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O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DO ADOLESCENTE

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O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DO ADOLESCENTE
Pensamento operacional formal: do real ao possível 
Adolescência é a fase que marca a transição entre a infância e a idade adulta, que envolve alterações físicas, mentais e sociais, marcada pelo abandono de comportamentos próprios da infância para adquirir características e competências que assumam os deveres e papéis sociais do adulto.
Jean Piaget (1949) considerava que a fase das transformações intelectuais, as operações formais, começa a acontecer aos 12 e 13 anos até os 16 e 17 anos, que ele classificou como as últimas etapas que ocorrem no período do desenvolvimento cognitivo.
Nesta fase a principal tarefa é aprender como pensar sobre as ideias tanto quanto os objetos, organizando estas ideias e manipulando elas, ou seja, a criança estende suas habilidades de raciocínio aos objetos e situações vivenciadas ou não e pensa sobre coisas imaginárias e ocorrências possíveis.
Solução sistemática de problemas
O sujeito capaz de buscar a resposta de um problema de maneira sistemática (com elementos classificados e organizados por um critério) e metódica (fazer tudo por métodos organizados) segundo Piaget e Inheldel (1958), que estudaram saber como a criança tentava encontrar a resposta quando era apresentadas aos desafios dados.
Muitos adolescentes agem de formas diferentes na resolução de problemas, reconhecem que há somente uma maneira de solução do problema com variação de fatores por vez, e nem todos adolescentes usam de metodologia para isso.
Lógica Dedutiva
Outra mudança na criança que passa da lógica indutiva (baseada num conjunto de experiências individuais para concluir algo) para a lógica dedutiva que é um tipo de raciocínio lógico que faz uso da dedução para obter uma conclusão a respeito de determinada premissa. O termo “dedução” está registrado no dicionário como o ato de deduzir, concluir, ou a enumeração minuciosa de fatos e argumentos. A origem do método dedutivo é atribuída aos antigos gregos, com o silogismo do filósofo Aristóteles, sendo mais tarde desenvolvido por Descartes, Spinoza e Leibniz.
As operações formais
Pesquisas demonstram que as crianças são muito mais lentas no desenvolvimento do pensamento formal que Piaget acreditava e que até muitas podem não desenvolver as operações formais. Suzanne Martorano (1977) observou numa pesquisa que de cada 80 sujeitos estudados apenas 2 faziam uso das operações formais em todos os diferentes problemas apresentados. 
Ninguém sabe ao certo porque algumas pessoas não desenvolvem e outras sim, e hipóteses surgem como:
Pode haver relação com o tipo de escolarização dada, com muita matemática e ciências.
Pode ser com o estilo básico de abordagem de problemas em diferentes sujeitos.
As operações formais
Edith Neimark (1975) descreveu que crianças mais “reflexivas” (que examinam com cuidados as opções) eram mais propensas a desenvolver operações formais do que as crianças “impulsivas”.
Outra hipótese é que todos nós parecemos usar o nível de lógica mais simples que funciona no ambiente que vivemos. A criança que vive num ambiente que só aceite operações concretas não desenvolverá as operações formais.
Os jovens que são, de alguma forma, “forçados” pelas circunstâncias ou experiências a trabalhar modos mais complexos de relacionar ideias, parecem desenvolver ou exibir as operações formais.
Problemas com a teoria de Piaget
Duas teorias de Piaget parecem sem muita importância, mas com uma dificuldade bastante séria:
Ritmo de desenvolvimento – aqui Piaget não fala muito porque a criança parece desenvolver-se em ritmos diferentes.
Estágios e idades – neste caso Piaget teria subestimado as crianças quanto as idades específicas não serem tão importantes quanto a sequência em si.
Consistência do desenvolvimento – aqui Piaget sugeriu essencialmente que a cada estágio a criança possui certa estrutura lógica que não é clara. Se Piaget acerta sobre a existência de tais estruturas, podemos observar que todas as crianças num determinado estágio aplicam o mesmo tipo de lógica a diferentes problemas. Ele acreditou que houvesse uma estrutura geral de conjunto em cada estágio.
Pesquisas recentes mostram que dentro de cada estágio parece haver uma ordem específica, segundo a qual são adquiridos os vários conceitos básicos.
Apesar destas observações, a teoria de Piaget pode ser atingida mas não esquecida, afinal há mais generalizações das estratégias lógicas entre os problemas que Piaget acreditava. Mas há também mais ordem, sequência e um processo estruturado do que alguns críticos quiseram afirmar.
Os efeitos do ambiente sobre o desenvolvimento cognitivo
A sequência de desenvolvimento cognitivo pode ser compartilhadas por todas as crianças mas não no mesmo ritmo, com diferenças de até dois anos entre escolares até a época que surgem as operações concretas e diferenças maiores nas operações formais. O ambiente pode favorecer estas diferenças?
Diferentes classes sociais – pesquisas com crianças de famílias pobres com crianças de famílias de classe média descobriram que a classe social não tem efeito em bebês, uma vez que bebês pobres desenvolvem o conceito de objeto, por exemplo, na mesma velocidade que os de classe média.
Já entre crianças com mais de 3 anos, a classe social é fator importante, pois as crianças de classe média tendem a se mostrar mais adiantadas que as de classe operária em medidas de conservação, classificação ou operações formais.
Estes estudos apontam possibilidades de que o ambiente é essencial nesse desenvolvimento mas revelam variáveis críticas sobre o que os pais pobres fazem ou dizem, ou não fazem e não dizem que produz a diferença? Pode ser a oportunidade de brincar com vários brinquedos, quanto tempo se conversa com esta criança ou o quê?
Os efeitos do ambiente sobre o desenvolvimento cognitivo
Diferenças familiares – aqui devemos examinar a interação real dentro das famílias. Estudos nesse sentido tem medido o QI da criança e não seu nível geral de desenvolvimento cognitivo.
Um destes estudos visitou casas de um grupo de 39 bebês (com até um ano de idade) a cada duas semanas, durante um ano. Em cada visita era notada o tipo de estimulação disponível a criança e periodicamente testava-se em qual velocidade estavam desenvolvendo alguns conceitos como o de permanência do objeto, causalidade e relação meio-fim. 
Os efeitos do ambiente sobre o desenvolvimento cognitivo
Diferenças sexuais – a maioria das comparações entre homens e mulheres quanto às habilidades intelectuais são baseadas em testes de QI ou equivalentes. Poucos são os estudos que comparam meninos e meninas nas tarefas piagetianas, com a conclusão bastante clara.
Até as operações concretas não há diferenças sexuais consistentes. Já nas operações formais há evidências crescentes de que os meninos começam a ultrapassar as meninas. A explicação mais razoável está no fato de que a maioria das medidas das operações formais usadas envolvem alguma capacidade de percepção espacial, tornando as meninas menos capazes de realizar tarefas espaciais que os meninos.
Portanto são hipóteses que pesquisas ainda não concluíram que as diferenças sexuais atuem no desenvolvimento de operações formais.
Referência 
BEE, H. BOYD, D. A criança em desenvolvimento. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 1984. 568p.

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