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Artigo Fael A educação brasileira na era digital (1)

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1 – Ana Cristina Valadares Warszawiak é orientadora designada pela Coordenação do Curso de 
pós-graduação de Metodologia do Ensino Superior da Faculdade Educacional da Lapa S/A. 
2 – Estelita Thimóteo Corrêa da Silva é bacharel em Administração, Tecnóloga em Análise e 
Desenvolvimento de Sistemas e pós-graduanda em Metodologia do Ensino Superior. 
 
FACULDADE EDUCACIONAL DA LAPA 
SOCIEDADE TÉCNICA EDUCACIONAL DA LAPA S/A 
CURSOS DE GRADUAÇÃO E PÓS GRADUAÇÃO 
METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR 
 
 
 
A EDUCAÇÃO BRASILEIRA NA ERA DIGITAL 
 
CRISTINA, Ana1 
THIMÓTEO, Estelita2 
RESUMO: O presente estudo tem como objetivo conhecer a realidade 
digital na educação brasi leira. Para isso foi feito uma ampla 
pesquisa documental, bibl iográf ica, relatórios, dissertações de 
mestrado, teses de doutorado, pesquisa experimental, leis, 
jurisprudência, doutrinas entre outras fontes relacionados ao tema. 
Segundo a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, 
em seu artigo 205 temos: “A educação é direito de todos e dever do 
estado e da famíl ia, será promovida e incentivada com a 
colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da 
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua 
qualif icação para o trabalho”. Parte daí o princípio de que a 
educação é um direito de todos. Um grande desafio para um país 
extremamente desigual, que ocupa a sétima posição no ranking dos 
países mais desiguais do mundo, conforme últ imo relatórios do Pnud 
(Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Com o 
surgimento das TIC’s - Tecnologias da Informação e Comunicações, 
esse desafio aumenta, e surge a necessidade de polít icas públicas 
para reduzir esse impacto econômico e social, que na era digital são 
indispensáveis para qualquer sociedade. 
 
Palavras-chaves: Educação brasi leira, Tecnologia e Sociedade 
 
ABSTRACT: This study aims to get to know the digital reality in Brazilian 
education. For this, extensive documentary, bibliographic research, reports, 
master's dissertations, doctoral theses, experimental research, laws, 
jurisprudence, doctrines and other sources related to the theme were carried out. 
According to the Constitution of the Federative Republic of Brazil of 1988, in its 
article 205 we have: “Education is the right of all and the duty of the state and the 
family, it will be promoted and encouraged with the collaboration of society, 
aiming at the full development of the person, their preparation for the exercise of 
citizenship and their qualification for work ”. Hence the principle that education is 
everyone's right. A great challenge for an extremely unequal country, which 
occupies the seventh position in the ranking of the most unequal countries in the 
world, according to the latest reports from UNDP (United Nations Development 
Program). With the rise of ICTs - Information and Communication Technologies, 
this challenge increases, and the need for public policies to reduce this economic 
and social impact, which in the digital age are indispensable for any society, 
arises. 
2 
 
 
Keywords: Brazilian education, Technology and Society 
 
I – INTRODUÇÃO 
 
A era digital representa uma verdadeira revolução quanto ao 
acesso à informação, interagimos e nos comunicamos de forma mais 
ef iciente, em menos tempo e ao alcance de nossas mãos. São 
inúmeros os benefícios da tecnologia em todas as áreas, 
principalmente na educação as contribuições da tecnologia são 
imensuráveis. Hoje a internet representa um dos meios de 
comunicação mais util izado para os brasileiros, e hoje podemos 
af irmar que o futuro da educação depende da tecnologia. Uma 
tendência que se fortaleceu com a pandemia mundial devido ao novo 
coronavírus que desde março de 2020 fez com que 48 milhões de 
estudantes brasileiros parassem de frequentar as escolas públicas 
e privadas em todo o país. Uma medida necessária adotada pela 
maioria dos países como forma de evitar a propagação da doença. 
Oferecer educação de qualidade sempre foi um grande 
desafio para as polít icas públicas deste país, a escassez de infra -
estrutura tecnológica em algumas escolas ainda é uma realidade, e 
entender a urgência de melhorias é fundamental para oferecer 
educação de qualidade a todos os brasileiros. 
Nesse processo de desenvolvimento tecnológico é de 
fundamental importância o comprometimento da sociedade com a 
questão tecnológica, as polít icas públicas devem tratar o tema com 
seriedade e acreditar que um país desenvolvido se faz com o uso 
da tecnologia. 
Adotou-se para esse trabalho a classif icação sugerida pelo 
sociólogo francês David Émile Durkheim (1858 -1917), bem como o 
pensamento do sociólogo espanhol Manuel Castel l (1942), dentre 
outros intelectuais que forneceram diversas e importantes 
contribuições para o desenvolvimento social. 
3 
 
O pensamento de Durkheim em relação ao desenvolvimento 
dos indivíduos relaciona-se com sociedade, o que inevitavelmente é 
uma realidade. Não podemos ignorar o fato de que regras e padrões 
de comportamento fazem parte do cotidiano e esses procedimentos 
definem o sucesso ou fracasso de um indivíduo há bastante tempo. 
Já Manuel Castel l , sociólogo e teórico da comunicação é 
muito otimista em relação ao uso da tecnologia, ele aposta no uso 
de ferramentas como: Facebook, Twi tter, Telegram e outras formas 
de organização por meios digitais que estão transformando o mundo, 
e em sua concepção contribuem para um mundo mais evoluído. Em 
um primeiro momento abordou-se a importância da tecnologia na 
sociedade, e concluiremos com os desafios pertencentes a 
educação brasi leira. 
 
2 – DISCUSSÃO 
 
Atualmente, nossas relações sociais são feitas por meio 
tecnológicos, podemos observar isso em diversos setores. 
Deixamos de ser uma sociedade presencial para nos tornamos uma 
sociedade digital. Segundo pesquisa TIC Domicílios (2019), 
realizada pelo Centro Regional para o Desenvolvimento de Estudos 
sobre a Sociedade da Informação (Cetib.br), vinculado ao Comitê 
Gestor da Internet do Brasil diz que 134 milhões de usuários 
acessam internet no Brasil , e isso é muito positivo para o país. 
Entretanto, a pesquisa também mostrou que o uso mais sofisticado 
da tecnologia pertence as classe, renda e escolaridade mais altas e 
ressaltou a importância para o desenvolvimento de habil idades 
digitais para todos. 
Este trabalho procurou conhecer a realidade educacional 
tecnológica no país e entender os desafios e perspectivas para o 
futuro da educação na era digital. Inegável que a sociedade está em 
constante evolução e há décadas vários intelectuais tentam ajudar 
a humanidade em seu desenvolvimento, nessa linha de pensamento 
podemos citar o sociólogo francês David Émile Durkheim que 
4 
 
sempre relacionou a importância da educação com o 
desenvolvimento do indivíduo o qual a sociedade deseja ter. 
 
“A sociedade não somente eleva o tipo humano à dignidade 
de modelo para o educador reproduzir, como também o constrói, e 
o constrói de acordo com suas necessidades [... ] O homem que a 
educação deve realizar em nós não é o homem tal como a natureza 
o criou, mas sim tal como a sociedade quer que ele seja”. Educação 
e Sociologia (p.107). 
 
Alguns indivíduos podem até não se adaptar a essa nova era, 
mas devem estar cientes de que sofrerão as consequências da não 
evolução. Para Durkheim, é a sociedade que dita as regras e não o 
contrário. 
Esse processo de democratização tecnológica part irá sempre 
de cima que é feita através da conscientização imposta pela nova 
realidade de mundo. 
Ressalta-se que o incluído digital não é apenas aquele 
indivíduo que possui um computador e tem acesso à int ernet, ele 
também precisa saber o que fazer com essa tecnologia. 
Dentro dessa perspectiva o Brasil não tem poupado esforços 
no desenvolvimento de ações para uma sociedade inclusiva. 
Segundo dados do MEC – Ministério daEducação, o governo 
federal está oferecendo cursos on-l ine para alfabetizadores, onde 
professores, coordenadores pedagógicos, diretores e assistentes de 
alfabetização, além de pais, podem realizar, gratuitamente, o curso 
disponível em alfabetização.mec.gov.br. O curso faz parte do 
programa Tempo de Aprender, baseado em evidências cientif icas. 
É uma forma de o Governo Federal cumprir o disposto na 
meta 5 do Plano Nacional de Educação – PNE. 
 
Meta 5 : Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o f inal 
do 3° ano (terceiro) ano do ensino fundamental. 
Também ampliou a capacidade de webconferências em 
universidades e institutos federais. Mais de 123 mil alunos e 
5 
 
professores poderão ser beneficiados. As salas virtuais podem ser 
acessadas por computadores pessoais e smartphones. 
Quanto ao fornecimento de equipamentos tecnológicos para 
a população o ProInfo – Programa Nacional de Tecnologia 
Educacional tem o objetivo de promover o uso pedagógico da 
informática na rede pública de educação básica. O programa leva 
às escolas computadores, recursos digitais e conteúdos 
educacionais. Em contrapart ida, estados, Distrito Federal e 
municípios devem garantir estrutura adequada para receber os 
laboratórios e capacitar os educadores para uso das máquinas e 
tecnologias. 
 Tramita no Congresso Nacional uma quantidade de projetos 
de lei para a ut il ização dos recursos pertencentes ao FUST (Fundo 
de Universalização das Telecomunicações) para a inclusão digital, 
onde busca a ampliação da banda larga em escolas públicas. 
Também existem no Brasil grupos de organizações e 
empresas privadas com sede em metrópoles como o Rio de Janeiro 
que unem-se para criar perspectivas e gerar oportunidades para 
jovens de periferia da cidade, por meio do que classif icam de 
empoderamento digital. 
Essa mobil ização envolve a Organização das Nações Unidas 
para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e organizações 
não governamentais (ONGs), a Microsoft, IBM, Embratel, Cisco e a 
Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e 
Comunicação (Brasscom). 
Se essas iniciativas crescerem em todo o país, certamente 
diminuiremos as barreiras sociais e teremos um número signif icativo 
de “infoincluídos” no país. 
A educação tem papel fundamental no desenvolvimento das 
sociedades e é através do uso da tecnologia que atualmente 
capacitamos e instruímos. O Brasil tem consciência de seus 
problemas, porém as muitas teorias precisam virar uma realidade. 
Há décadas, gestores, acadêmicos e especial istas em 
tecnologia da informação (TI) deram início a vários questionamentos 
6 
 
e teses sobre a questão, e que não restam dúvidas que o foco deve 
ser o crescimento social. A nova era está mais do que consolidada. 
Temos ainda muitos desafios em relação aos problemas 
educacionais do Brasil, cabe citar o pensamento do sociólogo 
espanhol Manuel Castell que ministrou em Salvador uma 
conferência denominada Movimentos Sociais em Rede e Processo 
Polít ico na Era da Internet. 
 
“O Brasil tem um problema muito sério na qualidade do ensino 
em função da pouca formação e das más condições de trabalho dos 
professores. Os professores estão sempre em greve. E não estão 
em greve porque não se importam com sua profissão, já que lecionar 
é um trabalho fundamentalmente vocacional, é feito porque gostam 
de estar com as crianças, mas entram em greve porque não têm 
acesso aos meios que criam a capacidade.” (Manuel Castel l, 
Salvador,2015). 
 
Compreender as duas realidades é de fundamental 
importância para a melhoria da qualidade de ensino no país. Essas 
duas realidades referem-se a importância da tecnologia na 
atualidade e entender que o ensino nacional precisa de melhorias e 
modernização no plano de ensino. Talvez, os tempos modernos não 
permita mais que seja ignorado o ensino das TIC’s nas escolas, 
deve-se exigir carga horária e alcance de metas para a conclusão 
de estudos. 
Muitos estados não conseguem exigir uma formação 
tecnológica de seus alunos devido a imensa falta de estrutura para 
poder atender a comunidade local, e se ainda estamos assim é 
porque precisamos focar nesse objet ivo. 
Agir no presente para alcançar o futuro , somos perfeitamente 
capazes de repassar nossos conhecimentos de forma lógica, 
sistematizada e elaborada. 
Se conhecemos nossa necessidade devemos ir ao encontro 
de soluções úteis que solucionem o problema, não poupando 
esforços em prol do benefício comum. 
7 
 
O matemático inglês Thomas Hobbes (1588-1679) dizia: 
 
“O homem somente se move com um raciocínio calculado, 
pragmático, reflet indo sobre o que a ação que ele irá praticar trar -
lhe-á de út il. O homem nunca age de forma solidária por ser 
generoso, ou achar esta atitude nobre, mas sim já visando que esta 
atitude poderá lhe ser úti l no futuro, uma vez que se necessitar de 
alguma ajuda, este outro indivíduo que foi ajudado irá proceder da 
mesma forma.” 
 
Nessa l inha de pensamento, propor ações alinhadas a 
inclusão digital é de fundamental importância para combater as 
desigualdades relacionadas a exclusão digital, somente assim, 
teremos uma sociedade mais desenvolvida. 
O papel das escolas e dos professores são de importante 
relevância nesse processo de inclusão digital, sendo um processo 
mais do que consolidado no mundo todo. 
A educação digital de professores é extremamente 
importante, já que é o fator básico para uma inst ituição de ensino 
conseguir se inserir na era digital. O desafio é tornar a aula atraente, 
e para isso deve-se gastar tempo para estudar, fazer bons 
planejamentos de aulas e ter escolas com o mínimo de recursos 
tecnológicos. 
 Segundo, um recente relatório da Organização para 
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostrou que o 
desafio de inovar e de incorporar novas ferramentas para o ensino 
vai além da infraestrutura e carece de uma total revisão dos modelos 
pedagógicos. Ou seja, para que a inteligência art if ical cause real 
impacto na educação é preciso muita inteligência humana para criar 
as conexões que darão sentidos prát icos aos conteúdos aprendidos 
com auxíl io da tecnologia seja na escola ou fora dela. E é justamente 
neste ponto que o papel do professor, muitas vezes desacreditado 
no contexto da Era Digital, se torna imprescindível. 
Investimentos em polít icas públicas são necessários para a 
inclusão digital, assim como parcerias com iniciat ivas privadas e 
8 
 
organizações não governamentais. O futuro da educação depende 
dessas medidas para poder ofertar educação de qualidade aos seus 
cidadãos. As muitas teorias a respeito do tema vão ao encontro do 
que realmente precisa ser feito e com isso fazer parte da nova 
realidade de mundo. 
 
 
Inegável que o acesso à tecnologia é essencial para colocar 
os estudantes no caminho das oportunidades. Um aluno que sai do 
ensino médio com um certif icado de informática básica já terá o 
mínimo de conhecimento para enfrentar o mercado de trabalho, que 
está cada vez mais exigente. Ou mesmo, ingressar em uma 
faculdade de ensino a distância para uma poss ível graduação. 
Segundo dados of iciais fornecidos pelo MEC – Ministério da 
Educação 2019, o número de estudantes em cursos de graduação a 
distância superou pela primeira vez os presenciais e virou a 
modalidade educacional que mais cresce no país. Foram mais de 
1,4 milhões de alunos inscritos no EAD (52%) contra 1,2 milhões 
(48%) na modalidade tradicional. 
Notório que o mundo digital oferece um leque de 
oportunidades, já não deixando margem para estagnação. Entender 
essa realidade de mundo é um passo importantíssimo no 
desenvolvimento de cada indivíduo, e consequentemente da 
sociedade. 
A questão não seria acabar com o ensino tradicional, mais 
sim oferecer um ensino hibrido, pessoas conectadas fazem parte da 
nova realidade, um mercadoaberto necessita de informações 
rápidas e constantes e somente através da tecnologia isso é 
possível. 
Também é uma forma de expandir o ensino, onde os preços 
são mais acessíveis comparado ao ensino tradicional. Dados 
fornecidos pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento 
Econômico (OCDE) mostram que o Brasil tem uma das piores taxas 
de ensino superior do mundo. Apenas 21% dos brasi leiros entre 25 
e 34 anos tem formação superior. 
9 
 
A boa notícia é que parcerias entre iniciat ivas privadas e 
universidades vem crescendo no Brasil, as empresas entendem que 
em um mercado cada vez mais exigente precisa ofertar mão de obra 
de qualidade. E elas estão criando o perf i l ideal de funcionário e não 
medem esforços para atingir seus objetivos. 
Esse t ipo de relacionamento tem sido um dos pi lares da 
pesquisa e desenvolvimento corporativo (P&D) – da criação de 
fundamentos de conhecimento para a próxima geração de soluções 
até servir como um “Workbench” estendido para resolver problemas 
incrementais de curto prazo. 
As empresas e universidades reinventam-se a cada dia, os 
repasses governamentais à pesquisa estão diminuindo e os acordos 
entre empresas e universidades podem ajudar a amenizar o 
problema de incentivos e sem dúvidas são impulsionadoras de 
inovação. 
Um exemplo bem sucedido de polit ização de inst itucionalizar 
a transferência de conhecimento para a sociedade está na Unicamp 
– Universidade Estadual de Campinas, com o Inova Unicamp, 
pioneira no cenário de inovação brasileira. Ela é responsável por 
estabelecer parcerias entre universidades e o setor privado, além 
de estimular o surgimento de empresas de bases tecnológicas. Em 
2017, a Unicamp depositou 77 patentes no Inpi (Inst ituto Nacional 
de Propriedade Industrial), e em 2018 encerrou o ano com um novo 
recorde em propriedade intelectual. 
Mesmo assim, o Brasil ainda precisa investir muito para 
crescer em inovação e desenvolvimento social. 
Para as empresas isso representa mais conhecimento técnico 
para inovar em seus produtos, soluções de problemas, e uma equipe 
mais engajada. 
A produtividade contribui para a geração de empregos que 
contribui para o desenvolvimento socioeconômico do país. Todos 
são beneficiados com essas iniciativas. 
O Governo Federal apoia e incentiva essas parcerias. Em 
2016 foi aprovado pela Câmara Federal o Projeto de Lei 68/2011 
que tem como relatora do projeto a Senadora Regina Souza (PT -PI), 
10 
 
para ela o Estado brasi leiro não é capaz de assegurar o direito à 
educação, que está previsto na Constituição. A just if icativa para 
esse projeto foi melhorar a capacitação prof issional, a produtividade 
das empresas e a renda do trabalhador. Em contrapartida, as 
empresas poderão deduzir do Imposto de Renda na capacitação de 
funcionários. 
Se olharmos o Brasil como um todo, de fato, nosso país 
possui um índice de acessos digitais bem acima da média mundial, 
o que é muito bom, porém os que mais se beneficiam são as classes 
mais altas que estão decolando com qualif icação prof issional, 
enquanto outros estão “parado no tempo” podemos assim dizer. 
Alguns estudiosos de tecnologia af irmam que esse acesso a 
informação é um verdadeiro divisor de águas, ampliando o abismo 
das desigualdades. 
Yuval Noah Harari, professor israelense, autor da obra: “21 
lições para o Século 21”, faz uma ref lexão a respeito do uso da 
tecnologia: 
 
‘ ’ Na verdade, o século XXI poderia criar a sociedade mais 
desigual na história. Embora a globalização e a internet represent em 
pontes sobre as lacunas que existem entre os países, elas ameaçam 
aumentar a brecha entre as classes, e, bem quando o gênero 
humano parece prestes a alcançar unificação global, a espécie em 
si mesma pode se dividir em diferentes castas biológicas.’’ 
 
Para o autor, é tamanha a diferença competit iva dos que 
possuem acesso à informação, que pode ser possível o surgimento 
de castas entre humanos. Estar excluído da internet, no século XXI, 
é estar excluído da sociedade. 
No caso do Brasil , devido as inúmeras realidades dentro do 
país, as polít icas públicas precisam levar em consideração essas 
diferenças regionais. Os maiores problemas encontrados foram: 
Infraestrutura, muitos lugares não conseguem obter uma rede 
adequada de internet, o custo operacional onde os pacotes ou 
11 
 
equipamentos são bastante elevados e a falta de treinamento, parte 
signif icat iva dos estudantes e professores não possuem 
conhecimento para o acesso em programas de qualif icação 
prof issional. Há tempos as polít icas públicas nacionais 
diagnosticaram esses problemas, porém os desafios para 
implementar as soluções ainda persistem. 
 
3 – CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A sociedade está em constante evolução e atualmente a 
humanidade alcançou a chamada Era do Conhecimento, que 
consiste na velocidade da propagação das informações através das 
tecnologias da informação e comunicação. Quanto mais tecnologia 
tiver um país, mais desenvolvido ele será. 
Os recursos digitais estão presentes em nosso cotidiano e 
são necessária nas realizações de nossas tarefas. Um indivíduo 
excluído digitalmente no século XXI não consegue part icipar dessa 
nova realidade de mundo. O Brasil tem o privi légio de possui 
legislações que fazem da educação um direito de todos, porém seu 
desafio é poder ofertar tecnologia a população mais carente do país. 
Enquanto, uma parte da população desenvolve -se rapidamente 
outra parte permanece inerte e sem perspectiva de futuro. 
Por sorte, o Governo Federal, as empresas privadas e muitas 
organizações não governamental possuem consciência de sua 
participação nesse processo de desenvolvimento tecnológico. Há 
muito o que ser feito, mais o importante é que estamos caminhando. 
Nessa l inha de pensamento, propor ações alinhadas a 
inclusão digital é de fundamental importância para combater as 
desigualdades relacionadas a exclusão digital e assim criar um 
leque de oportunidades a todos os brasileiros. 
 
12 
 
4 – REFERÊNCIAS 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724: informação 
e documentação: trabalhos acadêmicos e apresentação. 2. ed. Rio de Janeiro: 
ABNT, 2014. 
 
CASTELLS, M. A Sociedade em Rede. A era da informação: economia, 
sociedade e cultura, vol. 1. São Paulo: Paz e Terra, 1999. 
 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 
 
DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico. Martins fontes. 2007. 
 
DURKHEIM, E. As regras do método sociológico. 13.ed. São Paulo: Nacional, 
1987 (Texto originalmente publicado em 1895). 
 
IBGE, Diretoria de Pesquisas. Pesquisa Nacional por Amostra de 
Domicílios (PNAD), 2005.IMF. World Economic Outlook, 2007. 
 
BRASIL, Ministério da Educação, (1997). Parâmetros Curriculares Nacionais 
para o Ensino Fundamental. Brasília, MEC/SEF. 
 
BRASIL, (2000). Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e 
Adultos. Brasília, MEC/SEF/COEJA. 
 
RELATÓRIO sobre o Desenvolvimento Mundial de 2004: fazendo com que os 
serviços atendam os pobres. São Paulo: FGV, 2003 
 
A SOCIEDADE da informação no Brasil: presente e perspectivas. Disponível em: 
/www.telefonica.com.br/internas/links/ link_socied_home.htm. 
 
SILVA, HA. As paixões humanas em Thomas Hobbes: entre a ciência e a moral, 
o medo e a esperança [online]. São Paulo: Editora UNESP; São Paulo: Cultura 
Acadêmica, 2009. 121 p. 
 
BRISOLLA, S. (1990) A relação da universidade com o setor produtivo: o caso 
da Unicamp. Revista de Administração da USP, v. 25, n. 1, pp. 106-126.

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