagnóstico) no registro simbólico, onde são articuladas questões fundamentais do sujeito: sexo, morte, procriação e paternidade. (QUINET, 2000)
É a partir do simbólico que se pode fazer o diagnóstico diferencial estrutural por meio dos três modos de negação do Édipo correspondentes às três estruturas clínicas. 
recalque (Verdrängung) do neurótico, nega conservando o elemento no inconsciente e
desmentido (Verleugnung) do perverso, o nega conservando-o no fetiche
foraclusão (Verwerfung) do psicótico é um modo de negação que não deixa traço ou vestígio algum: ela não conserva, arrasa. 
Os dois modos de negação que conservam implicam a admissão do Édipo no simbólico, o que não acontece na foraclusão.
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2º — A função diagnóstica
Cada modo de negação é concomitante a um tipo de retorno do que é negado segundo Quinet (2000, p. 19).
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2º — A função diagnóstica
No recalque, o que é negado no simbólico retorna no próprio simbólico sob a forma de sintoma: o sintoma neurótico. 
No desmentido, o que é negado é concomitantemente afirmado retornando no simbólico sob a forma de fetiche do perverso. 
Na psicose, o que é negado no simbólico retorna no real sob a forma de automatismo mental, cuja expressão mais evidente é a alucinação. 
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2º — A função diagnóstica

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