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Aula01Sucessões Introdução

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DIREITO DAS SUCESSÕES
AULA 01 – Introdução 
Primeira parte: exposição do conteúdo (em sala de aula)
1. Direito das Sucessões:
- Conceito (Direito das Sucessões é o conjunto de normas que disciplinam a transferência do patrimônio de alguém, depois de sua morte, ao herdeiro, em virtude de lei ou de testamento - artigo 1786, CC. Inclusive, o direito à herança foi consagrado como direito fundamental – artigo 5º, XXX, CF);
- Fundamento (o fundamento do Direito das Sucessões é a propriedade - para a garantia de sua perpetuidade -, conjugada ou não com o direito de família. O Direito das Sucessões se funda, então, em dois institutos combinados: a propriedade e a família. Atente-se, ainda, para a função social do direito das sucessões: estímulo à produção e acúmulo de riqueza para a sociedade);
- Conteúdo (o Código Civil divide o Direito das Sucessões em quatro partes, quais sejam: sucessão em geral – normas relativas à transmissão, aceitação, renúncia, petição de herança e excluídos da sucessão, sucessão legítima - transmissão legal da herança às pessoas que fazem parte da ordem de vocação hereditária, sucessão testamentária - transferência de bens em razão da morte por disposição de última vontade e inventário e partilha - processo judicial por meio do qual se faz a partilha de bens entre os herdeiros);
- Acepção jurídica (em sentido amplo, sucessão se refere a todos os modos derivados de aquisição do domínio, indicando o ato pelo qual alguém sucede a outrem, investindo-se, no todo ou em parte, nos direitos que lhe pertenciam. Trata-se da sucessão inter vivos. Ex: compra e venda, doação, etc. Em sentido restrito, que nos interessa, especificamente, é a transferência, total ou parcial, de herança, por morte de alguém, a um ou mais herdeiros - sucessão mortis causa).
- Espécies:
- Quanto à fonte de que deriva (artigo 1786, CC), pode a sucessão ser classificada em:
a) Sucessão testamentária (é aquela oriunda de testamento válido ou disposição de última vontade. Anote-se que se o testador tiver herdeiros necessários - descendentes, ascendentes e cônjuge sobrevivente - só poderá dispor, em testamento, da metade de seu patrimônio. Assim, o patrimônio do testador será dividido em duas partes: a legítima ou reserva legitimária, cabível aos herdeiros necessários, a menos que sejam deserdados – artigos 1789, 1845, 1846 e 1961, CC e a porção disponível, da qual poderá livremente dispor. Lembre-se, ainda, que dependendo do regime de bens, deve ser separada meação do cônjuge sobrevivente. Assim, o testador só poderá dispor de 50% de sua metade - artigo 1667, CC. Pode o pai deixar mais bens para um filho do que para outro? Em se tratando da porção legítima, não; mas, em se tratando daquilo que ele pode dispor por testamento – parte disponível -, não há qualquer obstáculo nesse sentido, ressalta Tartuce);
b) Sucessão legítima ou ab intestato (= sem testamento. É a sucessão que resulta da lei, diante da ausência, nulidade, anulabilidade ou caducidade de testamento - artigos 1786 e 1788, CC. Então, se o falecido não fez testamento, quando da morte seu patrimônio passará às pessoas indicadas pela lei, obedecendo-se à ordem de vocação hereditária - artigo 1829, CC. Casos de rompimento do testamento: artigos 1973 e 1974, CC. Casos de caducidade do testamento: artigos 1971, 1891 e 1895, CC. Predomina, em nossa tradição jurídica, a sucessão legítima sobre a testamentária. Podem as duas formas ser utilizadas ao mesmo tempo, quando o testamento não abrange a totalidade de bens do testador, caso em que o restante será transmitido de acordo com as regras da sucessão legítima - artigos 1788, 1819 e 1966, CC. Sucessão, em nosso direito, só pode advir de lei ou testamento, não sendo permitida a sucessão contratual - artigo 426, CC. Alguns autores, todavia, apontam exceções ao artigo 426: contrato antenupcial, em que os nubentes podem dispor sobre a futura sucessão, desde que não excedam a metade dos bens - artigos 1668, IV, 1655 e 546, CC e partilha de bens, entre os descendentes, feita por ato inter vivos - artigo 2018, CC);
- Quanto aos seus efeitos, a sucessão pode ser classificada em:
a) Sucessão a título universal (quando houver transferência da totalidade ou de parte indeterminada da herança, tanto no ativo como no passivo, para o herdeiro do falecido. Ex: testador transfere ao beneficiário a totalidade de seu patrimônio ou uma porção abstrata de seus bens - meação, 1/3, 1/4, etc.);
b) Sucessão a título singular (quando houver transferência, pelo testador, apenas de objetos certos e determinados. Ex: uma jóia, um cavalo, uma determinada casa situada na Rua “X”, etc.. Quem sucede o falecido, nesse caso, é o legatário, que não responde pelas dívidas e encargos da herança. Lembre-se que a sucessão legítima será sempre a título universal, ao passo que a sucessão testamentária pode ser a título universal - instituição de herdeiro ou singular - instituição de legatário);
- Abertura da sucessão:
- Momento (só a morte determina a abertura da sucessão; não existe herança de pessoa viva. Considera-se, então, aberta a sucessão no momento do falecimento do de cujus);
- Transmissão automática (nesse momento, então, transmite-se a propriedade e a posse dos bens do falecido aos seus herdeiros sucessíveis, legítimos ou testamentários, que estejam vivos naquele momento, independentemente de qualquer ato. Transmissão automática, pois. Os herdeiros não precisam praticar qualquer ato ou requerer a imissão na posse dos bens do falecido. A morte transmite a posse e a propriedade dos bens, automaticamente. Esse o teor do artigo 1784 do CC);
- Princípio da saisine (a transmissão do domínio e da posse da herança ao herdeiro se dá no momento da morte do de cujus, independentemente de qualquer formalidade. A expressão vem do Direito Gaulês, ou seja, os primórdios do Direito Francês, e significa “le mort saisit le vif”, que quer dizer “o morto prende o vivo”, ensina Tartuce);
- Ativo e passivo (não só a propriedade é transferida aos herdeiros, mas também o passivo: todos os direitos, pretensões, ações e exceções de que era titular o falecido, se transmissíveis. Isso significa que os herdeiros, com a abertura da sucessão, poderão ingressar em juízo com qualquer ação que, em vida, o falecido faria jus, ainda que possessória ou reivindicatória. A norma do artigo 1784 deve ser entendida em consonância com as constantes dos artigos 1203, 1206 e 1207 do CC. A presunção de que a posse do herdeiro é a mesma do falecido, todavia, é relativa, podendo-se, portanto, fazer prova em contrário - artigo 1208, CC);
- Situação do legatário (lembre-se que o legatário só entra na posse dos bens após a partilha, adquirindo a propriedade dos bens infungíveis desde a abertura da sucessão e a dos bens fungíveis somente depois da partilha);
- Prova da morte (como é a morte que determina a abertura da sucessão, ela precisa restar comprovada no plano biológico - recursos médicos - e no plano jurídico - certidão de óbito passada pelo oficial do Registro Civil – artigos 77 a 88 da LRP e 5º, LXXVI, “b”, CF – ou outras formas previstas no artigo 212 do CC);
- Sucessão do ausente (somente em casos excepcionais será permitida a sucessão provisória e definitiva do ausente que se presume morto. Tal sucessão não se opera de imediato, mas depende do preenchimento de uma série de formalidades legais, conforme os artigos 22 a 39 do CC);
- Possibilidade de cessão (a herança pode ser cedida, no todo ou em parte, gratuita ou onerosamente porque ela é um valor patrimonial que pode ser transmitido por ato inter vivos);
- Comoriência (é imprescindível que o herdeiro tenha sobrevivido ao de cujus para que o suceda, ainda que tenha falecido depois de um segundo do autor da herança. Por isso, em se tratando de parentes sucessíveis que falecem em sinistro, é importante averiguar quem faleceu primeiro. Para tanto, valem todos os meios probatórios admitidos em direito e cientificamente. Se não for possíveldeterminar quem faleceu primeiro, deve-se socorrer da presunção legal de simultaneidade do óbito, comoriência, prevista no artigo 8º do CC. Sendo assim, não haverá transmissão de direitos hereditários entre comorientes. A regra deste artigo vale, entende a doutrina, inclusive para parentes sucessíveis que morram na mesma ocasião, mas em local diverso. Ex: um falece na América e outro na Europa).
Segunda parte: fazer a consolidação, a fixação e a avaliação (em casa)
“Façamos o bem a todos e o mal a ninguém” (São João Bosco)
Professora Luiza Helena Lellis Andrade de Sá Sodero Toledo

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