Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA- UFRA INSTITURO DE SAÚDE E PRODUÇÃO ANIMAL – ISPA DISCIPLINA: ZOOLOGIA GERAL PROFª ANDRÉA BEZERRA NOMENCLATURA ZOOLÓGICA Em 1758, Lineu formalizou o Sistema Binomial, onde cada ser vivo é identificado por 2 nomes: um genérico (Gênero) e outro específico (Espécie). Nomenclatura zoológica - Sistema de nomes aplicados aos táxons animais. É regida pelo Código Internacional de Nomenclatura Zoológica (ICZN, 1985). CÓDIGO Conceito - é um sistema de regras e recomendações acerca da maneira correta de compor e aplicar os nomes zoológicos. É um documento adotado pela comunidade zoológica internacional. Objetivo – promover a estabilidade e a universalidade dos nomes científicos dos animais, e assegurar que o nome de cada táxon seja único e distinto. Requisitos (4) – unicidade, distinção, estabilidade e universalidade. → Unicidade: que é um e um só; → Distinção: distinto de qualquer outro; → Estabilidade: o nome correto não deve ser alterado injustificadamente; → Universalidade: é válido em qualquer parte; TÁXON E CATEGORIAS Categorias – é a determinação do nível hierárquico em que certos táxons são classificados: Reino, Filo, Classe, Ordem, Família, Gênero e Espécie. Táxon – é constituído de um ou mais indivíduos com características semelhantes: Bivalvia, Chordata, Mollusca, Pseudemis... OS NOMES DOS TÁXONS Os nomes zoológicos são palavras em latim ou latinizadas (maioria provém da língua Grega Clássica). O código disciplina o nome dos táxons: #Táxons do grupo da Família: → Tribo - INI → Sub tribo - INA → Subfamília - INAE → Família -IDAE → Superfamília – OIDEA #Táxons do grupo Gênero: → Gênero → Subgênero #Táxons do grupo Espécie: → Espécie → Subespécie Os nomes podem ser uninominais, binominais e trinominais, isto é, são nomes compostos de uma, duas ou três palavras. Nome das espécies – binominais. Nome dos subgêneros e subespécies – trinominais. Demais categorias – uninominais. Uninominais Expressos por uma única palavra; São escritos com maiúscula e não são grifados: Ex: → Reino - Animalia → Filo - Chordata → Classe - Insecta → Ordem - Testudine → Família - Kinosternidae → Tribo - Ibidionini → Gênero - Peltocephalus Para os Gêneros: segue a regra acima, mas deve chamar a atenção no texto. Ex.: Apis; Musca; Homo; itálico Apis; Musca; Homo sublinhado Apis; Musca; Homo negrito Binominais Usados para táxons da categoria da espécie; Nome do gênero no qual a espécie está classificada, seguido de um segundo termo, próprio da espécie. Costumam ser escritos de forma que fiquem destacados do restante do texto em que aparecem (negrito, itálico, sublinhados) Ex: Musca domestica, Musca domestica ou Musca domestica Ex: Apis mellifera Binômio Quando o nome genérico já foi mencionado anteriormente: Ex: Apis → A. mellifera e A. floratta. Trinominais Táxons da categoria de Subgênero: é inserido, entre parênteses, entre o nome do gênero e o da espécie. Ex.: Amazona (Ciclorrapha) aestiva Obs: Quando o subgênero é o subgênero-tipo, usa-se abreviá-lo. Ex.: Glenea (Glenea) viridis ou Glenea (G.) viridis Táxons da categoria de Subespécie: consta no nome da espécie onde foi classificada, seguida de um terceiro termo, peculiar à subespécie. Ex: Kinosternon scorpioides scorpioides Obs: Quando o 2º e o 3º termos do nome subespecífico são iguais, pode-se abreviar o 2º termo. Ex: Kinosternon scorpioides scorpioides → Kinosternon s. scorpioides Tetranominais Formados por 4 termos, quando se combinam nomes das categorias do Subgênero e da Subespécie. Ex.: Taricanus (Microcanus) truquii mexicanus Teminologias: → oidea para categoria SUPERFAMILIA; → idae para categoria FAMÍLIA; → inae para categoria SUBFAMILIA; → ini para categoria TRIBO; → ina para categoria SUBTRIBO. PUBLICAÇÃO, AUTORIA E DATA Todo nome zoológico, para ser válido, deve ser devidamente publicado, em algum periódico especializado. O código não aceita dissertações de mestrado ou teses de doutorado como publicações nesse sentido. As publicações devem satisfazer algumas exigências: Os trabalhos devem ser de domínio público; Impressos em papel, com cópias possíveis de serem obtidas por compra, doação ou permuta; O Código determina as condições: a língua em que foi escrito (latino ou latinizado) e a forma (binomial); Nome de nova entidade (Gênero novo, Espécie nova, etc...) é publicado logo após, indicação clara, abreviada, da categoria a qual pertence: “sp. n �” “gen. n” O autor de um nome é a pessoa que o publicou pela primeira vez como nome de um táxon. → Nome dos autores: nome da pessoa que publicou o táxon pela 1ª vez. Ex: Musca domestica Linnaeus Musca domestica L. → Autores em colaboração: quando a publicação tem dois ou mais autores usa-se o símbolo “ & “ entre o nome dos dois últimos autores Ex: Merostenus Marioni & Monné ou Chelus fimbriatus Ranieri, Parry & Gillet → Nome de autores separados por “in”: o nome científico tem como autor Napp, mas ele não escreveu um artigo descrevendo e dando nome à espécie, o nome foi publicado numa obra cujo autor é Fragoso. Ex.: Hexoplon integrum Napp in Fragoso → Data da publicação: É a data em que o trabalho apareceu pela 1ª vez. No exemplo, o nome foi publicado pela primeira vez por Newman no ano de 1832. Ex.: Phrynops gibbus Newman, 1832 → Todo nome publicado tem autor e data da publicação. A autoria e data não fazem parte do nome de um táxon, mas podem ser citados em conjunto. LEI DA PRIORIDADE Dentre todos os nomes propostos para um mesmo táxon, o mais antigo é o que tem validade; SINONÍMIA – quando um táxon tem dois ou mais nomes distintos. Ex.: Trachemys Fabricius, 1798 Saperda Dalman, 1840 Tomopterus Bates, 1900 Então, Trachemys Fabricius, 1798 → Sinônimo Sênior Saperda Dalman, 1840 , Syn. n. → Sin. juniores (descartado) Tomopterus Bates, 1900 , Syn. n. → Sin. Juniores (descartado) HOMONÍMIA - Dois animais, completamente diferentes podem receber, por coincidência, nomes idênticos (homônimos); Ex: Tulcus Buck, 1810 Tulcus Pizzaro, 1940 Então: O homônimo júnior deve receber um novo nome. O autor do nome novo é sempre quem o propõe. Ex: Vulgus Austin, 1948. OBS: Princípio da Prioridade – Toda a determinação de prioridade deve ser estabelecida pela averiguação das datas de publicação. Nos casos de sinônimos ou homônimos, vale o mais antigo. CONCEITO DE TIPO Tipo é o objeto zoológico que serve de base ao nome de um táxon, ou seja, é o padrão de referência para a aplicação de um nome científico; → O tipo de uma Espécie é um exemplar; → O tipo de um Gênero é uma Espécie nominal; → O tipo de uma Família é um Gênero nominal; Cada uma das espécies conhecidas foi descrita ou ilustrada originalmente com base em um exemplar (ou parte dele, ou do trabalho por ele realizado). Ninho com ovos Serpente e pele Dentes de tubarão Rã Colhereiro Arcada dentaria Tipos dos táxons da categoria da espécie É um exemplar (parte dele ou seu trabalho) que pode ser o único exemplar original disponível ou um exemplar escolhido dentre os exemplares de uma série original; Série-tipo: é o conjunto de todos os exemplares nos quais o autor baseou a descrição da espécie. → Holótipo: é o exemplar designado ou indicado como tipo pelo autor original ao tempo da publicação da descrição original da espécie. → Parátipos: são os demais exemplares da série-tipo. Holótipo Parátipos → Síntipo: são todos os exemplares da série-tipo, quando o autor não seleciona um holótipo; → Lectótipo: é o exemplar selecionado dentre os síntipos para fazer o papel de holótipo. Os demais exemplares da série → paralectótipos; → Neótipo:é o exemplar designado por um autor, quando o holótipo (ou todos os síntipos) foi destruído ou perdido, com a finalidade de substituí-lo. → Localidade-tipo: É a localidade onde o exemplar-tipo foi coletado. Exemplares provenientes de uma localidade-tipo são chamados de topótipos. Tamanduá bandeira (Myrmecophaga tridactyla) Tipos de táxons da categoria do Gênero O tipo de cada gênero é uma espécie que se denomina espécie-tipo do gênero. A espécie escolhida deve ser claramente mencionada como tal. Gênero: Podocnemis Podocnemis expansa Podocnemis unifilis Podocnemis unifilis Podocnemis sextuberculata Tipos de táxons da categoria da Família É o gênero no qual está baseado o nome da Família. Recomenda o Código que o Gênero escolhido para tipo seja bastante conhecido e que represente bem a Família. Família: Psittacidae Ara chloroptera Anodorrynchus hyacintinus Aratinga solstitialis Guarouba guarouba Cyanopsita spixii Bibliografia consultada PAPAVERO, Nelson. 1994. Fundamentos práticos de taxonomia zoológica (coleções, bibliografia, nomenclatura). Editora Unesp/ Fapesp AWRENCE, G.H.M.
Compartilhar