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Michelle Cunha Graça 1 Aula 07 – 05/04/2011 AS ZONAS DE SUBDUCÇÃO ATUAIS DO PLANETA - Origem e tipos de subducção - Efeitos geológicos e geofísicos - Domínios de primeira ordem – Evolução diacrônica e importâncias - Subducção evoluindo para transcorrências - Subducção x Metamorfismo - Subducção x Magmatismo De uma fase para outra existe uma conexão de estruturas. Como por exemplo, as estruturas de falhas transversais das dorsais sendo heranças da fase rifte. Zonas de subducção no mundo: OxC: Andina, América do Norte, América Central, Mediterrâneo; OxO: No Norte, Noroeste, Oeste e Sul do Pacífico (Japão, Filipinas, Sumatra, etc.) Os eixos de dorsais criam no planeta zonas de compressão. Exemplo: Dorsal de Atlântico empurrando a placa Sul americana e a dorsal do Pacífico empurrando a placa de Nazca. Assim, em zonas de compressão pode haver um desequilívrio gravitacional causando a subducção de uma placa sobre a outra. Ocorrem dois tipos de subducção: de placas oceânicas e de placas oceânicas com continentais. Com a placa oceânica mais velha, mais densa e mais fria, descendo. Há também as subducções rápidas e as lentas (velocidades em cm/ano). A subducção lenta é causada pela proximidade da dorsal na fossa, e a rápida acontece pela grande distância da dorsal. O início de uma subducção é rápida e à medida que a subducção evolui a subducção vai ficando mais lenta, pois as rochas da dorsal então ficando mais próximas da fossa. Além da relação da dorsal/fossa há ainda o ângulo de interação entre a dorsal e a fossa. O ângulo frontal (90º) causa uma subducção mais rápida que o ângulo oblíquo pois este ângulo oblíquo se decompõe em dois vetores que vão causar a subducção propriamente dita e um movimento cisalhante. Mapeando o Plano de Mergulho da Placa em Subducção (Beniof): Existem duas formas de se mapear esse plano abaixo da superfície, ambos são métodos geofísicos. Uma forma é através de seções sísmicas, ou seja, as ondas são geradas pelo homem. O outro método de mapeamento é através de sismos (terremotos). O foco é o local onde é gerado as frentes de onda. Com dois ou três focos determina-se o plano de subducção. Então, os ambientes em que os focos de terremotos podem ser rasos e intermediários nos planos de subducção. Existem terremotos rasos também em riftes, dorsais, falhas transcorrentes e zonas de colisão. Terremotos profundos em zonas de subducção também estão relacionados com a idade. Zonas mais antigas podem ter focos de sismos mais profundos, enquanto que subducções mais novas podem apresentar sismos rasos. Há relação ainda com o ângulo do plano de subducção; quanto maior o ângulo, possivelmente mais sismos profundos. O ângulo de subducção é determinado através da determinação de duas ou três profundidades focais e as distâncias desses focos na superfície. Nos Andes, há ocorrência de terremotos rasos e profundos localizados. Muito provavelmente, as ocorrências de terremotos profundos estão localizados numa parte da placa de Nazca que subductou primeiro ou o ângulo de subducção desta parte da placa é maior. Assim, podemos concluir que as subducções são diacrônicas. Essas subducções atuais causam efeitos geológicos e geofísicos. Podem criar terremotos, tsunamis (pela diminuição do nível da lâmina d’água – deslocamento vertical), formação de arcos continentais e de ilha. Ao comprimir placas tectônicas há a construção de orógenos. Os orógenos gerados por subducção são chamados de orógenos acrescionais (Japão, Filipinas, Caribe, Andes) – cadeias de montanhas ou áreas elevadas. Há alterações nas rochas da crosta (efeitos geológicos), como o metamorfismo, falhas, magmatismo; alterando as características físicas das rochas. Esquenta e Michelle Cunha Graça 2 comprime os materias, ficando cada vez mais espessos, mudando as características gravitacionais. Ocorre metamorfismo, pois no contato entre as placas há calor e pressão para modificar a rocha causando mudanças também na gravimetria e em outras propriedades geofísicas. Mudam-se as propriedades físicas de ambas as litosferas. A que está sendo subductada e a que está patrocinando a subducção. A área que não é afetada pela subducção é o cráton (ao lado do orógeno). Existem dois tipos de orógenos: os acrescionais, que são controlados pela subducção; e os colisionais, que são controlados pela colisão. No primeiro, o oceano ainda está presente, no segundo, não. Os Himalaias são orógenos colisionais atuais que ainda apresentam atividade deformacional, magmática e sísmica. Ambos os orógenos apresentam compartimentos de primeira ordem: o arco magmático. Este arco magmático pode ser de dois tipos: de ilha e continental; a depender do tipo de subducção. Assim, no Arco magmático tem-se poeira e cinzas vulcânicas na superfície e é formado por rochas plutônicas, vulcânicas e subvulcânicas. Então o arco é formado com um sistema de rochas magmáticas que podem ser cinza, rochas de derrame, subvulcânicas e as mais profundas (plutônicas). Existem compartimentos que acompanham o arco: o back-arc e o fore-arc. No assoalho oceânico existe uma camada de sedimentos pelágicos; à medida que a placa oceânica vai sendo subductada, vai levando esses sedimentos, e ao serem comprimidos eles começam a dobrar formando o prisma da região fore-arc. Esse prisma se constitui de uma faixa de sedimentos dobrados, metamorfizados, com falhas inversas localizado logo depois da fossa. Por outro lado, a região back-ark também não é uma região de caráter estritamente magmático. Essa região é caracterizada pela formação de bacias que podem ser de sinéclise ou de rifte. Assim, pode-se concluir que bacias de rifte podem ser causadas pela tectônica de plumas e também podem ser causados pela tectônica de placa. Na região de back-arc é a tectônica de placa. Sobre essa bacia existe uma cobertura formada por sedimentos. Em que condições os sedimentos da região back-arc estarão dobrados, falhados e com rochas vulcânicas? Pode apresentar como pode não apresentar. Depende da evolução da subducção, ou seja, da posição da dorsal. Quanto mais próximos das dorsais, as sinéclises se desenvolvem mais, podendo se tornar riftes (sedimentos subhorizontalizados) e mais a diante os sedimentos do rifte podem se tornar totalmente dobrados. Numa sinéclise pouco evoluída pode-se interpretar que os sedimentos estão horizontalizados; numa sinéclise evoluída, pode-se esperar que os sedimentos estejam sobrados. Com tudo isso, pode-se concluir que a evolução da subducção é diacrônica. Uma bacia que tenha possibilidade de existir petróleo, são bacias que tem movimentação, ou seja, que tenham falhas capazes de colocar o gerador lado a lado com o reservatório. Assim, um rifte é mais interessante para petróleo. Mas se uma bacia de sinéclise tiver dobras (anticlinais e sinclinais) pela compressão, então há a possibilidade de existir petróleo. No entanto, quando há uma excessiva compressão, o que era favorável começa a ser desfavorável na formação de petróleo: aumenta o metamorfismo, diminui a porosidade e se granitizar, há calor em excesso. Ou seja, tem que ocorrer uma compressão adequada. Para petróleo, existem outras variáveis importantes, como a sedimentação. Pode-se formar uma bacia muito favorável para petróleo do ponto de vista estrutural, mas não no ponto de vista sedimentar, podendo não ter formado a rocha geradora ou a rocha de reservatório e assim não gerar petróleo. Então, além da estrutura, para a geração de minérios, de petróleo e de outros produtos de interesse econômico, a sedimentação tem de ser favorável, o clima, o nível do mar, a rocha-fonte etc. A Serra do Mar é a rocha-fonte da Baciade Campos; principalmente em épocas que chovem muito e o nível do mar abaixou, a sedimentação é intensa, transportando muita areia para a Bacia de Campos. Essa areia é a areia de reservatório do pós-sal (turbiditos). Assim, é necessário estrutura, tectônica, rocha-fonte e clima. Além da sedimentação do bloco, em arcos de ilha pode-se ter sedimentação marinha no back-arc. Michelle Cunha Graça 3 A sedimentação de uma bacia back-arc varia muito e depende de muitas variáveis. Pode receber um aporto de erosão do arco, pode receber um aporte de erosão do continente, pode receber sedimentação marinha (rasa ou profunda), e pode-se ter rochas basálticas. Na frente do arco, na região fore-arc, a depender do estágio de subducção, tem- se uma bacia com sedimentos marinhos deformados e metamorfizados formando um prisma metasedimentar. Esses sedimentos ao serem deformados e comprimidos vão se espessar por serem plásticos. Com o aumento da pressão, forma-se uma bacia de sinéclise entre os metasedimentos e o arco. A formação dessa sinéclise depende da história de evolução da subducção. A bacia de fore-arc tem sedimentos clásticos provenientes da erosão do arco e da erosão do prisma; pode ter sedimento marinho. Esses sedimentos marinhos podem formar matéria orgânica, e os sedimentos clásticos do prismas podem gerar reservatório. Assim, a bacia do fore-arc também pode ter petróleo. Os metasedimentos podem criar falhas de compensação isostática para gerar petróleo. Pode existir sedimentação intra-arco/intra-montanha. Essa sedimentação é de natureza ígnea, da própria erosão dos arcos. Na subducção há fusão de vários minerais ricos em água e devido a liberação dessa água, há a formação dos arcos. Então, somente se os minerais liberarem água suficiente haverá arcos numa subducção. A desidratação é mais intensa à medida que a profundidade aumenta. Assim, à medida que a placa que foi subductada vai desidratando, vai formando os primeiros arcos. Os arcos modernos fundem o manto litosférico. *Na fase Golfo é quando há maior liberação de calor e consequentemente de CO2. Assim, quando a Terra teve muitas fases de Golfo, deveria ter muito efeito estufa. (Terra Primitiva) Existem dois tipos de arcos: o proximal e o distal. O proximal é o primeiro a ser formado com a liberação de água a uma menor profundidade resultando, assim, num arco mais próximo da fossa. O arco distal é o último a ser formado pela liberação intensa de água a elevadas profundidades, quando a subducção está mais evoluída, resultando, assim, num arco mais distante da fossa. Ambos os arcos não são favoráveis na geração de petróleo, mas são interessantes para energia geotérmica. Se for um arco de ilha, o magma expelido entra em contato com a água do mar, se esfria, quebra e pode sofrer lixiviação. Então, no topo desses arcos, podem-se encontrar sulfetos de cobre e de zinco principalmente, e ouro. Exemplo: Subducção andina resulta em Cobre na região do arco no Chile. Um arco mais antigo, com um alto nível de erosão, não vai ser interessante na exploração desses minerais metálicos. Os arcos proximais tem uma taxa de fracionamentos das rochas ígneas menor, pois a profundidade é menor. Os arcos distais tem uma maior taxa de fracionamento, devido a maior profundidade que o manto litosférico sofreu a fusão parcial; e também tem uma maior quantidade de água. Assim, o sistema de rochas que se formou no arco proximal são mais densas, pois são rochas que não se diferenciaram muito – são rochas básicas intermediárias. As rochas do arco distal são mais leves, devido a maior quantidade de água liberada e a maior taxa de fracionamento. Quanto mais o magma se fraciona, mais minerais mais leves chegam na superfície. No arco proximal, encontram-se muitos grabros, granodioritos; rochas mais ricas em ferro e magnésio. No arco distal são rochas mais ricas em sílica. Então, a densidade média do arco proximal é maior que a densidade média do arco distal (diferenças gravimétricas e magnéticas). HOT SPOTS: Gerando riftes. Qual a importância? Controle dessas áreas por causa da possibilidade de sismos utilizando um monitoramente sísmico. Se existe um hot spot, a geofísica pode monitorar a cabeça desse ponto quente através de velocidade sísmica, anomalias de baixa gravidade, baixa velocidade, etc. É preciso saber a espessura e resistência da crosta e a intensidade desse ponto quente. Pode estar Michelle Cunha Graça 4 lozalizado próximo da superfície e ser utilizado como usina de energia geotérmica. Outra coisa, é o ponto quente no assoalho oceânico, formando estruturas intraplaca. Subducção entre o Índico e o Pacífico: Bacias que são alvos para prospecção de petróleo. Porém, essas bacias de fore-arck e back-arc não estão ligadas, estão descontínuas, por causa das subducções diacrônicas. Assim, a geometria/arquitetura das bacias complica o acesso e ao estudo das mesmas. Entre as montanhas rochosas (primas + arco) e o escudo canadense há uma bacia favorável na formação de petróleo. Subducção Evoluindo para Transcorrência: Um exemplo típico é a falha de Santo Andres no Oeste dos Estados Unidos. Há milhões de anos atrás era uma zona de subducção. O bloco alto é continental e pertence aos EUA. O bloco baixo é oceânico e pertence ao Pacífico. Eram três placas: 2 oceâncias e 1 continental ( Pacific Plate, Farall on Plate e North America Plate). Com o passar de um tempo geológico, a dorsal vai se aproximando da fossa até que se encosta no continente. Como essas rochas estão quentes e leves, não conseguem descer e assim causam, por acomodação, transcorrências, causando cisalhamento. Depois de um tempo geológico, a falha se encosta mais ainda e intensifica essa transcorrência. Quase todos os sistemas de subducção atuais tem um componente transcorrente. Por causa ou das dorsais que estão próximas da fossa ou por causa dos ângulos de interação oblíquos se decompondo em um movimento cisalhante e outro de subducção. Do ponto de vista geomorfológico, são formados os platos do Colorado, que são antigos arcos que com os movimentos cisalhantes, deixaram de ser formados, e com a erosão se tranformaram em platôs. Transtração: Localamente não uma compressão, mas ao redor, há. Pode-se formar uma bacia de rifte chamada de pull-apart. Ou seja, um rifte pode ser formado por plumas, por back-arc e por transtração. E se está numa região oceância pode receber sedimentação marinha, como existe uma compressão regional pode ocorrer dobras, como tem falhas pode ter deslocamento, então são bacias importantes para pesquisa de petróleo. Essas bacias estão localizadas ao lado do prisma fore-arc. As melhores rochas para se ter esse tipo de movimento são entre zonas com rochas distintas, pois são zonas de fraqueza fáceis de serem falhadas ( quartzito x calcário; folhelho x calcário, etc). Ciclo de subducção: Subducção rápida→Subducção lenta→Compressão→Transcorrência→A placa parte. É mais fácil quebrar uma placa quando o ângulo de interação é oblíquo. No começo do ciclo de Wilson as falhas são normais e verticais. Numa subducção, as falhas são inversas, de empurrão. As falhas normais são da fase rifte e da fase dorsal (tectônica de distensão); tectônica de compressão (subducção) o teto sobe – o material que estava em cima vai para baixo e o que estava em baixo vai para cima.À medida que essa compressão aumenta, essas falhas passam para transcorrência (bacias de pull- apart). Então o falhamento evolui com o Ciclo de Wilson. Metamorfismo: Região ante-arco. Se os sedimentos estiverem no nível 1 (menor profundidade), com uma temperatura (300ºC) e pressão confinante baixos e um estresse alto (para rochaspelíticas) vai formar filitos, ardósias de fácie xisto verde (metamorfismo baixo) - Epizona. Se os sedimentos estiverem em um nível intermediário com temperaturas (700ºC) e pressão confinante medianas e um estresse médio, formarão rochas de Mesozona, ou seja, metamorfismo médio a alto; formam xistos e gnaisses. Se os sedimentos estiverem numa região mais profunda, temperatura (900ºC) e pressão confinante elevados e estresse baixo, formam-se rochas da Catazona – migmatitos e granulitos. Então, esse prisma metasedimentas pode apresentar em diferentes níveis, rochas diferentes. No nível mais profundo existem as rochas mais metamorfizadas. E à medida que a compressão aumenta, formam-se falhas de empurrão e dobras. Assim, rochas da mesozona podem ficar lado a lado com rochas da epizona, rochas da epizona podem ficar lado a lado com rochas da catazona, etc, através das falhas de empurrão. As rochas da epizona (filitos e ardósias) são as mais leves; granulitos e migmatitos são mais densas. Então ao se fazer um levantamento geofísico Michelle Cunha Graça 5 das rochas do prisma, pode-se ter um contraste geofísico ao passar de uma zona mais leve para uma zona mais pesada. Por causa das falhas de empurrão que levaram para cima as rochas da catazona e posteriormente, a erosão colocam as rochas de epizona lado a lado com as de catazona. As anomalias geofísicas dentro de um prisma são mais brandas que as anomalias geofísicas entre um prisma e um arco. O prisma, comparado com o arco, apresenta rochas mais leves, porque no prisma acontece metamorfismo de rochas sedimentares, enquanto que no arco o predomínio é de rochas ígneas. As rochas do arco também sofrem metamorfismo. A isoterma no arco é diferente da isoterma do prisma – que é uma fonte térmica. Um gnaisse do arco pode estar lado a lado de um gnaisse do prisma. Mas como os protólitos não são iguais (arco-ígneo; prisma-sedimentar), então as rochas do arco são muito mais densas. Então, pode-se ter um zoneamente lateral e vertical nas cadeias de orógenos acrescionais.
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