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prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 52 2. Elementos de Fundações em concreto São peças estruturais que proporcionam a transição das cargas dos pilares, geralmente submetidos a cargas e tensões altas, para o solo, de resistência geralmente baixa. Figura 2.1 – Elementos de Fundações em concreto Serão tratados neste Capítulo os elementos de fundação segundo a estrutura apresentada no quadro 2.1. Quadro 2.1 – Elementos de Fundação Elementos de Fundação Superficial (Rasa – Direta) Sapata Isolada Corrida Associada Alavancada Bloco Apoiada diretamente no solo Radier Placa ou Laje apoiada diretamente no solo Profunda Estaca Pré-moldada Moldada in loco Tubulão a céu aberto a ar comprimido Elementos de transição Bloco sobre estacas Laje sobre estacas 2.1 Fundações Rasas São estruturas que se situam logo abaixo da infra-estrutura e se caracterizam pela transmissão da carga da superestrutura ou meso-estrutura ao solo, através de pressões distribuídas em sua base. Segundo ABNT NBR 6122 – item 3.1 - Fundação superficial (rasa ou direta) é Elemento de fundação em que a carga é transmitida ao terreno pelas tensões distribuídas sob a base da fundação, e a profundidade de assentamento em relação ao terreno adjacente à fundação é inferior a duas vezes a menor dimensão da fundação. Constituem fundação rasas os elementos denominados sapatas, blocos (figura 2.2) e radier (Figura 2.3. prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 53 Figura 2.2 – Sapatas isoladas e Blocos de concreto apoiados diretamente no solo A ABNT NBR 6122 – Item 3.2 define sapata como um elemento de fundação superficial, de concreto armado, dimensionado de modo que as tensões de tração nele resultantes sejam resistidas pelo emprego de armadura especialmente dispostas para esse fim e, em seu item 3.3 define bloco como elemento de fundação superficial de concreto, dimensionado de modo que as tensões de tração nele resultantes sejam resistidas pelo concreto, sem necessidade de armadura. Figura 2.3 – Radier – Laje apoiada diretamente no solo O Radier, por sua vez, é definido pela ABNT NBR 6122 em seu item 3.4 como sendo um elemento de fundação superficial que abrange parte ou todos os pilares de uma estrutura, distribuindo os carregamentos. As fundações diretas ou rasas são as primeiras a serem analisadas, devido ao seu baixo custo e de fácil execução. Uma análise simplista, da economia desse tipo de fundação se faz comparando a somatória das áreas encontradas para a fundação rasa com a área do terreno. Caso a somatória das áreas fique entre 50% a 70% da área do terreno, essa economia pode ser constatada. 2.1.1 Fundações em Sapatas A ABNT NBR 6118 – Item 22.4.1 Conceitua sapata como sendo estruturas de volume usadas para transmitir ao terreno as cargas de fundação, no caso de fundação direta. Radier transfere cargas de pilares e paredes da edificação, distribuindo-as uniformemente ao solo, sendo executado em concreto armado ou protendido. prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 54 i) Classificação das sapatas a) Quanto ao tipo de carga que transferem ao solo Quadro 2.2 – Classificação das Sapatas Tipo Carga que transfere Isolada Carga concentrada de um único pilar. Distribui carga nas duas direções. Corrida Carga Linear (parede). Distribui a carga em apenas uma direção. Associada Cargas concentradas, de mais de um pilar, transferida através de uma viga que associa essas cargas. Utilizada quando há interferência entre duas sapatas isoladas. Alavancada Carga concentrada transferida através de viga alavanca. É utilizada em pilares de divisa, com o objetivo de centrar a carga do pilar com a área da sapata. Figura 2.4 – Tipos de Sapatas – Transporte de carga b) Classificação das sapatas isoladas/Corridas quanto à forma Com relação à forma volumétrica, as sapatas podem ter vários formatos, porém a mais comum é a cônica retangular, em virtude do menor consumo de concreto. O quadro 2.4 apresenta uma classificação das sapatas quanto a forma e suas dimensões. prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 55 Quadro 2.3 – Classificação das Sapatas Isoladas/Corridas quanto à forma Forma Dimensões Quadrada L = B Retangular (L > B) e (L ≤ 3B) Corrida L≥≥≥≥ 3B Circular B = φ Trapezoidal Outras Formas Figura 2.5 – Formas geométricas de sapatas isoladas Figura 2.6 – Outras formas de sapatas isoladas Figura 2.7 – Fotos de sapatas isoladas Fonte: Fundacta / Solonet ii) Comportamento estrutural a) Sapata rígida Segundo a NBR 6118, item 22.4.1 a sapata será considerada como sapata rígida quando se verificar a expressão: prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 56 h ≥ (B − b) 3 2.1 Sendo: h = altura da sapata B = dimensão da sapata em uma determinada direção B = dimensão do pilar na mesma direção de “B” Figura 2.8 – Sapata Rígida b) Sapata flexível Quando a relação indica em 2.1 não for atendida Figura 2.9 – Sapata Flexível iii) Hipótese de distribuição de tensões no solo A ABNT NBR 6118 – Item 22.4.1 – determina que a distribuição de tensões possa ser: Para sapata rígida pode-se admitir plana a distribuição de tensões normais no contato sapata-terreno, caso não se disponha de informações mais detalhadas a respeito. Para sapatas flexíveis ou casos extremos de fundação em rocha, mesmo com sapata rígida, essa hipótese deve ser revista. Em seu item 7.8.1 a ABNT NBR 6122 define que: As sapatas devem ser calculadas considerando-se diagramas de tensão, na base, função das características do solo (ou rocha), representativos. h≥≥≥≥ tgαααα*(B-b)/2 NBR6118: Tgαααα = 1/1,5 ; αααα = 33,70 CEB: Tgαααα = 1/2; αααα = 26,560 prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 57 Quadro 2.4 – Distribuição de tensões na base da sapata Flexível Rígida Rocha Solo Coesivo Solo não Coesivo A Hipótese de distribuição de tensões no solo será considerada uniforme, com exceção nos casos de sapata (corrida) rígida em rocha e sapata flexível em solo não coesivo. Nos dois casos admite-se a distribuição em 2 (dois) triângulos com o vértice no centro da figura um acima, tensão zero e o outro para baixo, tensão máxima, respectivamente. Figura 2.10– Distribuição de tesões no solo Informações Complementares Solos Coesivos - Argilosos Individualmente os grãos destes tipos de solos são muito finos, quase farináceos, se aderem firmemente um a outro e não podem ser reconhecidos a olho nu. Os espaços vazios entre as partículas são muito pequenos. Devido à sua estrutura estes solos apresentam resistência à penetração de água, absorvendo-a muito lentamente. Entretanto, uma vez que tenha conseguido penetrar no solo, a água também encontra dificuldade para ser extraída do interior do mesmo. Ao receber água, tendem a se tornarem plásticos (surge a “lama”). Apresentam maior grau de estabilidade quando secos. Devido às forças adesivas naturais (coesão) existentes entre as pequenas partículas que compõem estes tipos de solo, é que a compactação por vibração não é a ideal nesta situação. Estas partículas tendem a agrupar-se, dificultando uma redistribuição natural entre elas, individualmente. Informações Complementares Solos Não Coesivos (Granulares) Como solos não coesivos compreendem-se os solos compostos de pedras, pedregulhos, prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 58 cascalhos e areias, ou seja, de partículas grandes (grossas). Estasmisturas, compostas por muitas partículas, individualmente soltas, que no estado seco não se aderem uma à outra (somente se apóiam entre si), são altamente permeáveis. Isto se deve ao fato de existirem, entre as partículas, espaços vazios relativamente grandes e intercomunicados entre si. Em um solo não coesivo, em estado seco, é fácil reconhecer, por simples observação, os tamanhos dos diferentes grãos. A capacidade para suportar cargas dos solos não coesivos depende da resistência ao deslocamento, à movimentação, entre as partículas individuais. Ao se aumentar os pontos, ou superfície de contato, entre os grãos, individualmente, por meio da quantidade de grãos por unidade de volume (COMPACTAÇÃO), aumentam-se a resistência ao deslocamento entre as partículas e, simultaneamente, melhora a transmissão de força entre os mesmos. Informações Complementares A tensão admissível pode ser fixada a partir da utilização e interpretação de um ou mais dos procedimentos a seguir apresentados: • Provas de carga sobre placa; • Métodos teóricos; • Métodos semi-empíricos; • Métodos empíricos. Métodos empíricos São considerados métodos empíricos aqueles pelos quais se chega a uma tensão admissível com base na descrição do terreno (classificação e determinação da compacidade ou consistência através de investigações de campo e/ou laboratoriais). A ABNT NBR 6122 em seu item 3.27 destaca que a tensão adotada em projeto, aplicada ao terreno pela fundação superficial ou pela base do tubulão, atende com coeficientes de segurança pré-determinados, aos estados limites últimos (ruptura) e de serviço (recalques, vibrações, etc.). Esta grandeza é utilizada quando se trabalha com ações em valores característicos. No item 7.3 destaca que a determinação da tensão admissível ou tensão resistente de projeto é obtida a partir do estado-limite último. Na tabela 3.1 são apresentados valores de tensões básicas, válida para cargas verticais até 1.000 KN (100 tf). Tabela 2.1 – Tensões básicas (σσσσadm.) Classe Descrição Valores (MPa) 1 Rocha sã, maciça, sem laminação ou sinal de decomposição 3,0 2 Rocha laminada, com pequenas fissuras, estratificada 1,5 3 Rocha alterada ou em decomposição (Ver nota e) 4 Areia muito compacta (NSPT>30) 0,5 5 Areia compacta (20<NSPT<30) 0,4 6 Areia medianamente compacta (10<NSPT<20) 0,2 prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 59 7 Argila dura (20<NSPT<30) 0,4 8 Argila rija (10<NSPT<20) 0,2 9 Argilas médias (6<NSPT<10) 0,1 10 Solos siltosos muito compactos (ou duros) (NSPT>30) 0,5 11 Solos siltosos compactos (ou rijos) (20<NSPT<30) 0,4 12 Solos siltosos medianamente compactos (ou médios) (10<NSPT<20) 0,2 Notas: a) Em geral as areias e argilas são solos sedimentares e os solos siltosos são residuais; b) Para a aplicação da tabela admite-se que as características do maciço não piorem com o aumento de profundidade. c) Os valores da tabela 2.1 já atendem aos estados limites último e de serviço. d) No caso de calcário ou qualquer outra rocha cáustica, devem ser feitos estudos especiais. e) Para rochas alteradas ou em decomposição, têm que ser levados em conta a natureza da rocha matriz e o grau de decomposição ou alteração. Informações Complementares O ensaio – Sondagem a Percursão, cujo resultado está apresentado abaixo, consiste na cravação vertical no solo de um cilindro amostrador padrão, através de golpes de um martelo com massa padronizada de 65 Kg, solto em queda livre de uma altura de 75 cm. São anotados os números de golpes necessários à cravação do amostrador em três trechos consecutivos de 15 cm sendo que o valor da resistência à penetração (NSPT) consiste no número de golpes aplicados na cravação dos 30 cm finais. Após a realização de cada ensaio, o amostrador é retirado do furo e a amostra é coletada, para posterior classificação que geralmente é feita pelo método Tátil-visual σadm.solo ≅ NSPT / (50 a 60) (Se obtem o valor em MPa) Exemplo: NSPT = 5 5/50 = 0,10MPa = 100 KN/m2 prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 60 2.1.2 Dimensionamento e Detalhamento i) Sapata Rígida Figura 2.11 – Sapata rígida – comportamento Estrutural Segundo a ABNT NBR 6118, item 22.4.2.2 o comportamento estrutural das sapatas rígidas pode ser caracterizado por trabalhar, tanto à flexão, quanto ao cisalhamento, nas duas direções. prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 61 Admite-se que para cada uma das direções, a tração à flexão seja uniformemente distribuída na largura correspondente da sapata. Na região comprimida, devido à flexão, as tensões se concentram na região do pilar. Ao cisalhamento a sapata rígida não apresenta ruptura por tração diagonal, e sim compressão diagonal junto à superfície crítica pilar-sapata. Isso ocorre pelo fato de que a sapata rígida o caminhamento da carga fica dentro do cone hipotético de punção, não havendo, portanto, possibilidade física de punção. O modelo de cálculo para o dimensionamento das sapatas segue o que preconiza a ABNT NBR 6118 em seu item 22.4.3: Para cálculo e dimensionamento de sapatas devem ser utilizados modelos tridimensionais lineares ou modelos biela-tirante tridimensionais, podendo, quando for o caso, ser utilizados modelos de flexão. Esses modelos devem contemplar os aspectos descritos em 22.4.2. Só excepcionalmente os modelos de cálculo precisam contemplar a interação solo-estrutura. a) Sapata Corrida Inicialmente o dimensionamento e detalhamento serão feitos para sapata rígida corrida (L≥3B). São sapatas utilizadas em terrenos de boa resistência em camadas próximas à superfície. Figura 2.12 – Sapata Rígida Corrida Para o dimensionamento das armaduras longitudinais de flexão, utiliza-se o método geral de bielas e tirantes. Alternativamente, as sapatas rígidas podem também ser dimensionadas à flexão da mesma forma que as sapatas flexíveis, obtendo-se razoável precisão. prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 62 Cálculo pelo método das Bielas comprimidas Figura 2.13 Equilíbrio de forças na sapata Força infinitesimal que o solo aplica na sapata. dp = σ���� ∗ dx ∗ 1 = �p B � ∗ dx 2.2 dz = Força infinitesimal na armadura Momento em relação ao ponto “O”, de aplicação da carga “p”. d� ∗ X = d� ∗ d� ∴ �� ∗ X ∗ d� = d� ∗ d� 2.3 z = � �∗�� � X ∗ d� = ��∗�� ∗ !" ��/"�/"� = ��∗�� ∗ �!$ 2.4 ���/" = �(�%&)/" → d� = �∗�(�%&) 2.5 Z = ��∗�� ∗ �!$ = �$ ∗ (�%&)� 2.6 A� = *+,-+ ∴ 2.7 A�+./0 = 1/2 2.8 Quanto ao detalhamento a ABNT NBR 6118 em seu item 22.4.4.1.1 recomenda: A armadura de flexão deve ser uniformemente distribuída ao longo da largura da sapata, estendendo-se integralmente de face a face da mesma e terminando em gancho nas duas extremidades. Para barras com φ ≥ 20 mm devem ser usados ganchos de 135° ou 180°. Para barras com φ ≥ 25 mm deve ser verificado o fendilhamento em plano horizontal, uma vez que pode ocorrer o destacamento de toda a malha da armadura Os ganchos das armaduras de tração seguem as determinações da ABNT NBR 6118 - prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 63 item 9.4.2.3: Os ganchos das extremidades das barras da armadura longitudinal de tração podem ser: a) semicirculares, com ponta reta de comprimento não inferior a 2 φ; b) em ângulo de 45° (interno), com ponta reta de comprimento não inferior a 4 φ; c) em ângulo reto, com ponta reta de comprimento não inferior a 8 φ. NBR 6118 – item 9.4.2.5 – Comprimento de ancoragem necessário O comprimento de ancoragem necessário pode ser calculado por: 3&,567 = α3& A�,79�A�,6, ≥ 3&,:;5 (0,33&, 10φ e 100 mm)Onde: α = 1,0 para barras sem gancho; α = 0,7 para barras tracionadas com gancho, com cobrimento no plano normal ao do gancho ≥ 3 φ; α = 0,7 quando houver barras transversais soldadas conforme 9.4.2.2 (NBR 6118) α = 0,5 quando houver barras transversais soldadas conforme 9.4.2.2 (NBR 6118) e gancho, com cobrimento no plano normal ao do gancho ≥ 3 φ; 3& = φ4 fA�f&� f&� = ηBη"ηCf7D� (η1=2,25; η2=1,0; η3=1,0 - ver 9.3.2.1) f7D� = 0,7f7D,:γ7 = 0,21f7H "/C 1,4 = 0,15f7H"/C NBR 6118:2003 – Item 20.1 (Lajes) - Armadura secundária As barras da armadura principal devem apresentar espaçamento no máximo igual a 2*h ou 20 cm, prevalecendo o menor desses dois valores. A armadura secundária deve ser igual ou superior a 20% da armadura principal, mantendo-se, ainda, um espaçamento entre as barras de, no máximo 33 cm prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 64 Verificação das tensões nas Bielas – Ruptura por compressão diagonal As tensões de cisalhamento devem ser verificadas, em particular à ruptura por compressão diagonal do concreto na ligação sapata – pilar (contorno C – NBR 19.5.3.1). NBR 6118:2033 - Item 19.5.1 - Definição da tensão resistente de compressão nas superfícies críticas C, C’ e C”. C = contorno do pilar C’ = contorno afastado de 2d C” = somente quando existir armadura transversal Na superfície C τsd ≤ τRd2 = 0,27αvfcd αv = (1-fck/250) – fck em MPa τsd = Fsd/(µ*d) Sendo: µ = perímetro do contorno crítico (C, C’) d = altura útil Fsd = Força aplicada Embora a verificação da punção seja desnecessária na sapata rígida, pois a transferência de carga situa-se inteiramente dentro do cone hipotético de punção, não havendo possibilidade física de ocorrência de tal fenômeno, há a necessidade de se verificar a tensão de ruptura na biela comprimida. NBR 8953/1992 - Classificação do Concreto para fins estruturais - Será por grupos de resistência Classe (Item 3) � 3.1 Os concretos são classificados em grupos de resistência, grupo I e grupo II, conforme a resistência característica à compressão (fck), determinada a partir do ensaio de corpos-de-prova preparados de acordo com a NBR 5738 e prof.º M.Sc. João Carlos de Campos rompidos conforme a NBR 5739. � 3.2 Dentro dos grupos, os concretos normais com massa específica seca, de acordo com a NBR 9778, compreendida entre 2000 kg/m3 e 2800 kg/m3, são designados pela letra “C” seguida do valor da resistência característica à compressão (fck), expressa em MPa, conforme Tabelas 1 e 2 NBR 6118:2003 – tem 8.2.1 Esta norma se aplica a concretos compreendidos nas classes de resistência do ou seja, até C50. A classe C20 ou superior se aplica a concreto com armadura passiva e a classe C25, ou superior, a concreto com armadura ativa. A classe C15 pode ser usada apenas em fundações, conforme NBR6122 e, em obras provisórias. Detalhamento Armadura de Espera (arranque) Armadura de espera decorre da necessidade executiva, em face de necessidade de se ter uma junta de concretagem no início do pilar. Figura 2.14 – Arranque – armadura de espera Carlos de Campos rompidos conforme a NBR 5739. 3.2 Dentro dos grupos, os concretos normais com massa específica seca, de acordo com a NBR 9778, compreendida entre 2000 kg/m3 e 2800 kg/m3, são dos pela letra “C” seguida do valor da resistência característica à compressão (fck), expressa em MPa, conforme Tabelas 1 e 2 tem 8.2.1 - Concreto – Classes Esta norma se aplica a concretos compreendidos nas classes de resistência do A classe C20 ou superior se aplica a concreto com armadura passiva e a classe C25, ou superior, a concreto com armadura ativa. A classe C15 pode ser usada apenas em fundações, conforme NBR6122 e, em obras provisórias. Armadura de Espera (arranque) Armadura de espera decorre da necessidade executiva, em face de necessidade de se ter uma junta de concretagem no início do pilar. armadura de espera A finalidade dessa armadura é transmitir para a fundação os esforços vindos através da armadura do pilar e que morrem na junta. Página 65 3.2 Dentro dos grupos, os concretos normais com massa específica seca, de acordo com a NBR 9778, compreendida entre 2000 kg/m3 e 2800 kg/m3, são dos pela letra “C” seguida do valor da resistência característica à Esta norma se aplica a concretos compreendidos nas classes de resistência do grupo I, A classe C20 ou superior se aplica a concreto com armadura passiva e a classe C25, ou superior, a concreto com armadura ativa. A classe C15 pode ser usada apenas em Armadura de espera decorre da necessidade executiva, em face de necessidade de se ter A finalidade dessa armadura é transmitir para a fundação os através da do pilar e que morrem prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 66 NBR 6118 item 22.4.4.1.2 - Armadura de arranque dos pilares A sapata deve ter altura suficiente para permitir a ancoragem da armadura de arranque. Nessa ancoragem pode ser considerado o efeito favorável da compressão transversal às barras, decorrente da flexão da sapata (ver seção 9). Portanto, acima do topo da sapata a armadura de espera deve ter um comprimento de emenda à compressão (ou tração, no caso de pilares fletidos) que possibilite essa transmissão. NBR6118 - 9.5.2 - Emendas por traspasse Esse tipo de emenda não é permitido para barras de bitola maior que 32 mm, nem para tirantes e pendurais (elementos estruturais lineares de seção inteiramente tracionada). NBR6118 - item 9.5.2.1 - Proporção de barras emendadas Consideram-se como na mesma seção transversal as emendas que se superpõem ou, aquelas em que extremidades mais próximas estejam afastadas de menos que 0,2 do comprimento do trecho de traspasse. NBR 6118 – item 9.5.2.4. - Emendas de barras comprimidas Devem ser mantidos os critérios estabelecidos para o caso anterior, com pelo menos uma barra de armadura transversal posicionada 4 φ além das extremidades da emenda. Quando se tratar de armadura permanentemente comprimida ou de distribuição, todas as barras podem ser emendadas na mesma seção. NBR 6118 – item 9.5.2.3 - Comprimento por transpasse de barras comprimidas isoladas Quando as barras estiverem comprimidas, adota-se a seguinte expressão para cálculo do comprimento de traspasse: l0c = lb,nec ≥ l0c,min prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 67 onde: l0c,min é o maior entre (0,6lb, 15φ, 200 mm) Sendo: 3J = φ4 ∗ fA�f&� (KLMN 9.4.2.4) 3&,567 = α ∗ 3& ∗ A�,79�7A�,6, ≥ 3&,:;5(o maior entre: 0,33b, 10φ, 100 mm) α = 1,0 (para barras sem gancho (item 9.4.2.5) α = 0,7 (para barras tracionadas com ganchos, com cobrimento no normal ao do gancho ≥ 3φ NBR 6118 – item 9.3.2.1- Valores das Resistências de aderência A resistência de aderência de cálculo entre armaduras de concreto na ancoragem de armaduras passivas deve ser obtida pela seguinte expressão: fbd = ηηηη1ηηηη2ηηηη3fctd fctd = fctk,inf/γc = 0,7*fct,m/γc = 0,7*0,3*fck2/3/γc η1 = 2,25 para barras nervuras (tabela 8.2 – NBR6118) η2 = 1,0 para situações de boa aderência (ver 9.3.1 – NBR6118) η3 = 1,0 para φ < 32 mm fbd = η1η2η3fctd = 2,25*1,0*1,0*0,21fck2/3/γc = 0,338*fck2/3 (fck em MPa) Tabela 2.3 – Comprimento de ancoragem em função da bitola Resistência característica do concreto (fck em MPa) Comprimento de ancoragem 15 20 25 30 s/gancho lb= φ*fyd/(4*fbd) 53φ 44φ 38φ 34φ c/ gancho lb,nec = αlb=0,7*lb 37φ 31φ 26φ 24φ O comprimentoda armadura de espera dentro da sapata deve ser o necessário para permitir sua ancoragem à compressão (loc). No caso de sapata com pilar submetido a tração, ver detalhe no item sapata com flexão. Caso a altura da sapata seja insuficiente para proporcionar a ancoragem das barras da armadura de espera (h < lbc) existem alternativas para solucionar o problema sem alterar a altura da sapata. prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 68 Figura 2.15 – comprimento de ancoragem X altura da sapata 1. Diminuir a tensão na barra, aumentando o “As” da armadura de espera, nesse caso o comprimento de ancoragem da armadura se reduz na proporção direta das tensões. A�,6��6Y9 = A�,�;�9Y ∗ Z[\� 2.9 2. Diminuir se possível o diâmetro da barra do pilar ou espera. Nesse caso, o comprimento de ancoragem se reduz na proporção das áreas das armaduras (ver tabela . Reduzindo apenas a bitola da armadura de espera deve-se estudar a emenda dessas barras com as do pilar, de maneira se obter uma disposição conveniente. Figura 2.16 – Redução de bitolas X redução do comprimento de ancoragem Tabela 2.2 – Bitolas padronizadas pela NBR 7480/85 3. Fazer pescoço, ou seja, aumentar a área do pilar junto à sapata, de maneira a possibilitar que o inicio de transferência de carga, das barras da armadura de espera, ocorra antes de entrar na sapata. Exemplo: substituir 1φ25 por 2 φ20 As2φ20 = 2*3,15 = 6,3 > As1φ25 = 5,00 cm2 Redução da ancoragem lbc*As2φ20/As1φ25 = (5/6,3)lbc = 0,8*lbc prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 69 Figura 2.17 – Aumento da área do pilar com pescoço fA� ∗ A� ∗ (Z[]% ^)Z[\ = ∆A7 ∗ f7� 2.10 ∆A7 = ,-+,\+ ∗ (Z[\% ^)Z[\ ∗ A� 2.11 ∆Ac = acréscimo de área de concreto no pilar, no trecho (lbc – h). Executivamente essa solução é inadequada por interromper a forma do pilar e exigir uma nova forma para o pescoço. Exercício 1 – Sapata Corrida Rígida Dimensão da sapata - Geometria: O peso próprio dos elementos de fundação, segundo a ABNT NBR 6122 – item 5.6, deve ser considerado, tanto no caso dos blocos de coroamento ou das sapatas, um valor mínimo 5% da carga vertical permanente. B = 1,05 * p = 1,05*600 = 4,2 m (sempre de 5 em 5 cm) σsolo 150 O fator 1,05 a 1,10 (5% a 10% da carga permanente) é utilizado para considerar o peso próprio da sapata. Alguns autores recomendam 5% para sapatas flexíveis e 10% para as sapatas rígidas. Dimensionar e detalhar a armadura da sapata corrida para suportar p = 600 KN/m (60 tf/m), sabendo-se que: Aço: fyk = 500 MPa (5.000 Kgf/cm2 = 50KN/cm2) Concreto: fck = 20 MPa Solo: σadmsolo = 0,15 MPa (15 tf/m2 = 150 KN/m2) Determina-se o acréscimo de área de concreto necessária para absorver a parcela de carga que não pode ser absorvida pela sapata. prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 70 Condições para sapata rígida (equação 2.1) h ≥ (B − b)3 = (4,20 − 0,20)3 = 1,35 m Para não precisar colocar formas a inclinação da parte superior da sapata deve ser 1nferior 1:3 (ângulo de inclinação α=0,33) a 1:4 (α=0,25) Cálculo da armadura principal (Utilizando-se das equações 2.6 a 2.8) Z = pd ∗ (B − b)8 = 6001,3 ∗ 4,08 = 230,8 KN/m Z� = 1,4 ∗ 230,8 KNm = 323,08 KN/m A� = Z�fA� = 323,08 ∗ 1,1550 = 7,43 cm " m → Ver tabela 2.1 Espaçamento Número de barras N.ºb = As/As1φ Espaçamento e = 100 cm/n.ºb = 100*As1φ/As O peso próprio da sapata caminha diretamente para o solo não provocando abertura de carga e, conseqüentemente, não sendo considerado no cálculo da força de tração “Z” prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 71 Para bitola de 16mm (ver tabela 2.1) e = A�BφA� = 2 ∗ 1007,43 = 27 cm ∴ φ16c/27 NBR 6118 – Item 20.1 As barras da armadura principal devem apresentar espaçamento no máximo igual a 2*h ou 20 cm, prevalecendo o menor desses dois valores. Para bitola de 12,5mm (ver tabela 2.1) e = A�BφA� = 1,25 ∗ 1007,43 = 16 cm ∴ φ12,5c/16 Logo, a melhor solução será utilizar φ12,5c/16 Armadura de distribuição NBR 6118:2003 – Item 20.1 - Armadura secundária A armadura secundária deve ser igual ou superior a 20% da armadura principal, mantendo-se, ainda, um espaçamento entre as barras de, no máximo 33 cm A�+./0. = A�gh.i\.5 = 1,48 cm " m → φ 8 cada 33 (NBR 6118 − 20.1) Verificação das tensões nas Bielas – Ruptura por compressão diagonal Na superfície C (pilar – sapata) τsd = Fsd/(µ*d) = 600/[2*(0,2+1)*1,30] =192,30 KN/m2/m = 0,192 MPa/m αv = (1-fck/250) = (1- 20/250) = 0,92 τRd2 = 0,27αvfcd = 0,27*0,92*20/1,4 = 3,55 MPa > τsd τsd ≤ τRd2 → OK Detalhamento prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 72 b) Sapata Rígida Isolada São elementos de fundação, com seção não alongada (B2 ≤ 3*B1), que transmitem ações, de um único pilar centrado, diretamente ao solo. É o tipo de sapata mais freqüentemente utilizada. Como já visto podem apresentar bases quadradas, retangulares, circulares ou outras formas, com a altura constante (Blocos) ou variando linearmente entre as faces do pilar à extremidade da base. Figura 2.15 – Sapata Rígida Isolada Cálculo da Área da Sapata As dimensões B1 e B2, se possível, devem ser escolhidas de maneira que os momentos fletores nas duas direções sejam aproximadamente iguais (Z1≅ Z2). A = (B,�2 9 B,B)∗klm+n,/opo 2.12 Cálculo das armaduras Procedimento igual ao cálculo dos As para sapata corrida rígida (tração nas duas direções). ZB = k$� (BB − bB) 2.13 Dedução igual ao desenvolvido para sapata corrida Z" = k$� (B" − b") 2.14 Para que Z1 ≅ Z2. (B1-b1) ≅ (B2-b2) A área da sapata será B1*B2 ∴ A = B1*B2 BB = B" + (bB − b") ∴ B" = BB − (bB − b") 2.15 B" = 1�r 2.16 prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 73 BB = 1�r + (bB − b") 2.17 (BB)" = A + BB ∗ (bB − b") ∴ (BB)" − (bB − b") ∗ BB − A = 0 2.18 BB = (&r%&!)± s(&r%&!)!t u1" 2.19 BB = (&r%&!)" ± v(&r%&!)!u + A 2.20 Exercício 2: Sapata Rígida Isolada Dimensionar e detalhar a sapata isolada da figura, como sapata rígida Área da sapata (utilizando-se das equações 2.12 a 2.20) A = 1,10*P = 1,10*2.640 = 8,29 m2 σadm. 350 A = B1*B2 BB − bB = B" − b" BB = (bB − b")2 ± w(bB − b") " 4 + A = (0,8 − 0,3)2 + w(0,8 − 0,3) " 4 + 8,29 = 3,14 m ~ 3,15 m B2 = A/B1 = 8,29/3,15 = 2,63 m ≅ 2,65 m Dados: Pilar 30X80 cm P = 2.640 KN Concreto: fck = 20,0 MPA (200 Kgf/cm2) Solo: σadm.solo = 0,35 MPa (35 tf/m2 = 350 KN/m2) Aço: Fyk = 500 MPa (5.000 Kgf/cm2 = 50KN/cm2) prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 74 Cálculo da altura da sapata, considerando-a como sapata rígida h = (BB − bB)3 = (3,15 − 0,8)3 = 0,78 ≅ 0,80 m (adota-se d = 0,75 m = 75 cm) Quando (B1-b1) ≠ (B2–B2), toma-se o maior valor para o cálculo de “h” Verificação do peso da sapata Psap. = Vsap.*γc = (Vbase + Vtronco da pirâmide)*γc Vbase = 0,5*2,65*3,15 = 4,174 m3 VD� = h3 �A + √A ∗ a + a� = 0,33 {8,3475 + s8,3475 ∗ 0,2975 + 0,2975| = 1,022 Sendo: A = área maior = 2,65*3,15 =8,3475 m2 A = área menor = 0,35*0,85 = 0,2975 m2 H = altura do tronco de pirâmide Psap. = (4,174+1,022)*25 =129,9 KN < 10%2.640 = 264 KN Observa-se que seria possível utilizar 5% da carga = 132 KN Conhecendo: b1 = 0,8 m b2 = 0,3 m A = 8,29 m2 Calcula-se:B1 = 3,15 m B2 = 2,65 m prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 75 Cálculo da armação }~ ≅ } = ∗ ( − ) ∗ = 2.640 ∗ (2,65 − 0,3)8 ∗ 0,75 = 1.034 KN A� = 1,4 ∗ 1.034( 501,15) = 33,29 cm" Armadura por metro (ver tabela 2.1) As1 = 33,29/2,65 = 12,56 cm2/m ⇒ φ 16 c/15 (φ 5/8” c/15 cm) As2 = 33,29/3,15 = 10,57 cm2/m ⇒ φ 16 c/18 (φ 5/8” c/18 cm) Detalhamento Detalhamento em Planta Comprimento de ancoragem (dentro da sapata) – Tabela 2.3 lb,nec = lb,min é o maior entre (0,3lb, 10φ, 100 mm) ldiponível = 75 cm; fck = 20 MPa (φ armadura do pilar) prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 76 A título de ilustração – cálculo da armadura do pilar curto Nk = 2.640 KN Concreto: fck = 20 MPa (2 KN/cm2) Aço CA50: fyk = 500 MPa (50 KN/cm2) Peça totalmente comprimida Nd*γn = Rcd + Rscd ∴ γn = 1 + 6/h = 1 + 6/30 = 1,2 Rcd = 0,85*fcd*Ac ∴ Rscd = Asc * σscd ∴ σscd = 355,6 MPa A�7 = N� ∗ γ5 − 0,85 ∗ f7� ∗ A7σ�7� = 2640 ∗ 1,4 ∗ 1,2 − 0,85 ∗ { 21,4| ∗ 30 ∗ 8035,6= 42,72 cm" Obtendo 22 φ de 16 ou 34 φ 12,5 Utilizando-se de barras retas lb = 53φ = 53*1,25 = 66,25 cm > (0,3*lb; 10φ; 100mm) < 75 cm OK Comprimento de arranque ou emenda (acima da sapata) l0c = lb,nec ≥ l0c,min loc = lbnec = 53φ = 66,25 cm onde: l0c,min é o maior entre (0,6*lb; 15φ; 200mm) ii) Sapata Flexível No caso das sapatas flexíveis o andamento da carga se faz de forma análoga ao esquema da treliça clássica, com diagonais comprimidas e tracionadas (montantes inclinados) e os banzos comprimidos (superiores) e tracionados (inferiores). Deve-se verificar o concreto devido à Força cortante e colocar armadura para levantamento de carga, devido à cortante, caso Vsd seja maior do que Vc. prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 77 Figura 3.18 – Sapata flexível – Comportamento estrutural NBR6118 - item 22.4.2.3 - Sapatas Flexíveis Embora de uso mais raro, essas sapatas são utilizadas para fundação de cargas pequenas e solos relativamente fracos. Seu comportamento se caracteriza por: a) Trabalho à flexão nas duas direções, não sendo possível admitir tração na flexão uniformemente distribuída na largura correspondente da sapata. A concentração de flexão junto ao pilar deve ser, em princípio, avaliada; b) Trabalho ao cisalhamento pode ser analisado utilizando o pelo fenômeno da punção (ver 19.5 – Dimensionamento de laje à punção). A distribuição plana de tensões no contato sapata-solo deve ser verificada. a) Sapata Flexível Corrida Figura 2.17 – Sapata Flexível Corrida Determinação de “B” B = B,�2∗�lm+n,/opo 2.21 Deve-se, inicialmente, majorar a carga atuante, de 5 a 10% para compensar o peso próprio da sapara. Alguns profissionais recomendam de 5% para as sapatas flexíveis e, de 10% para as sapatas rígidas. A tensão admissível no solo será especificada por especialista em solo prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 78 Cálculo dos Esforços Solicitantes (Momento e Cortante) Figura 2.18 – Seções utilizadas no cálculo dos esforços Seção I-I M% = l/opoB,�2 ∗ �" ∗ �u − �& ∗ &" ∗ &u = B,�2∗�B,�2∗� ∗ �!$ − �∗&$ 2.22 Divide-se a tensão no solo pelo valor da majoração da carga, para considerar peso próprio, pelo fato de que a carga correspondente ao peso próprio descarrega diretamente no solo e o peso próprio não provoca momento na sapata. M% = p ∗ (�%&)$ [unidade {F. | (KN. m/m) 2.23 V% = B,�2∗�B,�2∗� ∗ (�)" − �& ∗ &" = 0 2.24 Para dimensionamento da seção I-I podemos admitir um aumento da altura da sapata na relação de 1: 3 até o eixo da parede d = d + {BC| ∗ {&"| = d + b/6 2.25 Seção II-II M% = l/opoB,�2 ∗ (�%&)" ∗ (�%&)u = l/opoB,�2 ∗ (�%&)!$ {KN. ::| 2.26 M% = B,�2∗�B,�2∗� ∗ (�%&)!$ = �� ∗ (�%&)!$ 2.27 V% = l/opoB,�2 ∗ (�%&)" [unidade {| {: |] 2.28 Seção III – III (Somente cortante) Verificação para dispensa de armaduras transversais para força cortante Raramente se utilizam nas sapatas armaduras transversais, para transportar e resistir à força cortante. Deve-se, portanto, dimensionar as sapatas de modo que os esforços cortantes sejam resistidos apenas pelo concreto, dispensando a armadura transversal. prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 79 Usualmente, a verificação da força cortante é feita numa seção de referência III-III, conforme figura acima 3.19. O valor dessa força cortante é dado pela expressão: V% = l/opoB,�2 ∗ (�%&%�)" unidade {| {: | 2.29 Diagramas Figura 2.19 - Diagramas •••• Dimensionamento – Considerações No dimensionamento das peças fletidas deve-se dimensionar a peça à flexão a ao esforço cortante. Na prática procura-se evitar o uso de armadura de cortante (cisalhamento) em sapatas, em conseqüência das limitações das tensões, devido a força cortante, ou melhor, da capacidade do concreto devido à força cortante. Em conseqüência aumenta-se a seção para não armar à cortante e, na maioria das vezes recai-se em alturas que estão dentro das condições de sapatas rígidas. •••• Dimensionamento à Flexão Para o dimensionamento à flexão serão analisadas algumas hipóteses básicas, consideradas pela NBR 6118. NBR 6118:2003 – item 17.2.2 - Hipótese Básica de Cálculo a) As seções transversais se mantém planas após deformação b) A deformação das barras passivas aderentes ou o acréscimo de deformação das barras ativas aderentes em tração ou compressão deve ser o mesmo do concreto em prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 80 seu entrono; c) ... d) As tensões de tração no concreto, normais à seção transversal, podem ser desprezadas obrigatoriamente no ELU; e) A distribuição de tensões no concreto se faz de acordo com o diagrama parábola – retângulo, com tensão de pico igual a 0,85 fcd. Esse diagrama pode ser substituído pelo retângulo de altura 0,8X (onde X é a profundidade da Linha Neutra), com tensão de 0,8 fcd, quando a seção diminuir na região comprimida, a partir da linha neutra f) A tensão nas armaduras deva ser obtida a partir dos diagramas tensão – deformação, com os valores indicados em 8.3.6 g) O estado limite último é caracterizado, quando a distribuição das deformações na seção transversal, pertencer a um dos domínios abaixo prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 81 Qualquer que seja a resistência do concreto, o encurtamento específico de ruptura vale 3,5‰ na flexão pura e 2 ‰ na compressão axial; O alongamento máximo permitido na armadura é de 10 ‰ a fim de prevenir deformações plásticas excessivas. Domínios Sub-domínio 2a Kx ≤ 0,167 Sub-domínio 2b 0,167 < Kx ≤ 0,259 Domínio 3 0,259 < Kx ≤ 0,7717 (CA25) 0,259 < Kx ≤ 0,628 (CA50) 0,259 < Kx ≤ 0,4384 (CA60) Dimensionamento à flexão K7 = &∗�!+ → tabela e se obtem Ks 2.30 A� = K� ∗ +� 2.31 Utiliza-se da tabela (Ver tabela completa no anexo) prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 82 NBR 6118 – item 19.3.3.2 - Armaduras mínimas Armaduras Armaduras negativas Armaduras positivas de lajes armadas nas duas direções Armadura positiva (principal) de lajes armadas em uma direção Armadura positiva (secundária) de lajes armadas em uma direção Elementos estruturais sem armaduras ativas ρρρρs ≥ ρρρρmin ρρρρs ≥ 0,67ρρρρmin ρρρρs ≥ ρρρρmin ρρρρs ≥ 0,5ρρρρmin; As/s ≥ 20% da armadura principal; As/s ≥ 0,9cm2/m Onde: ρρρρs = As/(bwh) Nota: Os valores de ρρρρmin. constam da tabela 17.3 Fonte: Tabela 19.1 NBR 6118 – Valores mínimos para armaduras passivas aderentes •••• Dimensionamento à força cortante Verificação da ruptura por compressão diagonal Idem Sapata Rígida Dispensa de armaduras transversais para força cortante NBR 6118 item 19.4.1 - Lajes (sapatas) sem armadura para força cortante As lajes maciças (sapatas) ou nervuradas podem prescindir de armadura transversal para resistir aos esforços de tração, oriundos da força cortante, quando a força cortante de cálculo obedecer à expressão: V�� ≤ V�B Vsd é a força cortante solicitante de cálculo, na seção (Vsk*γf); A resistência de projeto ao cisalhamento é dada por: prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 83 V�B = [τ� ∗ K ∗ 1,2 + 40ρB) + 0,15σ7�]bd Onde: τRd = 0,25*fctd (tensão resistente de cálculo do concreto ao cisalhamento) fctd = fctk,inf/γc = 0,21*fck2/3/γc ρ1 = As1/bw*d , não maior do que 0,02 (2%) σcp = Nsd/Ac K é um coeficiente que tem os seguintes valores: − Para elementos onde 50% da armadura inferior não chega até o apoio: K = 1,0 − Para os demais casos: K = 1,6 - d , não menor que 1,0, com d em metros. •••• Detalhamento Idem detalhes utilizados em Sapatas rígidas Figura 2.20 – Detalhamento da Sapata Flexível Corrida A necessidade de se levar a armadura de flexão, da sapata, até as extremidades se deve ao efeito de arco que se desenvolve quando a peça está próxima da ruptura. Colocando- se as armaduras até as extremidades proporciona-se o aparecimento de efeito de arco, aumentando-se a capacidade resistente da peça. prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 84 Figura 2.21 – Comportamento da estrutura X Tensão na armadura principal NBR 6116 – item 20. - Detalhamento das Lajes Qualquer barra da armadura de flexão deve ter diâmetro no máximo igual a h/8 As barras da armadura principal de flexão devem apresentar espaçamento no máximo igual a 2h ou 20 cm, prevalecendo o menor desses dois na região dos maiores momentos fletores. A armadura secundária de flexão deve ser igual a 20% ou superior da armadura principal, mantendo-se, ainda, um espaçamento entre as barras de, no máximo, 33 cm. A emenda dessas barras deve respeitas os mesmos critérios de emendas da armadura principal. Exercício 3 – Sapata Corrida Flexível: Dimensionar e detalhar a sapata corrida L>3B Dados: Carga da Parede: p=600 KN/m Solo: Argila Rija – Tensão solo 200 a 400KN/m2 = 0,2 a 0,4 MPa Considerar : Largura do pilar b = 20 cm σadm., solo = 0,2 MPa = 200 KN/m2 Concreto: fck = 20 MPa; Aço CA50: fyk = 500 MPa prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 85 A�9�9D9 = B ∗ 1m (área da sapata por metro) Cálculo da Dimensão “B” B = p + pp�9�σ9�:,���� Como de antemão não se consegue determinar o peso próprio da sapata será admitido como 5% da carga da parede. Portanto, B = (p + 0,05 ∗ p)σ9�:,���� = 1,05 ∗ pσ9�:,���� = 1,05 ∗ 600200 = 3,15 m Cálculo dos Esforços Solicitantes (Momento e Cortante) Seção I-I M = p ∗ (B − b)8 = 600 ∗ (3,15 − 0,20)8 = 221,25 KN. m/m V = 0 Seção II-II M = pB ∗ (B − b) " 8 = 6003,15 ∗ (3,15 − 0,2) " 8 = 207,86 KN. m/m V = pB ∗ (B − b)2 = 6003,15 ∗ (3,15 − 0,2)2 = 280,95 KN/m Seção III – III (Somente cortante) Será calculado na oportunidade de se dimensionar à cortante prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 86 Dimensionamento à flexão Concreto: fck = 20 MPa; Aço CA50: fyk = 500 MPa Seção II-II MII,k = 207,86 KN.m/m ∴ Md = 207,86*1,4 = 291,0 KN.m/m Adotando um Kc econômico ( limite entre sub-domínio 2b e domínio 3) Kc = 4,40 K7 = 100 ∗ d"M� ∴ d" = 4,4 ∗ 291,0 ∗ 100100 = 1.280,4 ∴ d = 35,8 cm A� = K� ∗ M�d = 0,0258 ∗ 2910036 = 20,86 cm" m > , min = 0,15%bw ∗ h Escolhendo φ 16 mm (ver tabela 2.1) e = 100 ∗ A�BφA� = 100 ∗ 2,020,86 = 9,5 ~ φ 16 c/9,5 Escolhendo φ 20 mm e = 100 ∗ A�BφA� = 100 ∗ 3,1520,86 = 15,1 ~ φ 20 c/15 Obs: espaçamento máximo 20 cm ou 2h (o menor) Detalhamento da seção transversal da sapata Considerando o cobrimento mínimo nominal Cnom.= 40 mm ≥ φ barra (20 a 50 mm) prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 87 h = d + 4 cm = 36 + 4 = 40 cm Adota-se, normalmente, para h0 valores entre h/3 a 30 cm Para o exercício em questão h0 = 40/3 = 13,3 ≅ 15 cm tgα = h/[(B-b)/2,0] = 40*2/(315-20) = 0,27 (α = 15,20 < 33,70 – Flexível) Para não ser necessário colocar formas a inclinação deve ficar entre 1:3 (0,33) a 1:4 (0,25) No caso a inclinação é de 25/145 = 0,17 < 0,33 (Ok) Verificação do peso próprio da sapata Volume = (0,15*3,15) + 2*(0,25*1,45)/2 + (0,2+0,05)*0,25 = 0,8975 m3/m PP = 0,87m3/m*25 KN/m3 = 22,44 KN/m < 5%*P = 0,05*600 = 30 KN/m Se maior, necessitaria refazer alguns cálculos Seção I- I MI,K = 221,25 KN.m/m ∴ MI,d = 221,25*1,4 = 309,75 KN.m/m Para dimensionamento da seção I-I pode-se admitir um aumento da altura da sapata na relação de 1: 3 até o eixo da parede dI = dII+b/6 = 36 + 20/6 = 39 cm K7 = b ∗ d"M,� = 100 ∗ 39 " 30975 = 4,91 → Tabela → Ks = 0,0253 A�, = K� ∗ M�d = 0,0253 ∗ 3097539 = 20,09 cm " m < A�, prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 88 Dimensionamento ao cisalhamento Verificação das tensões nas Bielas – Ruptura por compressão diagonal Na superfície C (pilar – sapata) τ�� = F��(u ∗ d) = 600[2 ∗ (0,2 + 1,0) ∗ 0,36] = 694,44KN/m" m = 0,694 MPa/m α¢ = £1 − f7H250¤ = {1 − 20 250 | = 0,92 τ�" = 0,27 ∗ α¥ ∗ f7� = 0,27 ∗ 0,92 ∗ 20 1,4 = 3,55 MPa > τ�� τ�� < τ�" ∴ OK Verificação para se dispensar a armadura a cortante Seção II-II No caso de seção variável pode-se diminuir a cortante a ser levantada de (M/d)*tgα, quando a seção cresce e o momento cresce. Quando acontecer o inverso, essa parcela é somada. Isso se explica pela analogia da treliça, onde parte da cortante desce diretamente pela biela de compressão. V = pB ∗ (B − b)2 = 6003,15 ∗ (3,15 − 0,2)2 = 280,95 KNm σsolo = p*1,05/B = 600*1,05/3,15 = 200 KN/m2 = σadm.solo V,,6�§�;�� = V, − Md ∗ tgα = cortante reudzida prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 89 V,,6� = 280,95 − 207,860,36 ∗ 25145 = 181,40 KN/m Vsd = 1,4*181,40 = 253,96 KN/m Para não armar V�� deve ser ≤ V�B A resistência de projeto ao cisalhamento vale: V�B = [τ� ∗ K ∗ (1,2 + 40ρB) + 0,15σ7�]bd Onde: τ� = 0,25 ∗ 0,21 ∗ f7H"/C1,4 = 0,0375 ∗ f7H"/C = 0,2763 MPa ρB = A�B(b ∗ d) < 0,02 ∴ ρB = 20,86(100 ∗ 36) = 0,0058 < 0,02 σ7� = N��A7 = o σcp = 0 (força longitudinal na seção devida à protensão ou carregamento (compressão positiva) Valores de K − Para elementos onde 50% da armadura inferior não chega até o apoio: K = 1,0 − Para os demais casos: K = 1,6 - d , não menor que 1,0, com d em metros. K = (1,6 − 0,36) = 1,24 > 1,0 V�B = [τ� ∗ K ∗ (1,2 + 40ρB) + 0,15σ7�] ∗ bd V�B = [276,3 ∗ 1,24 ∗ (1,2 + 40 ∗ 0,0058) + 0,15 ∗ 0] ∗ 1,00 ∗ 0,36 = V�B = 176,62 KNm < V�� = 253,96 KN/m Cálculo do novo valor de “d”, impondo VRd1 = 253,96 KN/m Para valores de “d” acima de 0,60, K=1,0 253,96 = [276,3 ∗ 1,0 ∗ (1,2 + 40 ∗ 0,0058) + 0,15 ∗ 0] ∗ 1,00 ∗ d d = 253,96/395,66 = 0,64 d ≥ 0,64 m ≅ 65 cm, conseqüentementeh = 70 cm tem-se uma melhora em todas as condições. prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 90 Seção III – III (Somente cortante) V = pB ∗ (B − b − d)2 = 6003,15 ∗ (3,15 − 0,20 − 0,39)2 = 243,80 KN/m Cálculo da altura dIII Verificação para se dispensar a armadura a cortante Vsd = 1,4*243,80 = 341,32 KN/m Para não armar V�� deve ser ≤ V�B A resistência de projeto ao cisalhamento vale: V�B = [τ� ∗ K ∗ (1,2 + 40ρB) + 0,15σ7�]bd Onde: τ� = 0,25 ∗ 0,21 ∗ f7H"/C1,4 = 0,0375 ∗ f7H"/C = 0,2763 MPa ρB = A�B(b ∗ d) < 0,02 ∴ ρB = 20,86(100 ∗ 34,8) = 0,0058 < 0,02 σ7� = N��A7 = o σcp = 0 (força longitudinal na seção devida à protensão ou carregamento (compressão positiva) Valores de K − Para elementos onde 50% da armadura inferior não chega até o apoio: K = 1,0 − Para os demais casos: K = 1,6 - d , não menor que 1,0, com d em metros. K = (1,6 − 0,348) = 1,252 > 1,0 V�B = [τ� ∗ K ∗ (1,2 + 40ρB) + 0,15σ7�] ∗ bd (36 − 25)145 = (d − 25)(145 − 15,5) dIII = 34,8 cm prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 91 V�B = [276,3 ∗ 1,252 ∗ (1,2 + 40 ∗ 0,0058) + 0,15 ∗ 0] ∗ 1,00 ∗ 0,348 V�B = 176,62 KNm < V�� = 341,32 KNm Detalhamento Seção II-II A� = 20,86 cm" m e = 100 ∗ A�BφA� = 100 ∗ 3,1520,86 = 15,1 ~ φ 20 c 15 A�,�;�DY. = 15 ∗ A�,�Y;57. = 0,2 ∗ 20,86 = 4,17 cm" m Escolhendo φ 8mm e = 50/4,17 = φ 8 c/12 prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 92 b) Sapata Flexível Isolada Cálculo da armadura utilizando as expressões de Momento Fletor Figura 2.22 – Sapata Flexível Isolada O cálculo do momento fletor nas seções I-I e II-II é feito considerando-se todas as cargas que ficam a esquerda da seção. M = l/opo∗�!B,�2 ∗ (�r/")!" − k∗&!&r∗&! ∗ (&r/")!" = 2.32 M = B,�2∗k∗�!B,�2∗�r∗�! ∗ �r!$ − k&r ∗ &r!$ = P8 ∗ (B1 − b1) 2.33 M = l/opo∗�!B,�2 ∗ ( «r¬[r! )!" = k�r ∗ (�r%&r)!$ 2.34 Exercício 4: Sapata Flexível Isolada Dimensionar e detalhar a sapata isolada da figura, como sapata flexível Dados: Pilar 30X80 cm P = 2.640 KN Concreto: fck = 20,0 MPA (200 Kgf/cm2) Solo: σadm.solo = 0,35 MPa (35 tf/m2 = 350 KN/m2) Aço: Fyk = 500 MPa (5.000 Kgf/cm2 = 50KN/cm2) prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 93 Área da sapata (utilizando-se das equações 2.12 a 2.20) A = 1,10*P = 1,05*2.640 = 7,92 m2 σadm. 350 A = B1*B2 BB − bB = B" − b" BB = (bB − b")2 ± w(bB − b") " 4 + A = (0,8 − 0,3)2 + w(0,8 − 0,3) " 4 + 7,92 = 3,08 m ~ 3,10 m B2 = A/B1 = 7,92/3,10 = 2,55 m ≅ 2,60 m No caso de sapata com pilar alongado recomenda-se o cálculo na seção 0,15*b1, sendo b1 o lado alongado. Outro critério seria o de se calcular o momento considerando o alívio que a carga aplicada ao longo de b1 proporciona ao momento fletor, ou seja, o arredondamento do diagrama, conforme indicado na figura prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 94 Figura 2.23 – Arredondamento do diagrama em sapata alongada iii) Sapata Submetida à aplicação de Momento a) Flexão composta (N, M) Figura 2.34 - Distribuição de tensões no solo devido a aplicação de Momento fletor É importante observar que o formulário da Resistência dos Materiais só pode ser aplicado quando σ1 e σ2 são tensões de compressão. Caso uma delas seja de tração, não se pode utilizar a expressão de tensões da Resistência dos Materias, uma vez que o solo não absorve tração. Nesse caso deve-se analisar o problema como material não resistente à tração. • Sapata Isolada submetida à aplicação de momento Cálculo das tensões no solo prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 95 Figura 2.25 – Sapata isolada solicitada a Momento •••• Sapata Corrida submetida à aplicação de momento flexão Figura 2.26 – Sapata corrida submetida a aplicação de Momento •••• Cálculo considerando o solo como material não resistente à tração No instante em que se encontra tensão de tração, como o solo não resiste à tração, para que haja equilíbrio é necessário que a resultante “R” do solo comprimido esteja no mesmo alinhamento de “N” ou seja, de igual valor. Figura 2.27 – Tensão somente na região comprimida R = N Momento em relação ao ponto “A”: R ∗ C = N ∗ (�" − e) 2.39 X = 3*(B/2 – e) 2.40 Sapata Isolada σ���� = 1 ± = �r∗�! ± ∗®�!∗�r! 2.35 A = área de contato da sapata com o solo W = módulo de resistência da área de contato da sapata com o solo = B2*B12/6 N = carga normal M = N*e e = excentricidade decorrente da carga normal, em relação ao CG da área de contato da sapata com o solo. σ = N/B± M ∗ 6/B" 2.36 I = &∗^°B" = B∗�°B" 2.37 W = A/" = �°B"∗�/" 2.38 prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 96 •••• Tensão de borda σ = "C ∗ (� " %6) 2.41 •••• Condição de Estabilidade De uma maneira geral o coeficiente de segurança ao tombamento deve ser ≥ 1,5, isto é, o ponto de tensão nula não pode ultrapassar o centro da sapata. Figura 2.28 – Condição de estabilidade Fazendo momento em relação ao ponto “A” tem-se: M resistente = N*B/2 2.42 M solicitante = N*(B/2 – B/6) = N*B/3 2.43 •••• Coeficiente de Segurança Figura 2.29 – Segurança ao tombamento Como se verá essa condição equivale ao coeficiente de segurança ao tombamento, de 1,5. ν = N ∗ B2 ∗ 1N ∗ B 3 = 1,5 ν = h²/.0²i0²/op.\.0mi0² = 2.44 c.q.d prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 97 •••• Roteiro para o Cálculo da área da Sapata submetida à momento Dados: G = peso próprio Q = acidental Mq = Momento devido à carga acidental σadm.solo σadm.de borda = 1,3 σadm.solo Figura 2.30 – Sistema de equilíbrio de cargas 1. Transformar o carregamento obtido pela carga e momento fletor (P, M) em carregamento dado pela resultante “R” R = P(g+q) e = M/R posição da resultante 2. Calcular a dimensão mínima da sapata (para a condição de estabilidade) Figura 2.31 – Sapata comprime parcialmente o solo Alem da condição de estabilidade deve-se verificar se a tensão máxima e a tensão constante não superam 1,3 σadm.,solo e σadm, respectivamente. σ:á�. ≤ 1,3 ∗ σ9�:. 2.45 Fazendo: B = Bmin. e = (2/6)*Bmin. Bmin. = 3*e R - Resultante do solo para que haja equilíbrio prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 98 σ:9�. = ³1/mgm0m ≤ σ9�:. 2.46 (obtido das análises das sondagens do solo) 3. Calculo da dimensão mínima da sapata caso ela esteja toda comprimida Figura 2.32 – Sapata comprime totalmente o solo Esse valor de “B” define a largura mínima para que se possa determinar as tensões no solo pela fórmula da Resistência dos Materiais; σ���� = 1 ± 2.47 • Detalhamento Figura 2.33 – Detalhe da armadura para absorver tração Fazendo B=Bmin. 2/3*Bmin. – Bmin./2 = e B = 6*e A fig. 2.33 indica o esquema de treliça que se forma evidenciando a necessidade da emenda da armação do pilar com a armadura da sapata de maneira a possibilitar a configuração do nó “A”. prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 99 Figura 2.34 – Detalhe das armaduras positivas e negativas Esses momentos são devidos ao pesopróprio da sapata mais a terra e, eventualmente sobrecargas. Nesse caso é necessário fazer a emenda da armadura tracionada (quando houver) do pilar com a armadura de flexão da sapata. Caso o pilar esteja submetido somente à compressão, basta ancorar as barras comprimidas na sapata conforme se indica na figura 2.35 Figura 2.35 – Ancoragem comprimida A armadura colocada na face superior da sapata (ver figura 2.34) é necessária naqueles casos em que a sapata pode se destacar do solo. A armadura deverá ser dimensionada para absorver o peso da sapata e do aterro que estiver sobre ela. De uma maneira geral os momentos fletores que atuam nas fundações são acidentais e atuam nos dois sentidos. Nesse caso o detalhamento da sapata resulta: Figura 2.36 – Detalhamento completo da sapata Sendo sapata isolada o detalhamento se repete nas duas direções Observa-se na figura 2.34 a colocação de armadura negativa, que, eventualmente, pode ser necessária para absorver os momentos fletores desenvolvidos na parte superior e no lado da sapata que se destaca do solo. prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 100 •••• Cálculo da Armadura O cálculo da armadura se faz pelo método das bielas ou de flexão. O cálculo considerando o diagrama trapezoidal real não apresenta, entretanto, dificuldades. Figura 2.37 – Diagrama trapezoidal para cálculo dos momentos na sapata O cálculo considerando um diagrama retangular com ordenada igual a σmáx.solo pode, conforme o caso, ser bastante antieconômico. Recomenda-se, portanto, utilizar o diagrama trapezoidal. Assim o momento na seção I-I será: M = σ���� ∗ �" ∗ �u + ∆σ ∗ �" ∗ B" ∗ "∗�C = �!$ ∗ {σ:9�,���� + "∗∆lC | 2.48 No caso de sapata corrida, MI é momento por metro. Sendo sapata isolada, multiplica-se o MI pela outra dimensão da sapata, obtendo-se o momento total. M = �!∗�r!$ ∗ (σ:9�,���� + "∗∆lC ) 2.49 prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 101 Exercício 5 - Dimensionamento de sapata com momento aplicado Área da Sapata: A = 792150 = 5,44 m" B = 5,442,0 = 2,72 ≅ 2,75 m Verificação da Tensão de borda Excentricidade devido ao carregamento e = 330792 = 0,42 m Núcleo central de inércia da sapata y = B6 = 2,756 = 0,46 m > 0,42 toda a sapata está comprimida σ = − NA ± MW = − 792 ∗ 1,052,0 ∗ 2,75 ± 3302,0 ∗ 2,75"6 = −151,2 ± 130,9 = σ = −282,1 KNm" > ¶&�Y�9 A sapata necessita ser aumentada. Impor a tensão máxima de compressão igual a tensão de borda, ou seja, igual a 195 KN/m2. σ&�Y�9 = −195 = − 792 ∗ 1,052 ∗ B − 330 ∗ 62 ∗ B" = −195 ∗ B" = −415,8 ∗ B − 990 −195B" − 415,8B − 990 = 0 σadm = 150KN/m2 σborda = 1,3*σadm = 195 KN/m2 prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 102 ∆ = 415,08" + 4 ∗ 990 ∗ 195 = 945.089,64 B = + 415,8 ± √∆2 ∗ 195 = + 415,8 ± 972,162 ∗ 195 = 3,56 m Verificação de tensões com B = 3,60 m σ = − 792 ∗ 1,052 ∗ 3,60 − 330 ∗ 62 ∗ 3,60" = −115,5 − 76,39 = − 191,9 σ = − 191,9 < 195 KN m" Logo a sapata terá 2,0 X 3,60 m Calculando a altura da sapata como rígida, h > B − b3 = 3,60 − 0,703 = 0,97 m Será adotado para altura h= 100 cm e, a para altura útil “d” igual a 90 cm Esforços solicitantes na sapata M6�·. = 2 ∗ 115,5 ∗ £3,602 ¤ " ∗ 12 + 2 ∗ (191,9 − 115,5) ∗ £3,602 ¤ " ∗ 12 ∗ 23= 539,24 KN. m M�;Y. = 2 ∗ 39,11 ∗ £3,602 ¤ " ∗ 12 + 2 ∗ 76,39 ∗ £3,602 ¤ " ∗ 12 ∗ 13 = 209,22 KN. m prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 103 Verificação do equilíbrio do nó Cálculo da armadura de flexão (M em tf.cm e dimensões em cm) Kc = 200 ∗ 90"53924 ∗ 1,4 = 21,46 A� = 0,0238 ∗ 53924 ∗ 1,490 = 19,94 cm" A�m = 19,942 = 10,0 cm" m → ∅16c/20 No sentido transversal Considerar: σborda = 191,9 KN/m2 constante prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 104 Altura útil d= 90 cm e largura de 70 cm (largura do pilar) M = 191,9*1,0*0,5 = 95,95 KN.m/m Mtotal = 95,95*3,60 = 345,42 KN.m Kc = 70 ∗ 90"34542 ∗ 1,4 = 1172,5 A� = 0,0232 ∗ 34542 ∗ 1,490 = 12,47 cm" A�m = 12,473,60 = 3,47 cm" m → ∅10c/20 Exercício 6 - Dimensionar e detalhar fundação em sapata, sabendo-se que: Carga permanente: 14,0 KN/m2 Carga acidental: 5,0 KN/m2 Revestimento: 1,0 KN/m2 Fck: 20 MPa (200Kgf/cm2) Aço CA-50 σadotado.solo = 100 KN/m2 σmáx.solo = 1,3*100 = 130 KN/m2 prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 105 b) Sapata retangular submetida à flexão composta oblíqua •••• Verificação da tensão máxima Cálculo de tensão máxima no solo para o caso de flexão oblíqua, inclusive para material não resistente à tração, utilizando-se de tabelas apresentas no Anuário do Concreto - Beton Kalender (74) Figura 2.38 – Sapata submetida à flexão composta oblíqua Figura 2.39 – Indicação da carga excêntrica na sapata Valores de µ tabelados Figura 2.40 – Indicações das excentricidades na tabela Zona 1 – toda seção está comprimida São fornecidos valores de µ tais que σmáx. = µ∗N/A Onde A = a*b (área da sapata) e N = carga vertical Valores de entrada na tabela: 6¹9 = 0 a 0,34; 6-& = 0 a 0,34 Sendo: ex e ey as excentricidades da carga em relação ao CG da sapata. prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 106 Zona 2 – A L.N. atinge no máximo o centro da sapata (condição de estabilidade). Isto é, no mínimo a metade da área da sapata colabora na resistência (está comprimida). Tabela 2.2 – Valores de µ, µ, µ, µ, para cálculo da tensão máxima Fonte: adaptado da tabela do BK74 pg 263 – vol.II Zona 3 – Zona inadmissível, uma vez que não apresenta a segurança necessária (ν = 1,5) ao tombamento. Mesmo que a tensão de borda σmáx seja inferior à admissível. Portanto, não se pode trabalhar nessa zona, pois, trata-se de problema de estabilidade da sapata. Figura 2.41 - Tensões decorrentes da flexão composta oblíqua •••• Verificação de tensão máxima e posição da LN prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 107 De acordo com a posição da carga, encontrada em cada uma das zonas indicadas na figura 2.42 pode-se calcular a tensão máxima atuante, a posição da Lina neutra e, em seguida as tensões, supondo variação linear, em cada posição do perímetro da sapata. Figura 2.42 - Divisão de áreas de atuação da normal excêntrica Fonte: BK 74 vol.II Figura 2.43 – Indicação da posição da L.N – Região comprimida da sapata. Zona 1 – (núcleo central de Inércia) – Quando “N estiver aplicado nessa zona, toda seção estará comprimida. Calculo pela R.M σ = 1 ± »» ± -- 2.50 Zona 2 – Zona inadmissível, uma vez que menos da metade da seção colabora (coeficiente de tombamento é insuficiente). Não existe problema de resistência, mas sim de estabilidade. Zona 3 – A zona de compressão é um quadrilátero conforme indica a figura 2.43 “a” acima. s = ¼!B" [�!6- + v(�!!6-! − 12)] 2.51 tanα = C" ∗ (�!%"6»)(�t6-) 2.52 prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 108 σ:9� = B"�! D95 ½ ∗ �!t"¾�!!tB"¾! 2.53 Zona 4 – A zona de compressão é um quadrilátero do tipo indicado na figura 2.43 “b” acima. t = �rB" [�r6» + v{�r!6»! − 12| ] 2.54 tanβ = C" ∗ �r%"6-Dt6» 2.55 σ:9�. = B"�r D95 À ∗ �rt"D�r!tB"D! 2.56 Zona 5 – Nesse caso o cálculo correto é complicado, podendo-se aplicar a fórmula aproximada. σ:9�. = �r�! ∗ k[12 − 3,9(6k − 1)(1 − 2k)(2,3 − 2k)] 2.57Sendo: k = 6»�r + 6-�! 2.58 O erro que se comete com essa fórmula é de ≅ 0,5%. A zona comprimida corresponde ao pentágono da figura 2.43 “c”. As curvas que delimitam as várias áreas podem ser adotadas com boa aproximação para parábolas do 2.º grau. Os valores de “e” devem ser sempre colocados positivos. c) Sapatas Circulares ou anelares submetida à flexão composta oblíqua Figura 2.44 – Sapatas Circulares e anelares e = M/N (excentricidade da carga) prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 109 As sapatas circulares ou anelares são geralmente utilizadas para fundação de torres, reservatórios, chaminés, etc. O cálculo das tensões máximas e a posição da LN podem ser obtidos pelas seguintes expressões: Núcleo central de inércia é: K1 = 0,25*R*(1 + r2/R2) 2.45 Quando e ≤ K1, toda seção está comprimida (usar a fórmula da R.M.). A tensão máxima, nesse caso é dão por: σmáx. = N * (1 + e/K1 ) 2.46 F Sendo F = área circular ou anelar = pi(R2 – r2) ou piR2 O segundo núcleo central é dado por: K2 = 3piR * (1 – r4/R4) / (1 – r3/R3) 2.47 16 Quando e > K2 a LN passa além da região do centro da seção (menos da metade da seção está comprimida). Existe problema de estabilidade quando e > K2, isto é, no máximo pode-se utilizar e = K2. Quando K1 < e < K2 a LN na chega a ultrapassar o centro da seção (no mínimo ½ da seção colabora na resistência. Material não resiste à tração. A tensão no solo pode ser dada pela seguinte expressão, com erro de aproximadamente 1%. σmáx. = N * 2e [1 – 0,7*(e/14 – 1)*(1 – e/K2 )*(1 + r/R )] 2.48 F K1 Quando a seção for cheia se faz r = 0. Na tabela 2.3. Tabela 2.3 - Fornece o valor de z/r (posição da LN) em função de e/r e r1/r Fonte: tabela da pg264 do BK74 vol.II prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 110 Figura 2.45 – Zona com tensão de compressão na sapata circular Tabela 2.4 – Fornece os valore de σmáx./σmédio; (σmáx. = máxima tensão na borda) Tabela 2.5 - Fornecida, em função de r1/r, a posição de e/r da carga (excentricidade para que a LN passe pelo centro do círculo e =K2) È interessante observar que as seções vazadas com as mesmas dimensões externas possuem os núcleos centrais de inércia mais distantes do CG, isto é a excentricidade da força normal necessária para provocar tração em uma das bordas é maior na seção vazada do que na seção cheia. prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 111 Figura 2.46 – Seções retangulares e circulares, cheias e vazadas Em outros termos, para efeito de estabilidade, a seção vazada é mais favorável. Seção deve ser entendida aqui, como a área de contato da sapata com o solo. Figura 2.47 – Núcleo central de inércia Ao vazar a seção o valor de “e” será > b/6 Figura 2.48 – Seção retangular vazada Isto ocorre porque ao se retirar a área central da seção retangular, para transformá-la em vazada, a diminuição do “A” (área) é proporcionalmente maior do que o de “W” (módulo de resistência), resultando na expressão anterior, uma acréscimo de σN em relação a σM. e vazada > e cheia É evidente que a tensão máxima de compressão na seção vazada será mior do que na seção cheia. prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 112 Figura 2.49 – Tensões na seção retangular cheia e na vazada O conhecimento dessa propriedade é importante no caso de se ter problema de estabilidade da sapata retangular. Optando, dessa forma, por sapata com área de contato vazada, pode-se eliminar o problema eventualmente, sem alterar as dimensões externas da sapata. Isto implica que as tensões no solo estejam folgadas e suportem o acréscimo de tensão de compressão decorrente da solução. A solução da sapata vazada pode ser feita utilizando-se isopor. Figura 2.50 – Sapata vazada utilizando-se de isopor A espessura do isopor é função do tipo do terreno da fundação. Evidentemente se o terreno for fraco, a solução em isopor pode não satisfazer, por não possuir a deformabilidade necessária. Outra solução seria a utilização de forma pneumática perdida, que é esvaziada após a concretagem e cura do concreto. Deve-se observar, entretanto, que a solução com seções vazadas é pouco usual. A aplicação dessa solução é feita para obras de maior porte, como por exemplo, torres de televisão em concreto. prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 113 •••• Dimensionamento da sapata Figura 2.51 – Tensões na sapata retangular, sujeita à flexão composta oblíqua O cálculo geralmente é feito a favor da segurança tomando-se para cada direção um diagrama envolvente. Para o cálculo na direção do corte II-II, tomar-se-á o diagrama σ1-σ2 Figura 2.52 – Corte na sapata retangular submetida à flexão composta oblíqua prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 114 Procede-se ao cálculo como se a sapata estivesse submetida a flexão composta. A armadura do pilar, no caso de estar tracionada, deve ser emendada com a armadura da sapata. Figura 2.53 – Detalhamento das armaduras na sapata submetida à flexão composta oblíqua Exercício 7 – Dimensionar a sapata submetido à Flexão composta Obliqua. Dados: N = 700 KN; Mx = 300 KN.m; My = 250 KN.m iv) Sapata submetida a esforço horizontal Figura 2.54 – Sapata submetida à esforço horizontal ϕ = ângulo de atrito do solo No caso de solos arenosos o esforço horizontal é absorvido por atrito (usualmente utiliza-se ϕ = 300 como ângulo de atrito da areia fofa). prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 115 O coeficiente de segurança mínimo ao escorregamento é ν ≥ 1,5. ν = Â¥∗DÃÄ ≥ 1,5 ; sendo V = força cortante 2.59 No caso de solos coesivos a absorção do esforço horizontal é feita pela coesão “C” Hx = A*C; sendo A = Área da sapata ν = Â1∗Æ ≥ 1,5 2.60 De uma maneira geral para solos de resistência média (não orgânico ou turfosos utiliza- se ϕ = 300) Quando a carga vertical é pequena deve-se observar se nas proximidades do pilar existe alguma outra que, com sua carga vertical, auxilie na resistência. A figura 2.55 abaixo ilustra este caso: Figura 2.55 – Ilustração da atuação do esforço horizontal H = esforço horizontal grande Neste exemplo o pilar P1 tem pouca carga vertical e muito esforço horizontal (empuxo de terra) de maneira que o esforço vertical de P1 é insuficiente para absorver H. Como o pilar P2 tem muita carga vertical optou-se por travar P1 em P2 conseguindo-se a carga vertical necessária para estabilização. v) Sapata Associadas Esse tipo de sapata existe quando ocorre interferência entre duas sapatas isoladas e, o espaço disponível não permite a solução como sapata isolada. prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 116 Figura 2.56 – Sapata Associada A viga que une os dois pilares é conhecida como Viga de Rigidez, e tem a finalidade de distribuir a carga dos pilares ao solo, de modo a permitir que a sapata trabalhe com tensão constante. Figura 2.57 – Viga de rigidez – sapata associada a) Sistema Estrutural – Roteiro de Cálculo 1. Inicialmente deve se ter em mente que o CG da sapata deve coincidir com CG das cargas dos pilares, buscando dessa forma a distribuição uniforme de tensões no solo. Figura 2.58 – Centro de carga coincidindo com o CG da sapata 2. Determinação do l1mín - O comprimento l1 é determinado pela condição de se ter o pilar mais distante do CG de cargas e/ou da sapata, dentro da sapata. 3. O comprimento l1 deve sempre que possível ser maior que l1min parapossibilitar uma ancoragem conveniente das barras de flexão da viga de rigidez. prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 117 Figura 2.59 – Sistema de equilíbrio da sapata associada Sendo a2 maior do que a1 Faz- se ΣM em relação a P1 a2 = P1*a /(P1+P2) ); a1 = a – a2 4. Cálculo da área da sapata A= (1,03 a 1,05)*ΣP / σadm.solo 5. Cálculo da largura da sapata l2 ou “B” B = A/ l1 6. Determinação da altura útil da sapata (como sapata rígida) h ≥ (B-b) / 3 (NBR6118) Caso os “b” dos pilares sejam diferentes, pode-se adotar o “b” maior. 7. Dimensionamento da sapata – cálculo das armaduras (como sapara corrida. Necessidade de se linearizar a carga) 8. Determinação da altura da viga de rigidez – impor uma altura para que não se tenha problema de cisalhamento prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 118 A largura “b” já está definida no item anterior (o maior “b” dentre os pilares) τd = Vd < τu ⇒ obtem-se “d” e em seguida “h” (b*d) Impor ainda, a condição para que se tenha um dimensionamento à flexão, econômica. 9. Dimensionar e detalhar a viga de rigidez como uma viga invertida. Exercício de Sapata Associada Para os três pilares da figura abaixo dimensionar e detalhar a sapata Dados: σadm.solo = 0,15 MPa (1,5 Kgf/cm2 = 15 tf/m2 = 150 KN/m2- argila média) fck = 15MPa Aço: CA-50 Cargas nos pilares: P1= 1.000 KN; P2 = 1.000 KN; e P3 = 2.200 KN Cálculo do Centro de Gravidade da sapata (CGsap. = CG cargas prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 119 Fazendo momento do sistema acima, em relação ao P1 se obtém: Ç MkB = 4.200 ∗ XƳ − 1.000 ∗ 3 − 2.200 ∗ 6 = 0 XƳ = 3,86 m Cálculo do lmin 3ÈÉÊ = (3,86 + 0,10) ∗ 2 = 7,92 m A�9� = 1,05 ∗ PD�Dσ9�:,���� = 105 ∗ 4.200150 = 29,4 m" Cálculo da largura da sapata l2 ou “B” Adota-se para l1 = lmin. + 1,0 m (50 cm de cada lado) = 3B = l:;5 + 1,0 (50 cm de cada lado) = 7,92 + 1,0 = 8,92 m 3B≅ 9,0 m B = A�9�3B = 29,49,0 = 3,27 ≅ 3,25 m Adotando l1 = 9,20, pode-se reduzir a largura B para 3,2 m Determinação da altura útil da sapata (como sapata rígida) prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 120 Caso os “b” dos pilares sejam diferentes, deve-se adotar o “b” maior. h ≥ (B-b)/3 ∴ h ≥ (3,20-0,65)/3 = 0,85 m Dimensionamento e cálculo das armaduras (sapata corrida) Necessário linearizar a carga: p = ∑ P; ∗ BB ∗ 3B = 4.2009,20 = 456,52 KN/m Cálculo como sapata rígida Z = pd ∗ (B − b)8 = 456,520,80 ∗ (3,20 − 0,65)8 = 181,89 KN/m A�B = Z�fA� = 181,89 ∗ 1,450 1,15 = 5,86 cm" m Escolhendo φ de 12,5 mm o espaçamento será: M = A�B∅ ∗ 100A� = 1,25 ∗ 1005,86 = 21 → (∅12,5 Ì 20 ) prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 121 Escolhendo φ de 10 mm o espaçamento será: M = A�B∅ ∗ 100A� = 0,8 ∗ 1005,86 = 13 → (∅10 Ì 13 ) A�,�;�D = 1 5 ∗ A��Y;57 = 5,865 = 1,17 cm" m → (∅8 c 20 ) Cálculo com sapata flexível Seção II-II M = pB ∗ (B − b) " 8 = 456,523,20 ∗ (3,20 − 0,65) " 8 = 115,96 KN. m/m V = pB ∗ (B − b)2 = 456,523,20 ∗ (3,20 − 0,65)2 = 181,89 KN/m Impondo Kc econômico = 5,87 (fck = 15 MPa) K7 = 5,87 = 100 ∗ d"M,� ∴ d = w(5,87 ∗ 11596 ∗ 1,4 100 = 30,9 cm ≅ 35 cm h ≅ 40 cm A� = K� ∗ M,�d = 0,0258 ∗ 11596 ∗ 1,4 35 = 11,96 cm"/m e(φ12,5) = 125/11,96 = 10,4 ≅ φ12,5 c/10 Seção I-I M = p ∗ (B − b)8 = 456,52 ∗ (3,20 − 0,65)8 = 145,52 KN. mm VI = 0 Para dimensionamento da seção I-I pode-se admitir um aumento da altura da sapata na relação de 1: 3 até o eixo da parede prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 122 dI = dII+b/6 = 35 + 65/6 = 45 cm K7 = b ∗ d"M,� = 100 ∗ 45 " 14552 ∗ 1,4 = 9,9 → Tabela → Ks = 0,0245 A�, = K� ∗ M�d = 0,0245 ∗ 14552 ∗ 1,445 = 11,09 cm " m < A�, Verificação à cortante (necessidade de se armar ou não) Redução da cortante devido à variação da seção V,6� = V − M ∗ tgαd V = pB ∗ (B − b)2 = 456,523,20 ∗ (3,20 − 0,65)2 = 181,89 KN/m V,6� = V − M ∗ tgα d tgα = (h − h�)[(1 2 ∗ (B − b)] = (0,40 − 0,15) ∗ 2(3,20 − 0,65) = 0,196 V,6� = V − M ∗ tgα d = 181,89 − 115,96 ∗ 0,1960,35 = 116,92 KN/m V�� = 1,4 ∗ 116,92 = 163,70 KN/m Cortante admissível para não armar, segundo a NBR6118 (item 19.4.1) V�� ≤ V�B A resistência de projeto ao cisalhamento é dada por: prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 123 V�B = [τ� ∗ K ∗ (1,2 + 40ρB) + 0,15σ7�]bd Onde: τ� = 0,25 ∗ 0,21 ∗ f7H"/C1,4 = 0,0375 ∗ f7H"/C = 0,2228 MPa ρB = A�B(b ∗ d) < 0,02 ∴ ρB = 11,96(100 ∗ 35) = 0,0034 < 0,02 σ7� = N��A7 = o σcp = 0 (força longitudinal na seção devida à protensão ou carregamento (compressão positiva) Valores de K − Para elementos onde 50% da armadura inferior não chega até o apoio: K = 1,0 − Para os demais casos: K = 1,6 - d , não menor que 1,0, com d em metros. K = (1,6 − 0,35) = 1,25 > 1,0 V�B = [τ� ∗ K ∗ (1,2 + 40ρB) + 0,15σ7�] ∗ bd V�B = [222,8 ∗ 1,25 ∗ (1,2 + 40 ∗ 0,0034) + 0,15 ∗ 0] ∗ 1,00 ∗ 0,35 = V�B = 130,23 KN m < V�� = 163,70 KN m Portanto Vsd > VRd1 ∴ logo, para não armar necessita-se que se aumente a altura da peça. Impondo VRd1 ≥ 163,70 KN/m 163,70 = [222,8 ∗ (1,6 − d) ∗ (1,2 + 40 ∗ 0,0034) + 0,15 ∗ 0] ∗ 1,00 ∗ d 163,70 = 476,26 ∗ d − 297,66 ∗ d" d2 – 1,6*d + 0,55 = 0 ∴ d ≥ 0,50 cm d ≥ 0,50 m ≅ 50 cm, conseqüentemente h = 55 cm tem-se uma melhora em todas as condições. Obs: Caso não se reduzisse a força cortante, a altura necessária seria: VII,k = Vsk = 181,89 KN/m Impondo VRd1 = Vsd = 1,4*181,89 = 254,65 KN/m Para valores de “d” acima de 0,6 m, o valor de K deverá ser igual a 1,0, logo: prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 124 254,65 = [222,8 ∗ 1,0 ∗ (1,2 + 40 ∗ 0,0034) + 0,15 ∗ 0] ∗ 1,00 ∗ d d = 254,65297,66 = 0,86 ≅ 0,90 cm (sapata rígida) Detalhamento Escolhendo φ de 12,5 mm o espaçamento será: M = A�B∅ ∗ 100A� = 1,25 ∗ 1005,86 = 21 → (∅12,5 Ì 20 ) A�,�;�D = 1 5 ∗ A��Y;57 = 5,865 = 1,17 cm" m → (∅8 c 20 ) Cálculo da viga de Rigidez Sistema de cálculo prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 125 Equações dos solicitantes: V(x) = p*x - P1 <x-0,74>0 - P2 <x-3,74>0 - P3 <x-6,74>0 M(x) = px2/2 - P1 <x-0,74>1 - P2 <x-3,74>1 - P3 <x-6,74>1 9. Determinação da altura da viga de rigidez – impor uma altura para que não se tenha problema de cisalhamento A largura “b” já está definida no item anterior (o maior “b” dentre os pilares) prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 126 vi) Sapata Vazada prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 127 A utilização de sapata vazada é feita quando a sapata assume dimensões muito grandes. O princípio que se utiliza nesse caso é o mesmo que se utiliza quando se usa laje nervurada no lugar de laje maciça. Esse princípio retira material de certas áreas e coloca em outros, de maneira a se ter elementos de alturas maiores, porém discretas. É o caso das sapatas vazadas, onde se retira material das lajes e os utiliza na criação das vigas V2 e V3 (viga central) de grande altura. Com esse procedimento,
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