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AULA 02 – TIPOS DE CORROSÃO: UNIFORME, ATMOSFÉRICA E GALVÂNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA DISCIPLINA : CORROSÃO Prafª Eliane Medeiros Processo de corrosão caracterizado pela corrosão de toda a superfície do metal exposto a um determinado meio, resultando numa diminuição gradativa de espessura. Corrosão Uniforme (Generalizada) A corrosão uniforme de um metal num meio específico ocorre como consequência do estabelecimento de inúmeras células de ação local aleatoriamente distribuídas pela superfície metálica. A heterogeneidade química do metal, presença de impurezas e incrustações e fases diferentes induzem a formação das regiões anódicas e catódicas. Corrosão Uniforme Corrosão Uniforme em meio ácido Reação anódica Reação catódica Reação global Corrosão Uniforme em meio ácido + O2 Reação anódica Reação catódica Reação global Corrosão Uniforme em meio neutro ou básico + O2 Reação anódica Reação catódica Reação global Hidróxido ferroso instável Formação de hidróxido ferríco Corrosão Uniforme Componentes de uma torre de destilação atmosférica de uma refinaria de petróleo. Cupom para avaliação da morfologia da corrosão A corrosão uniforme, apesar de ser responsável pela destruição de grande parte dos metais (em termos de toneladas de metal corroído), é a forma menos complexa e mais previsível, sendo mais simples a prevenção. Neste tipo de corrosão, a partir da estimativa da taxa de corrosão por ano, que pode ser determinada como perda de espessura ou perda de massa anual, pode ser previsto a durabilidade ou vida útil do material. Corrosão Uniforme Corrosão Uniforme Prevenção e Controle: limpeza superficial com jato de areia e renovar a pintura antiga. Reforço ou substituição dos elementos danificados. inspeção regular da estrutura e com o uso de ligas especiais como o aço inoxidável. Corrosão Atmosférica Corrosão atmosférica úmida: ocorre em atmosfera com umidade relativa menor que 100%. Tem-se um filme fino de eletrólito, depositado na superfície metálica, e a velocidade do processo corrosivo depende da umidade relativa, poluentes atmosféricos e higroscopicidade dos produtos de corrosão. Corrosão atmosférica molhada: a umidade relativa está próxima de 100% e ocorre a condensação na superfície metálica. Ex.: chuva e névoa salina depositadas nas superfícies metálicas. Corrosão atmosférica seca: ocorre em atmosfera isenta de umidade, sem a presença do filme de eletrólito na superfície metálica. Ex.: escurecimento da prata ou cobre por formação de Ag2S e CuS em presença de H2S, na atmosfera. CORROSÃO ATMOSFÉRICA Sabe-se que o ferro praticamente não sofre corrosão em umidade relativa de 60%, mas acima de 70% o processo de corrosão é acelerado. Umidade Relativa Corrosão do ferro contendo 0,01% de SO2 durante 55 dias de exposição Mecanismo de Corrosão Atmosférica a) Fase inicial b) Fase de oxidação úmida c) Fase de oxidação seca Exemplos de Corrosão atmosférica: Exemplos de Corrosão atmosférica: Exemplos de Corrosão atmosférica: Corrosão em chaminé exposta a uma atmosfera industrial DIÓXIDO DE ENXOFRE: Um dos poluentes mais frequente em regiões industriais e urbanas é o SO2 que provém da queima de combustíveis derivados de petróleo, contaminados por enxofre. Presença de poluentes Tipos de Atmosfera Velocidade de Deposição (mg SO2/m 2.dia) Rural 10 Urbano 10-100 Industrial até 200 O SO2 pode ser oxidado na atmosfera úmida formando ác. sulfúrico: Presença de poluentes Óxidos de nitrogênio, NO e NO2 A principal origem é a exaustão de veículos automotivos. Esses óxidos dão origem à formação do ácido nítrico Nas atmosferas próximas às refinarias de petróleo, mangues e pântanos, é o gás responsável pelo escurecimento do cobre e suas ligas, pois há formação de sulfeto de cobre. É responsável pela decomposição de tintas a base de zarcão, Pb3O3 ficando na forma de PbS. 4NO + 3O2 + 2H2O 4 HNO3 4NO2 + O2 + 2H2O 4 HNO3 Gás Sulfídrico, H2S Presença de Sais deposição de material não-metálico, como sílica, SiO2; deposição de materiais que retém umidade, como cloreto de cálcio e o cloreto de magnésio; deposição de sais que são eletrólitos fortes como sulfato de amônio provenientes da reação entre amônia e óxidos de enxofre na atmosfera 2NH3 + SO2 + H2O + 1/2O2 (NH4)2SO4 e NaCl – a maior ação corrosiva de atmosfera marinhas deve-se à deposição de névoa salina. deposição de material metálico – se o material for de natureza química diferente poderá causar corrosão galvânica. Presença de Particulados O aumento da temperatura causa um aumento da agressividade do meio. Por outro lado, um aumento de T aumenta a velocidade de evaporação d'água que diminuirá o tempo de molhabilidade. Influência da temperatura Metais resistentes à corrosão atmosférica Aços Patináveis ou Aclimáveis (CORTEN) Esses aços são obtidos pela adição de cobre e cromo. Esses aços são formados por uma camada externa não protetora formada por g-FeOOH (lepidocrocita) e a-FeOOH (Goetita) e uma camada interna protetora, amorfa e densa constituída de a-FeOOH (Goetita protetora) e os elementos cobre, cromo, e fósforo concentram-se nesta camada. a-FeOOH textura fina e é altamente aderente Fachadas em aço patinável Efeito do teor crescente de cromo na resistência a corrosão atmosférica de ligas Fe-Cr Métodos de proteção contra corrosão atmosférica Proteção de longa duração: Uso de tintas protetoras, "primers" como zarcão ou cromato de zinco. Os revestimentos de metais que apresentam boa resistência a corrosão atmosférica são: Zn, Pb, Ni, Cr, Cu, Sn. Os tipos de proteção são divididos em: proteção de longa duração e proteção temporária. Proteção temporária: proteção apenas durante estocagem ou transporte de artigos por redução de umidade relativa dos galpões. Corpos de prova expostos em atmosfera (a) marinha e (b) industrial (a) (b) SOLOS E ÁGUAS NATURAIS CORROSÃO GALVÂNICA CORROSÃO GALVÂNICA Características básicas: • Contato entre dois materiais com diferentes potenciais; • Eletrólito onde a corrente iônica é transportada; • Contato elétrico para o transporte de corrente. Exemplo: Fe : anodo Cu , Bronze: catodo CORROSÃO GALVÂNICA Metais diferentes: (Corrosão galvânica) CORROSÃO GALVÂNICA Série galvânica em água do mar a 25°C (Panossian). CORROSÃO GALVÂNICA Série galvânica em água do mar a 25°C (Panossian). CORROSÃO GALVÂNICA Mecanismo básico da corrosão galvânica CORROSÃO GALVÂNICA • Fatores influenciadores Potenciais de corrosão de cada um dos metais constituintes do par no meio considerado; Características do meio; Fatores geométricos: área relativa dos metais constituintes do par e distância entre os mesmos; Produtos das reações, natureza do metal mais nobre e tipo de reação catódica. CORROSÃO GALVÂNICA Potenciais de corrosão dos metais do par galvânico Quanto maior for a diferença dos potenciais de corrosão individuais, maior o valor da corrente galvânica (e a taxade corrosão), considerando-se a influência da polarização e da geometria. Na seleção de materiais para a fabricação de componentes, deve-se escolher metais com potenciais de corrosão próximos na série galvânica. CORROSÃO GALVÂNICA Corrosão de Ferro Acoplados a outros metais CORROSÃO GALVÂNICA Natureza do meio O meio influencia a intensidade de ataque do metal menos nobre e também determina qual metal será anodo e catodo (podendo haver inversão de polaridade). Exemplo: considerando o par ferro-alumínio. - Nos meios em que não houver passivação do alumínio, este corroerá preferencialmente, protegendo o ferro. - Nos casos em que houver passivação do alumínio, o ferro corroerá preferencialmente em relação ao alumínio. CORROSÃO GALVÂNICA Natureza do meio Um outro fator importante é a condutividade do meio. Para meios de alta condutividade (imersão em meio líquido), a ação galvânica se faz sentir em toda a extensão, enquanto nos meios de baixa condutividade (umidade na corrosão atmosférica), a ação galvânica é local. Nos meios ou ambientes corrosivos que apresentarem contaminação por poluentes como cloretos e SO2, o eletrólito (meio corrosivo) torna-se condutor (ou mais condutor) e a ação galvânica fica mais pronunciada. CORROSÃO GALVÂNICA Fatores geométricos: área relativa dos metais constituintes do par • Relação entre as áreas catódica (AC) e anódica (AA): Se AA/AC > 1 corrosão não é prejudicial. Se AA/AC < 1 corrente será tanto mais intensa quanto maior for a área catódica e menor a anódica. CORROSÃO GALVÂNICA Fatores geométricos: distância entre os mesmos • Quanto maior a distancia, maior a dificuldade de se manter uma corrente iônica no eletrólito devido ao aumento de resistência elétrica entre o anodo e o cátodo. CORROSÃO GALVÂNICA Produtos de reação • Os produtos de reação que ocorrem na superfície do metal menos nobre influenciam na intensidade da corrosão galvânica. • Quando os produtos de corrosão são solúveis, a taxa de corrosão se manterá constante no tempo, enquanto para produtos de corrosão insolúveis ou aderentes à superfície ocorre a redução da taxa de corrosão com o tempo. CASO: TUBULAÇÃO DE COBRE QUE ALIMENTA TANQUES DE AÇO-CARBONO Neste caso, se o fluido ocasionar ação mecânica e/ou ação corrosiva no tubo de cobre, arrastará partículas e/ou íons Cu2+ para o tubo de aço, tendo-se então: Corrosão galvânica do tubo de aço devida a possível deposição das partículas de cobre; CORROSÃO GALVÂNICA • Neste caso, se o fluido ocasionar ação mecânica e/ou corrosiva no tubo de aço, arrastará partículas de aço e/ou íons Fe2+ para o tubo de cobre, tendo-se o par galvânico aço- cobre, mas agora a corrosão se processará nas partículas de aço, não afetando o tubo de cobre, e também não ocorrerá reação entre os íons ferro (II) e o cobre metálico. CORROSÃO GALVÂNICA CORROSÃO GALVÂNICA CORROSÃO GALVÂNICA Métodos de Prevenção – Medidas a serem adotadas 1- Seleção de metais - selecionar metais próximos na série galvânica 2- Adoção de relação catodo/anodo favorável - adotar a menor área possível do catodo em relação ao anodo. 3- isolamento elétrico - sempre que for possível, adotar isolamento elétrico. Esta medida pode eliminar a corrosão galvânica. CORROSÃO GALVÂNICA Métodos de Prevenção – Medidas a serem adotadas 4- controle da resistividade do meio - A corrosão galvânica torna-se desprezível em meios de alta resistividade. Pode ser conseguida pelo aumento da distância dos metais do par, entretanto, somente funciona quando o eletrólito é pouco condutor. 5- desaeração Em alguns casos em que a reação de redução do oxigênio é a reação catódica importante, a eliminação deste elemento por algum método de desaeração pode minimizar a corrosão galvânica. CORROSÃO GALVÂNICA Métodos de Prevenção – Medidas a serem adotadas 6- aplicação de revestimentos metálicos A utilização de revestimentos metálicos protetores tem sido uma medida preventiva muito adotada. Por exemplo, no par alumínio/ferro em água do mar, recomenda-se revestir o aço com alumínio, zinco ou cádmio. 7- emprego de proteção catódica Para evitar a corrosão de ambos os metais constituintes do par, pode-se conectar aos mesmos um terceiro metal, menos nobre. Nestas condições, este último corroerá protegendo catodicamente os outros dois. Esta prática é denominada proteção catódica e o metal menos nobre é o anodo de sacrifício. CORROSÃO GALVÂNICA Métodos de Prevenção – Medidas a serem adotadas 8- aplicação de revestimentos orgânicos A utilização de revestimentos orgânicos (tintas), também tem sido uma prática bastante adotada para minimizar a corrosão galvânica, sendo mais adequada a pintura de ambos os metais do par. No caso de pintura de um só metal, escolher o mais nobre. 9- utilização de inibidores de corrosão A adoção de inibidores de corrosão poderá minimizar a corrosão galvânica. Esta prática restringe-se a sistemas fechados. CORROSÃO GALVÂNICA CORROSÃO GALVÂNICA
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