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Manual de Elaboracao de Monografias 2013

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SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA CIVIL 
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
ESCOLA SUPERIOR DE COMANDO DE BOMBEIRO MILITAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MANUAL DE 
ELABORAÇÃO DE MONOGRAFIAS 
2013 
 
 
 
 
 
 
 
 
CSC/QOC CSC/QOS CSA/QOC CSA/QOS 
 
SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA CIVIL 
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
ESCOLA SUPERIOR DE COMANDO DE BOMBEIRO MILITAR 
 
 
 
 
 
 
MANUAL DE ELABORAÇÃO DE MONOGRAFIA 
2013 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Organizadores: 
JANIRO GODOY DE ABREU - TEN CEL BM RR 
TELMO ALVES DE CARVALHO PROF. 
Digitação e formatação: 
WAGNER MERCÊS DA SILVA BARBOSA – SUB TEN BM 
ATUALIZADO EM 04/12/2012 
 
SUMÁRIO 
 
APRESENTAÇÃO.......................................................................................................7 
1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................9 
2 O QUE É MONOGRAFIA.......................................................................................10 
3 ETAPAS DO TRABALHO MONOGRÁFICO ..........................................................11 
3.1 PROJETO DE MONOGRAFIA ............................................................................11 
3.1.1 Escolha do tema...............................................................................................13 
3.1.5 Formulação dos objetivos da pesquisa ............................................................25 
3.1.5.1 Objetivo geral ................................................................................................26 
3.1.5.2 Objetivos específicos.....................................................................................26 
3.1.6 Referencial teórico ...........................................................................................27 
3.1.7 Metodologia......................................................................................................29 
3.1.8 Cronograma .....................................................................................................29 
3.1.9 Plano provisório de trabalho.............................................................................29 
3.1.10 Avaliação do projeto monográfico ..................................................................30 
3.2 COLETA DE DADOS ..........................................................................................32 
3.2.1 Técnicas de coleta de dados............................................................................33 
3.2.1.1 Levantamento bibliográfico............................................................................33 
3.2.1.2 Levantamento documental ............................................................................34 
3.2.1.3 Entrevista ......................................................................................................34 
3.2.1.4 Questionário e formulário ..............................................................................36 
3.2.1.5 Observação ...................................................................................................38 
3.3 REDAÇÃO DO TRABALHO MONOGRÁFICO....................................................39 
3.3.1 Características da linguagem científica............................................................39 
3.4 CITAÇÕES, PARÁFRASES E PLÁGIOS............................................................43 
3.4.1 Tipos de citação ...............................................................................................44 
3.4.1.1 Citação ..........................................................................................................44 
3.4.1.2. Citação indireta ............................................................................................45 
3.4.1.3 Citação de citação.........................................................................................46 
3.4.2Sistemas de citação ..........................................................................................46 
3.4.2.1 Sistema autor-data ........................................................................................46 
3.4.2.2 Sistema numérico..........................................................................................49 
3.4.2.3 Sinais e convenções......................................................................................53 
 
3.4.3 Paráfrases ........................................................................................................54 
3.4.4 Plágios..............................................................................................................56 
4 NORMAS PARA COMPOSIÇÃO FÍSICA DO TRABALHO MONOGRÁFICO........57 
4.1 REGRAS GERAIS DE FORMATAÇÃO...............................................................58 
4.1.1 Papel ................................................................................................................58 
4.1.2 Margens ...........................................................................................................58 
4.1.3 Espacejamento.................................................................................................59 
4.1.4 Paginação ........................................................................................................60 
4.1.5 Indicativo de seção...........................................................................................61 
4.1.6 Figuras ou ilustrações ......................................................................................62 
4.1.7 Tabelas.............................................................................................................63 
4.2 PARTE EXTERNA ..............................................................................................63 
4.2.1 Capa.................................................................................................................63 
4.2.2 Lombada ..........................................................................................................64 
4.3 PARTE INTERNA................................................................................................64 
4.3.1 Pré-textual ........................................................................................................64 
4.3.1.1 Folha de rosto ...............................................................................................64 
4.3.1.2 Errata.............................................................................................................64 
4.3.1.3 Folha de aprovação.......................................................................................65 
4.3.1.4 Folha de proposição.....................................................................................65 
4.3.1.5 Dedicatória ....................................................................................................65 
4.3.1.6 Agradecimentos ............................................................................................65 
4.3.1.7 Epígrafe.........................................................................................................65 
4.3.1.8 Resumo na língua vernácula.........................................................................66 
4.3.1.9 Abstract .........................................................................................................66 
4.3.1.10 Lista de figuras ou ilustrações .....................................................................66 
4.3.1.11Lista de tabelas ............................................................................................664.3.1.12 Lista de abreviaturas e siglas ......................................................................66 
4.3.1.13 Sumário .......................................................................................................67 
4.3.2 Parte textual .....................................................................................................67 
4.3.2.1 Introdução .....................................................................................................67 
4.3.2.2 Desenvolvimento...........................................................................................67 
4.3.2.3 Conclusão .....................................................................................................68 
4.3.3 Parte pós-textual ..............................................................................................68 
 
4.3.3.1 Referências ...................................................................................................68 
4.3.3.2 Glossário .......................................................................................................68 
4.3.3.3 Apêndice(s) ...................................................................................................69 
4.3.3.4 Anexo(s) ........................................................................................................69 
5 NORMAS PARA INDICAÇÃO DE REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................69 
5.1 REGRAS GERAIS DE APRESENTAÇÃO..........................................................69 
5.2 TRANSCRIÇÕES DOS ELEMENTOS................................................................70 
5.2.1 Autoria ..............................................................................................................70 
5.2.1.3 Mais de dois autores .....................................................................................71 
5.3 RESPONSABILIDADE INTELECTUAL DIFERENTE DE AUTOR ......................71 
5.3.1 Autoria desconhecida.......................................................................................71 
5.3.2 Autoria cooperativa ..........................................................................................72 
5.4 TÍTULO E SUBTÍTULO .......................................................................................72 
5.5 PERIÓDICOS NO TODO ....................................................................................72 
5.6 LOCAL DA PUBLICAÇÃO...................................................................................73 
5.7 EDITORA ............................................................................................................73 
5.8 DATA DA PUBLICAÇÃO.....................................................................................73 
5.9 DESCRIÇÃO FÍSICA ..........................................................................................74 
5.9.1 Documento em um único volume .....................................................................75 
5.9.2 Documento em mais de um volume .................................................................75 
5.9.3 Partes de publicações ......................................................................................75 
5.9.4 Séries e coleções .............................................................................................75 
5.10 MODELOS DE REFERÊNCIAS ........................................................................76 
5.10.1 Monografia no todo ........................................................................................76 
5.10.1.1 Livro.............................................................................................................76 
5.10.1.2 Dissertação ou tese.....................................................................................76 
5.10.1.3 Dicionário ....................................................................................................77 
5.10.1.4 Folheto ........................................................................................................77 
5.10.1.5 Manual.........................................................................................................77 
5.10.2 Monografia no todo em meio eletrônico .........................................................77 
5.10.3 Parte de monografia.......................................................................................78 
5.10.4 Parte de monografia em meio eletrônico........................................................78 
5.10.5 Publicação periódica ......................................................................................78 
5.10.5.1 Publicação periódica no todo ......................................................................79 
 
5.10.5.2 Partes de revistas e boletim etc. .................................................................79 
5.10.5.3 Artigo e/ou matéria de revista, boletim etc. ................................................79 
5.10.5.4 Artigo e/ou matéria de revista, boletim etc. meio eletrônico .......................80 
5.10.5.5 Artigo ou matéria de jornal ..........................................................................80 
5.10.5.6 Artigo ou matéria de jornal em meio eletrônico ...........................................81 
5.10.6 Eventos ............................................................................................................1 
5.10.6.1 Eventos no todo ..........................................................................................82 
5.10.6.2 Eventos no todo em meio eletrônico ...........................................................82 
5.10.6.3 Trabalhos apresentados em eventos ..........................................................82 
5.10.7 Documentos jurídicos .....................................................................................83 
5.10.7.1 Legislação ...................................................................................................83 
5.10.7.2 Jurisprudência .............................................................................................84 
5.10.7.3 Doutrina.......................................................................................................84 
5.10.8 Documentos bíblicos ........................................................................................1 
5.10.9 Documentos iconográficos .............................................................................85 
5.10.10 Documentos iconográficos em meio eletrônico ............................................86 
5.10.11 Documentos cartográficos............................................................................86 
5.10.12 Documentos cartográficos em meio eletrônico.............................................86 
5.10.13 Documentos sonoros....................................................................................87 
5.10.15 Entrevistas e depoimentos ...........................................................................87 
5.10.16 Correspondências ........................................................................................88 
REFERÊNCIAS.........................................................................................................89 
ANEXO A – MODELO DE CAPA ..............................................................................91 
ANEXO B – MODELO DE LOMBADA ......................................................................92 
ANEXO C – MODELO DE FOLHA DE ROSTO ........................................................93 
ANEXO D - MODELO DE ERRATA ..........................................................................94 
ANEXO E – MODELO DE FOLHA DE APROVAÇÃO ..............................................94 
ANEXO F – MODELO DE FOLHA DE PROPOSIÇÃO .............................................95 
ANEXO G - MODELO DE DEDICATÓRIA................................................................96 
ANEXO H – MODELO DE AGRADECIMENTO ........................................................97ANEXO I – MODELO DE EPÍGRAFE .......................................................................98 
ANEXO J – MODELO DE RESUMO EM LINGUA VERNÁCULA .............................99 
ANEXO K – MODELO DE ABSTRACT...................................................................101 
ANEXO L- MODELO DE LISTA DE FIGURAS .......................................................102 
ANEXO M – MODELO DE LISTA DE TABELAS ....................................................103 
ANEXO N– MODELO DE LISTA DE ABREVIATURAS ..........................................104 
ANEXO O – MODELO DE SUMÁRIO.....................................................................104 
 
ANEXO P- MODELO DE ILUSTRAÇÕES...............................................................105 
ANEXO Q- MODELO DE TABELAS .......................................................................107 
ANEXO R- MODELO DE GRÁFICOS....................................................................108 
ANEXO S- MODELO DE REFERÊNCIAS ..............................................................109 
ANEXO T- MODELO DE GLOSSÁRIO...................................................................110 
ANEXO U- MODELO DE APÊNDICE .....................................................................111 
ANEXO V- MODELO DE ANEXO ...........................................................................112 
7 
 
APRESENTAÇÃO 
 
A monografia, documento a ser elaborado pelo Oficial Aluno, durante o curso, 
tem o objetivo de mostrar o conhecimento que detém sobre um assunto de cunho 
profissional que está sendo ou venha a ser aplicado na Corporação. 
O tema escolhido deve ser fruto da experiência e conhecimento profissional 
do autor, enriquecido de pesquisa científica para sua execução e posterior 
apresentação. 
O trabalho requer conhecimento na área de Metodologia Científica para 
elaboração do projeto de pesquisa e do seu desenvolvimento, que serão base da 
Monografia (Trabalho Final de Curso). 
O Coordenador do Curso apresentará, na primeira semana de aula, o 
formulário de escolha do tema, com um prazo para devolução nunca superior a 15 
(quinze) dias. Antes de apresentar as propostas preenchidas com 3 (três) temas 
sugeridos, por ordem de preferência, é necessário realizar uma pesquisa inicial em 
livros, revistas e jornais que abordam o assunto referente aos temas propostos para 
preenchimento dos tópicos e a proposição do trabalho. Verificar também na 
Biblioteca da ESCBM se o tema escolhido já não foi apresentado em anos 
anteriores, com o mesmo enfoque ou profundidade. 
O assunto escolhido deve ser delimitado, definindo um foco preciso para não 
se perder em divagações que poderão absorver grande parte do tempo de pesquisa. 
Após a aprovação do tema será preciso: 
- Elaborar o Projeto de pesquisa buscando: 
Dividir o tempo que será dedicado a cada etapa, desde a leitura da 
bibliografia, levantamento de experiências profissionais e pessoais (entrevistas, 
estudos de caso...) até a redação, observando-se os prazos estipulados pela Divisão 
de Ensino; 
- Registrar em fichas ou arquivos de computador os dados essenciais de cada 
uma das leituras; 
- Concluir o Projeto entregando ao professor de Metodologia da Pesquisa 
para correção no prazo estabelecido e; 
- Iniciar a redação da monografia com os dados da pesquisa coletados 
durante a elaboração do Projeto; 
8 
 
- Aproveitar os conhecimentos adquiridos no decorrer do Curso, que serão 
levados em conta pela banca na apreciação do texto monográfico. Os trabalhos 
deverão ser defendidos perante a Banca Examinadora, com apresentação através 
de recursos audiovisuais (slides, transparências, vídeos...). 
 Este manual foi atualizado de acordo com as normas da ABNT 2012, 
atendidas as particularidades dos Cursos da Escola Superior de Comando de 
Bombeiro Militar. 
Rio de Janeiro 04 de dezembro de 2012. 
 TEN CEL BM RR JANIRO GODOY DE ABREU 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Este manual tem como principal objetivo desfazer possíveis dúvidas dos 
alunos do Curso Superior de Bombeiro Militar no que se refere à elaboração do 
trabalho monográfico, bem como orientá-los no sentido da padronização de suas 
futuras produções acadêmicas. 
Como o intuito do manual é ser um instrumento prático e funcional, a sua 
linguagem é simples, incluindo inúmeros exemplos para facilitar a compreensão de 
como se deve ser apresentado este tipo de trabalho de modo que este atenda a 
normatização e as exigências estabelecidas pela Escola Superior de Comando de 
Bombeiro Militar. 
Para tanto, este manual foi desenvolvido com base nos procedimentos 
normalizadores estabelecidos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas 
(ABNT), tendo em vista as seguintes NBRs: 
� ABNT NBR 6023: 2002-Informação e documentação-Referências-
Elaboração; 
� ABNT NBR 6024:2012-Informação e documentação-Numeração 
progressiva das seções de um documento-Apresentação; 
� ABNT NBR 6027:2003- Informação e documentação –Sumário-
Apresentação; 
� ABNT NBR 6028:2003-Informação e documentação – Resumo –
Apresentação; 
� ABNT NBR 10520- Informação e documentação – Citações em 
documentos – Apresentação; 
� ABNT NBR 14724:2011-Informação e documentação –Trabalhos 
acadêmicos- Apresentação e 
� ABNT NBR 15287:2011- Projeto de pesquisa-Apresentação 
 
De modo complementar, recorremos à literatura especializada, em particular, 
a trabalhos já consagrados na área de metodologia da pesquisa, referendados no 
final do manual. 
 
 
10 
 
2 O QUE É MONOGRAFIA 
 
Segundo Lakatos e Marconi(1992, p.151), monografia é: 
[...] um estudo sobre um tema específico ou particular, com suficiente valor 
representativo e que obedece a rigorosa metodologia. Investiga 
determinado assunto não só em profundidade, mas em todos os seus 
ângulos e aspectos, dependendo dos fins a que se destina. 
De acordo com Barqueiro (1979), citado por Lakatos e Marconi (1992), a 
monografia não pode se limitar a mera repetição do que já foi dito por outros autores 
sobre um determinado tema; ser a manifestação de opiniões pessoais sem 
fundamento em dados comprovados ou a exposição de idéias abstratas. Ela deve 
ser o resultado de um processo de investigação rigoroso que leve ao esclarecimento 
de fatos não plenamente conhecidos ou teorias obscuras. 
O processo de investigação científica, porém, não deve se limitar ao simples 
acúmulo de informações e observações. É preciso procurar relações e regularidades 
entre elas. Portanto, é importante saber exercer a reflexão sobre os dados coletados 
seja no laboratório ou no campo. 
Como afirma Salomon(2004,p.221), “Sem a marca da reflexão,a monografia 
transforma-se facilmente em ‘mero relatório do procedimento da pesquisa’ ou 
‘compilação de obras alheias’ ou ‘medíocre divulgação’.” 
A reflexão é fundamental tanto no processo de elaboração quanto de 
comunicação do trabalho monográfico. 
No processo de elaboração, por exemplo, a atividade reflexiva nos ajuda a 
escolher o tema, o(s) problema(s), a(s) hipótese(s), os objetivos, a metodologia a ser 
aplicada, a calcular o tempo necessário a realização da pesquisa, a observar os 
limites e dificuldades do nosso trabalho. 
Já no processo de comunicação, ela nos auxilia a manter organicamente 
unidas as partes que compõem a monografia (introdução, desenvolvimento e 
conclusão), formando uma estrutura ordenada e lógica. 
 
 
 
 
11 
 
3 ETAPAS DO TRABALHO MONOGRÁFICO 
 
Descrever as etapas do trabalho monográfico é o principal objetivo dessa 
seção. Na subseção 3.1, nos ocuparemos do projeto monográfico ou projeto de 
pesquisa, considerado fundamental a realização de todo e qualquer trabalho 
monográfico seja do curso de graduação oupós-graduação. Na subseção 3.2, serão 
apresentadas as principais técnicas de coleta de dados utilizadas em pesquisas na 
área de administração. Na subseção 3.3, apresentaremos algumas diretrizes 
básicas para facilitar o procedimento na elaboração da redação do trabalho 
monográfico. 
 
3.1 PROJETO DE MONOGRAFIA 
 
O projeto de monografia ou projeto de pesquisa é a primeira etapa do trabalho 
monográfico. Ele é um documento que descreve o planejamento e a estrutura da 
pesquisa a ser realizada pelo aluno com ajuda de um orientador. 
Por pesquisa entendemos “[...] o procedimento racional e sistemático que tem 
como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos” 
(GIL,2002,p.17). Os problemas podem ser de ordem prática ou teórica. Os de ordem 
prática decorrem do desejo de conhecer com objetivo de fazer algo de maneira 
eficiente ou eficaz. Os de ordem teórica decorrem do desejo de conhecer pela 
simples satisfação de conhecer. 
Existem diferentes tipos de pesquisa bem como diferentes modos de 
classificá-las. Aqui, adotaremos a classificação proposta por Vergara (2003). 
Segundo a classificação proposta por Vergara (2003, p.46-49), podemos 
classificar os diferentes tipos de pesquisa a partir de dois critérios: quanto aos fins e 
quanto aos meios. Observe as tabelas abaixo. 
Tabela 1-Tipos de pesquisa quanto aos fins 
Tipo de 
pesquisa Características 
Exploratória 
Visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas 
a torná-lo explícito ou a construir hipóteses. Envolve 
levantamento bibliográfico; entrevistas com pessoas que tiveram 
experiências práticas com o problema pesquisado; análise de 
exemplos que estimulem a compreensão. Assume, em geral, as 
formas de Pesquisas Bibliográficas e Estudos de Caso. 
12 
 
Descritiva 
Visa descrever as características de determinada população ou 
fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. 
Envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: 
questionário e observação sistemática. Assume, em geral, a 
forma de Levantamento. 
Explicativa 
Visa identificar os fatores que determinam ou contribuem para a 
ocorrência dos fenômenos. Aprofunda o conhecimento da 
realidade porque explica a razão, o “porquê” das coisas. Quando 
realizada nas ciências naturais, requer o uso do método 
experimental, e nas ciências sociais requer o uso do método 
observacional. Assume, em geral, a formas de Pesquisa 
Experimental e Pesquisa Expost-facto. 
Metodológica Refere-se ao tipo de pesquisa voltada para a inquirição de 
métodos e procedimentos adotados como científicos. 
Aplicada Tem por objetivo a resolução de problemas concretos que podem 
ser imediatos ou não. 
Intervencionista 
Tem como principal objetivo interferir na realidade para modificá-
la. Distingue-se da pesquisa aplicada pelo compromisso de não 
só propor resoluções dos problemas, mas também de resolvê-los 
de forma efetiva. 
Adaptado do livro “Projeto e relatórios de pesquisa em administração” de Sylvia Constant 
Vergara. 
 
Tabela 2-Tipos de pesquisa quanto aos meios de investigação 
Tipo de 
pesquisa Características 
Pesquisa de 
campo 
É um tipo de investigação empírica realizada no local onde ocorre 
ou ocorreu o fenômeno. 
Pesquisa de 
laboratório 
Ocorre em situações controladas, valendo-se de instrumental 
específico e preciso. Tais pesquisas, quer se realizem em recintos 
fechados, quer ao ar livre, em ambientes artificiais ou reais, em 
todos os casos, requerem um ambiente adequado, previamente 
estabelecido e de acordo com o estudo a ser realizado. 
Documental 
Vale-se de documentos originais, que ainda não receberam 
tratamento analítico por nenhum autor. Assim, esta pesquisa não se 
confunde com a bibliográfica. 
Bibliográfica Elaborada a partir de material já publicado, como livros, artigos, periódicos, Internet, etc; 
Experimental 
A pesquisa experimental é o método de investigação que envolve a 
manipulação de tratamentos na tentativa de estabelecer relações de 
causa efeito nas variáveis investigadas. A variável independente 
é manipulada para julgar seu efeito sobre uma variável 
dependente 
Ex post facto Quando o experimento se realiza depois dos fatos; 
Participante 
A pesquisa participante implica em uma interação social entre o 
pesquisador e os indivíduos observados. O pesquisador participa da 
vida da comunidade que ele está estudando, podendo mesmo viver 
13 
 
na comunidade. Ele recolhe os dados de sua observação através de 
notas de campo que ele preenche retrospectivamente, ou seja, 
depois que ele participou de um evento, e não durante a ocorrência 
deste evento. 
Pesquisa-
ação 
Pesquisa concebida em associação com uma ação; os 
pesquisadores e participantes da situação ou problema estão 
envolvidos de modo cooperativo ou participativo; 
Estudo de 
caso 
É o tipo de pesquisa no qual um caso (fenômeno ou situação) 
individual é estudado em profundidade para obter uma 
compreensão ampliada sobre outros casos (fenômenos ou 
situações) similares 
Adaptado do livro “Projeto e relatórios de pesquisa em administração” de Sylvia Constant 
Vergara. 
 
 
Como afirma Vergara (2003), os tipos de pesquisa não são mutuamente 
excludentes. Uma pesquisa pode ser ao mesmo tempo, bibliográfica, documental, de 
campo e estudo de caso. 
 
3.1.1 Escolha do tema 
 
 
A escolha do tema de pesquisa não é uma tarefa fácil.Escolher um tema 
exige reflexão profunda para embasar a decisão do pesquisador (GRESSLER,2003). 
O tema de pesquisa pode surgir de diferentes situações, tais como: 
� Experiência pessoal ou profissional; 
� Experiência científica própria ou alheia; 
� Estudo ou leitura de textos. 
Antes de optar por determinado tema, convém certificar-se de que não 
existem estudos exaustivos anteriores. Procure não reinventar a roda ou redescobrir 
a pólvora. Devemos nos voltar para as questões que ainda não foram respondidas, 
para as que foram deixadas de lado por outros pesquisadores e para as que não 
foram se quer formuladas. 
Por isso, antes de escolher o tema é preciso: 
� Analisar o que você e as outras pessoas sabem sobre o tema; 
� Anotar as lacunas, os aspectos obscuros do conhecimento sobre o 
tema escolhido; 
14 
 
� Observar as incongruências e contradições em assuntos polêmicos e 
nas conclusões não demonstradas; 
� Seguir as sugestões de leituras, conferências ou da simples reflexão. 
Existem algumas perguntas que podem ajudar na escolha do tema de 
pesquisa como, por exemplo: 
� Das coisas que estudo, o que mais me interessa? 
� Quais assuntos me deixam curioso (a)? 
� Em meu trabalho aparecem dúvidas que eu não sei resolver e que me 
aguçam a curiosidade? 
� Que tema despertou meu interesse? 
� Esse tema está dentro do meu alcance? 
� Tenho acesso ao material necessário para enfrentar esse tema? 
� Poderei concluir minha pesquisa dentro do prazo estabelecido? 
Após a escolha do tema, é preciso delimitá-lo. Delimitar é indicar a 
abrangência do estudo, ou seja, é estabelecer os limites extensionais e conceituais 
do tema em questão. 
Segundo Salvador (1977), para delimitar o tema é preciso distinguir o sujeito e 
o objeto da questão. O sujeito é a realidade a respeito da qual se deseja saber 
alguma coisa. É o universo de referência. Podem ser coisas, fatos ou pessoas a cujo 
propósito realiza-se um estudo com a intenção de melhor conhecê-los ou de agir 
sobre eles. O objeto é o tema propriamente dito. É o que se quer saber ou o que se 
quer fazer a respeito do sujeito. É o conteúdo a se focalizar. 
 
 
 
 
 
Identificado o sujeito e o objeto, cabe agora, especificar os limites da 
extensão do sujeito e do objeto, mediante: 
� Adjetivos explicativos ou restritivos. Pelos adjetivos explicativos, 
designam-se asqualidades, condições ou estados essenciais ao 
sujeito ou ao objeto. 
Exemplo: 
Tema: Formação do cadete militar 
Sujeito: Cadete militar 
Tema: Formação 
15 
 
 
 
 
 
 
� Complementos nominais de especificação. São pessoas ou coisas 
que, acrescentados a substantivos ou adjetivos especificam a ação ou 
sentimentos que os mesmos substantivos ou adjetivos designam. 
 
 
 
 
 
� Determinação das circunstâncias. Para limitar ainda mais a extensão 
do assunto podemos acrescentar as circunstâncias de tempo e espaço. 
 
 
 
 
 
 
 
Como afirma Eco (2001, p.10), “[...] quanto mais se restringe o campo, melhor 
e com mais segurança se trabalha “.(grifo do autor) 
 
3.1.2 Pesquisa bibliográfica preliminar 
 
Após a delimitação do tema, tem início a pesquisa bibliográfica preliminar. 
Todo tipo de pesquisa envolve uma etapa de pesquisa bibliográfica. Naturalmente, 
existe aquele tipo de pesquisa que é centrado principalmente na consulta a fontes 
documentárias. Neste caso, além da procura exploratória inicial, haverá um 
aprofundamento quando da fase da coleta de dados com relação a outras fontes 
bibliográficas. 
Exemplo: 
Tema: Formação cultural do cadete militar. 
O adjetivo restritivo ou acidental é um acréscimo arbitrário. 
Exemplo: 
Tema: Formação cultural do cadete militar do Corpo de Bombeiros. 
Ao sujeito cadete militar, pode-se acrescentar a especificação do Corpo de Bombeiros 
Exemplo: 
Tema: Formação cultural do cadete militar do Corpo de Bombeiros do Estado do 
Rio de Janeiro entre 2000 e 2011. 
O está delimitado. 
16 
 
 Aqui a preocupação primeira está numa procura bibliográfica inicial que tem 
por objetivo possibilitar ao pesquisador uma visualização dos parâmetros e variáveis 
implícitas no tema de pesquisa. Essa análise preliminar é indispensável, para que o 
pesquisador posa bem planejar as etapas subseqüentes de sua busca intelectual. 
Por isso, no levantamento bibliográfico preliminar, recomenda-se a consulta, 
de início, a obras de referência, tais como enciclopédias e dicionários gerais 
especializados. O objetivo é obter uma vasta gama de informações relevantes sobre 
o assunto específico com o mínimo de palavras. Além do mais, nas obras de 
referência, sempre no final de cada verbete, existe sempre uma indicação 
bibliográfica com relação ao tema procurado, fazendo com que o pesquisador tome 
conhecimento não somente dos conceitos, das divisões e estrutura do conhecimento 
procurado,mas também das principais fontes e autores que estão produzindo obras 
importantes sobre o tema escolhido. 
Outras fontes de consulta, nesta fase do planejamento da pesquisa, são os 
livros introdutórios, as bibliografias retrospectivas, os artigos e periódicos 
informativos. 
Recomenda-se que o pesquisador elabore um guia bibliográfico, ou seja, uma 
relação de obras mais importantes para consulta. No guia deve ser incluído, além 
das referências bibliográficas, informações resumidas sobre a obra e a importância 
que ela terá com relação ao assunto específico da pesquisa. 
O guia bibliográfico deve ser confeccionado em forma de fichas. 
Como diz o ditado chinês: “A tinta mais pálida é melhor que a memória mais 
fiel”. Não podemos confiar apenas em nossa memória. Depois de ter lido o quinto ou 
décimo texto fica difícil lembrar, em detalhes, o que conteúdo do primeiro texto. 
Os pesquisadores mais experientes costumam utilizar o sistema de fichas 
para anotar as referências bibliográficas e a documentação pesquisada. Observe 
como funciona este sistema. 
Em geral, dividimos as fichas em: 
� Ficha bibliográfica; 
� Ficha de citação e 
� Ficha de leitura. 
A ficha quer bibliográfica, quer de citação, quer de leitura, compreende: 
� Cabeçalho; 
� Indicação bibliográfica; 
17 
 
� Corpo da ficha 
O cabeçalho da ficha deve conter: 
� Título Genérico; 
� Título específico; 
� Número de classificação da ficha. 
A composição do cabeçalho deve obedecer ao plano de trabalho, que assume 
a forma de um índice hipotético onde o pesquisador dispõe cada capítulo ou seção 
do trabalho a ser desenvolvido ao longo da pesquisa. Observe abaixo um exemplo 
de ficha com base no plano de trabalho provisório. 
 
 
 
18 
 
As indicações bibliográficas da ficha são, praticamente, a transcrição da folha- 
da ficha do catalográfica da obra. Todas as indicações bibliográficas devem 
obedecer as normas estabelecidas pela ABNT-Associação Brasileira de Normas 
Técnicas. Observe o exemplo abaixo: 
 
 
 
 
19 
 
Nas fichas bibliográficas, o corpo da ficha é constituído pelos comentários 
sobre a obra ou parte da obra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Já nas fichas de citação, o corpo da ficha é constituído pela cópia de partes 
do texto consultado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
Enquanto que nas fichas de leitura, o corpo da ficha é formado pelas 
observações pessoais do pesquisador sobre a obra consultada, tendo por base o 
problema de pesquisa. Observe abaixo os exemplos de ficha bibliográfica, de 
citação e de leitura: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.1.3 Formulação do problema de pesquisa 
Segundo Salvador (1977), “Problema de pesquisa é uma questão que envolve 
intrinsecamente uma dificuldade teórica ou prática para qual deve ser encontrada 
uma solução.” 
O problema de pesquisa origina-se na mente, a partir de um conhecimento 
incompleto ou uma compreensão falha e é resolvido através de procedimentos 
lógicos e metodológicos adequados. Implica o incremento do nosso conhecimento 
sobre determinado tema. 
Entretanto, o problema de pesquisa não deve ser uma pura criação da mente 
do pesquisador. Ele deve surgir por ocasião das leituras, dos debates, das 
experiências, da aprendizagem, enfim da vivência intelectual do investigador. 
Antes de definir o problema de pesquisa é preciso: 
21 
 
� considerar os quadros teóricos existentes, os paradigmas de pesquisa 
empírica e os modelos de verificação existentes na ciência atual, 
utilizados; 
� conhecer os trabalhos de pesquisa realizados anteriormente sobre o 
mesmo tema, verificando as teorias e dados utilizados; 
� com base nessas teorias e dados, formular uma bateria de perguntas 
sobre o tema, procurando identificar: 
� verificar se o tópico ou tema escolhido é um fenômeno que constitui 
um campo para análise; 
� procurar a relação existente entre as variáveis. 
� Verificar a consistência ou inconsistência das teorias e dados 
apresentados 
� Verificar as lacunas existentes no conhecimento sobre o assunto; 
� Realizar um levantamento provisório de dados. 
Nem todo problema é passível de tratamento científico. Problemas do tipo: 
� A igualdade é tão importante quanto a liberdade? 
� O amor é melhor dos sentimentos? 
Questões que indagam sobre o certo ou o errado das coisas não são 
problemas científicos, mas problemas de valor. Problemas com, por exemplo: 
� Como melhorar o ensino na ESCBM? 
� Como diminuir os congestionamentos na Av. Brasil? 
� O que podemos fazer para melhorar a distribuição de renda no Brasil? 
� Como reformular o ensino público? 
Questões que indagam a cerca de como fazer algo não são problemas 
científicos, mas problemas de engenharia. 
Todo problema científico deve refletir ou estabelecer a relação entre duas ou 
mais variáveis. Observe o exemplo no quadro abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O problema de pesquisa deve ser estabelecido de modo a permitir a 
formulação de hipóteses, ou seja, uma solução provisória para o problema.3.1.4 Formulação da(s) hipótese(s) de pesquisa 
Segundo Gressler (2003, p.121), 
Hipóteses e problemas são ferramentas intelectuais que dão uma direção a 
todo procedimento relativo a uma investigação. Uma hipótese é uma 
explicação antecipada da relação entre duas ou mais variáveis. 
Como ilustração considere o seguinte problema: “Até que ponto o uso de 
equipamentos de proteção individual (EPI) reduz o número de acidentes de trabalho 
no Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ)?” A hipótese 
pode ser a seguinte: “O uso de equipamentos de proteção individual (EPI) reduz em 
90% os casos de acidentes de trabalho no Corpo de Bombeiros Militar do Estado do 
Rio de Janeiro (CBMERJ).” 
Segundo Lakatos e Marconi (1992), não existe regras fixas que limitem a 
elaboração de hipóteses assim como não há limites para a criatividade humana. 
Entretanto, existem algumas fontes que podem gerar hipóteses como, por exemplo: 
� Conhecimento familiar; 
� Observação; 
Exemplo: 
TEMA: Até que ponto o uso de equipamentos de proteção individual (EPI) reduz 
o número de acidentes de trabalho no Corpo de Bombeiros Militar do Estado do 
Rio de Janeiro (CBMERJ)? 
Variável X= Uso de equipamentos de proteção individual (EPI) 
Variável Y= redução do número de acidentes de trabalho no CBMERJ 
 
 X Y 
 
23 
 
� Comparação com outros estudos; 
� Dedução lógica de uma teoria; 
� A cultura geral em que a ciência se desenvolve; 
� Analogias; 
� Experiência pessoal, idiossincráticas; 
� Casos discrepantes na própria teoria. 
Existem vários tipos de hipóteses.De acordo com a taxonomia proposta por 
Gil(1987), podemos classificar as hipóteses em: 
� Hipóteses casuísticas; 
� Hipóteses que se referem à freqüência de acontecimentos; 
� Hipóteses que estabelecem relação entre variáveis. 
As hipóteses casuísticas são mais freqüentes na pesquisa histórica, pois os 
fatos são únicos. As hipóteses casuísticas se referem a algo que ocorrem em 
determinado caso; quando apresentamos determinada característica de um objeto, 
uma pessoa ou um fato específico. Por exemplo, podemos formular a hipóteses de 
que Sócrates nunca existiu, que o pensamento filosófico a ele atribuído foi na 
realidade elaborado por Platão. 
Já as hipóteses que se referem à freqüência de acontecimentos são comuns 
em estudos antropológicos, psicológicos e sociológicos. Elas procuram antecipar a 
ocorrência, em maior ou menor intensidade, de uma determinada característica num 
grupo ou cultura. Por exemplo, podemos formular a hipótese de que o habito de 
leitura é mais intenso na faixa etária entre 15 e vinte anos. 
As hipóteses que estabelecem relações entre duas ou mais variáveis são 
mais complexas. Em geral, elas estabelecem relações causais entre as variáveis. 
Segundo Gil (1987), as relações podem ser: 
� Relação causal determinista: Se X ocorre, sempre ocorrerá Y. 
Exemplo: Sempre que alguém fala de forma articulada (Y), tem mais de dois 
anos de idade (X) 
24 
 
� Relação causal suficiente: A ocorrência de X é suficiente, independente 
de qualquer outra coisa, para a subseqüente ocorrência de Y.Exemplo: a 
destruição do nervo óptico (X) é condição suficiente para a cegueira (Y). 
� Relação causal coextensiva: Se X ocorre, então ocorrerá Y. Exemplo: 
À medida que se desce na escala social (X1) e aumenta o volume das 
classes sociais (X2), as pessoas empregam atributos mais gerais como 
critérios para situar um indivíduo na estrutura (Y). 
� Relação causal reversível: Se X ocorre, então Y ocorrerá; e se Y 
ocorre, então X ocorrerá. Exemplo: Quem estuda mais (X) tira melhores notas 
(Y); melhores notas (Y) estimulam a estudar mais (X) . 
 
� Relação causal necessária: Se ocorre X e somente X, então ocorrerá 
Y. Exemplo: A experiência anterior com entorpecentes (X) e somente se 
houve experiência anterior, é condição para adquirir o vício (Y). 
� Relação causal substituível: Se X ocorre, então Y ocorre, mas se H 
ocorre, então também Y ocorre. Exemplo: Se uma planta deixar de receber 
água (X), então morrerá (Y); se é submetida a um excesso de radiação (H), 
então perecerá (Y). 
 
� Relação causal irreversível: Se X ocorre, então Y ocorrerá, mas, se 
Y ocorre, então nenhuma ocorrência se produzirá. Exemplo: mais 
conhecimento (X) podem trazer maior prestígio (Y), mas maior prestígio (Y) 
não trará maiores conhecimentos (X). 
 
� Relação causal seqüencial: Se X ocorre, então ocorrerá Y mais tarde. 
Exemplo: se infância feliz (X), então maior êxito na idade adulta (Y). 
 
� Relação causal contingente: Se X ocorre, então ocorrerá Y somente 
se M está presente. Exemplo: A ingestão de bebidas alcoólicas (X) produzirá 
embriaguês (Y), porém somente se a quantidade ingerida for elevada (M). 
 
� Relação causal probabilista ou estocástica: Dada a ocorrência de X, 
então provavelmente ocorrerá Y. Exemplo: A ausência da figura paterna (X) 
25 
 
contribui para uma maior probabilidade de conduta anti-social (Y) por parte do 
menor. 
 
3.1.5 Formulação dos objetivos da pesquisa 
Os objetivos mostram onde se pretende chegar com o trabalho de pesquisa. 
Apontam os resultados teóricos e práticos a serem alcançados. 
Os objetivos devem ser formulados com a utilização de verbos no infinitivo, 
tais como, por exemplo,analisar, avaliar, compreender, constatar, demonstrar, 
descrever, elaborar, entender, estudar, examinar, explicar, identificar, inferir, 
mensurar, verificar, etc.Observe a tabela abaixo: 
Tabela 3-Verbos úteis para expressar objetivos 
Aplicação Compreensão Conhecimento 
aplicar descrever apontar 
demonstrar discutir definir 
dramatizar explicar inscrever 
empregar expressar marcar 
ilustrar identificar nomear 
 interpretar localizar recordar 
inventariar reafirmar registrar 
operar revisar relatar 
praticar traduzir repartir 
tratar transcrever sublinhar 
usar 
Análise Síntese Avaliação 
analisar compor avaliar 
 calcular conjugar escolher 
categorizar construir estimar 
comparar coordenar julgar 
contrastar criar medir 
criticar dirigir selecionar 
 debater erigir taxar 
 diferenciar esquematizar validar 
distinguir formular valorizar 
examinar organizar 
experimentar planejar 
investigar propor 
provar reunir 
 
26 
 
Os objetivos dividem-se em: 
� Geral: 
� Específicos: 
 
3.1.5.1 Objetivo geral 
Relaciona-se diretamente ao problema. Ele esclarece e direciona o foco 
central da pesquisa de maneira ampla. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.1.5.2 Objetivos específicos 
 
Definem os diferentes pontos a serem abordados, visando confirmar as 
hipóteses e concretizar o objetivo geral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exemplo: 
Problema de Pesquisa 
 Como os programas de televisão influenciam o comportamento de jovens entre 12 
e 16 anos, com passagem pela polícia, na cidade do Rio de Janeiro? 
Objetivo Geral: 
Avaliar a influência dos programas de televisão no comportamento de jovens, entre 
12 e 16, que tiveram passagem pela polícia na cidade do Rio de Janeiro. 
 
Exemplo: 
Problema de Pesquisa 
 Como os programas de televisão influenciam o comportamento de jovens entre 12 
e 16 anos, com passagem pela polícia, na cidade do Rio de Janeiro? 
Objetivos específicos: 
� Identificar os jovens que assistem freqüentemente programas de televisão e 
que tiveram passagem pela polícia; 
� Analisar o conteúdo geral dos programas de televisão veiculados pelas 
emissoras da cidade do Rio de janeiro; 
� Estudar a reação de jovens internos à informação violenta contida nos 
programas de televisão; 
27 
 
3.1.6 Referencial teórico 
 
 
A revisão teórica ou quadro de referência teórico consisteno corpo teórico no 
qual a pesquisa encontrará seus fundamentos. Todo projeto deve conter os 
pressupostos teóricos aos quais as interpretações irão se conformar. Eles são 
inevitáveis simplesmente porque não podemos evitar os pressupostos, sob pena de 
ficarmos imersos tão somente no senso comum. 
O quadro teórico é um mapa que nos guia durante toda a pesquisa. No inicio 
do estudo, antes do levantamento bibliográfico, é um quadro simples. O desafio do 
(a) pesquisador (a) é melhorar e detalhar seu quadro ao longo do estudo, 
acrescentando novos fatos e informações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Observe o exemplo abaixo: 
 
 
 
Quadro teórico inicial 
Quais os fatos? 
Qual o contexto? 
Qual a história do 
problema e 
o seu contexto? 
Quais os atores 
envolvidos? 
Conceitos 
Teorias 
Hipóteses 
proposições 
28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Com base no exemplo acima, a revisão de literatura precisa responder as 
seguintes questões: 
� Como outros pesquisadores abordaram o tema da evasão escolar? 
� Que outros conceitos seriam importantes para esclarecer o problema? 
� Quais as outras teorias ou hipóteses que existem sobre evasão? 
� Quais as metodologias aplicadas? 
Tema: Análise da evasão na Escola Manoel das Couves 
FATOS 
� Taxa de evasão em torno de 
30%. 
� Escola pública localizada na 
área urbana do Rio de Janeiro 
 
ATORES 
� Professores da rede pública 
estadual. 
� Filhos de trabalhadores 
informais. 
 
HISTÓRICO/CONTEXTO 
� A escola foi inaugurada em 
1990 
� Vandalismos e problemas 
estruturais 
� Rodízio de professores 
anualmente 
CONCEITO 
Evasão: total de alunos matriculados 
menos total de alunos com pedido de 
H.E. (Histórico escolar) dividido por 
total de alunos matriculados 
inicialmente 
 
TEORIA 
A evasão escolar está 
diretamente relacionada 
diretamente a condição 
socioeconômica dos alunos e ao 
quadro de violência. 
HIPÓTESE 
� Os alunos abandonam a escola 
porque precisam trabalhar para 
ajudar no orçamento familiar. 
� O conflito entre grupos rivais 
levam aos alunos a procurar 
uma escola mais segura. 
 
29 
 
3.1.7 Metodologia 
 
Neste item o pesquisador (a) deverá explicar como conduzirá o trabalho de 
pesquisa. É importante que ele (a) saiba utilizar adequadamente os métodos e 
técnicas de investigação. 
A escolha do tipo de pesquisa, o método de abordagem e o método de 
procedimento devem estar de acordo com o problema e os objetivos do trabalho. 
Para verificar o tipo de pesquisa a ser realizada, consulte a subseção 3.1. 
 
3.1.8 Cronograma 
 
O cronograma é um dos instrumentos de planejamento do trabalho 
monográfico. Ele assume a forma de um diagrama onde são definidas e detalhadas 
todas as etapas da pesquisa a serem executadas durante um período de tempo 
previamente estimado pelo pesquisador. Observe o exemplo abaixo. 
 
Meses Etapas 
Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. 
Levantamento das fontes 
Entrevistas 
Tabulação dos dados 
Análise dos dados 
Relatório final 
 
3.1.9 Plano provisório de trabalho 
 
Trata-se de uma primeira estruturação do trabalho, baseada em grandes 
idéias referentes ao assunto estudo. 
Esta etapa é fundamental. Antes de começar a escrever, deve-se ter presente 
na mente as grandes linhas que serão as colunas mestras do trabalho. 
Se necessário o roteiro provisório será reformulado no decorrer do trabalho, 
pois poderão surgir novas idéias exigidas pelas primeiras e outras poderão perder 
valor. 
O plano de trabalho provisório deve auxiliar na organização do material de 
pesquisa. 
30 
 
 Observe o exemplo abaixo tendo por base como tema de pesquisa “ 
Educação Ambiental no Brasil.” 
 
 
3.1.10 Avaliação do projeto monográfico 
 
O projeto de monografia ou projeto de pesquisa deverá ser entregue ao 
professor de Metodologia da Pesquisa no prazo estabelecido pela Divisão de Ensino 
da Escola Superior de Comando de Bombeiro Militar. 
A estrutura gráfica será definida pelas recomendações da ABNT 15287:2011 
e deverá conter os seguintes elementos: 
� Parte externa 
� Capa 
� Lombada (opcional) 
� Elementos pré-textuais 
� Folha de rosto 
� Lista de ilustrações (se houver) 
� Lista de tabelas (se houver) 
� Lista de abreviaturas e siglas (se houver) 
� Lista de símbolos (se houver) 
� Sumário 
31 
 
� Elementos textuais 
� Justificativa 
� Problema de Pesquisa 
� Hipótese(s) de pesquisa 
� Objetivos 
� Objetivo geral 
� Objetivos específicos 
� Quadro teórico de referência 
� Metodologia 
� Cronograma 
� Plano provisório de trabalho 
� Elementos pós-textuais 
� Referências bibliográficas 
� Glossário (se houver) 
� Apêndice(s) (se houver) 
� Anexo(s) (se houver) 
A redação do documento obedecerá as recomendações contidas na 
subseção 3.3 e na seção 4. 
A avaliação será realizada pelo professor de Metodologia da Pesquisa com 
base nos seguintes critérios: 
� Título (Valor: 0,5) 
� É adequado aos objetivos, problemas e hipóteses? 
� Está relacionado a atividade fim do CBMERJ? 
� Justificativa (Valor:1,5) 
� É convincente quanto à sua relevância científica, social e profissional? 
� É oportuno o estudo? 
� Responde ao “por quê” da investigação? 
� Os problemas apresentados (Valor: 1,5) 
� São significantes? 
� Estão devidamente delimitados? 
� Estão claramente formulados? 
� Objetivos (Valor:1,0) 
� Estão claramente redigidos? 
� São passíveis de serem alcançados? 
� Quadro teórico de referência (Valor:1,5) 
� Obedece a uma seqüência lógica? 
� Apresenta clareza de idéias, conceitos e teorias? 
� Elabora as suas próprias conclusões? 
� Metodologia (Valor:2,0) 
� Apresenta as razões da escolha do paradigma? 
� É apropriada a modalidade de pesquisa? 
� Antecipa o que será medido, observado, analisado, para demonstrar o 
avanço ou progresso obtido? 
� Os procedimentos para coleta e análise de dados são explicitados? 
� Cronograma (Valor:0,5) 
� O cronograma é adequado as etapas da pesquisa? 
� O cronograma está de acordo com o tempo exigido para a realização 
do tipo de pesquisa? 
32 
 
� Plano provisório de trabalho (Valor:0,5) 
� O plano de trabalho está de acordo com os objetivos da pesquisa? 
� Apresentação gráfica (Valor:1,0) 
� A estrutura do trabalho apresenta os elementos pré-textuais, textuais e 
pós-textuais. 
� A apresentação gráfica obedece às normas da ABNT? 
 
3.2 COLETA DE DADOS 
 
Segundo Laville (1999, p.123), "Para os pesquisadores, os dados são 
esclarecimentos, informações sobre uma situação, um fenômeno, um 
acontecimento." São os dados que permitem verificar as hipóteses e construir a 
demonstração. Os dados podem ser de dois tipos: 
� dados criados ou engendrados 
� dados existentes 
Os dados criados ou engendrado são dados coletados após uma intervenção 
deliberada, que visa a provocar uma mudança. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Os dados existentes são dados já presentes na situação em estudo e que o 
pesquisador faz aparecer sem tentar modificá-los por uma intervenção. Observe o 
exemplo abaixo com o mesmo título e hipótese diferente. 
 
 
 
Exemplo:Tema: Violência na escolaProblema: Como podemos diminuir os atos 
violentos entre os alunos da rede estadual de ensino?Hipótese: a celebração de 
encontros interculturais permite diminuir a agressividade dos alunos que deles 
participam em relação as pessoas provenientes de comunidades diferentes da 
sua. 
A relação é de causa e efeito. 
 Encontros interculturais Diminuição de atos violentos33 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.2.1 Técnicas de coleta de dados 
 
As técnicas de pesquisa são os instrumentos específicos que ajudam no 
alcance dos objetivos almejados. 
As técnicas mais comuns são; 
� levantamento bibliográfico 
� levantamento documental 
� entrevista 
� questionário e formulário 
� observação (participante ou não participante) 
 
3.2.1.1 Levantamento bibliográfico 
 
 
A finalidade do levantamento bibliográfico é colocar o pesquisador em contato 
com o que já foi produzido e registrado a respeito do tema de pesquisa. Toda 
pesquisa bibliográfica se desenvolve a partir de material já elaborado, por exemplo, 
livros e artigos científicos. 
Não existem regras fixas para se realizar uma pesquisa bibbliográfica. 
Entretanto, segundo GIL( 1987,p. 72),é possível arrolar algumas tarefas que devem 
ser realizadas pelo pesquisador, tais como: 
� exploração das fontes bibliográficas; 
� leitura do material; 
� elaboração das fichas; 
Exemplo:Tema:Violência na escola 
Problema: Como os alunos da rede pública estadual podem chegar a agredir-se 
mutuamente?Hipótese: Os alunos são agressivos com pessoas de 
comunidades diferentes porque conhecem mal a cultura delas. 
Não há relação de causa e efeito. O que se deseja não é modificar o 
conhecimento e nem a atitude, mas verificar a existência ou não do vínculo entre 
os dois fatores (agressão física mútua e desconhecimento da cultura das 
comunidades). 
34 
 
� ordenação e análise das fichas e 
� conclusões. 
 
3.2.1.2 Levantamento documental 
 
A pesquisa documental assemelha-se a pesquisa bibliográfica. A única 
diferença entre ambas está na natureza das fontes. Enquanto na pesquisa 
bibliográfica o pesquisador se utiliza da contribuição de diferentes autores sobre 
determinado tema, a pesquisa documental é realizada com material que ainda não 
recebeu tratamento. O delineamento da pesquisa documental é o mesmo da 
pesquisa bibliográfica. 
 
3.2.1.3 Entrevista 
 
As entrevistas constituem uma técnica alternativa para se coletar dados não 
documentados, sobre um determinado tema. Entre as técnicas utilizadas, destacam-
se: 
� entrevista pessoal/formal/estruturada 
� entrevista semi-estruturada 
� entrevista livre-narrativa 
� entrevista orientada 
� entrevista de grupo 
� entrevista informal 
A entrevista pessoal, formal ou estruturada é utilizada quando o entrevistador 
usa um esquema de questões sobre um determinado tema, a partir de um roteiro 
(pauta), previamente preparado. 
Na entrevista semi-estruturada, o pesquisador organiza um conjunto de 
questões sobre o tema que está sendo estudado, mas permite, e às vezes até 
incentiva, que o entrevistado fale livremente sobre assuntos que vão surgindo como 
desdobramentos do tema principal. 
Já a entrevista livre-narrativa também denominada não-diretiva; o 
entrevistado é solicitado a falar livremente a respeito do tema pesquisado. 
35 
 
Na entrevista orientada, o entrevistador focaliza sua atenção sobre uma 
experiência dada e os seus efeitos — isto quer dizer que sabe por antecipação os 
tópicos ou informações que deseja obter com a entrevista. 
A entrevista de grupo é utilizada quando o pesquisador precisa fazer uma 
avaliação global. Neste caso, todos os membros do grupo pesquisado respondem 
simultaneamente as questões formuladas. 
A entrevista informal é utilizada, em geral, em estudos exploratórios a fim de 
possibilitar ao pesquisador um conhecimento mais aprofundado da temática que 
está sendo investigada. Pode fornecer pistas para o encaminhamento da pesquisa. 
O uso da entrevista como técnica de pesquisa possui pontos positivos e 
negativos. Entre os pontos positivos, podemos citar: 
� Pode ser utilizada com todos os segmentos da população: analfabetos 
ou alfabetizados. 
� Fornece uma amostragem muito melhor da população geral: o 
entrevistado não precisa saber ler ou escrever. 
� Há maior flexibilidade, podendo o entrevistador repetir ou esclarecer 
perguntas, formular de maneira diferente; especificar algum significado, 
como garantia de estar sendo compreendido. 
� Oferece maior oportunidade para avaliar atitudes, condutas, podendo o 
entrevistado ser observado naquilo que diz e como diz: registro de 
reações, gestos etc. 
� Dá oportunidade para a obtenção de dados que não se encontram em 
fontes documentais e que sejam relevantes e significativos. 
� Há possibilidade de conseguir informações mais precisas, podendo ser 
comprovadas, de imediato, as discordâncias. 
� Permite que os dados sejam quantificados e submetidos a tratamento 
estatístico. 
Entre os pontos negativos, que limitam a utilização desta técnica, estão: 
� a dificuldade de expressão e comunicação de ambas as partes. 
� a incompreensão, por parte do informante, do significado das 
perguntas, da pesquisa, que pode levar a uma falsa interpretação. 
� a possibilidade de o entrevistado ser influenciado, consciente ou 
inconscientemente, pelo questionador, pelo seu aspecto físico, suas 
atitudes, idéias, opiniões etc. 
36 
 
� a falta de disposição do entrevistado em dar as informações 
necessárias. 
� a retenção de alguns dados importantes por parte do entrevistado, 
receando que sua identidade seja revelada. 
� o pequeno grau de controle sobre uma situação de coleta de dados. 
3.2.1.4 Questionário e formulário 
 
O questionário e o formulário são instrumentos de coleta de dados, construído 
por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem 
a presença do pesquisador. 
A elaboração do questionário exige alguns critérios, tais como: 
� classificação das perguntas; 
� conteúdo, vocabulário; 
� ordem das perguntas. 
As perguntas podem ser: 
� abertas, 
� fechadas ou 
� de múltipla escolha. 
Observe os exemplos no quadro abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
As perguntas devem ser formuladas de maneira clara, objetiva, precisa, em 
 
 
 
 
 
Exemplo de pergunta aberta 
Que informação você precisa para continuar seu trabalho? 
Exemplo de perguntas fechadas 
Você gosta de açúcar ou adoçante? 
Exemplo de perguntas de múltipla escolha 
Qual é, para você, a principal vantagem de trabalhar no CBMER. ( ) Maior 
liberdade no trabalho ( ) Maior liberdade em 
relação ao chefe ( ) Variações no serviço ( ) 
Desenvolvimento e aperfeiçoamento técnico 
37 
 
As perguntas devem ser formuladas de maneira clara, objetiva, precisa, em 
linguagem acessível ou usual do informante, para serem entendidas com facilidade. 
Em geral, o questionário ou formulário deve iniciar com perguntas gerais, 
chegando aos poucos as específicas (técnica do funil), e no final as questões de 
fato, para não causar insegurança. 
Depois de redigido, o questionário precisa ser testado antes da sua utilização, 
aplicando-se alguns exemplares em uma pequena população escolhida. A 
análise dos dados oferecidos pelo pré-teste ajudará a corrigir as possíveis falhas 
como, por exemplo: 
� ambigüidade ou linguagem inacessível; 
� perguntas supérfluas; 
� ordem das perguntas. 
Assim como a entrevista, o questionário e o formulário possuem pontos 
positivos e negativos. O uso de questionário ou formulário: 
� economiza tempo. 
� atinge maior número de pessoas simultaneamente. 
� abrange uma área geográfica mais ampla. 
� economiza pessoal. 
� obtém respostas mais rápida e mais precisas. 
� aumenta a segurança, pelo fato de as respostas não serem 
identificadas. 
� diminui o risco de distorção, pela não influência do pesquisador. 
� aumenta a uniformidade na avaliação, em virtude da natureza 
impessoal do instrumento.� ajuda a obter respostas que materialmente seriam inacessíveis. 
Por outro lado, o uso dessa técnica tem como pontos negativos: 
� percentagem pequena dos questionários que voltam. 
� grande número de perguntas sem respostas. 
� não pode ser aplicado a pessoas analfabetas. 
� impossibilidade de ajudar o informante em questões mal 
compreendidas. 
� dificuldade de compreensão, por parte dos informantes, leva a uma 
uniformidade aparente. 
38 
 
� na leitura de todas as perguntas, antes de respondê-las, pode uma 
questão influenciar a outra. 
� a devolução tardia prejudica o calendário ou sua utilização. 
� o desconhecimento das circunstâncias em que foram preenchidos toma 
difícil o controle e a verificação. 
� nem sempre é o escolhido quem responde ao questionário, 
invalidando, portanto, as questões. 
� exige um universo mais homogêneo. 
 
 
3.2.1.5 Observação 
 
A observação é sempre seletiva, porque o pesquisador vai observar uma 
parte da realidade, natural ou social, a partir de sua proposta de trabalho e das 
próprias relações que se estabelecem entre os fatos reais. 
Segundo os meio utilizados, a observação pode ser: 
� estruturada ou 
� não estruturada 
O pesquisador pode ir a campo com um roteiro previamente estabelecido ou 
não. 
Segundo o grau de participação do pesquisador, a observação pode ser: 
� participante ou 
� não participante 
Na observação participante o observador partilha, na medida do possível, as 
atividades, as ocasiões, os interesses e os afetos de um grupo de pessoas ou 
comunidade. 
Já na observação não participante, o pesquisador somente observa os 
informantes. 
Em ambos os casos, tudo deve ser documentado através de um diário de 
campo onde são registradas as atividades, eventos, pessoas, interações, utilização 
de ferramentas, etc. 
A observação é utilizada em conjunto com outras técnicas e serve para 
facilitar a triangulação dos dados. 
39 
 
3.3 REDAÇÃO DO TRABALHO MONOGRÁFICO 
 
Todo pesquisador precisa escrever para transmitir o conhecimento obtido 
através do trabalho de investigação. O seu objetivo não é agradar, divertir ou 
proporcionar entretenimento ao leitor. Sua principal intenção é transmitir 
informações científicas. Por isso, ele precisa aprender a escrever de acordo com os 
padrões exigidos pela ciência. 
A subseção 3.3 tem por objetivo apresentar algumas regras práticas da 
redação científica. 
 
3.3.1 Características da linguagem científica 
 
A ciência é uma linguagem informativa e técnica. Enquanto informativa, ela é 
dissertativa, isto é, visa discutir opiniões, conhecimentos ou informações. Portanto, 
ela é de ordem cognoscitiva e racional e deve convencer o leitor pela força dos 
argumentos. 
Enquanto técnica, a linguagem científica é acadêmica e didática, ou seja, visa 
a transmitir conhecimentos com precisão e objetividade. 
Para transmitir informações de forma objetiva, a linguagem científica precisa 
seguir alguns princípios que lhe confiram: 
� Clareza: 
� Concisão: 
� Coesão 
� Coerência: 
� Correção 
� Precisão 
Todo texto científico deve ser escrito para ser entendido. A possível 
dificuldade do leitor deve estar na falta de compreensão do assunto, mas nunca na 
obscuridade do raciocínio do autor. 
 Para se obter clareza recomenda-se o período curto de cinco a quinze 
palavras. Outra prática igualmente necessária é o uso de orações coordenadas e da 
voz ativa. 
Observe no quadro abaixo um exemplo de falta de clareza. 
 
40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Além de ser claro, o texto científico precisa ser conciso. Portanto, é 
importante evitar alguns vícios de redação como, por exemplo, pares redundantes, 
modificadores desnecessários e uso de formas negativas Observe os exemplos no 
quadro abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exemplos de falta de clareza: 
Meu pai recebeu uma carta em que o irmão lhe contava como sua mulher 
sofrera um acidente de automóvel. 
Mulher de quem? 
Lembre-se de que lhe disse que a separação de nossa amiga Sílvia não 
ocorreu por culpa sua. 
Culpa de quem? 
Diante do ocorrido entre você e seu filho, fiquei sem saber se o que eu lhe 
disse concorreu para agravar a situação. 
Disse ao filho ou a você? 
 
Exemplo de pares redundantes 
Analisando o uso do Equipamento de Proteção Individual (EPI), comprovou-se 
e confirmou-se a importância prevista e esperada da diminuição do número 
de acidentes de trabalho no CBMERJ, facilitando e auxiliando o 
entendimento e a compreensão do uso desse tipo de equipamento na 
corporação 
Exemplo de modificadores desnecessários 
Errado: De modo geral, o Equipamento de Proteção Individual é todo 
dispositivo utilizado pelo soldado combatente bem como pelo oficial bombeiro 
militar destinado, basicamente,à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a 
segurança e a saúde no trabalho. 
Certo: Equipamento de Proteção Individual é todo dispositivo utilizado pelo 
soldado combatente e pelo oficial destinado à proteção de riscos suscetíveis de 
ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. 
41 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O texto científico também precisa de coesão. A coesão tem por objetivo dar 
consistência ao texto, interligando suas partes para que tenha uma unidade de 
sentido, evitando a repetição de palavras. 
Existem varias estratégias de coesão, que dependem da escolha estilística do 
autor: 
� Coesão referencial 
� Coesão léxica 
� Coesão por elipse 
� Coesão por substituição 
 
A coesão referencial se realiza pela citação de elementos do próprio texto. 
Para efetivar essas citações são utilizados pronomes pessoais, possessivos, 
demonstrativos ou expressões adverbiais que indicam localização (a seguir, acima, 
abaixo, anteriormente, aqui, onde). Observe o exemplo o quadro abaixo. 
 
 
 
 
 
 
Já a coesão léxica é obtida através de relações de sentido entre as palavras, 
ou seja, do emprego de sinônimos. Observe o exemplo abaixo. 
 
 
 
 
 
Exemplo: 
A explosão da informação é uma das causas do stress do homem moderno. Ela 
pode provocar diversas formas de ansiedade. 
 
Exemplo: 
O Doutor Fulano de tal falou ao nosso repórter no intervalo do congresso. O 
cientista entrevistado reconhece que a partir do emprego dos conhecimentos 
científicos foi possível racionalizar os sistemas de produção. Agora esse 
estudioso quer contribuir para a democratização do saber. 
Exemplo do uso de formas negativas. 
 No lugar de Usar 
 
poucos 
diferente 
semelhante 
impediu 
impossível 
incerto 
não muitos 
não o mesmo 
não diferente 
não permitiu 
não é possível 
não é certo 
42 
 
A coesão do texto científico também pode ser assegurada através 
da omissão de um termo a fim de evitar sua repetição. Observe o exemplo 
abaixo. 
 
 
 
 
Outra forma de garantir a coesão textual é através da substituição de 
substantivos, verbos, períodos ou largas parcelas de texto por conectivos ou 
expressões que resumem e retomam o que já foi dito. Alguns exemplos de 
expressões que servem a esse objetivo são: Diante do que foi exposto; A partir 
dessas considerações; Diante desse quadro; Em vista disso; Tudo o que foi dito. 
A coerência é outro princípio importante. Entenderemos como coerência a 
ligação das partes do texto com seu todo. 
 Ao elaborar o texto, temos que criar condições para que haja uma unidade de 
coerência, dando ao texto mais fidelidade. Observe abaixo um exemplo de falta de 
coerência. 
 
 
 
 
 
 
Do mesmo modo, o uso correto do idioma é essencial. O texto científico 
precisa obedecer o uso correto:� da grafia das palavras e acentuação 
� do significado das palavras: verificar conceitos com duplo significado 
� das abreviaturas 
� dos nomes de instituições 
� da revisão gramatical como: 
� pontuação; 
� concordância; 
� regência verbal; 
� ordem das palavras; 
� emprego de maiúsculas; 
Exemplo: 
O presidente Lula foi a Portugal. Lá foi homenageado. 
Exemplo de falta de coerência: 
“Estava andando sozinho na rua, ouvi passos atrás de mim, assustado nem olhei, 
saí correndo, era um homem alto, estranho, tinha em suas mãos uma arma.” 
Se o narrador não olhou, como soube descrever o personagem? 
43 
 
Recomenda-se também o cuidado com a precisão das palavras. O texto deve 
expressar fielmente o pensamento do autor. A precisão depende da escolha do 
vocabulário adequado. A linguagem científica é aquela em que os símbolos 
representam idéias. Portanto, a tarefa do redator é dupla: 
� Conhecer a significação literal dos termos, tal como se encontra nos 
dicionários e 
� Determinar que significação eles recebem no contexto do trabalho. 
No campo científico, as palavras são definidas operacionalmente. 
Uma definição operacional é um procedimento que atribui um significado 
comunicável a um conceito através da especificação de como o conceito é aplicado 
dentro de um conjunto específico de circunstâncias. Observe o exemplo abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.4 Citações, paráfrases e plágios 
 
De acordo com a ABNT NBR 10520/2002, citação é menção de uma 
informação extraída de outra fonte. 
Segundo Eco (2001, p.121), “[...] as citações são praticamente de dois tipos: 
(a) cita-se um texto a ser depois interpretado e (b) cita-se um texto em apoio a nossa 
interpretação.” Na opinião de Eco (2001) existem algumas regras para a citação de 
outra fonte como, por exemplo: 
� Os textos objeto de análise interpretativa são citados com razoável 
amplitude; 
� Os textos da literatura crítica só são citados quando, com sua 
autoridade, corroboram ou confirmam afirmação nossa; 
Exemplo: Definição operacional da palavra Consumidor 
� Definição do dicionário: 
1 que ou aquele que adquire mercadorias, riquezas e serviços para uso próprio ou de 
sua família 
� Definição operacional: 
Comprador do sexo masculino, na faixa etária entre 20 e 30 anos, com renda entre dois 
a cinco salários mínimos, que freqüenta regularmente o Niterói Shopping. 
 
44 
 
� A citação pressupõe que a idéia do autor citado seja compartilhada, a 
menos que o trecho seja precedido e seguido de expressões críticas; 
� De todas as citações devem ser claramente reconhecíveis o autor e a 
fonte impressa ou manuscrita; 
� As citações de fontes primárias devem de preferência ser escolhidas 
da edição crítica ou da edição mais conceituada; 
� Quando se estuda um autor estrangeiro, as citações devem ser na 
língua original; 
� A remissão ao autor e a à obra deve ser clara; 
� Quando uma citação não ultrapassar duas ou três linhas, pode-se 
inseri-la no corpo do parágrafo entre aspas duplas; 
� As citações dêem ser fiéis; 
� Citar é como testemunhar num processo. 
O uso de integral ou parcial de uma produção intelectual sem citação é 
considerado plágio (vide subseção 3.4.3). 
 
3.4.1 Tipos de citação 
 
As citações e, um trabalho monográfico pode ser de três tipos: 
� Direta 
� Indireta 
� Citação de citação 
 
3.4.1.1 Citação 
 
É a transcrição literal de um texto ou parte dele, conservando-se a grafia, 
pontuação, uso de maiúsculas e idioma. Usada somente quando absolutamente 
necessário e essencial. 
 
 
 
 
 
 
Exemplo: 
Além de artífice e produtor de conceitos, o intelectual seria ainda como um 
comerciante, fazendo circular idéias como aquele fazia circular mercadorias e 
sendo por isso remunerado. "As cidades são centros de irradiação na circulação 
dos homens, tão plenas de idéias como de mercadorias, lugares de trocas, 
mercados e encruzilhadas do comércio intelectual" (LE COFF, 1993, p.25). 
 
45 
 
As citações até três linhas devem ser inseridas no parágrafo. 
As citações com mais de três linhas devem ser inseridas em um parágrafo a 
parte com recuo 4 centímetros da margem esquerda do texto e fonte 11. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.4.1.2. Citação indireta 
 
 Citação indireta ou paráfrase ( a paráfrase será estudada separadamente 
na subseção 3.4.4) é a reprodução da idéia ou o pensamento do autor da obra, 
transcritas com as palavras do autor do trabalho. Mesmo desta forma há 
necessidade de se colocar o sobrenome do autor, em seguida o ano da publicação 
entre parênteses, pois o texto foi produzido por alguém, e esta pessoa precisa ser 
referenciada. Não é necessário transcrever a página onde a citação foi retirada já 
que se trata de uma idéia sobre o trecho e não de uma citação direta. 
 
 
 
 
 Exemplo: 
 
 Os aristotélicos heterodoxos postulam uma concepção de nobreza que 
buscava distingui-la da nobreza tradicional. Tratava-se não de uma nobreza de 
sangue, mas de uma nobreza adquirida por um esforço pessoal - o "filósofo" se 
enobrecia por uma superioridade intelectual, em razão da escolha por viver 
segundo o intelecto e pela virtude a ela correspondente, pois 
[...] a filosofia se atesta na maneira de viver e de desejar. Ainda 
que insistindo em falar dos rigores de sua condição, os "pobres 
mestres e estudantes da universidade de Paris" vivem como 
antigos aristocratas e cantam até os prazeres da abstinência - ou, 
melhor dizendo, da abstenção - egoísta. A universidade é uma 
instituição de pobreza onde se ganha a vida com dificuldades, mas 
é nesse lugar de miséria que se goza a alegria da emulação e do 
reconhecimento, o charme da virtude (DE LIBERA, 1991, p.242). 
 
4 cm 
Exemplo: 
Segundo Sperb (1972), a pesquisa em ação exige capacidade de 
planejamento em conjunto, paciência no processo de identificação dos problemas 
e das soluções. Esta modalidade de estudo estimula a participação, pois a 
solução desses problemas é de interesse dos elementos envolvidos, que se 
sentem valorizados. 
 
46 
 
3.4.1.3 Citação de citação 
 
 Citação de citação é a informação colhida de um autor que mencionou 
outro, ao qual não se teve acesso ao documento original. A indicação é feita pelo 
nome do autor original, seguido da expressão citado por ou apud e do nome do 
autor da obra lida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.4.2Sistemas de citação 
 
Conforme a ABNT NBR 10.520/2002, toda citação deve ser acompanhada da 
indicação da autoria da mesma, podendo ser utilizado dois tipos de chamadas: 
� Sistema autor-data (Sistema Havard) ou 
� Sistema numérico ( Sistema Clássico ou Oxiford). 
 
3.4.2.1 Sistema autor-data 
 
No sistema autor-data indica-se a fonte, pelo sobrenome do autor, nome da 
instituição responsável ou pelo título, seguido da data de publicação do documento, 
separados por vírgula e entre parênteses (citação indireta ou paráfrase). Para as 
citações diretas, inclui-se a indicação de página. 
As chamadas pelo sobrenome do autor, pela instituição, responsável ou título 
incluído na sentença devem ser em letras maiúsculas e minúsculas e, quando 
Exemplo 1: 
Segundo Salomon (1972, p.207), citado por Lakatos e Marconi (1992, p. 151), 
monografia é o “tratamento escrito de um tema específico que resulte de 
interpretação científica com escopo de apresentar uma contribuição relevante ou 
original e pessoal à ciência”. 
Exemplo 2: 
Segundo Salomon (apud LAKATOS e MARCONI,1992, p. 151), monografia é o 
“tratamento escrito de um tema específico que resulte de interpretação científica 
com escopo de apresentar uma contribuição relevante

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