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O universo ao lado

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FACULDADE EVANGÉLICA DE TECNOLOGIA, CIÊNCIAS E BIOTECNOLOGIA DA CGADB.
CURSO DE GRADUAÇÃO EM TEOLOGIA
3° Período/ Noite
Trabalho Acadêmico para avaliação bimestral.
Filosofia II
Resumo: Livro: O Universo ao Lado de James W. Sire
Aluno: Marcelo Cordeiro de Amorim
Professor: Me Moises Martins
Observações: “O mundo esta carregado da grandeza de Deus.
Vai chamejar – chispas em sacudidas folhas de metal;
Vai expandir-se – óleo que imprensado escorre, tal e qual,
E alaga. Por que o homem não teme o açoite dos céus?”
Rio de Janeiro
Abril, 2015
FACULDADE EVANGÉLICA DE TECNOLOGIA, CIÊNCIAS E BIOTECNOLOGIA DA CGADB.
CURSO DE GRADUAÇÃO EM TEOLOGIA
Trabalho Acadêmico para avaliação bimestral.
Filosofia II
Resumo: Livro: O Universo ao Lado de James W. Sire
Professor: Me Moises Martins
Nota:_____________
Observações:_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Rio de Janeiro
Abril, 2015
FACULDADE EVANGÉLICA DE TECNOLOGIA, CIÊNCIAS E BIOTECNOLOGIA - FAECAD.
Disciplina: Filosofia II
Tema: Resumo: O Universo ao Lado
Professor: Me Moises Martins
Curso: Graduação em Teologia
3° Período/Noite
Resumo: O Universo ao Lado Capítulos 2, 4, 5, 6 e 9
	James W. Sire em seu livro O Universo ao Lado, faz uma reflexão sobre as cosmovisões básicas que determinam o modo pelo qual pensamos sobre nos mesmos, outras pessoas, o mundo natural e Deus ou realidade final, traçando um panorama histórico de como estas cosmovisões se desenvolveram desde o declínio da visão teísta até o advento da pós-modernidade. No capitulo dois, onde ele fala de “Um universo carregado da grandeza de Deus: Teísmo Cristão”, Sire aborda a questão da cosmovisão teísta, claramente dominante, até o fim do século XVII. As disputas intelectuais existiam, porem, todas dentro do campo básico de pressuposições. O Deus da Bíblia, triuno e pessoal, existia; Ele se revelara a nós e podia ser conhecido; o universo era sua criação; os seres humanos eram sua criação especial, tudo dentro do campo teísta de discussão. 
	O teísmo cristão básico considera sucintamente, as seguintes questões: a natureza e o caráter de Deus ou realidade final, a natureza do universo, a natureza da humanidade, a questão do que acontece quando uma pessoa morre, a base do conhecimento humano, a base da ética e o significado da historia. 
No caso do teísmo, a proposição principal relaciona-se à natureza de Deus. “Deus é infinito e pessoal (triuno), transcendente e imanente, onisciente, soberano e bom”. Esse Deus infinito significa que esta além do espaço vital, alem das medidas, no que se refere a nós. Ele não tem semelhante, mas somente Ele é o ser total e o fim-total da existência. Ele é na verdade o único ser auto-existente. Deus é pessoal, porque não é uma simples força, energia ou “substancia” existente. Deus é ele; isto é, Deus tem personalidade. Deus não é apenas pessoal, mas triuno. Isso é, “dentro de uma essência da Divindade temos de distinguir três pessoas, que , por um lado, não são três deuses, nem por outro três partes ou modos de Deus, mas co-iguais e co-eternos com Deus. Deus é transcendente porque esta alem de nós e do nosso mundo. Ele é diferente. “Veja a pedra: Deus não é ela; Deus está alem dela. Veja o homem: Deus não é ele; Deus esta além dele. Apesar disso, Deus não esta tão alem que não possa manter relação conosco e com o nosso mundo. Da mesma forma, é verdadeiro que Deus é imanente, e isso significa que ele esta conosco. Isto é, Deus esta além de tudo, apesar de tudo e sustentando tudo. Deus é onisciente porque é conhecedor de todas as coisas. Deus é soberano porque nada esta além do seu controle e autoridade. Deus é bom, e essa bondade é expressa de duas formas: através da santidade e através do seu amor. A bondade de Deus significa que há um padrão absoluto de justiça (ele é encontrado no caráter de Deus) e, que há esperança para a humanidade (porque Deus é amor e não abandonará sua criação). 
“Deus criou o cosmo ex nihilo para operar com a uniformidade de causa e efeito num sistema aberto”. Deus é Aquele que é, e assim ele é a fonte de tudo mais. Apesar disso, é importante entender que Deus não fez o universo fora de si mesmo. Em especial, Deus chamou-o à existência.O universo é ordenado, e Deus não o apresenta a nos em confusão, mas em claridade. A natureza do universo de Deus e a natureza do caráter de Deus estão, assim, intimamente relacionadas. O mundo é como é pelo menos em parte por que Deus é o que é. “Os seres humanos são criados à imagem de Deus e assim possuem personalidade, autotranscendência, inteligência, moralidade, senso gregário e criatividade”; o fato de as pessoas serem feitas a imagem de Deus significa que nós somos como Deus. Já observamos que Deus é como nós. Na verdade, as Escrituras dizem isso de outra maneira: Nós somos como Deus coloca a ênfase onde ela pertence – na primazia de Deus. Somos pessoais porque Deus é pessoal. Isto é, reconhecemos a nossa existência e tomamos decisões sem coação. Em outras palavras somos capazes de atuar por nós mesmos. Em resumo, as pessoas tem personalidade e são capazes de transcender o cosmo no qual foram colocadas, no sentido de que podem conhecer alguma coisa desse cosmo e podem agir significativamente para mudar o curso, tanto dos acontecimentos humanos quanto dos eventos cósmicos. Essa é outra maneira de dizer que o sistema cósmico que Deus fez é aberto ao reordenamento dos seres humanos. A personalidade é a principal coisa relacionada a nós, seres humanos. Nossa personalidade esta fundamentada na personalidade de Deus. Isso é, descobrimos nosso verdadeiro lar em Deus e no intimo relacionamento com ele. “Há um vazio no formato de Deus no coração de todo homem”, escreveu Pascal. “Nossos corações não repousam até que encontrem repouso em ti”, escreveu Agostinho. Podemos resumir esse conceito do homem à imagem de Deus, dizendo que, como Deus, temos personalidade, autotranscendência, inteligência (a capacidade de razão e conhecimento), moralidade (a capacidade de reconhecer e entender o bem e o mal), senso gregário ou capacidade social (nossa característica e desejo fundamental e necessidade por companheirismo humano, especialmente representada pelo aspecto “macho” e “fêmea”) e criatividade (a habilidade de imaginar novas coisas ou dotar velhas coisas com significado humano). 
“Os seres humanos podem conhecer tanto o mundo à sua volta quanto o próprio Deus, porque Deus os proveu com essa capacidade e assumiu um papel ativo na comunicação com eles”, A base do conhecimento humano é o caráter de Deus como criador. Como Ele é conhecedor de todas as coisas, assim podemos ser algumas vezes os sagazes conhecedores de algumas coisas. A Palavra (no grego logos, da qual veio a nossa palavra lógica) é eterna, um aspecto do próprio Deus. Isso significa que a lógica, a inteligência, a racionalidade, todas elas são inerentes a Deus. É fora dessa inteligência que o mundo, o universo, veio a existir. E portanto, por causa dessa origem, o universo tem estrutura, ordem e sentido. A própria inteligência de Deus é, assim, a base da inteligência humana. O conhecimento é, portanto, possível, porque há algo para ser conhecido (Deus e sua criação) e alguém para saber (o Deus onisciente e os seres humanos feitos a sua imagem). Em termos teológicos essa iniciativa é chamada de revelação. Deus se revela de duas maneiras: revelação geral e revelação especial. Na revelação geral Deus fala através da natureza, o universo se revela a partir de seu criador. E revelação especial é Deus se descobrindo a si mesmo em caminhos sobrenaturais. 
“Os seres humanos foram criados bons, mas pela queda, a imagem de Deus foi desfigurada, embora não completamente arruinada a ponto de não serpossível de restauração; pela obra de Cristo, Deus redimiu a humanidade e começou o processo de restauração das pessoas para a bondade, embora qualquer pessoa possa escolher rejeitar essa redenção”, a historia humana pode ser entendida em quatro palavras – criação, queda, redenção e glorificação. Tornamo-nos alienados de Deus, dos outros, da natureza e até de nós mesmos. Essa é a essência da humanidade caída. “Para cada pessoa, a morte é ou o portão para a vida com Deus e seu povo ou o portão para a separação eterna da única coisa que completaria, um ultima instancia, as aspirações humanas”, na morte as pessoas são transformadas. Ou elas entram numa existência com Deus e seu povo – uma existência glorificada – ou entram numa existência para sempre separada de Deus, sustentando sua unicidade em horrorosa solidão, precisamente longe daquilo que a completaria. “A ética é transcendente e esta baseada no caráter de Deus como bom (santo e amoroso)”, Deus é a fonte do mundo moral, assim como do mundo físico. Deus é o bem e expressa isso nas leis de princípios morais que revelou na Escritura. Feitos a imagem de Deus, somos essencialmente seres morais, e assim não podemos deixar de usar categorias morais para sustentar nossas ações. O teísmo, contudo, ensina que há não apenas um universo moral, mas um padrão absoluto pelo qual todos os julgamentos morais são medidos. O próprio Deus – seu caráter de bondade (santidade e amor) – é o padrão. Alem disso, cristãos e judeus sustentam que Deus revelou seu padrão nas varias leis e princípios expressos na Bíblia. Assim, a ética, quando muito um domínio humano, é, no final das contas, um negocio de Deus. Não somos a medida da moralidade. Deus é. “A historia é linear, uma sequencia significativa de eventos que convergem para o cumprimento dos propósitos de Deus para a humanidade”, a historia ser linear significa que as ações das pessoas – tão confusas e caóticas quanto possam parecer – são, apesar de tudo, parte de uma sequencia significativa que tem inicio, meio e fim. A historia é não reversível, não repetitiva, não cíclica; a historia não é desprovida de significado. Pelo contrario, a historia é teológica, e caminha para algum lugar, em direção a um fim conhecido. O Deus que conhece o fim desde o começo é conhecedor e soberano sobre as ações da espécie humana.
Desta forma, o teísmo cristão depende, primariamente, de seus conceitos de Deus, porque o teísmo sustenta que tudo deriva de Deus. Nada o antecede ou a ele se iguala. Ele é Aquele que é. Assim, o teísmo tem uma base para a metafísica. Uma vez que Aquele que é também tem um caráter digno e é assim O Único Digno, o teísmo tem uma base para a ética. Uma vez que Aquele que é também é Aquele que Conhece, o teísmo tem uma base para a epistemologia. Em outras palavras, o teísmo é uma cosmovisão completa.
No capitulo três, Sire fala sobre “O Universo Mecânico: Deísmo”; O deísmo se desenvolveu, segundo alguns, como uma tentativa de buscar unidade fora do caos teológico e das discussões filosóficas que, no século XVII, estavam atolados em intermináveis disputas, sobre o que começara a se delinear, mesmo para os debatedores, como questões triviais. As pessoas começaram a estudar zoologia, biologia, química e física, e quanto mais biblicamente orientadas, as mentes começaram a perceber que este é um mundo de Deus – todo ele. E, embora seja um mundo caído, foi criado por Deus e dotado de valor. Além disso, Deus é um Deus racional, e seu universo é, assim, racional, ordenado, conhecível. Atuando sobre essa base, os cientistas começaram a investigar a forma do universo. Um quadro do mundo de Deus começou a surgir; ele era visto como sendo um mecanismo gigantesco, bem ordenado, um relógio mecânico imenso cujas engrenagens e alavancas sincronizavam-se num mecanismo de perfeita precisão. Um quadro como esse parecia tanto surgir da inquirição científica quanto alavancar mais questionamentos e estimular mais descobertas sobre formação do universo. Em outras palavras, a ciência como a conhecemos hoje nascia e era maravilhosamente bem-sucedida. Nas palavras de Bacon, o conhecimento se tornou poder – poder para manipular e trazer a criação sob o domínio plenamente humano. Bronowski confirma esta visão em linguagem moderna: “Defino ciência como a organização do nosso conhecimento, de tal maneira, que ela prevalece sobre o potencial latente na natureza”. E uma vez que o sistema do universo é visto como o mecanismo de um relógio gigante, Deus é visto como o relojoeiro.
	As implicações do deísmo básico, trata de “um Deus transcendente, como primeira causa, criou o universo, mas depois o deixou funcionar por sua própria conta. Deus é assim não imanente, não completamente pessoal, não soberano sobre os negócios humanos, não providencial”. Ele é uma força transcendente ou energia, o Primeiro Movimento ou Primeira Causa, um inicio para o que, de outra forma, seria o infinito regresso de causas passadas. Mas ele não é, na verdade, um ele, embora o pronome pessoal permaneça na linguagem usada sobre Deus. Certamente, ele não se importa com a sua criação; ele não a ama. Ele não tem relação “pessoal” com tudo isso. Para o deísta, então, Deus esta distante, estranho, alienado. “O cosmo que Deus criou é determinado porque ele é criado como uma uniformidade de causa e efeito num sistema fechado; nenhum milagre é possível”. O universo é fechado em dois sentidos, fechado ao reordenamento de Deus, e fechado ao reordenamento humano. “Os seres humanos, embora pessoais, fazem parte da mecânica do universo”. O deístas, é claro, reconhecem que os seres humanos têm inteligência (sem duvida, eles enfatizam a razão humana), um senso de moralidade (os deístas estão muito interessados em ética), uma capacidade para a comunidade e para a criatividade. “O cosmo, este mundo, é entendido como estando em seu estado normal; ele não é caído ou anormal. Podemos conhecer o universo e podemos determinar como Deus é através do estudo do universo.” O historiador da filosofia, Emile Bréhier, resume bem a diferença entre deísta e teísta: Vemos claramente que uma nova concepção do homem, inteiramente incompatível com a fé cristã, foi introduzida: Deus, o arquiteto que produziu e manteve uma ordem maravilhosa no universo, tinha sido descoberto na natureza e não havia mais um lugar para o Deus do drama cristão, o Deus que concedeu a Adão “o poder para pecar e para reverter a ordem”. Deus estava na natureza e não mais na historia; ele estava nas maravilhas analisadas pelos naturalistas e biólogos e não mais na consciência humana, com sentimentos de pecado, desgraça ou graça que acompanhavam sua presença; ele deixou o homem responsável pelo seu próprio destino. “A ética é limitada à revelação geral; porque o universo é normal, isso revela o que é certo”. Também, “A historia é linear; pois o curso do cosmo foi determinado na criação”.
O deísmo não provou ser uma cosmovisão estável. Historicamente manteve influencia sobre o mundo intelectual da França e da Inglaterra por pouco tempo, desde o final do século XVII até a primeira metade do século XVIII. Precedido pelo teísmo, foi seguido pelo naturalismo. O que fez do teimo algo tão efêmero, foi suas inconsistências dentro da própria cosmovisão e a impraticabilidade de alguns de seus princípios. Na ética, a suposição de um universo não caído, normal, com tendências para implicar que, seja o que for, esta certo. Na epistemologia, a tentativa de argumentar do particular para o universal terminava em falha, pois isso exigiria uma mente infinita para sustentar os detalhes necessários a uma generalização precisa. Em relação à natureza humana, uma pessoa não podia ter significância e personalidade diante de um universo fechado ao reordenamento. O significado humano e o determinismo mecânico são parceiros incompatíveis. No seguimento popular, muitas pessoas hoje acreditam que Deus existe, mas, quando interrogadas como é esse Deus, limitam sua descrição a palavras como Energia, Força, Primeira Causa, alguma coisa que mantenha o universoem movimento e, muitas vezes, finalizam conferindo-lhe uma aura de divindade. O termo Deus, na ciência, muitas vezes é usado como a personificação das leis da física. 
No capitulo quatro, o autor trata do Naturalismo, em termos intelectuais, a rota traçada é esta: no teísmo, Deus é o Criador infinito-pessoal e sustentador do cosmo. No deísmo, Deus é “reduzido”; ele começa a perder sua personalidade, embora permaneça como Criador e (por implicação) sustentador do cosmo. No naturalismo, Deus é ainda mais “reduzido”; ele perde sua própria existência. A definição do naturalismo básico se resume assim: “A matéria existe eternamente e é tudo que existe, Deus não existe”. O cosmo é tudo o que existe ou sempre existiu ou sempre será. “O cosmo existe como uma uniformidade de causa e efeito num sistema fechado”. “Os seres humanos são maquinas complexas; a personalidade é uma inter-relação de propriedades químicas e físicas que ainda não entendemos completamente”. Concluindo ousadamente, o homem é uma maquina, e no universo inteiro não há nada mais do que uma única substancia com suas varias modificações. “A morte é a extinção da personalidade e da individualidade”. Até onde podemos saber, a personalidade total é uma função da transação do organismo biológico num contexto social e cultural. Não há nenhuma evidencia crível de que a vida sobreviva à morte do corpo. “A historia é uma corrente linear de eventos vinculada por causa e efeito, mas sem proposta abrangente”. “A ética esta relacionada apenas aos seres humanos”. A origem do que é – o homem, a terra, o universo – esta envolvida num mistério cuja solução não é tão fácil como foram os relatos do Genesis. “A ética esta relacionada somente aos seres humanos”, Jesus era visto como um mestre de altos valores éticos. Para um teísta, Deus é o fundamento dos valores. Para um naturalista, os valores são produzidos pelo homem. Além do humanismo básico, tem também o humanismo secular e o humanismo marxista. E diferentemente do deísmo, o naturalismo tem tido grande poder de permanência. Nascido no século XVII, ele cresceu no século XIX e chegou a maturidade no século XX. 
No capitulo cinco, temos o retrato do Niilismo como sendo mais um sentimento do que uma filosofia. Para ser mais preciso o niilismo não tem nada de filosofia. Ele é a negação da possibilidade do conhecimento, a negação da possibilidade do conhecimento, a negação de que qualquer coisa tenha valor. Se der sequencia a essa negação absoluta de tudo, o niilismo nega a realidade da própria existência. Em outras palavras, ele é a negação de tudo – conhecimento, ética, beleza, realidade. No niilismo, nenhuma declaração tem validade; nada tem sentido. Tudo é gratuito, dispensável, isto é, apenas existe. O niilismo veio a existir não porque os teístas e os deístas deixaram o naturalismo de lado. O niilismo é o filho natural do naturalismo. O naturalismo nos coloca como seres humanos presos numa caixa. Porém, para termos qualquer confiança sobre a veracidade do nosso conhecimento de que estamos numa caixa, precisamos ficar fora da caixa ou ter algum outro ser fora da caixa que nos forneça essa informação (os teólogos chamam de revelação). Mas não há nada ou ninguém fora da caixa para nos dar a revelação, e não podemos por nos mesmos transcender a caixa. Portanto, niilismo epistemológico. 
Mais adiante no capitulo seis, o autor fala do existencialismo, como uma forma de transcender o niilismo. No existencialismo ateísta, todas as proposições do naturalismo que se seguem: A matéria existe eternamente; Deus não existe. O cosmo existe como uma uniformidade de causa e efeito num sistema fechado. A historia é uma corrente linear de eventos ligados por causa e efeito, mas sem uma proposta abrangente. A ética está relacionada apenas aos seres humanos. Realmente, o maior interesse do existencialismo está em nossa humanidade e em como podemos ser significativos num mundo insignificante. “O cosmo é constituído somente de matéria, mas para os seres humanos a realidade se apresenta em duas formas – subjetiva e objetiva”. “Para os seres humanos. Somente a existência precede a essência; as pessoas fazem de si mesmo o que elas são”. Se Deus não existe, existe pelo menos um ser no qual a existência precede a essência, um ser que existe antes que possa ser definido por qualquer conceito, e... esse ser é o homem. O mundo objetivo é um mundo de essência. Tudo surge trazendo sua natureza. Sal é sal; arvores são arvores; formigas são formigas. Somente os seres humanos não são humanos antes que façam a si mesmos humanos. Cada um de nós faz a si mesmo um humano por aquilo que fazemos com nossa autoconsciência e nossa autodeterminação. “Cada pessoa é totalmente livre com respeito à sua natureza e destino”. “Extremamente implacável e hermético, o mundo organizado, permanece contra os seres humanos e parece absurdo”. 
O existencialismo teísta básico, surgiu de raízes filosóficas e teologicas muito diferentes daquelas da sua contraparte ateísta. Foi a resposta de Soren Kierkegaard ao desafio do niilismo teológico – a ortodoxia morta da igreja morta. O existencialismo teísta começa por aceitar as seguintes pressuposições do teísmo: Deus é infinito e pessoal (triuno), transcendente e imanente, onisciente, soberano e bom. Deus criou o cosmo ex nihilo para operar com a uniformidade de causa e efeito num sistema aberto. Os seres humanos são criados à imagem de Deus, podem conhecer alguma coisa de Deus e do cosmo e podem viver com significado. Deus pode e estabelece comunicação conosco. Fomos criados bons, através de Cristo. Para os seres humanos, a morte é ou o portão para a vida com Deus e seu povo ou a vida para sempre separada de Deus. A ética é transcendente e baseada no caráter de Deus. Assim como o existencialismo ateísta, os elementos mais característicos do existencialismo teísta estão relacionados não com a natureza do cosmo ou de Deus, mas com a natureza humana e nossa relação com o cosmo e Deus. “Os seres humanos são seres pessoais que, quando chegam à consciência plena, descobrem-se a si mesmos num universo alienado; se Deus existe ou não, é uma questão difícil e deve ser resolvida não pela razão mas pela fé”. “O pessoal é o que tem valor”. Os homens não conhecem a Deus se permanecerem no mundo. Eles não O acharão se deixarem o mundo. Ele, que sai com seu ser completo ao encontro do seu Tu e carrega consigo todo o ser que esta no mundo, encontra Aquele que não pode ser buscado. É claro que Deus é o “Outro Completo”; mas Ele é também o Mesmo Completo, o Presente Completo. É claro que Ele é o Mysterium Tremendum que aparece e desaparece; mas Ele é também o mistério da auto-evidência, mais próximo de mim do que o meu eu. “Conhecimento é subjetividade; a verdade completa é muitas vezes paradoxal”. A ênfase existencialista na personalidade e integridade conduz a igual ênfase na subjetividade do genuíno conhecimento humano. O conhecimento sobre os objetos envolve os relacionamentos Eu-Isto; eles são necessários mas não suficientes. O conhecimento pleno é uma intima inter-relação; envolve o Eu-Tu e esta firmemente vinculado à vida autentica do conhecedor. Quando Kierkegaard foi confrontado sobre o que seria o trabalho de sua vida, ele escreveu: O que realmente preciso é tornar claro em minha própria mente o que devo fazer, não o que devo conhecer – exceto até o ponto em que o conhecimento deve preceder cada ação. Uma coisa importante é entender a que estou destinado, perceber o que a Divindidade quer que eu faça; a questão é encontrar a verdade para mim, encontrar a ideia pela qual estou pronto para viver e morrer. Que bem eu me faria se eu descobrisse a assim chamada verdade objetiva, mesmo que tivesse de trilhar meu caminho através dos sistemas dos filósofos e de estar apto a, se necessário fosse, passa-los em revista. “A historia como um registro dos eventos é incerta e desprezível, mas a historia como um modelo ou tipo de mito para ser feito presente e vivido é de suprema importância”. 
No capitulo nove, o autor trata do pós-modernismo,e a primeira questão que o pós-modernismo levanta não é o que existe ou como nós sabemos o que existe, mas como a linguagem funciona para construir o próprio significado. Em outras palavras, houve um desvio na “primeiras coisas” do ser para o conhecer, a fim de construir significado. A essência do pensamento moderno é a autonomia da razão humana. A noção da autonomia da razão humana liberou a mente humana da autoridade dos antigos. Nesse mundo, à uma morte da verdade. A única espécie de verdade que existe é a pragmática. Não existe verdade de correspondência. O pós-modernismo, não é uma cosmovisão completa. Mas é uma perspectiva penetrante que tem modificado varias cosmovisões, sendo uma das mais conhecidas o naturalismo. Na verdade, o melhor caminho para pensar sobre grande parte do pós-modernismo é vê-lo como a mais recente fase do “moderno”, a mais recente forma de naturalismo. O pós-modernismo, puxa a mascara risonha da arrogância do rosto do naturalismo. O rosto atrás da mascara mostra um semblante perpetuamente mutável: há a angustia de Nietzche se protegendo contra a mentalidade de rebanho das massas humanas, a alegria extasiante desse filosofo, ansiando ser o sobre-homem, o olhar malicioso no rosto de Foucault buscando a intensificação da experiência sexal, o riso forçado de Derrida quando desconstrói todo o discurso incluindo o proprio, e o jogo de ironia em torno dos lábios de Rorty, enquanto ele opta por uma solidariedade sem fundamento. Mas nenhum rosto mostra a confiança na verdade, uma confiança para o futuro. Se nossa cultura quer caminhar um direção a um futuro esperançoso, primeiro terá de volver-se para um passado mais realista, delimitar onde começamos a tropegar, levar em conta as percepções valiosas do que aconteceu desde então e forjar uma cosmovisão mais adequada. 
Bibliografia
Sire, James W. O universo ao lado. Traduzido por Paulo Zacarias. São Paulo: Editorial Press, 2001.

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