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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE CCET - CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS BACHARELADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA ELETRÔNICA II RIO BRANCO - AC Discente: Lucas Costa Vichinsky Docente: Elmer Osman Hancco Catata Trabalho referente à amplificadores de potência classe B e D. INTRODUÇÃO Durante a disciplina de eletrônica nos reparamos com amplificadores operacionais que possuiam diversas funções, a maioria delas relacionadas a filtros ativos com topologias diferentes. Porém com diversas topologias fica cada vez mais claro que isso não é o suficiente para resolver os problemas que possuímos por exemplo em amplificação de sinal, eficiência e dissipação de potência. Para isso foram desenvolvidos circuitos chamados de amplificadores de potência. Esse trabalho em específico tem como objetivo falar sobre dois deles o amplificador de classe B e o amplificador de classe D. AMPLIFICADORES DE POTÊNCIA A principal característica dos amplificadores de potência ideias são a linearidade, o ganho de sinal, a eficiência e a saída de potência. Porém em amplificadores sempre existe uma troca entre essas diferentes características. Generalizando, sinais largos ou amplificadores de potência são usados em estágios de sistemas amplificadores de áudio para gerenciar a carga de um autofalante. Um autofalante genérico possui impedância entre 4 ohms e 8 ohms, por essa razão um amplificador de potência deve ser capaz de fornecer um alto pico de corrente necessário para implementar a corrente de um autofalante com baixa impedância. Um método que é usado com frequência para distinguir os diferentes tipos de amplificadores de potência é divindo-os em classes, assim eles são classificados de acordo com a sua configuração de circuito e o método de operação. Classes de amplificadores representam a quantidade de sinal de saída que varia com o circuito amplificador em um ciclo de operação quando excitados por uma onda senoidal. A classificação deles variam em uma gama de aplicações inteiramente lineares (para uso em amplificações de sinal com alta fidelidade) com baixa eficiência, para sistemas inteiramente não lineares (quando uma reprodução de baixa fidelidade) a operação possui uma eficiência muito mais alta, enquanto os outros estão compromissados entre os dois. As classes de amplificadores de potência estão principalmente divididos em dois grupos. Os primeiros consistem em amplificadores para controle de ângulos. Os mais comuns são os de classe A, B, AB e C, que são definidos pela largura de condução de seu estado de saída. Os segundos tipos de amplificadores são os chamados de “amplificadores de chaveamento” que consistem nos amplificadores de classe D, E, F, G, S, T, etc., que usam circuios digitais e modulações por largura de pulso (PWM) para constantemente chavear o sinal entre os dois estados (“ligado” e “desligado”/”1” e “0”) gerenciando a saída na região de saturamento e de corte dos transistores. Os amplificadores de potência mais usualamente manufaturados são aqueles usados em amplificadores de áudio, principalmente os de classe A, B, AB e C. CLASSES DE AMPLIFICADORES E EFICIÊNCIA Assim como os amplificadores de áudio existem um bom número de amplificadores operacionais relacionados a design de chaveamento que utilizam diversas técnicas para reduzir a perda de potência e acrescentar sua eficiência. Alguns designs de amplificadores operacionais utilizam ressonantes RLC ou multiplas fontes de tensão para reduzir sua perda de potência ou ainda são DSP’s( sinais processados digitalmente), amplificadores que utilizam técnicas de chaveamento por modulação de largura de pulso (PWM). 270º360º Fig. 1 - Resumo: Figura simplificada para amplificadores de potência. A AB B C B CABA D ao T Eficiência 100% 75% 50% 25% 0% 0º90º180º AMPLIFICADORES CLASSE B Amplificadores classe B foram inventados como uma solução para a eficiência e problemas associados à aquecimento do amplificador de classe A. O amplificador básico de classe B usa dois transistores complementares cada um deles FET bipolar para cada metade de parecela da forma de onda com seu estágio de saída configurado como um tipo de arranjo “empurra-puxa”,assim cada transistor amplifica uma parte da forma de onda de saída. Nos amplificadores de classe B, não há uma base de corrente contínua já que ela tende à zero, então a potência contínua é muito pequena, em compensação a eficiência é muito maior do que a do que o de um amplificador de classe A. Entretanto, o preço pago pelo aumento da eficiência é a linearidade do dispositivo de chaveamento. Quando o sinal de entrada é positivo, o transistor polarizado positivamente conduz enquanto o transistor polarizado negativamente não conduz. De maneira semelhante, quando a entrada é negativa, o transistor polarizado positivamente não conduz enquanto o transistor polarizado negativamente conduz. Desta maneira, os transistores conduzem metade do sinal, tanto na parcela positiva quanto na parcela negativa do sinal, apenas meio ciclo de onda. Curva de Operação Sinal de Saída Área Não Usada Sinal de Entrada Fig. 2 - Amplificador Classe B: resposta e circuito. Ic Q Sinal de Saída Fig. 3 - Amplificador Classe B: Gráfico de onda de Entrada e Saída. Sinal de Entrada Vce Pode ser visto que cada transistor do amplificador de classe B só conduz atravez de uma metade ou cento e oitenta graus (180º) da forma de onda de saída em um tempo de alternação estrito, porém enquanto o estágio de saída tem dispositivos para ambas as meias formas de sinal onda, as duas metades são combinadas em para produzir uma foma de onda de saída totalmente linear. Esse puxa-empurra design do amplificador é obviamente mais eficiente que o de classe A, em uma faixa de 50%, mas o problema com o design de amplificadores de classe B é que ele pode criar distorções em pontos cruzados no zero da forma de onda, isso se deve ao fato de que a banda morta da tensão de entrada é de -0.7 à 0.7 V. É necessária uma tensão entre a base e o emissor de 0.7 V para fazer com que um transistor bipolar comece a conduzir. Então, em amplificadores de classe B, a saída não é polarizada para um valor de tensão se essa voltagem não for excedida. Isso significa que parte da onda que cai em 0,7 V não será representada com precisão tornando o amplificador de classe B ineficiente para aplicações de amplificadores de áudio que necessitem de uma precisão maior. Para superar essa falha que existe nos amplificadores de classe B, foram criados os amplificadores de classe AB. Apenas como fator de esclarescimento, amplificadores classe B podem ser considerados circuitos transistorizados que apenas passam uma das duas metades de forma de onda. Então, a diversidade de circuitos amplificadores classe B é imensa. AMPLIFICADORES CLASSE D A maioria dos engenheiros desenvolvedores de sistemas de áudio estão cientes das vantagens dos amplificadores operacionais de classe D sobre os amplificadores A, B, C e AB. Na amplificação linear, como os amplificadores de classe B, quantidades significativas de potência são perdidas devido a polarização dos transistores e a operação linear das saídas dos transistores. Devido ao fato de transistores em amplificadores de classe D trabalharem como chaves, há uma perda pequena de potência. Qualquer perda associada a potência em amplificadores de classe D está diretamente associada a perda por aquecimento, que pode ser facilmente atenuada por dissipadores de calor, assim os amplificadores de classe D são altamente recomendados para aplicações compactas que requerem uma alta quantidade de potência. Re Fig. 4- Exemplo: Circuito amplificador classe B com um transistor. +S Out +Vcc Sinal de SaídaSinal de Entrada +S Inp Rc -S -S O amplificador de classe D para áudio é basicamente um amplificador chaveadonão linear ou um amplificador de PWM. Amplificadores de classe D teoricamente podem chegar a 100% de eficiência, como eles não possuem período durante o ciclo que a tensão e a corrente se sobrepõe quando a corrente é medida apenas pelo transistor que está ligado. TOPOLOGIAS PARA AMPLIFICADORES CLASSE D Existem diversas topologias para os amplificadores de classe D, as mais básicas lidam com modulação por largura de pulso (PWM) com um oscilador de onda triângular (ou um dente de serra). Na figura abaixo será exibido um diagrama simples para um amplificador de classe D. Ele consiste em um modulador de largura de pulso, dois MOSFETs de saída e um filtro passa-baixa externo para recuperar a amplitude do sinal de áudio. Como exibido na figura, o canal P e o canal N dos MOSFET’s operam como chaves condutoras de corrente alternando entre a tensão Vdd e o terra. Devido ao comportamento dos transistores de alternar entre Vdd ou o terra, o resultado de saída do amplificador de classe D é uma onda quadrada. A frequência de chaveamento para grande parte dos circuitos amplificadores de classe D está entre 250kHz até 1.5MHz. A saída de onda quadrada é modulada por largura de pulso pela entrada de áudio gerando internamente uma onda triângular (ou dente de serra). Esse tipo de modulação é comumente chamada de “amostragem natural” onde a onda triangular age como um pulso de clock de amostragem. O resultado do ciclo da onda quadrada é proporcional ao nível de sinal da onda de entrada. Quando não existe sinal de entrada o ciclo da saída de sinal é igual a 50%. t (s) Fig. 5- Topologia: Circuito amplificador classe D, Diagrama simplificado. Terra Vout (V) Vdc Vdd Capacitor de Saída Resistor de CargaCapacitor do Filtro Sinal de Áudio - Oscilador de Onda Triangular Indutância do Filtro + Se existe a necessidade de extrair o sinal amplificado dessa forma de onda PWM, a saída do do amplificador de classe D é alimentada a um filtro passa-baixa. O filtro passa baixa LC age como um integrador passivo (assumindo que a frequência de corte do filtro é ao menos uma ordem de magnitude menor que a frequência de chaveamento da saída) essas saídas são iguais ao valor médio da onda quadrada. Adicionalmente, o filtro passa-baixa previne chaveamento em altas frequências de energia serem dissipados na carga resistiva. Assumindo que o sinal de saída filtrado e a corrente de saída filtrada permanecem constantes durante um único período de chaveamento. Assumir isso é perfeitamente válido já que a frequência de chaveamento é muito maior que a frequência de entrada do áudio. Entretanto, a relação entre os ciclos de trabalho e a saída resultante do siinal filtrado pode ser derivada usando um análise simples no domínio do tempo. Essa equação depende somente da tensão instantânea que circula pelo indutor. Por causa da corrente média circulando pela carga ser assumida como constante em um certo período de chaveamento, a corrente do indutor no começo do período de chaveamento deve ser igual a corrente do indutor no final do chaveamento, o que significa que: Onda Triângular Terra VddSinal De Saída Sinal De Entrada Tsw (Eq. 2) (Eq. 1) Fig. 6- Gráfico: Foma de onda de saída do circuito Amplificador classe D. A equação 2 mostra que a integral da tensão no indutos em um período de chaveamento deve ser igual à 0. Usando a equação 2 e examinando a foma de onda da tensão no indutor mostrada na figura 7, fica claro que os valores absolutos das áreas devem ser iguais a cada um dos outros para que a equação 2 seja verdadeira. Com essa informação, agora nós podemos derivar a expressão para a saída filtrada de tensão em termos do ciclo de trabalho das forma de onda de chaveamento. Assim serão introduzidas outras equações: Substituindo as equações 4 e 5 na equação 3 obtemos o seguinte resultado: Como um último jogo de equações podemos definir a tensão de saída como: Fig. 7- Gráfico: Foma de onda da corrente do indutor e da tensão do indutor com um amplificador classe D de meia ponte. (Eq. 6) (Eq. 5) (Eq. 4) (Eq. 3) PROJETO DE AMPLIFICADORES CLASSE B I. Determinar o ponto onde a corrente de coletor (Icsat) é igual à zero, pois o transistor está trabalhando um pouco acima da região de corte então teóricamente os valores dos resistores devem ser projetados com essa lógica. II. O segundo passo é definir a tensão de polarização de corrente contínua (Vcc), assim reduzindo o número de valores para determinar os valores de resistores; III. O último passo é definir a corrente no ponto de operação do transistor (Icq) assim determinando a última variável para a nossa equação; IV. Note que os dois valores de resistores serão iguais devido a sinergia do circuito; Nota: O circuito utilizado para o projeto é o circuito da Fig. 1, os dois resistores são colocados no coletor de cada transistor. A equação abaixo define como o projeto do amplificador será feito com resistores: (Eq. 7) CONCLUSÃO Apesar de ter como grande maioria de aplicações na área de projetos com amplificadores de áudio, os amplificadores de potência possuem algumas aplicações mais interessantes e mais focadas como por exemplo a redução de dissipação de potência em processadores digitais de sinais (DSPs). Aos amplificadores de classe B, são voltados à aplicações mais analógicas devido à sua boa eficiência e sua boa redução de dissipação de potência, por serem facilmente implementados (apenas com transistores TBJ) são ideais para aplicações onde a integridade do sinal não é importante, ele precisa apneas ser amplificado. Em contrapartida temos os amplificadores de classe D que são destacados por sua alta eficiência e por sua característica de reduzir a dissipação de potência do circuito. Os amplificadores de classe D estão mais associados a aplicações onde a integridade do sinal deve ser preservada, os processos de modulação por largura de pulso (PWM) e aplicações relacionadas conversores analógicos digitais e processamento digital de sinais. Ao aplicar esses sistemas o projetista deve ficar ciente sobre qual sistema adotar. Amplificadores classe B por exemplo são facilmente implementados e possuem um custo baixo. Os sistemas de caixas de som de carros por exemplo, podem possuir uma saída com amplificadores classe B, já que a integridade desse sinal não é importante o intuito é amplificá-lo. Com amplificadores classe D já os sistemas já não são tão facilmente implementados. Um circuito amplificador classe D pode ficar muito grande e sair por um preço bem salgado. Então deve ser apenas aplicados em casos onde a integridade do sinal é muito importante. Os amplificadores classe D são bem mais sofisticados que os amplificadores classe B. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA https://www.maximintegrated.com/en/app-notes/index.mvp/id/3977; http://www.electronics-tutorials.ws/amplifier/amplifier-classes.html; http://clubedaeletronica.com.br/Eletronica/PDF/Amplificadores%20de%20pot encia%20classeB.pdf; http://www.electronics-tutorials.ws/amplifier/amplifier-classes.html;
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