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Primeira Prova de Ciência da Informação RESOLVIDA- UNIRIO 2017.1

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Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO
Centro de Ciências Humanas e Sociais – CCH
Departamento de Processos Técnico-Documentais – DPTD
Introdução à Ciência da Informação 
Museologia – Noite
Aluno: Lorran Pires dos Santos
Primeira Avaliação
1) Porque a Ciência da Informação é considerada uma ciência interdisciplinar na sua essência? Como se dá relação esse relação interdisciplinar no âmbito das Abordagens Matemática e Cognitiva, apontando e justificando quais disciplinas dialogam com a CI.
Um diferencial da ciência contemporânea em relação à ciência clássica, é que conhecimento científico vem sendo produzido através de experiências que priorizam o aporte de conhecimentos oriundos de diversos campos, formando uma rede complexa de relações disciplinares, interligada por diferentes formas de interação (BICALHO & OLIVEIRA, 2011) que pode ser chamada de interdisciplinaridade. Esta característica vem sido atribuída à CI desde sua origem e foi essencial para o seu desenvolvimento. Ainda que ao longo do tempo, a CI esteja buscando sua independência e durante este processo tenha entrado em conflito de diferenciação de identidade e atribuição de funções específicas com algumas disciplinas como Arquivologia, Documentação e Biblioteconomia, estas possuem fortes influências e interações entre si, fundamentais para seus progressos (SILVA & FREIRE, 2012). A interdisciplinaridade com estas e outras disciplinas − administração, economia, educação, linguística, museologia, sociologia, filosofia, a história, o direito e as ciências cognitivas políticas e da computação (MOREIRA & MOURA, 2006) − se deve principalmente ao objeto de estudo da CI ser a informação, desde a sua gênese até o processo de transformação de dados em conhecimento, passando pela análise, coleta, classificação, manipulação, armazenamento, recuperação e disseminação da informação (ARAÚJO, 2009). Levando em consideração que praticamente todas as ciências – sejam elas exatas, humanas ou biológicas – realizem estes processos, desde observação, coleta e análise de dados e produção de conhecimento, a CI está presente em todas elas, assim como a CI também pode se basear em algumas teorias e metodologias destas disciplinas para desenvolver seus próprios conceitos, como um processo metalinguístico. Isto inclusive pode ser corroborado, citando a existência algumas correntes teóricas da Ciência da Informação, como: estudos de caráter matemático, abrangendo a recuperação da informação e a bibliometria, aplicando métodos estatísticos e matemáticos para analisar e construir indicadores sobre a dinâmica e evolução da informação científica e tecnológica de determinadas disciplinas, áreas, organizações ou países (SOUZA, 2013); a teoria sistêmica, que possui origem em princípios da biologia; a teoria crítica, fundamentada principalmente nas humanidades – particularmente filosofia e história; entre outras. Com relação à abordagem cognitiva, segundo Borko (1968) o principal objetivo da CI seria proporcionar a um indivíduo a informação de que ele necessita, a partir de várias instituições dedicadas à acumulação e transmissão de conhecimento. Logo, a CI lida essencialmente com a necessidade humana de adquirir conhecimento, viabilizando a ocorrência do processo de cognição e aquisição do conhecimento (ANDALÉCIO & SOUZA, 2008).
2) Quais as questões principais para Paul Otlet e Suzanne Briet no contexto da Abordagem Documentalista da Ciência da Informação, comparando as duas propostas e suas influencias.
Segundo Rayward (1994, p. 247 apud CAPURRO & HJORLAND, 2007, p.183), Paul Otlet preocupava-se com o conhecimento objetivo que se encontrava não apenas contido, mas também escondido nos documentos. Também possuía uma visão do conhecimento autoritária, reducionista, positivista, simplista e otimista. Para ele, isto era meramente uma questão de institucionalização de determinados processos de análise e organização do conteúdo de documentos. Otlet acreditava que o aspecto do conteúdo dos documentos com o qual devemos estar preocupados são os fatos, assunto do qual ele sempre dissertava. Nesta mesma publicação, Rayward afirma ainda, que se depara com a mesma perspectiva representada na Ciência da Informação contemporânea, declarando que quando Nelson (1987) descreveu o Projeto Xanadu, expõe destacadamente que ele é “somente uma nova forma de interconexão para arquivos de computador - correspondendo à verdadeira interconexão de idéias que pode ser refinada e elaborada em uma rede compartilhada” (p. 143). Segundo Rayward, seria possível que tais termos e anseios que aparentam expressar e também implicar, com exclusão da expressão arquivos de computador, pois estas aludem a uma visão positivista atávica surpreendente. Silva e Freire (2012) comentam que Otlet e La Fontaine procuraram subsídios institucionais, teórico-práticos e teórico-bibliográficos para o desenvolvimento de suas ambições na tentativa de enfoque sobre o fenômeno social da informação. Para isto, as teses de Otlet e La Fontaine foram orientadas por conjunturas políticas e corporativas. Suzanne Briet, fala em sua publicação Qu’est-ce Que La Documentation? (1951, p, 7).: “Desde o início, a cultura latina a e sua origem deram a palavra documento, o significado de instrução ou prova. O dicionário de RICHELET, assim como LITTRE, são duas fontes francesas que testemunham isso. Um bibliógrafo contemporâneo (Julien Cain) preocupado com a clareza colocou a seguinte definição "Um documento é uma prova em apoio a um fato". Briet considerava o documento como um evidência, isto é, qualquer objeto é capaz de ser um documento contanto que seja tratado como tal, levando em consideração para isso parâmetros como: materialidade, intencionalidade e organização em um sistema. O documentalista é a quem que executa o ofício da documentação. Este precisa possuir as técnicas, métodos e ferramentas da documentação. (BRIET, 1951, p. 9 apud LESSA & LEITÃO, 2004). 
REFERÊNCIAS
ANDALÉCIO, A. L.; SOUZA, R. R. Ciência Cognitiva e Ciência da Informação: paralelos. Informação & Informação, [S.l.], v. 13, n. 1, p. 72-80, jul. 2008.
ARAÚJO, C. A. Á. Correntes teóricas da ciência da informação. Brasília, v. 38, n. 3, p. 192-204, set./dez., 2009.
BICALHO, L. M.; OLIVEIRA, M. A teoria e a prática da interdisciplinaridade em Ciência da Informação. Perspectivas em Ciência da Informação, [S.l.], v. 16, n. 3, p. 47-74, jul. 2011.
BORKO, H. Information Science; what is it? American Documentation, v.19, n.1, p.3-5, jan. 1968.
BRIET, S. Qu’est-ce que la documentation? Paris: Édit, 1951. 48p. Disponível em: <http://martinetl.free.fr/suzannebriet/questcequeladocumentation/briet.pdf/>. Acesso em: 25 mai. 2017.
BUCKLAND, Michael. What is a “digital document”? Disponível em: <http://people.ischool.berkeley.edu/~buckland/digdoc.html> Acesso em: 25 mai. 2017.
CAPURRO, R.; HJORLAND, B. O conceito de informação. Perspectivas em Ciência da Informação, [S.l.], v. 12, n. 1, nov. 2007.
LESSA, B.; LEITÃO, D. Suzanne Briet. (2004). Disponível em: <https://pt.slideshare.net/BrunaLessa/suzanne-briet-63584565>. Acesso em: 22 mai. 2017.
MOREIRA, M. P.; MOURA, M. A. Construindo tesauros a partir de tesauros existentes: a experiência do TCI – Tesauro em CI”. Datagramazero, v. 7, n. 4, ago. 2006.
NELSON, T. The Xanadu paradigm [poster]. San Antonio, TX: Theodor H. Nelson, 1987.
SILVA, J. L. C.; FREIRE, G. H. A. Um olhar sobre a origem da ciência da informação: indícios embrionários para sua caracterização identitária. Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação, Florianópolis, v. 17, n. 33, p. 1-29, abr. 2012.
SOUZA, C. D. A organização do conhecimento: Estudo bibliométrico na base de dados ISI Web of Knowledge. Biblios, n. 51, p. 20-32, 2013. Disponível em: <http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=16128807002>. Acesso em: 22 mai. 2017.
RAYWARD, W. Boyd. The origins of Information Science and the International Institute of Bibliograph/ International Federation for Information and Documentation (FID). Journalof the American Society for Information Science, v. 48, n. 4, p. 289-300, 1997.

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