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Exercício Nomenclatura Botânica_UFRB

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Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas - CCAAB 
Disciplina: Botânica Sistemática (CCA 028) 
Profa.: Patrícia Luz Ribeiro 
 
NOMENCLATURA BOTÂNICA 
 
O homem foi sempre um nomenclaturista e desde cedo teve a necessidade de dar nome às plantas e aos animais. Até 
mais ou menos 1.600, as plantas eram denominadas por uma longa sentença descritiva, até que Garpar Bauhin (1560-1624) 
propôs a adoção da nomenclatura binomial para cada planta. Porém foi Linnaeus (1707-1778) quem implementou a nomenclatura 
binomial, classificando todas as plantas conhecidas na época (obra: Species Plantarum, 1753). Desde então, o nome científico de 
uma espécie é formado pelo nome do gênero mais o epíteto específico, por exemplo: Phaseolus vulgaris, Caesalpinia echinata. 
Tal sistema é aceito até hoje. 
O objetivo da nomenclatura é dar nomes aos táxons, possibilitando a comunicação e a indexação das informações existentes 
sobre os organismos. A nomenclatura é regulamentada por normas existentes no Código Internacional de Nomenclatura para 
Algas, Fungos e Plantas, que é publicado a cada cinco anos, após a realização do Congresso Internacional de Botânica. As 
normas da nomenclatura apenas prescrevem a maneira de nomear a espécie e as outras categorias, não estabelecem como 
definir os táxons. Isto é, não interferem no pensamento biológico, uma vez que não exercem influência sobre os conceitos 
biológicos seguidos pelos sistematas. 
O Código está organizado segundo Princípios, Regras e Recomendações. 
Os Princípios formam a base e estabelecem a filosofia do sistema nomenclatural: 
1. As nomenclaturas botânica, zoológica e das bactérias são independentes entre si; 
2. Os nomes estão ligados a um tipo nomenclatural; 
3. A nomenclatura de um grupo taxonômico é baseada no princípio de prioridade; 
4. Cada grupo taxonômico tem um só nome correto, o mais antigo validamente publicado; 
5. Os nomes científicos são latinos ou latinizados; 
6. As regras de nomenclatura são retroativas, a menos que estejam expressamente limitadas. 
 
As Regras são organizadas em Artigos, que incluem especialmente as normas que regem a colocação prática da nomenclatura. 
As Recomendações visam padronizar, o mais possível, a nomenclatura no nível internacional. 
Alguns aspectos importantes: 
1. nome científico de uma planta é composto pelo nome do gênero que começa por uma letra maiúscula, seguido pelo epíteto 
específico, que começa por uma letra minúscula, seguido pelo nome do autor. Ex: Rosa canina L. 
Sobre a formação dos nomes das espécies: 
a) epíteto específico é geralmente um adjetivo ou substantivo adjetivado que deve combinar em gênero com o nome do 
gênero; 
b) epíteto específico pode ser formado por homenagem a algum botânico ou pode descrever uma característica do táxon, 
como a cor, hábito, forma e local onde foi coletado. 
2. As espécies devem ser classificadas em níveis hierárquicos de gêneros e acima destes cada agrupamento possui uma 
terminação própria: 
 
EXEMPLO – Classificação do feijão (Phaseolus vulgaris) 
Divisão phyta Magnoliophyta (= Angiospermae) 
Subdivisão phytina 
Classe opsida Magnoliopsida (= Dicotyledonae) 
Subclasse idae Rosidae 
Ordem ales Fabales 
Família aceae Fabaceae (= Leguminosae) 
Subfamília oideae Faboideae (= Papilionoideae) 
Tribo eae Phaseoleae 
Subtribo inae Phaseolinae 
3. As espécies podem ser subdivididas em hierarquias infra-específicas, que incluem: subespécies, variedades, formas, que não 
têm terminações próprias. 
Ex: Leiothrix flavescens (Bong.) Ruhl. var. parvifolia Giul. 
4. Cada grupo taxonômico tem um só nome correto, o mais antigo validamente publicado, onde: 
• nome correto ou epíteto correto é aquele validamente publicado e proposto dentro das regras existentes; 
• nome legítimo é aquele proposto de acordo com as regras; 
• nome validamente publicado é aquele efetivamente publicado (em revista de grande circulação, indexada), publicado de 
acordo com as normas para cada categoria, com descrição e diagnose em latim, com indicação do tipo. 
5. Quando um estudo sistemático mostra que um gênero deve ser dividido em dois ou mais gêneros, o nome genérico deve ser 
mantido para o gênero que inclui a espécie designada como tipo. 
6. Quando uma subdivisão de um gênero for transferida para outro gênero ou uma espécie for transferida para outro gênero, no 
mesmo nível hierárquico, o nome deve ser retido desde que seja legítimo. Ex: Saponina sect. Vaccaria DC., transferido para 
Gypsophitea, tornou-se Gypsophyla sect. Vaccaria (DC.) Godr. 
7. Quando há mudança de nível hierárquico, deve ser usado o nome mais antigo disponível no novo nível, ou um novo quando 
não existe este nome. Ex: Magnolia virginica var. foetida L. (variedade elevada à espécie) = Magnolia foetida (L.) Giul. 
8. Quando uma espécie descrita em um gênero é transferida para outro gênero, o nome do autor que propôs a nova combinação 
também é citado, após o nome do autor original (entre parênteses). Ex: Malva rosea L. transferida para Althea por Cavanilles, 
passa a ser citada Althea rosea (L.) Cav. 
9. Tipos nemenclaturais: 
a) Holótipo - é um espécime ou outro elemento usado pelo autor ou designado por ele como tipo nomenclatural; 
b) Isótipo - é uma duplicata do holótipo; 
c) Síntipo - é qualquer um de dois ou mais espécimes citados pelo autor da espécie, quando nenhum holótipo foi designado; 
d) Lectótipo - é um espécime ou outro elemento selecionado do material original e escolhido posteriormente como tipo 
nemenclatural, quando nenhum holótipo foi designado; 
e) Parátipo - são outros materiais citados pelo autor além do holótipo (e isótipos) quando da descrição original; 
f) Neótipo - é um espécime escolhido como tipo nomenclatural quando todo o material ligado ao táxon descrito foi destruído. 
 
EXERCÍCIO DE NOMENCLATURA 
 
1. Usando o gênero Magnolia refira os nomes corretos para os táxons nos seguintes níveis hierárquicos: tribo, subfamília, família, 
ordem, subclasse, divisão, reino. 
 
2. De acordo com a terminação, diga a que categoria taxonômica correspondem os seguintes táxons: 
a)Malvales:_____________________c)Asteraceae:___________________ 
b)Bambusoideae:________________d)Poeae:______________________ 
 
3. Eleocharis laeviglumis R. Trevis. & Boldrini, Novon,16(1): 155. 2006. Responda as perguntas de acordo com esta citação: 
a ) Q u a l é o g ê n e r o d a e s p é c i e ? b)Qual a Opus principes? c ) Q u a l o e p í t e t o e s p e c í f i c o ? 
 
4. Giulietti, em 1946, descreveu uma nova espécie de Rosa à qual deu o epíteto específico odoratissima. 
a) qual o nome correto da espécie? 
Posteriormente, França Neto (1964) transferiu a espécie para o gênero Malus. 
b) qual a nova combinação para a espécie? 
Melo & Carneiro (1994) com base no fruto e na cor da corola propuseram tranferir este táxon para o gênero novo Pirus. 
c) qual o nome correto da espécie em 1994: 
d) qual o basiônimo: 
 
5. Lantana camara foi descrito por França, como Lippia camara em 1870, a nova combinação foi feita pelo mesmo autor em 1886. 
Qual o nome correto desta espécie? 
 
6. Coccoloba brasiliensis Melo, publicada em 1870, aparece como C. brasiliensis (Melo) Martius em Cronquist (1931), entretanto 
Martius nunca chegou a fazer validamente tal combinação nomenclatural. Qual é a citação correta da espécie? 
 
7. As assertivas abaixo apresentam erros nomenclaturais, indique os erros e corrija a redação. 
a) Levantamento das espécies de solanaceae no Rio Grande do Sul, Brasil. 
b) Biologia floral de Securidaca Lanceolata. 
c) Nova ocorrência de BACCHARIS TRIDENTATA. 
d) Uso de marcadores moleculares ISSR em espécies de Psidium guajava l. 
e) Filogenia de Ilex paraguariensis (Aquifoliace) A. St.-Hil. 
f) A ordem Malvaceae no Cerro das Almas. 
g) opuntia fícus-indica (L.) Mill. – palma-gigante 
h)Andropogon gayanus Var. Bisquamulatus CV. Planaltina 
 
8.Monnina itapoanensis Vianna & Marques. Arq. Jard.Bot. Rio de Janeiro 31:3. 1992. (holótipo ICN). 
Responda as perguntas de acordo com a citação acima: 
d)Qual a Opus principes? _________________________ 
e)Onde encontra-se depositado o tipo nomenclatural desta spécie? _________ 
f)Quem é o autor da espécie?______________________________ 
 
9. França Neto (1990) descreveu a planta Clausteniflora audenis baseado nas coletas feitas por França, na Bahia, sob o número 
37848 e Giulietti 53987 em Pernambuco. Que categoria de tipo temos no exemplo dado? Tal situação não é satisfatória à luz 
do CINB, como resolver o problema? 
 
10. Em 1940, França Neto descreveu a espécie Alonis masacompanhata, com base nas coletas de Giulietti 67846, com os 
exemplares A, B e C; de Barros Lima 2983, com os exemplares D, E e F e de Melo 297, com os exemplares G, H e I. França 
Neto indicou o exemplar D da coleta de Barros Lima 2983 como o mais característico da nova espécie. Sabendo que os tipos 
nomenclaturais podem ser holótipo, isótipo, parátipo, lectótipo, síntipo e neótipo, em qual categoria se enquadra os 
exemplares A,B,C,D,E,F,G,H e I. 
 
11. Psychotria chamelaensis é uma nova espécie descrita por C.M. Taylor & E. Domingues-Licona para o México. O holótipo desta 
espécie encontra-se depositado no herbário MEXU. Duplicatas do holótipo foram encaminhadas para os herbários BR, CBG, 
K, MO. Qual a categoria de tipo que estes herbários possuem? 
 
12. Diga que categoria taxonômica as siglas em destaque estão representando. 
a)Chamaecrista nictitans subsp. brachypoda 
b) Polygala adenophylla var. glabra 
c) Monnina subg. Hebecarpa 
d) Cyperus sect. Cyperus 
13. Pesquise e escreva o nome de 3 espécies híbridas. 
14. Crie um nome de variedade e de um cultivar para a espécie Myrcia amabilis Fox.

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