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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
MARÇAL FERNANDO DE CASTRO MACEDO
NOVOS PARADIGMAS DA EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA:
Piauí, Políticas Públicas e o perfil dos estudantes de graduação a distância.
Teresina
2017
MARÇAL FERNANDO DE CASTRO MACEDO
NOVOS PARADIGMAS DA EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA:
Piauí, Políticas Públicas e o perfil dos estudantes de graduação a distância.
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Pós-Graduação em Formação de Professores para o Ensino Superior, Universidade de São Paulo – UNIP, para obtenção do certificado de Pós-Graduado em Docência do Ensino Superior sob a orientação da Prfª.Maria E.A.C. Nogueira.
Teresina 2017
	Macedo, Marçal Fernando de Castro.
....Novos paradigmas da Educação Superior a distância : Piauí, Politicas Públicas e o perfil dos estudantes de graduação a distância / Marçal Fernando de Castro Macedo. - 2017.
....50 f.
....Monografia (Lato Sensu) apresentada ao curso de Formação de Professores para Ensino Superior da Universidade Paulista, Teresina, 2017.
....Orientadora: Prof.ª Maria Efigenia de Andrade Cáceres Nogueira.
....1. Educação Superior. 2. Piauí. 3. Políticas Públicas. I. Nogueira, Maria Efigenia de Andrade Cáceres (orientadora). II. Título.
Marçal Fernando de Castro Macedo
NOVOS PARADIGMAS DA EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA:
Piauí, Políticas Públicas e o perfil dos estudantes de graduação a distância
Trabalho monográfico apresentado como requisito para aprovação no programa de Pós-Graduação Latu Sensu – MBA em Formação de Professor para o Ensino Superior, avaliado conforme segue:
Conceito Final:
Data da Avaliação:
Professores Avaliadores:
 É muito difícil você vencer a injustiça secular que dilacera o Brasil em dois países:
O país dos privilegiados e o país dos despossuídos.
Ariano Suassuna.
RESUMO
Este estudo trata-se de uma revisão bibliográfica, cuja a ideia geral foi analisar na literatura nacional a produção científica sobre a Educação Superior a Distância no estado do Piauí, e a influência que os investimentos públicos produzem no modelamento do perfil dos estudantes com acesso a esse sistema interativo de comunicação educativa. Um estudo bibliográfico de publicações em periódicos, dissertações e teses que tentará correlacionar as políticas de inclusão digital no Piauí, com o perfil dos estudantes que tem acesso ao sistema de Educação Superior a Distância. Desenvolvida em países de primeiro mundo, a chamada Sociedade da Informação que em um primeiro momento foi vista como uma promotora da globalização democrática, logo se mostrou catalizadora do contexto da desigualdade social, relacionado diretamente ao não acesso às Tecnologias da informação e Comunicação (TICs), fundamental para o desenvolvimento da educação interativa. Nesse contexto, a realidade brasileira cria uma outra sociedade, a sociedade dos “infoexcluídos”, marginalizados e esquecidos em regiões de baixo desenvolvimento, onde o poder de consumo não acompanha o galope do desenvolvimento das novas tecnologias e a falta de investimentos públicos castiga mais uma vez as regiões de baixo desenvolvimento social, como o estado do Piauí. Os materiais coletados durante a pesquisa corroboraram para a compreensão da evolução histórica da Educação a distância no Brasil e no Piauí e para o entendimento do contexto de inclusão digital nos dias atuais.
Palavras-chave: 
Infoexclusão; educação digital; educação a distância
SUMMARY
This study is a bibliographical review, whose general idea was to analyze in the national literature the scientific production on Distance Higher Education in the State of Piauí, and the influence that public investments produce in modeling the profile of students with access to This interactive system of educational communication. A bibliographic study of publications in periodicals, dissertations and theses that will try to correlate the policies of digital inclusion in Piauí, with the profile of students who have access to the system of Higher Distance Education. Developed in first world countries, the so-called Information Society, which was initially seen as a promoter of democratic globalization, soon proved to be a catalyst for the context of social inequality, directly related to the lack of access to Information and Communication Technologies (ICTs) , Fundamental for the development of interactive education. In this context, the Brazilian reality creates another society, the society of "info-excluded", marginalized and forgotten in regions of low development, where the power of consumption does not follow the gallop of the development of new technologies and the lack of public investments punishes another one Regions of low social development, such as the State of Piauí. The materials collected during the research corroborated the understanding of the historical evolution of distance education in Brazil and Piauí and for the understanding of the context of digital inclusion in the present day.
Key words:
Infoexclusão; Digital education; Distance education
SUMÁRIO
	
RESUMO....................................................................................................................03
SUMMARY.................................................................................................................04
INTRODUÇÃO...........................................................................................................05
1 – EXCLUSÂO E INCLUSÃO DIGITAL....................................................................08
2 – INCLUSÃO, EXCLUSÃO E DESIGUALDADE SOCIAL.......................................13
2.1 – INCLUSÃO SOCIAL..........................................................................................16
2.2 – EXCLUSÃO SOCIAL.........................................................................................18 
2.3 – DESIGUALDADE SOCIAL E TECNOLOGIA....................................................20
3 – POLÍTICAS PÚBLICAS E TECNOLOGIA............................................................23 
4 – BREVE CONTEXTO HISTORICO DA EAD NO BRASIL E NO PIAUÍ.................25
5 – PIAUÍ NO MAPA DA INCLUSÃO DIGITAL..........................................................32
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................40
REFERÊNCIAS..........................................................................................................42
	
INTRODUÇÃO
Este estudo trata-se de uma revisão bibliográfica, cuja a ideia geral foi analisar na literatura nacional a produção científica sobre a Educação Superior a Distância no estado do Piauí, e a influência que os investimentos públicos produzem no modelamento do perfil dos estudantes com acesso a esse sistema interativo de comunicação educativa. Um estudo bibliográfico de publicações em periódicos, dissertações e teses que tentará correlacionar as políticas de inclusão digital no Piauí, com o perfil dos estudantes que tem acesso ao sistema de EAD - Educação Superior a Distância.
Portanto, os objetivos desta monografia são: 1) identificar os impactos dos programas públicos de inclusão digital na Educação Superior a Distância no Piauí; 2) entender os conceitos de exclusão e inclusão digital e como eles correlacionam-se com a desigualdade social; 3) apontar o perfil dos estudantes inseridos nos cursos de Educação Superior a Distância no estado do Piauí.
Os objetivos acima citados delimitam o desenvolvimento desta monografia e tentam responder à questão que permeia todo o trabalho: Os programas públicos de inclusão digital no Piauí interferem no perfil dos estudantes que conseguem acesso à Educação Superior a Distância no estado?
Para discorrer sobre essa problemática o trabalhodesenvolveu-se em cinco capítulos:
O Capítulo 1, denominado inclusão e exclusão digital nos mostra como esses termos entraram em debate no cenário internacional e nacional e como eles estão relacionados a EAD; Capítulo 2, Inclusão, exclusão e desigualdade social, demonstra os principais conceitos e suas interpretações para melhor compreensão do termo inclusão digital; Capítulo 3, políticas públicas destaca alguns autores e sus afirmações sobre as políticas governamentais em detrimento as tecnologias da informação e educação; Capítulo 4, Um breve contexto histórico da EAD no Brasil e no estado do Piauí, aborda os fatos que introduziram o estado na modalidade de ensino a distância; Capítulo 5 Piauí no cenário da exclusão e inclusão digital, apresenta dados recentes relacionados ao acesso às novas tecnologias de comunicação e informação e o perfil dos estudantes que tem acesso à Educação Superior a Distância no estado.
Desde a antiguidade, com a criação da escrita a comunicação com intuito de transmitir ensinamentos a distância é utilizada, no começo aplicada de forma implícita através de ensinamentos sobre moral, religião e costumes, hoje com o desenvolvimento das novas tecnologias da informação e comunicação – TIC´s, a arte de transmitir ensinamentos expande-se por todo o mundo com um potencial tecnológico alucinante. Com seu uso cada vez mais consolidado em todos os setores da atuação humana, modificam-se as formas de comunicação e produção de bens e serviços. Diante desse novo contexto, onde a evolução da internet e outras mídias cresce de modo continuo, surge a necessidade de ajustes nas políticas públicas para que não ocorra uma segregação digital, para que todos se beneficiem dos avanços, como citou Silva (2009), para que haja uma “participação cidadã na era digital”.
No Brasil, com alguns incentivos e normatizações aplicados pelo poder público, e a implantação das TIC´s, a Educação a Distância - EAD começa a ter um destaque maior no cenário educacional, porém tanto os processos pedagógicos quanto os investimentos públicos destinados ao auxílio da aprendizagem a distância precisam de ajustes, se por um lado as tecnologias de comunicação e informação estão mundialmente difundidas, por outro, não estão ao alcance de todos, sobretudo nas regiões onde há maior índice de população com baixo poder aquisitivo e pouca escolaridade, nesse contexto focaremos o estado do Piauí.
Seguindo a tendência dos países de primeiro mundo, a EAD no Brasil e no estado do Piauí começou de maneira informal com o rádio, a TV, com fascículos impressos, entre outros, até chegarmos a era das TIC´s, indispensáveis para o sucesso da EAD, e a Educação Superior, foco principal deste trabalho.
Nacionalmente a EAD transmitida pelas novas tecnologias da informação, apareceu muito tempo depois do conhecimento da modalidade no mundo e a internet só surgiu no Brasil a partir da década de 90 sendo disponibilizada apenas para pesquisas, até a metade da década de 1980, o computador era relacionado apenas a atividades de processamentos de dados e informações. A internet só começou a ser comercializada uns anos mais tarde, em meados de 1994 ela começou a ser vendida pela empresa de telecomunicação Embratel. Em 1995 o Ministério das Telecomunicações em conjunto com o Ministério da Ciência e Tecnologia, começaram atividades para disponibilizar acesso à internet para toda população brasileira. Foi a partir deste momento que a internet começou a ser utilizada também para a educação, adotando um sistema bidirecional de ensino, ofertando cursos em ambientes virtuais dando início a EAD, na era digital. 
Diante do avanço das tecnologias midiáticas, é quase que inevitável o surgimento de segregação digital, seja por falta de recursos ou por falta de conhecimento. No capítulo a seguir abordaremos os temas exclusão e inclusão no século XX.
1. EXCLUSÃO E INCLUSÃO DIGITAL
	 Nos dias Atuais não há como falar de EAD sem mencionar as tecnologias informacionais que dão suporte a todo o sistema. Para que o aprendizado, as informações e plataformas possam chegar a cada ponto do país, e até do mundo, muita tecnologia digital precisa ser implantada, há de ser feito um enorme investimento em tecnologia e conhecimento. Hoje muito se fala de tecnologias informacionais, de mundo digital, sendo assim entender o mecanismo de exclusão e inclusão digital é de fundamental importância, visto o grande fluxo de fóruns mundiais pautados em políticas públicas, econômicas, e culturais em detrimento do ritmo acelerado do processo de evolução da sociedade informacional. 
	A revolução tecnológica ocorrida no final do século XX trouxe consigo uma nova estratificação social, com a reestruturação do capitalismo agora estruturado pelo processo de revolução tecnológica, o acesso a nova tecnologia fica restrito e centralizado em uma elite mundial, ou em escala menor, em uma elite regional, seja na esfera estadual ou municipal.
	 Não há como diluir a exclusão digital e separá-la de outras formas de exclusão social, é notório que as maiores taxas de exclusão digital estão enraizadas em regiões de menor infraestrutura, consequentemente de menor poder aquisitivo e de menor consumo, e nesse contexto está inserida no Brasil a população nordestina, em foco neste estudo a população piauiense.
	Os termos exclusão e inclusão digital entraram em debate no cenário mundial com a junção da UIT - União Internacional de Telecomunicações, Secretaria Geral da ONU e de grandes corporações para uma reunião de cúpula de Chefes de Estado com o propósito de construir um consenso mundial sobre o caminho dessa nova sociedade.
	A CMSI - Cúpula da Sociedade da informação, assim denominada, ocorreu em duas fases: 2003 em Genebra e 2005 Tunis, deste primeiro encontro gerou-se um plano de ação com compromissos políticos e sociais e uma declaração de princípios, nesta declaração ficava explicito o saber dos participantes sobre a distribuição desigual das novas tecnologias da informação entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento e dentro das sociedades, ficando a promessa de oportunizar a todos e em especial os que já encontravam-se marginalizados por estarem fora dos grandes centros.
	A CMSI, não teve a atenção devida dos Chefes de Estado e segundo Silveira (2008, p.2), nenhuma medida foi implantada.
	 Já no âmbito nacional, as discussões sobre tecnologias, numa ótica de inclusão social dos sujeitos, ganharam força a partir da segunda metade da década de 1990, com o Programa Sociedade da Informação, que entre suas metas, implantava as ideias sobre a “alfabetização dos indivíduos” como meio de promover o desenvolvimento humano, científico e tecnológico, especialmente num contexto já marcado pela presença e exigência de organismos internacionais que vinham, a partir de então, interferindo em diversos setores do Brasil, desde a economia até a educação. 
	 O programa Sociedade da Informação só iniciou suas atividades em agosto de 1999 e foi oficialmente lançado pela Presidência da República em 15 de dezembro do mesmo ano, por meio do Decreto Nº 3.294. Com um objetivo a ser alcançado, o decreto deixava claro que seria preciso:
Integrar, coordenar e fomentar ações para a utilização de tecnologias de informação e comunicação, de forma a contribuir para que a economia do país tenha condições de competir no mercado global e, ao mesmo tempo, contribuir para a inclusão social de todos os brasileiros na nova sociedade e, ao mesmo tempo, contribuir para que a economia do País tenha condições de competir no mercado global. (BRASIL, MINISTÉRIO DO PLANEJMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO, 2004, p. 8). 
	Todas as discussões sobre o programa Sociedade da Informação giraram em torno da inclusão social, as ações e diretrizes pensadas resultaram na criação do Livro Verde, em 1999 e no Livro Branco em 2002. Nesses documentos estava explícita a preocupação do governo brasileiro com o desenvolvimento econômico do país, o que acelerou a criação de programas e serviços com vistasà universalização do acesso e uso dos meios eletrônicos, buscando a “inclusão social” e tendo a “alfabetização digital” como requisito principal neste contexto. Takahashi (2000).
	O termo exclusão digital, que dá nome a esse capítulo derivou de várias vertentes e vem se consolidando no Brasil uma vez que já era utilizado no campo das Ciências Sociais para caracterizar a forma de organização de partes da sociedade, suas formas de organização e seus direitos sociais, políticos e econômicos.
	Para alguns autores o conceito de exclusão e a eficácia do acesso as novas tecnologias sempre existiu, segundo Pierre Lévi, 1999, p. 237 
Cada novo sistema de comunicação fabrica seus excluídos. Não havia iletrados antes da invenção da escrita. A impressão e a televisão introduziram a divisão entre aqueles que publicam ou estão na mídia e os outros.
	Para Dupas, 2005, p.201:
A abrangência e a intensidade do uso da internet na maioria das áreas da atividade social, econômica e política leva à marginalidade os que têm acesso apenas limitado a ela. É o apartheid digital. À medida que as tecnologias de acesso se tornam mais complexas, desacelera-se sua adoção pelos grupos de menor nível educacional e de renda. Como a capacidade de processar informações torna-se essencial, aqueles que têm limitações para aproveitar esse acesso ficam muito atrás dos outros. Educação, informação, ciência e tecnologia tornam-se essenciais para gerar valor na economia baseada na internet, mas exigem investimentos contínuos e muito elevados. 
	A ideia de exclusão introduzida na Sociedade da Informação serve para denunciar os processos que impedem a maioria da população de acessar a comunicação mediada por computador, ou seja, de utilizar as redes informacionais. 
	Segundo Silva F. (2003), para que ocorra a inclusão digital e a exclusão não seja vista como um simples efeito colateral, três pilares básicos devem existir em conjunto: TICs, renda e educação. 
	Autores como Rezende (2005) e Sorj (2003) afirmam que a desigualdade social no campo das comunicações é delineada tanto pela capacidade de consumo de bens materiais, como computadores, telefones, internet, entre outros, quanto a potencialidade do indivíduo de tirar o máximo proveito desses instrumentos de comunicação e informação.
	Analisando os serviços de telecomunicações tanto no Brasil como no Piauí, notamos que a exclusão digital anda de mãos dadas com a desigualdade social , toda infraestrutura presente em grandes centros urbanos é ímpar se comparada à regiões periféricas, onde a população com menor poder aquisitivo fica restrita a um serviço público ou privado de baixa qualidade, não permitindo um bom acesso aos serviços de telecomunicações, internet, em especial, ao serviço de banda larga, indispensável no processo de ensino a distância.
Redes mais velozes são preferidas às redes lentas. Não há nenhum sentido em buscar o contrário. Por isso, a velocidade da conexão é um elemento crucial nos processos de inclusão digital. Conectar uma localidade à internet é um passo importante, mas se o acesso for em banda estreita, dificilmente aquela comunidade poderá acessar recursos tecnológicos que dependem de uma alta transferência de dados por segundo. (SILVEIRA, 2011, p. 54)
								
	Segundo Sorj (2005), a exclusão digital não pode ser quantificada apenas pela quantidade de computadores vendidos ou por números de acesso a redes, 
A exclusão digital não se refere a um fenômeno simples, limitado ao universo dos incluídos e excluídos, polaridade real, mas que por vezes mascara seus múltiplos aspectos. A razão é simples: a oposição entre acesso e não acesso é uma generalização razoável quando se trata de serviços públicos ou de bens tradicionais de consumo intermediário. Para aferir a exclusão digital, contudo, o número de proprietários de computador ou de pessoas com acesso à Internet é uma medida primitiva demais, já que vários outros fatores devem ser considerados: o tempo disponível e a qualidade do acesso afetam decisivamente o uso da Internet; as tecnologias da informação e comunicação [...] são muito dinâmicas e requerem constantes atualizações de hardwares, softwares e dos sistemas de acesso, que exigem um investimento regular por parte do usuário para não ficarem obsoletos; seu potencial de utilização depende da capacidade de leitura e interpretação da informação pelo usuário (no caso da Internet) e por sua rede social (no caso do e-mail).
	A citação do autor nos faz refletir e questionar: como mudar um sistema já emaranhado em nossa cultura? 
	A exclusão digital é multifatorial, não se pode mensurar a quantidade de bens e a quantidade de acesso à internet como se fossem sinônimos de desenvolvimento de uma região, sem analisar a qualidade dos serviços prestados a essa finalidade. 
	Até que ponto as ações de inclusão digital no Brasil potencializam as interações e possibilidades dos indivíduos atuarem de forma ativa, integral e construtiva para si e para o ambiente em que estão inseridos, quando os indicadores até agora estabelecidos apresentam apenas um perfil dos usuários das tecnologias e mesmo assim pode-se observar que os números são pouco representativos principalmente considerando a enorme população brasileira com suas especificidades. Aun e Moura, (2007).
	Dados da União Internacional de Telecomunicações - UIT revelam que a sociedade da informação amplamente desenvolvida no final do século XX, criou um ambiente destinado à elite mundial e que a sociedade menos favorecida e marginalizada pelo processo também está presente nesse novo sistema, porem de forma passiva ou excluída.
2. INCLUSÃO, EXCLUSÃO E DESIGUALDADE SOCIAL
	Diante do contexto apresentado até esse capítulo, podemos imaginar que sem uma boa infraestrutura, sem investimentos públicos em tecnologia, saúde, moradia, educação, serviços essenciais, não há como disponibilizar de forma integral ou mesmo igualitária, uma educação que seja transmitida de forma virtual, utilizando-se de sistemas e equipamentos que demandam um certo grau de conhecimento tecnológico de base, uma rede de energia elétrica de boa qualidade, e um serviço de internet no mínimo satisfatório. Como o objetivo principal deste trabalho é analisar a influência das políticas públicas no modelamento do perfil dos alunos piauienses que conseguem se beneficiar com o avanço das novas tecnologias implantadas no ensino a distância, a discussão sobre inclusão e desigualdade social tornam-se indispensáveis para a compreensão de todo o contexto em que se insere a temática em questão. 
	Os debates mundiais em torno da chamada “inclusão” datam de um período pós grandes guerras, onde as economias subdesenvolvidas foram terrivelmente atingidas e a era pós-revolução industrial protagonizou um grupo de pessoas que, além da pobreza, não tinha formação suficiente para estar inserido nessas novas demandas econômico-sociais. Diante dessa nova população de “excluídos” surge a necessidade de incluí-los, sobretudo, numa perspectiva econômica, como elemento essencial ao ingresso dos países, especialmente os “subdesenvolvidos”, na nova economia global. 
	Nos dias atuais, os termos inclusão e exclusão ganham uma nova roupagem, diante do dinamismo da era tecnológica, transformam-se em assuntos recorrentes em artigos, teses e pesquisas espalhados por todo o globo.
	 Matias-Pereira (2008) destaca que as transformações sociais aceleradas, provocadas pelo desenvolvimento das novas tecnologias de informação e comunicação, e a necessidade da rápida circulação da informação, são as principais responsáveis pelas necessidades de alterar as perspectivas de formação dos indivíduos.
	Seguindo essa linha Castells, (2013) afirma que as novas tecnologias da informação são ao mesmo tempo inclusivas e exclusivas em qualquer região do mundo, sua expansão difere de região para região, o que as torna mais ou menos inclusivas são as políticas e regulamentos que cada instituição estabelece para a sociedade em que está inserida.	 
	Aindasobre o desenvolvimento das tecnologias da informação Balboni, 2007, p.1 relatou que:
Enquanto os países desenvolvidos discutem a implementação de tecnologias móveis de última geração como o iphone, muitas nações em desenvolvimento não possuem sequer uma rede de telecomunicação capaz de garantir o acesso universal de sua população aos serviços de comunicação de base, muito menos à internet. 
	Como vimos no capítulo anterior, todas as discussões sobre o programa Sociedade da Informação giraram em torno da inclusão social dos indivíduos, motivadas pelo interesse em acúmulo do capital financeiro. Vários investimentos e ações foram feitos entre a implantação do programa em 1999 e seu fim em 2003, quando o governo de Fernando Henrique Cardoso dá lugar a era “Lula” (2003 a 2010), apesar de todos os investimentos, o Programa Sociedade da Informação e as ideias descritas foram engavetados com o final do governo, diante disso um terreno fértil para discussão social e política mais abrangente se instalou, neste contexto, a preocupação com a inclusão digital e a redução dos índices de exclusão social, são questões atualíssimas pautadas em uma série de artigos e teses, que buscam uma clareza maior no entendimento da relação entre inclusão digital e desigualdade social.
	Romanelli (1978) cita em um de seus estudos sobre a educação brasileira, que, historicamente os objetivos primordiais do ensino eram privilegiar a elite. Hoje apesar das mudanças sócio-políticas a educação formal ainda exerce seu poder de exclusão, embora muitas vezes camuflado em programas públicos.
	Já a educação a distância traz consigo a ideia de democratização e facilitação de acesso, mas para que o sistema não siga os passos da educação formal, novas políticas de desenvolvimento econômico e tecnológico precisam ser criadas e continuadas por governos seguintes.
	Para alguns, autores como Saraiva (1996); Niskier (1998); Moore; Kearsley (2007), a educação a distância é um fenômeno antigo. Depois da escrita, que permitiu o aparecimento da EAD, a tecnologia tipográfica posteriormente, ampliou o alcance do até então novo modelo de educação. Com a chegada do novo milênio, as TIC´s, especialmente em sua versão digital, ampliaram ainda mais o alcance e as possibilidades da EAD.
	A EAD nos dias atuais, é um sistema educativo, interativo de comunicação bidirecional Aretio (1996, 2009). Idealizada como uma grande rede que rompe a barreira entre espaço e tempo, atingindo um imenso número de pessoas, esse modelo de educação substitui a interação “física-pessoal” entre o professor e aluno na sala de aula como meio preferencial do ensino, pela ação de sistemas de informação em conjunto com diversos recursos didáticos apoiados por uma organização e tutoria que propiciam a aprendizagem autônoma dos estudantes. 
	Embora não seja o único fator determinante, a tecnologia está fortemente associada ao desenvolvimento da EAD, e interligada a informação, transformou-se em um bem maior, alterando a base material de nossas vidas. 
	Como descreve Castells, 2013, p. XXIX-XXX: 
A revolução tecnológica, com seus dois principais campos inter-relacionados, as tecnologias de comunicação baseadas em microeletrônica e a engenharia genética, continuou a aumentar de ritmo, transformando a base material de nossas vidas. As redes se tornaram a forma organizacional predominantemente de todos os campos da atividade humana. A globalização se intensificou e se diversificou. As tecnologias de comunicação construíram a virtualidade como uma dimensão fundamental da nossa realidade.
	Nesse modelo de aprendizagem a interação professor-tutor e aluno torna-se indispensável para o sucesso dos cursos em sistema EAD, já como processos sociais, a Tecnologia e a Pedagogia sempre estiveram unidas, a socialização das novas gerações inclui necessária e logicamente a preparação dos jovens indivíduos para o uso dos meios técnicos disponíveis na sociedade, seja o arado seja o computador. O que diferencia uma sociedade de outra e diferentes momentos históricos são as finalidades, as formas e as instituições sociais envolvidas nessa preparação, que a sociologia chama “processo de socialização” Belloni (2002).
2.1 INCLUSÃO SOCIAL
 	O tema inclusão social ganhou espaço na sociedade e está impregnado em diversos segmentos, é recorrente em inúmeros estudos, aplicando-lhe conceitos diferenciados a partir da diversidade de situações que as sociedades apresentam. Para Buzato 2007, p. 24:
	Inclusão e exclusão não são sinônimos de estar dentro e estar fora, partilhar do consenso ou alienar-se totalmente: são dois modos simultâneos de estar no mundo.
	Inclusão social é o conjunto de soluções e ações que combatem a exclusão aos benefícios da vida em sociedade, provocada por diversos fatores, de classe social, educação, idade, deficiência, gênero, preconceito social ou preconceitos raciais. Inclusão social é oferecer oportunidades iguais de acesso a bens e serviços a todos.
	A questão da inclusão ganha muito mais força e importância em países como o Brasil onde a exclusão está enraizada na sua essência, uma vez que grande parte do seu povo está privado de direitos e condições mínimas para uma vida considerada digna. 
	 A exclusão acontece em vários aspectos, é multifatorial, nesse sentido é difícil acreditar que agindo em apenas um fator, como a inclusão digital, o problema seja resolvido. Uma sociedade que exclui seu povo de direitos básicos à educação, saúde, segurança, por exemplo, dificilmente terá êxito total provendo a solução para apenas um dos problemas. E isso corrobora para a análise que fazemos sobre o quanto é complexa a problemática da inclusão no estado do Piauí. 
	Estudos apontam, que o modo como se dá a exclusão e inclusão social evolui conforme a época e situação, caracterizandose por uma definição aberta e flexível Lopes (2006); Wixel et al. (2005).
	Ainda segundo Lopes, 2006, p.22, inclusão social,
São políticas sociais contemporâneas que priorizam, equivocadamente, atingir os excluídos que estão no limite das privações através de programas focalizados que sustentam rótulos de “inclusão social”.
	Já Kowarich, 2003, p.75
Diz que inclusão social é o processo que visa promover a inclusão dos segmentos em vulnerabilidade social, destacando a cidade, a escola, o emprego e a proteção social.
	Barry,1988, p.17 relata que a inclusão social se refere à solidariedade social que é um processo diferente da exclusão social, pois reflete o companheirismo.
	Observa-se claramente a convergência das definições dos autores sobre inclusão social que levaram e levam em consideração diferentes contextos e épocas em que estão inseridas, reforçando a tese de Lopes e Wixey, ao sustentarem que a inclusão ou exclusão social é um fenômeno flexível e dinâmico.
	Sorj (2003, p. 14) afirma que:
Embora aceitemos que as novas tecnologias não sejam uma panaceia para os problemas da desigualdade, elas constituem hoje uma das condições fundamentais da integração na vida social. 
	Silveira (2008) complementa a afirmação de Sorj, e afirma que:
Um processo de inclusão digital deve considerar também pelo menos quatro assimetrias, que compõem as desigualdades entre os incluídos, no uso individual e coletivo das redes: 1) acesso à banda larga (essencial para a interatividade, para a colaboração e exploração dos recursos da rede); 2) bagagem cultural (pode gerar um aproveitamento completamente desigual das redes informacionais); 3) domínio da língua inglesa; e 4) habilidade tecnológica e saberes técnicos. (SILVEIRA, 2008, p. 58).
2.2 EXCLUSÃO SOCIAL
	A exclusão social é um neologismo que denota um processo caracterizado pelo afastamento de pessoas de todas as instâncias da sociedade, é uma problemática da sociedade contemporânea que exclui da maioria direitos considerados universais.
O conceito de excluídos tem uma razão teórica, mas, sobretudo, ética e política: é ele que nos interpela sobre a natureza da polis que estamos construindo (OLIVEIRA, 1997, p. 60). 
	Apesar de a exclusão seruma problemática contemporânea que ganhou forças e solidificou-se ainda mais no contexto das políticas neoliberais que dominaram o mundo de maneira geral e o Brasil, de modo particular, na década de 1990, o surgimento do termo “exclusão” enquanto fenômeno social é atribuído ao francês René Lenoir, que em 1974 publicou uma obra intitulada “Les exclus: un français sur dix” (Os excluídos: um francês em cada dez) que, já nessa época, percebia a exclusão como um fenômeno social e não individual. 
	Lenoir tratava a exclusão como resultado de um processo de inadaptação social e destacava como causas: o acelerado processo de urbanização das cidades, a uniformização e inadaptação do sistema de ensino que mais excluía do que incluía os indivíduos, o desenraizamento provocado pela mobilidade profissional e as desigualdades de renda e de acesso aos bens e serviços. Neste sentido, Xiberras (1993, p.21) define a exclusão ou os excluídos como sendo “todos aqueles que são rejeitados de nossos mercados materiais ou simbólicos, de nossos valores”.
	Segundo Com, 2003.p.9 exclusão social 
É um processo através do qual certos indivíduos são empurrados para a margem da sociedade e impedidos de nela participarem plenamente em virtude da sua pobreza ou da falta de competências básicas e de oportunidades de aprendizagem ao longo da vida, ou ainda em resultado de discriminação.
	Hunter, 2000, p.23) afirma que:
Exclusão social pode ser definida como múltiplas privações resultantes da falta de oportunidades pessoais, sociais, políticas ou financeiras. A noção de exclusão social visa a participação social inadequada, a falta de integração social e a falta de energia.
	A exclusão social também pode ser conceituada segundo Mazza, 2005, p.183) como:
 Um processo dinâmico, multidimensional, por meio do qual se nega aos indivíduos por motivos de raça, etnia, gênero e outras características que os definem o acesso a oportunidades e serviços de qualidade que lhes permitam viver produtivamente fora da pobreza.
	Já Lesbaupipin, 2000, p.36 discorda ao relatar que, a exclusão social não pode ser entendida como um conceito, o autor afirma que:
Exclusão social não é um conceito, é uma nova questão social. Esta situação está sendo produzida pela conjunção das transformações no processo produtivo, com as políticas neoliberais e com a globalização.
	É fato que a exclusão social é uma grande preocupação da sociedade moderna, também é fato que as políticas públicas de inclusão social no Brasil em especial no Piauí não se equivalem ao dinamismo imposto pela nova sociedade informacional globalizada.
DESIGUALDADE SOCIAL E TECNOLOGIA
Estudos sobre a desigualdade social analisam o vetor entre os setores mais ricos e mais pobres da população tomando como indicador a renda dos indivíduos, obviamente a renda é um fator mensurável importante de desigualdade social. Não menos importante e talvez mais impactante, a desigual distribuição de bens e serviços públicos, como acesso a rede de eletricidade, telefone, internet e outros, gere um déficit ainda maior na qualidade de vida das pessoas.
Regiões afastadas dos grandes centros econômicos são marginalizadas e mal assistidas pelas políticas sociais, a pressão exercida pelas classes média e alta determinam a ordem de prioridade dos investimentos públicos no Brasil e nos estados da federação, historicamente as regiões Norte e Nordeste são as regiões mais afetadas por esse sistema capitalista. 
	Geoff Payne, 2000 relacionou nove características centrais a desigualdade social: 
1) Uma divisão social é um princípio de organização social que resulta em uma distinção ampla na sociedade entre duas ou mais categorias logicamente relacionadas, que são sancionadas como substancialmente diferentes uma da outra em termos materiais e culturais; 
2) Embora não seja permanentemente estabelecida de uma forma dada, uma divisão social tende a ser duradoura e é sustentada por crenças culturais dominantes, a organização das instituições sociais e a interação situacional dos indivíduos; 
3) Uma divisão social é socialmente construída, no sentido de não ser uma simples manifestação das leis naturais e inevitáveis da existência, mas isto não significa que pode ser ignorada e revisada de momento a momento nas interações sociais, interpretações, decisões ou atos sociais dos indivíduos; 
4) A filiação a uma categoria da divisão social confere oportunidades desiguais de acesso a recursos desejáveis de todos os tipos – portanto diferentes chances de vida e estilos de vida – em relação aos membros de outras categorias; 
5) A extensão da diferenciação entre as categorias varia de divisão social para divisão social, mas movimentos através da divisão são ou raros ou relativamente demorados de serem realizados; 
6) Ser socialmente dividido, tender a produzir identidades sociais compartilhadas pelas pessoas na mesma categoria, frequentemente expressas por suas diferenças percebidas em relação aos membros de uma categoria alternativa da mesma divisão; 
7). Cada divisão social inclui todos os membros da sociedade em uma ou outra das suas categorias, mas os indivíduos raramente têm perfis combinados de pertencimento de categoria através do espectro de divisões sociais; 
8) Um exame das chances de vida e estilos de vida é um método empírico de identificar as divisões sociais e categorias; 
9) Embora muitas divisões sociais específicas sofram a oposição daqueles prejudicados por elas, o princípio de divisões sociais é uma característica sistemática universal da sociedade humana. 
	Não há como negar que a tecnologia fabrica um novo processo de exclusão ampliando a desigualdade social em um país ou em um estado ainda em desenvolvimento, como é o caso do Brasil e do Piauí, sem desenvolvimento não há tecnologia, sem investimentos em infraestrutura e conhecimento não há como alcançar a tecnologia.
	Parece haver uma lógica de excluir os agentes da exclusão dos critérios de valor e significado em um mundo em que há pouco espaço para os não-iniciados em computadores, para os grupos que consomem menos e para os territórios não atualizados com a comunicação. Quando a Rede desliga o Ser, o Ser, individual ou coletivo, constrói seu significado sem a referência instrumental global: o processo de desconexão torna-se recíproco após a recusa, pelo excluído, da lógica unilateral de dominação estrutural e exclusão social. (CASTELLS, 2013, p. 60)
	Sobre o novo capitalismo, o autor, afirma que o mesmo dissolve a coletividade, e que a sociedade informacional está dominada pelos seres individuais:
	Em nível mais profundo da realidade social, as relações sociais de produção foram desligadas de sua existência real. O capital tende a fugir em seu hiperespaço de pura circulação, enquanto os trabalhadores dissolvem sua entidade coletiva em uma variação infinita de existências individuais. Nas condições da sociedade em rede, o capital é coordenado globalmente. (CASTELLS, 2013, p. 571-2)
	Nas palavras de Castells, 2013, p. 59, as novas tecnologias da informação “não são simplesmente ferramentas a serem aplicadas, mas processos a serem desenvolvidos. Usuários e criadores podem torna-se a mesma coisa”.
	Às margens das novas tecnologias estão os novos excluídos os “infoexcluídos” que afastados digitalmente do acesso a Rede ficam impossibilitados de interagir beneficiar-se de uma sociedade em plena expansão.
3. POLÍTICAS PÚBLICAS E TECNOLOGIA
	
	Política pública é compreendida como o conjunto de decisões e ações articuladas, tomadas e implementadas por diferentes atores em relação a uma demanda por bens públicos. Rua (1997).
	A Priore, o Estado, a sociedade civil e o mercado deveriam influenciar igualitariamente sobre as ações e o apontamento das políticas públicas para o enfrentamento de determinado problema, no entanto os interesses das instituições muitas vezes disputam entre si, e o resultado torna-se imprevisível. Gerschman (1989).
	Vários autores analisandoa problemática das políticas públicas, apontam para semelhantes conclusões Moran, Rein e Goodin (2006), concluíram que os Estados nacionais sobrecarregados pela burocracia gestacional do aparelho governamental não possuem a capacidade de esquadrinhar um conjunto de ações públicas eficiente para solucionar os problemas da sociedade.
	Outro fator agregado as políticas públicas e ao contexto da desigualdade social, está na falta de preparo do cidadão que no âmbito tecnológico, mesmo tendo acesso à internet logo será excluído das redes, Araújo, 2006, p. 66 afirma que:
 Provavelmente quem não consegue se expressar verbalmente não conseguirá se expressar na Internet, mesmo considerando que há novos códigos e configurações no ciberespaço. Quem não consegue ler e fazer sentido do que está lendo, dificilmente aprenderá isso na rede. Por que então se diz que a rede vai democratizar a sociedade e promover a igualdade, dando acesso a cidadania? Igualdade em que sentido? Democratização de acesso à cidadania segundo que critérios? 
	Castelles (2013) reconhece que boa parte da população mundial não possui condições cognitivas e econômicas para se conectar à rede, tão pouco dispor de recursos para acompanhar a dinâmica das tecnologias. 
	A década 2000 a 2010 foi fértil em termos de ações e iniciativas políticas de inclusão digital. Diversos programas foram criados com a intensão de universalizar o acesso a equipamentos (computadores e periféricos) e internet, como elementos fundamentais para o ingresso do país na sociedade da informação e, sobretudo, como possibilidade de redução das desigualdades econômicas e sociais. Embora desarticulados, muitos desdobramentos de políticas afirmativas e compensatórias que visavam reduzir os criticados índices sociais, foram alcançados e ajudaram a combater a pobreza e a exclusão digital e social. Em relação à essas desarticulações praticadas na década citada, Silveira (2011), diz que: 
	Entre 2000 e 2010, as políticas e iniciativas de inclusão digital no país foram diversas, algumas eficazes e outras pouco impactantes, mas durante toda essa década, apesar de inúmeros esforços, o Estado não conseguiu organizar uma política pública coerente e minimamente articulada que possa ser comparável ao Sistema Único de Saúde ou à Política Educacional. (SILVEIRA, 2011, p. 51). 
	Com o incremento das ações públicas na área tecnológica nas últimas décadas, viabilizou-se no Brasil a popularização da informática e das telecomunicações, novas formas de comunicação e informação fortalecidas pela transformação das tecnologias digitais expandem novos horizontes. Nesse novo cenário o Piauí começou sua caminhada a era digital.
	
 
4. BREVE CONTEXTO HISTÓRICO DA EAD NO BRASIL E NO PIAUÍ
	Assim como no Brasil, é difícil apontar um marco inicial para o surgimento da Educação a Distância no Piauí. Segundo Alves, 2011, p.2
Não há registros históricos do surgimento das entidades de EAD brasileiras, o que dificulta um relato preciso para os estudiosos dessa área educacional.
 Em consultas realizadas sobre a história da EAD no Brasil, há uma grande corrente de autores que datam seu aparecimento no início dos anos de 1900, outras fontes nos remetem para um passado ainda mais distante, um anúncio publicado no Jornal do Brasil no ano de 1891 oferta um curso de datilografia por correspondência. Costa (2008) 	
	Em março de 1961 o Governo Federal através do Decreto nº. 50.370 lança um programa de educação de base, o MEB - Movimento de Educação de Base, com execução, através de escolas radiofônicas, nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do País, o MEB foi fundado em parceria com a CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil; o Governo Federal entrou apenas como financiador. (MEB, 1965:19).
	Em 1980 segundo Brasil (1980), o Movimento de Educação de Base recebeu apoio das rádios Pioneira de Teresina e Difusora de Floriano, ambas cidades piauienses, disponibilizando cursos para evangelização, supletivo de 1º grau, conhecimentos gerais entre outros.
	Em 1970 um convênio entre a ABERT - Associação Brasileira de emissoras de Rádio e TV, e o MEC - Ministério da Educação lançam o projeto Minerva, com esse programa as TV’s e rádios colocavam no ar programas educativos produzidos pelo MEC. O projeto Minerva é sem dúvidas uma das primeiras iniciativas de implantação do sistema de EAD no Piauí. Menezes (2001).
	A história da EAD no Piauí está baseada em relatos, decretos, minutas e principalmente na participação de pesquisadores entusiastas desta modalidade, há pouca produção bibliográfica na área em questão. Até 1996 com a criação da Secretaria de Educação a Distância - SEED, criada pelo Governo Federal com a responsabilidade de implantar ações e processos de inovação na modalidade EAD, o Piauí passou por diversos programas que proporcionaram de certa forma uma descentralização do ensino no estado, mas apenas em 2005 com os primeiros cursos superiores à distância Legitimados na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB – nº 9.394/96 e regulamentados pelo Decreto nº 5.622/2005 e pela Portaria Ministerial nº 4.361/2004, do MEC, o estado nordestino entrou de forma plena no sistema de EAD. 
	 No mesmo ano, em 2005 a UESPI – Universidade Estadual do Piauí participou do Programa Universidade Aberta do Brasil – UAB, em consórcio com a UFPI - Universidade Federal do Piauí e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí, ofertando o Curso de Bacharelado em Administração, o primeiro curso público a distância. Desde então, até os dias de hoje, participa da execução do curso Piloto de Graduação de Administração, em parceria com o Banco do Brasil. Naquela oportunidade foram ofertadas 500 vagas distribuídas nos seguintes polos: Parnaíba, Piripiri, Esperantina, Picos, Floriano, Bom Jesus, São Raimundo Nonato, Corrente e Teresina. 
	A UAB é um programa do MEC, gerido pela DED - Diretoria de Educação a Distância, da CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior e pela SEED. A UAB foi implantada, oficialmente, por meio de editais públicos, em 2006 e 2007, ofertando, em 2008, 40.000 (quarenta mil) vagas em diversos cursos, abrangendo 562 polos de apoio presencial ao ensino, em quase todas as regiões do País, no Piauí recebeu o nome de UAPI – Universidade Aberta do Piauí.
	Com a experiência adquirida nas parcerias da UESPI, entre outras, o NEAD – Núcleo de Ensino a Distância da UESPI conquista o direito de planejar, estruturar e executar cursos na modalidade a distância. Atualmente, a UESPI está autorizada a ofertar os Cursos do Programa Nacional de Formação de Administradores Públicos – PNAP, Bacharelado em Administração Pública, para os municípios de Campo Maior, Corrente, Oeiras e Piripiri.
	 Em 2010, a UESPI ofertou vagas na modalidade a distância para quatro novos cursos a serem iniciados no período 2010/2, as Licenciaturas em Letras Português, Inglês, Pedagogia e Biologia. Ainda em 2010, o Conselho Universitário aprovou o Regimento Interno e instituiu o Núcleo de Educação a Distância da UESPI, disciplinando seu funcionamento e criando a estrutura organizacional necessária ao seu pleno funcionamento.
	 O NEAD/UESPI conseguiu a aprovação de projeto sobre o uso das TiCs nos cursos de Graduação, na modalidade a distância, operacionalizado pela CAPES, do MEC, com o objetivo de incentivar a integração e a convergência entre as modalidades de educação presencial e a distância nas instituições públicas de ensino superior. O apoio consiste no fomento a projetos de uso das tecnologias de comunicação e informação nos cursos de graduação presenciais, para que desenvolvam parte de sua carga horária na modalidade a distância. Os benefícios incluem auxílio a professores e tutores, para aquisição de mobiliário e equipamento necessários para a implantação dos projetos, e custeio da compra de softwares e materiais de consumo. 
	Em 2013 foi aprovado pela CAPES as Especializações do Programa Nacional de Administração Pública – PNAP com a ofertade três cursos: Gestão Pública, Gestão Pública Municipal e Gestão em Saúde, também a Graduação em Administração Pública. Em 2014, foram aprovadas 11(onze) Especializações em diversas áreas, como exemplo: Especialização em Biodiversidade e Conservação; Especialização em Educação Infantil: Infância e Instituição Escolar; Especialização em Ensino de Filosofia no Ensino Médio; Especialização em Ensino de Matemática no Ensino Médio; Especialização em Ensino de Sociologia no Ensino Médio; Especialização em Estudos Linguísticos e Literários; Especialização em Gestão Educacional: Espaços Escolares e Não Escolares; Especialização em Gestão e Educação Ambiental; Especialização em História e Cultura Afro-Brasileira e Africana; Especialização em Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS; Especialização em Língua Espanhola e Especialização em Língua Portuguesa entre outros cursos de graduação.
	A plataforma Paulo Freire do MEC também faz parte da história da EAD no Piauí, ela contribui para o crescimento da modalidade no estado, juntamente com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - Senac e ainda diversas instituições privadas. Dados atuais serão apresentados no capítulo 5 – Piauí no mapa da inclusão digital.
	Diferentemente de Alves (2002); Maia & Mattar (2007), Marconcin (2010), Rodrigues (2010) e Santos (2010), afirmam que a EAD no Brasil teve seu início oficial a parti do século XX, os autores apontam em seu estudo uma sequência cronológica do desenvolvimento da EAD no Brasil, segundo eles:
Em 1904 foi publicado, na edição de classificados, o primeiro anúncio de curso de datilografia por correspondência no Jornal do Brasil. 
Em 1923 nasceu a Educação a Distância no Brasil e foi fundada a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro.
Em 1934 Edgard Roquette Pinto instalou a Rádio Escola Municipal no Rio de Janeiro, projeto realizado para a Secretaria Municipal de Educação do Distrito Federal. 
Em 1939 foi criado o Instituto Monitor, na cidade de São Paulo. Tal instituição brasileira foi a primeira a oferecer cursos profissionalizantes a distância, por correspondência.
Em 1941 foi criado o Instituto Universal Brasileiro, o segundo instituto nacional a oferecer, sistematicamente, cursos profissionalizantes e também foi inaugurada a primeira Universidade do Ar que permaneceu até 1944.
 Em 1947 nasceu a nova Universidade do Ar que foi patrocinada pelo SENAC - Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, SESC - Serviço Social do Comércio e emissoras associadas.
 Em 1959 foi criada as escolas radiofônicas, uma parceria do governo federal e a CNBB- Conferência Nacional dos Bispos do Brasil dando origem ao MEB - Movimento de Educação de Base (MEB).
Em 1962 foi fundada a Ocidental School em São Paulo. Escola de origem Americana, atuante no campo da eletrônica.
Em 1967 teve início o Instituto Brasileiro de Administração Municipal do Rio de Janeiro, utilizando-se do ensino por correspondência. Neste mesmo ano, a Fundação Padre Landell de Moura criou o núcleo de Educação a Distância, adotando como método o ensino por correspondência e via rádio.
Em 1970 foi criado o Projeto Minerva, convênio entre MEC, Fundação Padre Landell de Moura e Fundação Padre Anchieta. O projeto usava a rádio para a Educação e a Inclusão social de adultos.
Em 1978, o Telecurso 2º. Grau foi criado em parceria entre a Fundação Padre Anchieta e Fundação Roberto Marinho. 
Em 1974 foi criado o Instituto Padre Reus e iniciam cursos de 5ª a 8ª series (atualmente, corresponderia aos cursos de 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental I) na TV Ceará. Esses utilizavam material televisivo, impresso e monitores. 
Em 1976 é lançado o Sistema Nacional de Teleducação.
Em 1979, a Universidade de Brasília que foi precursora no uso da EAD no ensino superior brasileiro, começou a disponibilizar cursos veiculados por meio de jornais e revistas. 
Em 1989, essa iniciativa deu origem ao Centro de Educação Aberta, Continuada, a Distância (CEAD) da Universidade de Brasília.
 Em1981 foi inaugurado o Centro Internacional de Estudos Regulares (CIER) do Colégio Anglo Americano que oferecia Ensino Fundamental e Médio a distância. 
Em 1983 o SENAC produziu diversos cursos sobre orientação profissional oferecidos, via rádio, na área de comércio e serviços.
Em 1986 a Fundação Roberto Marinho em parceria com a Fundação Bradesco criou o "Novo Telecurso 2º Grau" e sua expansão se deu em escolas e empresas que disponibilizaram sala de aula para a transmissão do curso.
Em 1995, nasce com uma nova roupagem o programa “Um salto para o Futuro” que foi incorporado pela TV Escola (canal educativo da Secretaria de Educação a Distância do Ministério da Educação). 
Em1992, foi criada a UAB - Universidade Aberta de Brasília. 
Em 1995 surgiu o Centro Nacional de Educação a Distância e a MultiRio - (RJ) da Secretaria Municipal de Educação que ministra cursos do 6º ao 9º ano, por meio da Televisão e utiliza como apoio material impresso.
Ainda em 1995 a Secretaria de Educação a Distância cria o Programa TV Escola.
1995, é inaugurado o Telecurso 2000 projeto da Fundação Roberto Marinho e Federação das Indústrias do estado de São Paulo - FIESP com objetivo de atingir pessoas que não haviam completado o Ensino Fundamental ou o Ensino Médio.
Em1996 foi criada a SEED - Secretaria de Educação a Distância, pelo MEC, ação política que privilegia a democratização do ensino e a qualidade da educação brasileira. No mesmo ano foi oficializada a EAD no Brasil.
Em 2000, constituiu-se a Rede de EAD, UniRede. Trata-se de um consórcio que reúne, atualmente, 70 instituições públicas do Brasil que estão comprometidas com a democratização do acesso à educação de qualidade, utilizando a EAD e disponibiliza cursos de Graduação, Pós-graduação e Extensão. Também em 2000 foi inaugurado o Centro de Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro (CEDERJ).
 Em 2002, o CEDERJ foi incorporado à Fundação Centro de Ciências de Educação Superior a Distância do Rio de Janeiro (Fundação CECIERJ).
Em 2004, o MEC implantou diversos Programas de formação inicial e continuada para professores da rede pública, utilizando a EAD. 
Em 2005 foi criada a UAB - Universidade Aberta do Brasil, uma parceria entre o MEC, estados e municípios; integrando cursos, pesquisas e Programas de Educação Superior a distância.
Em 2006, o Decreto n° 5.773 (09 de maio de 2006), dispõe sobre o exercício das funções de regulação, supervisão e avaliação de instituições de educação superior e cursos superiores de graduação e sequenciais no sistema federal de ensino, incluindo os da modalidade a distância.
Em 2007 entra em vigor o Decreto nº 6.303, de 12 de dezembro de 2007, que altera dispositivos do Decreto n° 5.622 que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Em 2009 entra em vigor a Portaria nº 10, de 02 julho de 2009, que fixa critérios para a dispensa de avaliação in loco e deu outras providências para a EAD no Ensino Superior no Brasil.
 Ainda em 2009, o Telecurso 2000 Profissionalizante, com o auxílio do SENAI - Serviço Nacional de aprendizagem Industrial de São Paulo, oferece o curso profissionalizante de Mecânica.
Em 2011 foi extinta a Secretaria de Educação a Distância – SEED, do MEC.
Em 2014 o Telecurso deixou de ser exibido pela emissora de Televisão e passou a ser disponibilizado, na íntegra, em Portal na internet, onde podem ser acessadas as teleaulas.
5. PIAUÍ NO MAPA DA INCLUSÃO DIGITAL
Um dos primeiros estudos sobre o acesso às Tecnologias da Informação e Comunicação e seus impactos na vida das pessoas foi realizado pela Fundação Getúlio Vargas - FGV, o Chamado “Mapa da exclusão digital” alinhavado com base no censo de 2000, e divulgado em abril de 2003, mostrou que, à época, apenas 12,5% dos brasileiros tinham computador em casa, e 8,3% da população acessava a internet. O perfil do “brasileiro informatizado” apontado pelo estudo era de branco, com mais de 12 anos de estudo, com renda superior à média da população, morador dos grandes centros urbanos, concentrados na região sudestee com idade entre 40 e 50 anos. A renda, o grau de escolaridade, o local onde moram e a raça foram apontados como fatores determinantes à aquisição de computadores. 
O estudo não focalizava as questões de conexão, instituindo uma ideia de que a inclusão ou exclusão estariam relacionadas basicamente ao acesso e aquisição dos equipamentos, sem uma discussão específica sobre conexão, internet e redes, contrapondo-se ao que aponta Sorj (2005), quando afirmou em seu estudo que a exclusão digital não poderia ser quantificada apenas pela quantidade de computadores vendidos ou por números de acesso a redes, mas sim pelos múltiplos aspectos incorporados em todo sistema.
Segundo dados do censo 2000, feito pelo IBGE, no que se refere a inclusão digital, o Piauí aparecia como segundo pior estado da federação, com uma proporção do total de moradores com acesso a computador de 2,78% ficando atrás apenas do Maranhão que na mesma época computava 2,05% de moradores com acesso a computador. Neri (2003)
Desde o lançamento do Mapa da Exclusão Digital, da FGV, houve um avanço considerável no Brasil se comparado com o estudo mais recente denominado “Mapa da Inclusão Digital”. De acordo com o Relatório Territorial Brasil 2013, da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE com fortes investimentos do Governo, os últimos anos foram marcados por programas que culminaram com a redução da pobreza, fazendo com que o país passasse por profundas transformações sociais, com redução dos índices de pobreza e crescimento econômico, diminuindo as desigualdades regionais, o relatório destaca que as políticas voltadas a disseminar os benefícios do crescimento econômico têm sido eficazes na redução da desigualdade social no país, principalmente em relação ao acesso à educação, o que permite um número reduzido de desemprego no país. Apesar dos avanços, o relatório aponta que o Brasil apresenta ainda ampla desigualdade social e ocupa a segunda pior posição no ranking dos 34 países mais industrializados do mundo.
Apesar do crescimento da EAD no estado do Piauí, o Mapa da Inclusão Digital, aponta que ainda existe muita desinformação sobre os benefícios da EAD para a formação do cidadão, entre a maioria dos jovens conectados à internet, o acesso se resume em redes sociais e facebook. Outros motivos são citados pelo estudo para os piauienses não acessarem a internet no estado, indo contra as ações do Governo, a falta de interesse ou a falta de necessidade com 33,1% e a falta de conhecimento com 31,4%, levam a entender que as ações de políticas públicas devem ser focadas no âmbito de informar as várias possibilidades oferecidas pela internet e na capacitação pessoal para seu uso, as ações públicas hoje aplicadas de redução de impostos de máquinas e equipamentos, não contemplam essa população carente de entusiasmo e conhecimento cibernético.
O Estado do Piauí tem uma população estimada em 3,2 milhões de habitantes e é formado por quatro mesorregiões, centro-norte, sudoeste, norte e sudeste, totalizando 224 municípios. Segundo dados do Mapa do Ensino Superior no Brasil elaborado pelo Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior – SEMESP, no que se refere a EAD, em 2014 as matrículas em cursos dessa modalidade no estado registraram, um crescimento de 43% na rede privada, atingindo a marca de 6,8 mil matrículas, contra 4,8 mil do ano anterior. Na rede pública o aumento chegou a 52%, totalizando 10,3 mil matrículas, contra 6,8 mil em 2013, com isso o crescimento de ingressantes ficou em 403% (2.150 alunos em 2013 para 10.809 em 2014).
 As matrículas em cursos a distância registraram de 2009 a 2014 um crescimento de 131%, sendo um aumento de 216% na rede privada e de 96% na pública. Em 2014, na rede privada houve um crescimento de 43% nas matrículas, atingindo a marca de 6,8 mil matrículas, contra 4,8 mil do ano anterior. Na rede pública o aumento chegou a 52%, totalizando 10,3 mil matrículas, contra 6,8 mil em 2013. Vale acrescentar que, em 2014, o número de matrículas em cursos EAD representou 15% do total de matrículas no estado. Das quatro mesorregiões do estado, apenas uma apresentou quase 9 mil matrículas: Centro-Norte Piauiense. As três mesorregiões restantes registraram menos de 3,1 mil matrículas. (ver gráfico a seguir)
Gráfico 1 – Matrículas nos cursos de EAD – Piauí 2009 a 2014 
Fonte: Sindadta/Semesp/Base: Censo IMEP
Outro fator importante que precisa ser trabalhado no estado e que pode ser respaldado por melhores políticas públicas é a questão da evasão dos cursos em EAD. Em 2014, o índice chegou a 25,4%, sendo 24,3% na rede privada e 26,2% na pública. 
No comparativo das quatro mesorregiões, duas delas apresentaram índices de evasão maiores que o do estado (24,3%): Norte Piauiense (25%) e Sudoeste Piauiense (24,5%). A mesorregião Centro-Norte Piauiense apresentou mesmo índice de evasão que o do estado: 24,3%. E a mesorregião Sudeste Piauiense apresentou índice de evasão anual de 22,1%. (ver gráficos 2 e 3 a seguir)
Gráfico – 2 Índice de evasão cursos EAD – mesorregião Piauiense
22,1%
24,3%
24,5%
25%
Fonte: Sindadta/Semesp/Base: Censo IMEP
Gráfico 3 – Evasão de alunos nos cursos de EAD- Piauí - rede pública e privada
Fonte: Sindadta/Semesp/Base: Censo IMEP
	Com os dados das mesorregiões é possível traçar uma meta de políticas públicas voltadas para a região específica, com isso a probabilidade de melhoria nos serviços públicos no que diz respeito a implantação de novas tecnologias fica maior.
Assim como no Piauí, a EAD está em constante crescimento no Brasil, entre os anos de 2009 e 2012, pode-se evidenciar a importante contribuição que a modalidade trouxe para a expansão do ensino superior no país, representando 63,2%. Enquanto o Ensino Presencial no Ensino Superior representou um crescimento de 27,2%. No gráfico 4, podemos notar o crescimento entre os anos de 2009 e 2012.
Gráfico 4 – Expansão do Ensino Superior no Brasil – 2009 a 2012
Fonte: Censo da Educação Superior 2012 - MEC/Inep
O número de cursos de graduação oferecidos no Brasil, entre 2009 e 2012, também cresceu na modalidade a distância, a cada a ano a EAD expande a quantidade de cursos oferecidos, assim como na modalidade presencial conforme pode ser observado no gráfico 5.
Gráfico 5 – Número de cursos de graduação no Brasil – 2009 a 2012
Fonte: Censo da Educação Superior 2012 - MEC/Inep
Já em 2013 conforme Censo da Educação Superior 2013, MEC/Inep, no período entre os anos de 2012 e 2013 o número de alunos que ingressaram na Educação Superior permaneceu, praticamente, estável, apresentando uma mínima variação negativa de 0,2%. 
Os cursos presenciais apresentaram uma variação positiva de 1,0%, já os cursos em EAD diminuíram em 5,0%, houve um crescimento da matrícula nos cursos de bacharelado 4,4%; 0,6% nos cursos de licenciatura e 5,4 % nos cursos tecnológicos. Segundo os dados do MEC/Inep, os cursos de bacharelado têm participação de 67,5% na matrícula e os cursos de licenciatura 18,9%, e os tecnológicos participam com 13,7%. Ainda, segundo esse documento, os cursos a distância apresentam uma participação superior a 15% na matrícula de graduação.
Tais dados representam resultados de políticas públicas de expansão de acesso ao ensino superior nas modalidades presencial e a distância. 
Como citamos anteriormente o Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior divulgou em 2014 a 6ª edição do Mapa do Ensino Superior no Brasil, o estudo apontou que no ano base havia cerca de 7,8 milhões de alunos matriculados no Ensino Superior Brasileiro, destes, 6,5 milhões em cursos presenciais (83%) e1,3 milhão em cursos EAD (17%), sendo que 75% das matrículas estão concentradas na rede privada (5,9milhões). Segundo projeções realizadas pelo Semesp, a perspectiva era de redução de 3,6% no total de matrículas em cursos na rede privada em 2015, e em 2016, o número total de matrículas deveria se manter estável.
Em 2016 a ABED – Associação Brasileira de Ensino a Distânciadivulgou os dados do Censo EAD-Brasil 2015, os dados apresentados pela pesquisa não são completos uma vez que as entidades que participam do estudo são convidadas, e participam voluntariamente, a Associação Brasileira de EAD deixa claro que o estudo não é um Mapa da EAD no Brasil, mas as informações coletadas sobre as instituições participantes são um referencial esclarecedor sobre a modalidade no Brasil e nos estados.
O relatório de 2015 divulgou que o público de EAD é constituido em sua maioria, 53% por mulheres, das quais 49,78% têm entre 31- 40 anos. 
Aproximadamente 70% das instituições privadas com e sem fins lucrativos e as instituições públicas federais contam com alunos que, em sua maioria, estudam e trabalham. A maioria das matrículas em cursos totalmente a distância e semipresenciais encontra-se nas licenciaturas, com 148.222 alunos matriculados em licenciaturas propriamente ditas, 134.262 em habilitações mistas (licenciatura e bacharelado) e 410.470 em licenciaturas semipresenciais. 
As taxas de evação assim como demonstramos no Piauí também são preocupantes no Brasil segundo o censo , são reportadas nos cursos a distância uma evasão de 26%, com 40% das ocorrências nas instituições que oferecem cursos regulamentados totalmente a distância. 
Não há como negar os dados, assim como a EAD, os cursos de graduação a distância estão em constatnte crescimento tanto no Brasil como no estado do Piauí. Graças ao avanço das TIC´s o estigma da exclusão aos poucos vai se esvairindo. Há muito o que se fazer ainda em deterimento as novas tecnologias e ao acesso aos serviços de internet nas regiões periféricas do Brasil e no Piauí. Diante desse contexo há muito o que se pesquisar ainda para que os debates sobre inclusão e xclusão digital atijam um censo comum, com resoluções definitivas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As mudanças de paradigma no campo da educação estão sendo influenciadas pelas novas tecnologias da informação e comunicação, a educação superior a distância apoiada na utilização intensiva dessas tecnologias torna-se um potencial dispositivo para inclusão social no Brasil, visto que a educação, e o conhecimento transforma o indivíduo e o coloca em um patamar elevado na sociedade.
Ficou claro na pesquisa bibliográfica que a EAD ainda possui deficiências de recursos tecnológicos e de infraestrutura para se tornar um objeto de inclusão social dentre as regiões de menor índice de desenvolvimento, assim como o Piauí, estado citado neste estudo. As evidências constatadas revelam obstáculos tecnológicos, como ampliação de redes de acesso à internet, melhorias de serviços essenciais, como os serviços de distribuição de energia, ambos serviços fundamentais para a utilização das novas tecnologias de informação e comunicação. 
Evidenciamos também que o governo do estado vem se esforçando para melhorar o índice de alunos atendidos pelo sistema de educação a distância, juntamente com o Governo Federal, vários projetos de inclusão digital estão sendo implantados a mais de uma década no estado. 
	Sabemos que problema da exclusão digital vem acompanhado por outros tipos de problemas de ordem econômica, social, cultural, interesses políticos, entre outros. 	Deve ficar claro que esse movimento de estender acesso à informática e à Internet representa um caminho no qual não há retorno e que provavelmente mudará, a longo prazo, a relação entre o cidadão e o Estado. O tema é de relevância prioritária, cada milésimo de segundo a tecnologia vai consumindo milhares de saberes já obsoletos para sua realidade imperativa, como nos mostrou os dados da União Internacional de Telecomunicações.
	O Governo brasileiro implementou inúmeras políticas públicas centralizadas na diminuição dessa nova segregação digital causada pela revolução tecnológica. Em 2016 a ABED divulgou um relatório parcial demonstrando um avanço significativo da Educação Superior a Distância confirmando a eficácia das ações de políticas públicas, contribuindo para democratização de ensino a distância.
	No estado do Piauí apesar do baixo índice de desenvolvimento humano ainda ser um forte “segregador”, as medidas voltadas para disseminar os benefícios do crescimento econômico, principalmente a educação, tem apresentado resultados satisfatórios. Os dados e projeções apresentados pelo SEMESP apontaram um crescimento continuo nos cursos de graduação a distância no estado, juntamente com os dados quantitativos o relatório apresentou o perfil dos estudantes dos cursos de graduação a distância, no Piauí como no Brasil, com 53%, as mulheres são as que mais procuram esse sistema de educação a distância, entre as quais 49,78% tem entre 31 a 40 anos. 
	Um fator preocupante que precisa ser trabalhado pelo poder público no estado do Piauí e ficou claro no mapa da exclusão digital é a orientação dirigida aos jovens em detrimento ao acesso as novas tecnologias, consequentemente ao seu uso como instrumento de aprendizagem, a grande maioria da população jovem piauiense conectada, resume seu acesso a redes sociais.
	Dessa forma, o estudo bibliográfico apesar de não ter um amplo material, permitiu demostrar que as ações de políticas públicas no Piauí aos poucos vão democratizando o conhecimento oriundo das novas tecnologias da informação, falta ainda ter uma definição coerente sobre o conceito de exclusão digital, um conceito integrador, onde os serviços essenciais façam parte integrante das políticas inclusivas do estado.
	Sobre os objetivos que propúnhamos esclarecer ficou razoavelmente provado, que as ações de políticas públicas têm um papel fundamental para a expansão da educação superior a distância, ainda mais no que se refere a dar apoio a regiões de baixo desenvolvimento humano, como o Piauí. Sobre o novo contexto de exclusão, e inclusão digital ainda há um terreno fértil para discussões, o assunto exclusão social é muito complexo é vasta a reunião de adjetivos descriminados para conceitua-la.
Para CORRÊA 2007, p. 9
 é importante ressaltar que a EaD tem sido uma alternativa de ensino/aprendizagem, principalmente, em um cenário marcado pelas dificuldades de acesso da nossa população ao ensino formal e pelas altas taxas de defasagem de escolarização e analfabetismo, em função de uma carga horária de trabalho que impossibilita o investimento em educação continuada. Em virtude deste quadro social marcado pela exclusão, têm aflorado discussões relativas à educação a distância.
 A falta de dados precisos sobre a educação a distância e a velocidade frenética que as novas tecnologias digitais demandam nos faz refletir sobre até que ponto as pesquisas de caráter governamentais, são fidedignas ao apontarem seus resultados anos após a coleta em campo. 
	Dessa forma fica a reflexão acerca da possibilidade de que o estado do Piauí consiga suprir a necessidade de desenvolvimento de sua sociedade com a mesma velocidade e fluidez com que a tecnologia digital invade cada espaço de nossas vidas, que a juventude piauiense faça parte da nova Sociedade da Informação usufruindo dos benefícios da era digital, formando cidadãos graduados em qualquer parte do Brasil em igualdade de condições. 
	
REFERÊNCIAS
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