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CONTROLE DE PROCESSOS 1. Controle de Processos Processo: é todo arranjo de elementos, ativos e/ou passivos, organizados de forma tal a executar uma determinada função. Ou seja, Processo é qualquer operação onde pelo menos uma propriedade física ou química possa variar ao longo do tempo. Os processos realizam operações químicas, físicas, biológicas, etc, em materiais ou objetivos (matéria prima), com ou sem adição de energia para a obtenção do produto. Exemplo: sistema de geração, transmissão e distribuição elétrica. Controlar um processo corresponde a manter uma variável deste processo num determinado valor desejado. 2. Definições • Variável controlada – propriedade que se deseja controlar, corresponde a saída do processo. • Variável manipulada – propriedade que pode ser modificada diretamente pela ação do controlador e cuja variação irá afetar a variável controlada, corresponde a entrada do processo. • Valor desejado (setpoint, SP) – valor de referência para a variável controlada. Em geral é determinado por um operador baseado nas necessidades do processo. • Elemento primário (sensor) – dispositivo que utiliza a energia do processo para proporcionar uma medida da variável controlada. • Transmissor – elemento que transforma a medida do sensor em um sinal padronizado que pode ser transmitido e interpretado pelo controlador. • Elemento Final de Controle (atuador) – dispositivo que recebe o sinal do controlador e, desta forma, altera a variável manipulada (ex. válvulas, relés, etc.). • Controlador – dispositivo que compara o valor da variável controlada com o valor desejado, calcula a ação corretiva necessária e emite o sinal de correção para o atuador. • Faixa de medida (range) – faixa de valores compreendida entre os limites inferior e superior da capacidade de medição do instrumento. • Alcance (span) – diferença algébrica entre os valores superior e inferior do range. • Erro – diferença entre o valor lido pelo instrumento e o valor real da variável. • Precisão – limite de erro de medição do instrumento. • Sensibilidade – valor mínimo de mudança na variável detectável pelo instrumento. • Zona morta (dead zone) – faixa de valores da variável que não provoca variação da indicação ou sinal de saída do instrumento. • Repetibilidade – capacidade de reprodução da indicação, ao se medir, repetidamente, valores idênticos de uma variável. • Histerese – diferença observada entre a medição de uma variável quando esta percorre a escala no sentido crescente e no decrescente. • Elevação de zero – quantidade com que o zero da variável supera o valor inferior do range. • Supressão de zero – quantidade com que o valor inferior do range supera o zero da variável. • Tempo morto (dead time) – atraso verificado entre a ocorrência de uma alteração na variável e a sua percepção pelo instrumento, também chamado de atraso de transporte. Sensores São os dispositivos que fornecem as informações sobre o sistema; Estão ligados na entrada do controlador; Indicam variáveis como temperatura, pressão, etc. Atuadores Agem a partir do processamento das informações coletadas pelos sensores; Tipos: magnéticos, hidráulicos, pneumáticos, elétricos, etc. Controlador Aciona os atuadores levando em conta o estado das entradas (sensores); Agem de acordo com as instruções do programa inserido em sua memória. Exemplo: Considere um Sistema de geração, transmissão e distribuição elétrica. O combustível fóssil é queimado para produzir calor na caldeira. O vapor superaquecido (600oC) é conduzido a um sistema de turbinas fazendo girar o seu eixo. O vapor é condensado e retorna a caldeira. O eixo da turbina é ligado a um gerador elétrico que gera energia alternada (25 kV). Para transmissão da energia elétrica a tensão é elevada para (400 kV) para diminuição de perdas de condução. Próximo aos centros consumidores a energia é rebaixada em sub-estações para 125 kV. Na distribuição para grandes consumidores a tensão é novamente rebaixada para níveis entre 25 kV a 33 kV. Para pequenos consumidores, a tensão é distribuída na faixa de 14 kV e posteriormente rebaixada em transformadores locais para 220/380 V. Figura 1 – Diagrama esquemático de um Sistema de geração, transmissão e distribuição elétrica. Figura 2 – Diagrama funcional de um Sistema de geração, transmissão e distribuição elétrica. Figura 1 – Diagrama em blocos de um Sistema de geração, transmissão e distribuição elétrica. 3. Abordagem Sistêmica O exemplo apresentado anteriormente possui uma dinâmica complexa, pois engloba vários conceitos, componentes e conexões entre as variáveis do processo. Em engenharia, utiliza-se uma abordagem sistêmica para abordar tais problemas. O problema é decomposto em problemas menores para que possam ser mais facilmente resolvidos. Um sistema refere-se aquilo que desejamos estudar, com fronteira bem definida e caracterizado por relação causa-efeito. Separa-se um determinado processo (sistema) do meio externo onde as iterações são caracterizadas por entradas (ações) e saídas (reações): Pressupõe-se uma relação de causa e efeito entre as variáveis de entrada e saída. O processo (sistema) pode ser visto como um operador atuando sobre as entradas para produzir as saídas. Dividir os vários processos que compõe o sistema complexo em vários sub-sistemas (sub- problemas) que são interconectados através das entradas e saídas. S2 é um subsistema de S1, mas também é um sistema. 4. Componentes básicos de um sistema Entradas manipuláveis: os valores podem ser arbitrariamente definidos dentro da região de operação (abertura de uma válvula, potência de um motor, etc.) Entradas de perturbação: fatores externos que modificam a saída de um sistema e que não podem ser arbitrariamente definidas (temperatura externa, carga aplicada ao eixo de um motor, etc.) Variáveis de saída: efeitos causados pela ação das entradas no sistema. Modelo matemático: conjunto de equações que descrevem aproximadamente como as entradas modificam as saídas de um sistema. A técnica de controle consiste em medir a variável que se deseja controlar, comparar o resultado da medição com valor desejado e agir sobre o sistema no sentido de reduzir a diferença entre elas. A definição acima introduz vários conceitos novos: controlar um processo representa controlar variáveis do processo de maneira a atingir um objetivo. as variáveis controladas devem ser medidas através da utilização de sensores. o valor desejado representa o comportamento a ser satisfeito pela variável controlada. a comparação entre o valor desejado e o valor medido (que é uma aproximação do valor real) indica que o valor desejado deve ser expresso em unidades da variável de saída. a ação de controle consiste em reduzir a distância entre o que se tem e o que se deseja. as perturbações externas modificam a variável controlada e a ação de controle deve ser capaz de compensar esses efeitos. Os conceitos relacionados a ação de controle podem ser adequadamente representados por um diagrama funcional. Medição, atuação e decisão:
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