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Fisiologia resumo P1

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – UFMT
FACULDADE DE VETERINÁRIA – FAVET
FISIOLOGIA APLICADA A ANIMAIS DOMÉSTICOS
PROFº JOSÉ RICARDO DE SOUZA
RESUMO PROVA DE FISIOLOGIA I
ANDRÉ AUGUSTO BESSAS DE CAMPOS
CUIABÁ – MT
RESUMO FISIOLOGIA I
Fisiologia
A fisiologia é o estudo da regulação de alterações dentro do organismo, neste caso, animais mais evoluídos.
 Proteínas e a fisiologia
Toda mudança fisiológica é mediada por uma única classe de macromoléculas poliméricas (moléculas grandes), as proteínas. A função proteica pode ser subdividida em um número de categorias: catálise, reações de acoplamento, transporte, estrutura e sinalização. 
	Catálise é a habilidade de aumentar intensamente a taxa de reação química sem alterar o equilíbrio da reação.
	Na reação de acoplamento, duas reações somam-se com a transferência de energia. A energia de uma reação espontânea (semelhante à água fluindo morro abaixo) é canalizada para uma reação não espontânea (p. ex., serrar madeira) de forma que a soma das duas reações seja espontânea. Ou seja, a energia liberada pela reação “morro abaixo” é acoplada com o movimento “morro acima”. Por causa da capacidade das proteínas em acoplar reações espontâneas e não espontâneas, as células se assemelham a um motor químico, usando energia química para realizar diversas atividades.
	As proteínas constituem-se em meio de transporte para a maior parte das moléculas e para a entrada e saída de todos os íons para dentro e para fora da célula.
	As proteínas formam filamentos e que unem as células umas às outras e ao seu ambiente são responsáveis pela estrutura e organização das células e pelas agregações multicelulares (i. e., os tecidos e órgãos dos animais).
Célula
A célula é a unidade morfofuncional do organismo. Conjuntos de células formam os diferentes órgãos do organismo. As células não são todas iguais, apresentam particularidades que as adaptam para realizar determinadas funções. No entanto, algumas características básicas são comuns a todas as células, incluindo a capacidade de combinar o oxigênio com produtos de degradação de carboidratos, proteínas e lipídios para gerar energia, a semelhança dos mecanismos químicos para gerar estes nutrientes em energia e a propriedade de conduzir os produtos finais destas reações químicas para o líquido que as banha. A célula é composta por:
 Membrana
 	Separa o citoplasma da célula (LIC) do LEC e permite a passagem seletiva de substâncias para o interior ou exterior da célula. É composta de lipídios e proteínas, com pequena quantidade de carboidratos na sua face externa (formam o glicocalice).
Citoplasma
Contém substâncias em suspensão e organelas.
Mitocôndrias 
São responsáveis pela geração de energia para a célula, a partir dos nutrientes (na ordem de preferência de uso: glicose, ácidos graxos e aminoácidos) e oxigênio.
	
Ribossomos
São responsáveis pela síntese de proteínas
Retículo Endoplasmático (RE)
RE liso é responsável pela síntese de lipídios, detoxicação de medicamentos e degradação de glicogênio, enquanto o RE rugoso, que possui ribossomas nas suas paredes, faz a síntese de proteínas.
 	
Aparelho de Golgi
É responsável pelo processamento de substâncias provenientes do retículo endoplasmático (adição de carboidratos para formar glicoproteínas e glicolipídios) e formação de vesículas secretoras e lisossomas.
	
Lisossomos
Possuem hidrolases no seu interior, sendo responsáveis pela degradação de substâncias (estruturas celulares, alimentos, bactérias).
Peroxissomos
Semelhantes aos lisossomos, mas contém oxidases e são formados no retículo endoplasmático liso
Citoesqueleto
Formado por micro túbulos, micro filamentos de actina e filamentos intermediários. Como exemplos de micro túbulos temos os flagelos dos espermatozoides, os cílios das vias respiratórias e os centríolos.
Núcleo
Contém a informação genética da célula (DNA), controlando o tipo de proteína a ser formada pela célula e determinando a função específica de cada célula, bem como a sua reprodução. O envelope nuclear envolve o núcleo, também chamado membrana nuclear, que é contínua com a membrana do retículo endoplasmático.
Nucléolo
 Contém RNA e proteínas encontradas nos ribossomos.
Conceitos
Homeostase
Corresponde ao estado de equilíbrio das funções corporais, que é estabelecido pela ação conjunta de diversos sistemas de controle locais e sistêmicos. Estes sistemas promovem a ativação ou inibição de mecanismos que influenciam a atividade de células, órgãos e sistemas, sempre com o objetivo de manter estáticas as condições do meio interno.
Meio Interno
Formado pelo líquido que banha as células. Corresponde ao líquido extracelular que discutiremos a seguir.
Líquido intracelular (LIC)
Corresponde à água contida dentro das células.
Líquido extracelular (LEC)
Está em constante movimento e intercâmbio com os meios intravascular e intracelular. Os líquidos intravascular e extracelular são também denominados de plasma e líquido intersticial, respectivamente. No LEC estão incluídos também o líquido do tubo gastrointestinal, o líquido cérebro-espinhal, o humor aquoso, o líquido sinovial, a urina e a bile, sendo estes denominados de líquido transcelular.
Distribuição dos fluidos no organismo
 	O LIC está separado do LEC pela membrana celular através da qual ocorre o intercâmbio de nutrientes e de produtos de secreção e excreção. A água se movimenta através da maioria das membranas celulares em função da diferença de gradiente de pressão entre os compartimentos líquidos. A água corporal total corresponde a 70% do peso do animal, dos quais 50% correspondem ao líquido intracelular e o restante ao líquido extracelular (15% líquido intersticial e 5% plasma). Esta quantidade de água se mantém constante sendo obtida através da ingestão ou como produto final do metabolismo celular (água metabólica) e a perda ocorrendo pela urina, pela pele, pelas fezes, pelos gases expirados e também pela lactação. Entretanto, a regulação do volume corporal de água é realizada apenas pelo controle da ingestão e da excreção urinária de água. A água metabólica é proveniente da oxidação dos carboidratos, lipídios e proteínas e compreende cerca de 5 a 10% da ingestão total de água nos animais domésticos. O LEC é transportado por todo o corpo primeiramente através da corrente sanguínea e depois através da membrana dos capilares atinge as células. Neste caminho grande quantidade de líquido e seus constituintes podem se difundir entre o líquido intravascular e o intersticial. Assim, o líquido extracelular, independente da parte do corpo, pode ser mantido constante
Componentes do meio intracelular e extracelular
O LEC é composto principalmente por sódio, cloreto e bicarbonato, enquanto o LIC é composto principalmente por potássio, magnésio e fosfato.
Os nutrientes do líquido extracelular são provenientes do sistema respiratório e do trato gastrointestinal. Algumas das substâncias absorvidas no trato gastrointestinal precisam sofrer modificações para serem utilizados pelas células. Estas transformações são realizadas no fígado, o qual também pode armazenar estas substâncias até serem necessárias ao organismo. A utilização dos nutrientes pelas células resulta em produtos do metabolismo que não são necessários ao corpo, os quais chamamos de escórias metabólicas. Estas são removidas principalmente através dos pulmões ou dos rins.
Sistemas de controle das funções corporais
 		As funções corporais são controladas basicamente por dois sistemas, nervoso e hormonal. O sistema nervoso regula principalmente as atividades musculares e secretórias
Mecanismos de retroalimentação
 		Também chamados de “Feedback”, podem ser positivos ou negativos.
 		O “Feedback” negativo é o mais importante. Atua através de uma resposta contrária do sistema de controle à condição inicial do estímulo. Por exemplo: um aumento na concentração de CO2sanguíneo induz a ativação de um sistema de controle que busca diminuir esta concentração no sangue. Este mecanismo também é ativado para o controle da pressão arterial.
 		O “Feedback” negativo é o mais importante. Atua através de uma resposta contrária do sistema de controle à condição inicial do estímulo. Por exemplo: um aumento na concentração de CO2 sanguíneo induz a ativação de um sistema de controle que busca diminuir esta concentração no sangue. Este mecanismo também é ativado para o controle da pressão arterial.
Proteínas e sua função devido a sua conformação
 		A função proteica está baseada em duas características (1) as proteínas podem se ligar, de maneira muito específica, a outras moléculas; e (2) as proteínas podem mudar de forma, o que, por sua vez altera suas propriedades de ligação e sua função. A especificidade de ligação das proteínas é o resultado de sua complexa estrutura tridimensional. Sulcos ou recortes sobre a superfície das moléculas de proteína, denominados sítios de ligação, permitem interações específicas com uma molécula de formato complementar, denominada ligando. Esse mecanismo de formato complementar, que é a base da ligação, é semelhante à interação de formato entre a fechadura e a chave.
 		Portanto, o formato tridimensional da proteína, sua conformação, determina a função da proteína. A principal força que estabiliza a conformação da proteína é a interação hidrofóbica. O formato da proteína também é estabilizado por potes de hidrogênio entre os pares de aminoácidos polares na cadeia polipeptídica (proteína).
 		As mesmas forças fracas responsáveis pela conformação da proteína são também utilizadas para manter o ligando no sítio de ligação da proteína. A capacidade de as proteínas alterarem seu formato é chamado de alosterismo.
 		As mudanças alostéricas na conformação da proteína surgem de quatro maneiras gerais. Uma maneira, já mencionada, é que as proteínas, na maioria dos casos, mudam o formato na dependência do ligando ao qual elas estão ligadas em um sítio particular de ligação (Figura 1-1, A).
 		Um segundo método de produzir mudança de conformação, entretanto, ocorre como resultado da modificação covalente de um ou mais grupos laterais de aminoácidos da proteína (Figura 1-1, B).
 		Em um terceiro método, algumas proteínas fisiologicamente importantes mudam o formato em resposta ao campo elétrico ao redor da proteína (Figura 1-1, C).
 		O quarto método de mudança de formato da proteína é o menos compreendido (não mostrado). Algumas proteínas mudam a forma de uma maneira controlada, em resposta às forças mecânicas, 
Contração muscular e a sua relação com o alosterismo
 		Há três tipos de tecido muscular nos vertebrados: o músculo esquelético, responsável pela capacidade dos animais dos se movimentarem; o músculo cardíaco, um tipo de músculo encontrado somente no coração, mas estruturalmente similar ao musculo esquelético; e o músculo liso, que circunda os órgãos ocos. Todos os três produzem força tênsil por contração e encurtamento do comprimento do músculo, Toda contração muscular ocorre pela ligação e pelas propriedades alostéricas das proteínas actina e miosina.

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