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Jean Piaget: Vida e Obra

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LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA
PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO.
“Jean Piaget: Vida E Obra”
Trabalho Solicitado Como Requisito Parcial Avaliativo, Da Disciplina De Psicologia da Aprendizagem e Desenvolvimento, Ministrada Pela Docente Ana Patrícia, Do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado do Pará – IFPA, Campus Belém.
BELÉM – PA
2017
PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO.
ACADÊMICOS.
Brenda Barbosa – Mat. 20160911379.
Joana Benjamim – Mat. 20160911911.
Paola Gibson – Mat. 2015910030.
Ruth Vera Cruz – Mat. 20160911298.
Woshygnton Freitas – Mat. 20160911137.
Turma: C912 – MP
BELÉM – PA
Maio/2017
SUMÁRIO
Introdução..............................................................................Pág. 03
Biografia ...............................................................................Pág. 04
A Epistemologia Genética De Piaget................................... Pág. 05
Construtos Básicos Da Teoria...............................................Pág. 06
O Desenvolvimento Cognitivo..............................................Pág. 08
Períodos Do Desenvolvimento Cognitivo.............................Pág. 09
O Julgamento Moral e o Processo De Socialização.............Pág. 17
Considerações Finais.............................................................Pág. 19
Referências............................................................................Pág. 20
 Anexo...................................................................................Pág. 21
INTRODUÇÃO.
	A partir da metade do século XX, no Brasil, surgem novas teorias nas áreas da psicologia educacional. Piaget e Vygotsky, considerados pais da psicologia cognitiva contemporânea, propõem que conhecimento é construído em ambientes naturais de interação social, estruturados culturalmente. Cada aluno constrói seu próprio aprendizado num processo de dentro para fora baseado em experiências de fundo psicológico. Os teóricos da abordagem denominada “Construtivismo” procuram explicar o comportamento humano em uma perspectiva em que sujeito e objeto interagem em um processo que resulta na construção e reconstrução de estruturas cognitivas.
	 Jean Piaget (1896-1980) foi o nome mais influente no campo da educação durante a segunda metade do século 20, a ponto de quase se tornar sinônimo de pedagogia. Não existe, entretanto, um método Piaget, como ele próprio gostava de frisar. Ele nunca atuou como pedagogo. Antes de tudo, Piaget foi biólogo e dedicou a vida a submeter à observação científica rigorosa o processo de aquisição de conhecimento pelo ser humano, particularmente a criança.
“A principal meta da Educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações fizeram. Homens que sejam criadores, inventores e descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo o que a elas se propõe”.
Jean Piaget.
JEAN PIAGET: VIDA E OBRA
2- BIOGRAFIA.
Quem Foi.
 	Jean William Fritz Piaget nasceu em Neuchâtel, a 9 de agosto de 1896 e morreu em Genebra, no dia 16 de setembro de 1980. Foi um biólogo, psicólogo e epistemólogo suíço, considerado um dos mais importantes pensadores do século XX. Defendeu uma abordagem interdisciplinar para a investigação epistemológica e fundou a Epistemologia Genética, teoria do conhecimento com base no estudo da gênese psicológica do pensamento humano. Estudou inicialmente biologia na Universidade de Neuchâtel onde concluiu seu doutorado, e posteriormente se dedicou à área de Psicologia, Epistemologia e Educação. Foi professor de psicologia na Universidade de Genebra de 1929 a 1954, e tornou-se mundialmente reconhecido pela sua revolução epistemológica. Durante sua vida Piaget escreveu mais de cinquenta livros e diversas centenas de artigos.
Pesquisas e Contribuições.
	Piaget também teve um considerável impacto no campo da ciência da computação. Seymour Papert usou o trabalho de Piaget como fundamentação ao desenvolver a linguagem de programação Logo. Alan Kay usou as teorias de Piaget como base para o sistema conceitual de programação Dynabook, que foi inicialmente discutido em Xerox PARC. Estas discussões levaram ao desenvolvimento do protótipo Alto, que explorou pela primeira vez os elementos do GUI, ou Interface Gráfica do Usuário, e influenciou a criação de interfaces de usuário a partir dos anos 1980.
	Em 1919, Piaget viajou para Paris e começou a trabalhar no Instituto Jean-Jacques Rousseau, publicando os primeiros artigos sobre a criança. Com o nascimento de seus filhos (1925-1931) ampliou seu convívio diário com “crianças pequenas” e isso lhe possibilitou o registro de observações que geraram novas hipóteses sobre as origens da cognição humana. Sua estadia em Paris se revelou importante especialmente pelo encontro com Théodore Simon, que lhe possibilitou investigar o pensamento infantil, e descobrir na criança pequena uma forma própria de raciocínio. Estas pesquisas resultaram na publicação de três artigos. Suas primeiras pesquisas em psicologia, como Coordenador de Pesquisas do Instituto Jean-Jacques Rousseau, resultaram em um ciclo de cinco publicações: A linguagem e o pensamento na criança (1923); O Raciocínio Da Criança (1924); A Representação Do Mundo Na Criança (1926); A Causalidade Física Na Criança (1927); e O Julgamento Moral Na Criança (1931). 
	Por apresentar a criança como “sujeito da razão” – ainda que de uma razão própria – Piaget despertou o interesse de estudiosos que ló o convidaram para expor suas ideias em universidades europeias e norte-americanas. Em seguida, Piaget participou de um Congresso Internacional de Psicanálise, em Berlim, com um trabalho sobre "O Pensamento Simbólico Infantil". Com o livro “A Linguagem e o Pensamento Na Criança”, Piaget apresentou um quadro do processo de aprendizado infantil, qualificada como uma “Coletânea De Estudos Preliminares” o qual se tornou o início de uma obra influente sobre o desenvolvimento humano.
	Além de suas pesquisas, Piaget manteve atividades como professor, e assumiu as cadeiras de "Filosofia da Ciência, de Psicologia e de Sociologia" na Universidade de Neuchâtel. Em 1929, assumiu também a cadeira de "História do Pensamento Científico", e continuou ensinando "Psicologia da Criança" no Instituto Jean-Jacques Rousseau. Foi também nesse ano que Piaget assumiu a direção do Bureau International de L'Education, vinculado à Unesco. A década de 1920 é representativa, também, na vida pessoal de Piaget. Em 1924, ele casou-se com Valentine Châtenay, com quem teve três filhos: Jacqueline (1925), Lucienne (1927) e Laurent (1931). Piaget fez pesquisas sobre as características do pensamento infantil e raciocínio lógico com diversas crianças francesas, com seus filhos e também com deficientes mentais.
3- A EPISTEMOLOGIA GENÉTICA DE PIAGET
	Piaget desenvolveu uma teoria chamada de “Epistemologia Genética ou Teoria Psicogenética”, onde explica como o indivíduo, desde o seu nascimento, constrói o conhecimento. Esta teoria é a mais conhecida concepção construtivista da formação da inteligência. Seu foco principal foi o “Sujeito Epistemológico” o qual foi estudado pelo método clínico desenvolvido pelo próprio Piaget. A teoria explica como o conhecimento é adquirido e montado em nossa psiquê, desde a primeira infância até a maturescência humana. Nela, Piaget aborda o desenvolvimento cognitivo através de um sistema de transformações contínuas que comportam uma história e uma evolução das funções psicológicas que geram mudanças na capacidade de interação com o meio. 
	Para Piaget, o comportamento dos seres vivos não é inato, nem resultado de condicionamentos. Para ele o comportamento é construído numa interação entre o meio e o indivíduo. Esta teoria epistemológica (epistemo = conhecimento; e logia = estudo) é caracterizada como uma visão interacionista do desenvolvimento.A inteligência do indivíduo, como adaptação a situações novas, portanto, está relacionada com a complexidade desta interação do indivíduo com o meio. Em outras palavras, quanto mais complexa for esta interação, mais “inteligente” será o indivíduo. Por isso Piaget via o professor mais como um espectador do desenvolvimento e favorecedor dos processos de descobrimento autônomo de conceitos do que como um agente que pode intervir ativamente na assimilação do conhecimento.
4- CONSTRUTOS BÁSICOS DA TEORIA.
	Embora Piaget usasse a técnica de pesquisa da observação, grande parte de sua pesquisa era também uma exploração lógica e filosófica de como o conhecimento se desenvolve, desde formas primitivas até sofisticadas. A ideia fundamental da teoria de Piaget é de que o conhecimento se desenvolve com base nas relações de troca que o indivíduo estabelece com o meio, logo, conhecer implica agir sobre a realidade, física ou mentalmente. A ação do sujeito é a principal fonte do conhecimento, quando o indivíduo incorpora a si elementos que pertencem ao meio, transformando-os.
	Portanto, ele acreditava que o desenvolvimento cognitivo ocorre em estágios que evoluem pela “Adaptação ou Equilibração”, na qual as crianças procuram um equilíbrio entre o que encontram em seus ambientes e as estruturas e os processos cognitivos que levam a esse encontro, bem como entre as próprias capacidades cognitivas. A equilibração envolve alguns processos, e para entender a abordagem piagetiana dos processos de desenvolvimento e aprendizagem torna-se fundamental, entender os seguintes os construtos básicos dessa teoria. São eles: Esquema, Assimilação, Acomodação e Adaptação (ou equilibração). 
Esquema – é a condição inicial das trocas que se efetuam entre o individuo e o meio. No ser humano os esquemas iniciais, ponto de partida da interação sujeito e objeto, são os reflexos. A partir desses esquemas todos os demais são engendrados através dos processos de assimilação e acomodação. Os esquemas correspondem, portanto, ao que numa ação é transponível e generalizável num processo contínuo de acomodações progressivas. Melhor dizendo, os esquemas formados são pontos de partida para novas interações do individuo com o meio. Entretanto, estes se reorganizam, constantemente, através de novas exigências dos objetos, formando verdadeiros sistemas de esquemas.
Assimilação – consiste na incorporação pelo sujeito de elementos do mundo exterior às estruturas do conhecimento já constituídas. Nesse processo, o que ocorre é uma ação do sujeito sobre os objetos que o rodeiam, o que se dá mediante a aplicação de esquemas já constituídos, ou seja, já solicitados anteriormente.
Acomodação – é um conceito desenvolvido por Jean Piaget que descreve mecanismos da adaptação do indivíduo, com o objetivo de estruturar e impulsionar seu desenvolvimento cognitivo. Este conceito tem relação direta com a teoria do Socioconstrutivismo, da qual Piaget era adepto. Segundo Piaget, a acomodação é um dos dois modos pelo qual os esquemas mentais existentes se modificam – o outro é a assimilação –, devido às experiências e relações com o meio. Seria, de acordo com essa ideia, o movimento que o organismo realiza para se submeter às exigências exteriores, adequando-se a estas últimas. 
Adaptação ou Equilibração – é o processo que corresponde ao reestabelecimento de equilíbrio. A adaptação ocorre como resultante dos processos de assimilação e acomodação, onde os pensamentos se organizam mediante a constituição de novos esquemas.
	Para Piaget, o desenvolvimento do indivíduo, em termos cognitivos sempre passa por equilíbrios e desequilíbrios, com mínima interferência externa, tanto orgânica como ambiental. Por exemplo, a inteligência seria uma assimilação, pois esta incorporaria dados da experiência no indivíduo. Assim, uma vez que ele assimilou intelectualmente uma nova experiência, vai formar um novo esquema ou modificar o esquema antes vigente. Então, na medida em que o ser humano compreende o novo conhecimento, dele se apropriando, se acomoda, passando a considerar aquilo como normal, o que traz o retorno à situação de equilíbrio. Esse período que a pessoa assimila e se acomoda ao novo é chamado de adaptação. Pode-se dizer que é dessa forma, que se dá o processo de evolução do desenvolvimento cognitivo humano. 
5- O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO.
	Para Piaget a inteligência é uma das formas que assumiu a adaptação do homem ao mundo exterior. Essa adaptação se dá de forma progressiva e resulta da equilibração majorante de estruturas que vão se constituindo ao longo do desenvolvimento. Portanto, o desenvolvimento na perspectiva piagetiana é o resultado da ação interatuante dos seguintes fatores:
Maturação – constitui a base biológica do comportamento representada pelo amadurecimento de estruturas biológicas mediante a interação com o meio. É um processo interno e estruturalmente representa a viabilidade humana de adaptação inteligente.
Experiência – se refere ao exercício e à ação individual sobre os objetos que se dão, ora o sentido de se extrair deles as suas características (experiência física), ora no sentido de se extrair propriedades não dos objetos, mas da ação sobre estes objetos (experiência lógico-matemática). É através da experiência lógico-matemática, que o individuo forma relações entre os objetos.
Transmissão Social – apropriação das experiências histórico-culturais, só possível na espécie humana. Essa apropriação se processará em conformidade com a estrutura cognitiva presente (esquema de assimilação). Só se transmite conhecimento quando há estruturas para assimilá-los e acomodá-los.
Equilibração (majorante) – de todos os fatores apontados, este é o que Piaget destaca como mais fundamental para a estruturação da inteligência. A equilibração se refere às mudanças sucessivas no sujeito, resultantes dos processos de assimilação e acomodação.
6- PERÍODOS DO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO.
Piaget divide os períodos (ou fases) do desenvolvimento humano de acordo com o aparecimento de novas qualidades do pensamento, o que, por sua vez, interfere no desenvolvimento global. Segundo Piaget, cada período é caracterizado por aquilo que de melhor o indivíduo consegue fazer nessas faixas etárias. Todos os indivíduos passam por todas essas fases ou períodos, nessa sequencia, porém o início e o término de cada uma delas dependem das características biológicas do indivíduo e de fatores educacionais, sociais. Portanto, a divisão nessas faixas etárias é uma referência, e não uma norma rígida.
Período Sensório-Motor (1ª infância – de 0 a 2 anos).
	Nesta fase, a criança conquista, através da percepção e dos movimentos, todo o universo que a cerca. No recém-nascido, a vida mental reduz-se ao exercício dos aparelhos reflexos, de fundo hereditário como a sucção. Esses reflexos melhoram com o treino. Por exemplo, o bebê mama melhor no 10º dia de vida do que no 2º dia. Por volta dos 5 meses, a criança consegue coordenar os movimentos das mão e olhos e pegar objetos, aumentando sua capacidade de adquirir hábitos novos.
	No final do período a criança é capaz de usar um instrumento como meio para atingir um objeto. Neste caso, ela utiliza a inteligência prática ou sensório-motora, que envolve as percepções e os movimentos. Neste período, fica evidente que o desenvolvimento físico acelerado é o suporte para o aparecimento de novas habilidades. Isto é, o desenvolvimento ósseo, muscular e neurológico permite a emergência de novos comportamentos, como sentar-se, andar, o que propiciará um domínio maior do ambiente.
Ao longo deste período, irá ocorrer na criança uma diferenciação progressiva entre o seu eu e o mundo exterior. Se no início o mundo era uma continuação do próprio corpo, os progressos da inteligência levam- na a situar-se como um elemento entre outros no mundo. Isso permite que a criança, por volta de 1 ano, admita que um objeto continue a existir mesmo quando ela não o percebe, isto é, o objeto não está presente no seu campo visual,mas ela continua a procurar ou a pedir o brinquedo que perdeu, porque sabe que ele continua a existir.
Esta diferenciação também ocorre no aspecto afetivo, pois o bebê passa das emoções primárias (os primeiros medos, quando, por exemplo, ele se enrijece ao ouvir um barulho muito forte) para uma escolha afetiva de objetos (no final do período), quando já manifesta preferências por brinquedos, objetos, pessoas etc. No curto espaço de tempo deste período, por volta de 2 anos, a criança evolui de uma atitude passiva em relação ao ambiente e pessoas de seu mundo para uma atitude ativa e participativa. Sua integração no ambiente dá-se, também, pela imitação das regras. E, embora compreenda algumas palavras, mesmo no final do período só é capaz de fala imitativa.
Período Pré-Operatório (1ª infância – de 2 A 7 Anos).
Neste período, o que de mais importante acontece é o aparecimento da linguagem, que irá acarretar modificações nos aspectos intelectual, afetivo e social da criança. A interação e a comunicação entre os indivíduos são, sem dúvida, as consequências mais evidentes da linguagem. Com a palavra, há possibilidade de exteriorização da vida interior e, portanto, a possibilidade de corrigir ações futuras. A criança já antecipa o que vai fazer. Como decorrência do aparecimento da linguagem, o desenvolvimento do pensamento se acelera. 
No início do período, ele exclui toda a objetividade, a criança transforma o real em função dos seus desejos e fantasias (jogo simbólico); posteriormente, utiliza-o como referencial para explicar o mundo real, a sua própria atividade, seu eu e suas leis morais; e, no final do período, passa a procurar a razão causal e finalista de tudo (é a fase dos famosos “porquês”). E um pensamento mais adaptado ao outro e ao real. Como várias novas capacidades surgem, muitas vezes ocorre a superestimação da capacidade da criança neste período. 
Vale ressaltar que grande parte do seu repertório verbal é usada de forma imitativa, sem que ela domine o significado das palavras; ela tem dificuldades de reconhecer a ordem em que mais de dois ou três eventos ocorrem e não possui o conceito de número. Por ainda estar centrada em si mesma, ocorre uma primazia do próprio ponto de vista, o que torna impossível o trabalho em grupo. Esta dificuldade mantém-se ao longo do período, na medida em que a criança não consegue colocar-se do ponto de vista do outro.
	No aspecto afetivo, surgem os sentimentos interindividuais, sendo que um dos mais relevantes é o respeito que a criança nutre pelos indivíduos que julga superiores a ela (ex: em relação aos pais, aos professores). É um misto de amor e temor. Seus sentimentos morais refletem esta relação com os adultos significativos — a moral da obediência —, em que o critério de bem e mal é a vontade dos adultos. Com relação às regras, mesmo nas brincadeiras, concebe-as como imutáveis e determinadas externamente. Mais tarde, adquire uma noção mais elaborada da regra, concebendo-a como necessária para organizar o brinquedo, porém não a discute.
Com o domínio ampliado do mundo, seu interesse pelas diferentes atividades e objetos se multiplica, diferencia e regulariza, isto é, torna-se estável, sendo que, a partir desse interesse, surge uma escala de valores própria da criança. E a criança passa a avaliar suas próprias ações a partir dessa escala. É importante, ainda, considerar que, neste período, a Maturação Neurofisiológica (desenvolvimento neurológico) completa-se, permitindo o desenvolvimento de novas habilidades, como a coordenação motora fina – pegar pequenos objetos com as pontas dos dedos, segurar o lápis corretamente e conseguir fazer os delicados movimentos exigidos pela escrita.
O Desenho Como Forma De Representação Do Real.
	Segundo Piaget, a evolução do desenho infantil é solidária ao processo de estruturação do espaço pela criança. Em cada período do desenvolvimento observa-se uma forma específica de representação do espaço. Piaget menciona os trabalhos de Georges-Henri Luquet (1876-1965), filósofo e etnógrafo francês, sobre o desenho infantil, sendo concordante com este autor no que se refere à evolução do processo de representação da realidade pela criança. Segundo Luquet, o desenho tal como outras manifestações simbólicas, representa um esforço de imitação do real, evoluindo de rabiscos e garatujas para a imitação de modelos. 
	De Acordo Com Piaget, o Desenho (Grafismo) Passa Por Momentos Distintos:
	De 2 a 3 anos.
	Realismo Fortuito
	A criança rabisca e descobre um significado para o rabisco, ou melhor, desenha e reconhece as formas que rabisca. É um jogo puro de exercício motor. São as garatujas que são, na verdade, exercícios motores.
	
De 3 a 4 anos.
	Realismo Gorado
	A criança desenha não o que vê, mas o que sabe de uma figura, não conseguindo organizá-la graficamente. Há o início da relação forma-objeto. Os elementos do desenho nessa etapa são justapostos e não se condensam num todo e o interior dos objetos é desenhado. 
	De 5 a 8 anos.
	Realismo Intelectual
	O desenho infantil supera as dificuldades das fases anteriores. Embora não esteja presente a noção de perspectiva, assim como de relações métricas e proporcionais, a criança já desenha cenas completas. Nessa fase a criança desenha aquilo que sabe que existe no desenho a ser representado (período de preparação).
	De 8 a 9 anos.
	Realismo Visual
	A criança desenha cenas completas e surgem duas grandes novidades no desenho da criança: o interior deixa de ser desenhado (ela passa a desenhar somente o que vê) e a perspectiva é levada em conta (a criança se preocupa com as proporções dos objetos e com as distâncias).
O Egocentrismo Na Infância: 
	O desenho, a imitação, o jogo simbólico, a linguagem, assim como os julgamentos, os raciocínios e as explicações dos fenômenos neste período pré- operatório, revelam um traço cognitivo característico: o egocentrismo. O egocentrismo é a manifestação de um pensamento centrado na perspectiva do sujeito ou mesmo uma indiferença entre o ponto de vista próprio e o dos outros. Para Piaget, o egocentrismo é uma atitude espontânea da criança na qual prevalecem os seus esquemas particulares onde há o predomínio do processo de assimilação sem o esforço de acomodação. A criança atribui aos objetos características do “próprio eu”, dotando-os de qualidades subjetivas, impondo assim, a sua perspectiva particular às diversas situações; em lugar de uma adaptação à realidade exterior, observa-se a transformação desta realidade em função de seus desejos mediante uma assimilação deformante. 
	Enquanto traço intelectual, o egocentrismo infantil não só está presente na representação do mundo (realismo) e nas tentativas de explicações dos fenômenos feitas pela criança, como também se manifesta em sua linguagem, em seus raciocínios e comportamentos sociais. Assim, o egocentrismo implica num conjunto de atitudes pré-críticas, pré-objetivas, pré-lógica e pré-conceituais, seja em relação à natureza, aos outros ou a si mesma. Constituem manifestações do egocentrismo infantil:
Animismo – Tendência de conceber todas as coisas como vivas e dotadas de intenção e sentimentos. A criança acredita que tudo que exerce alguma atividade é porque tem vida e possui consciência. Ex: ela acredita que a lua nos acompanha a todos os lugares por uma intenção em nos seguir.
Finalismo – Tendência a admitir que as coisas existem para servir ao homem, especialmente às crianças. A criança responde as perguntas de acordo com a finalidade funcional dos objetos por não perceber a causalidade lógica de uma pergunta. Ex: Se perguntarmos a criança o que é uma cama, ela responderá que é pra ela dormir.
Artificialismo – Crença infantil de que as coisas foram construídas pelos homens, tendo uma origem artesanal, ou que foram construídas por uma entidade divina. Ex: os rios e montanhas para as crianças são construções humanas.
Interpretação Mágico-Fenomenista Do Mundo – Qualquer coisa pode ser produzida por qualquer coisa. Ex: a criançadiz que o dia clareia quando ela abre o olho ou que as ondas do mar se movem porque os barcos e navios estão em cima delas.
Pensamento Intuitivo – Chama-se intuição ao conhecimento obtido por experiência de primeira mão, ou seja, aquele conhecimento fundado na percepção imediata, que leva em conta somente a aparência dos objetos. É através da intuição, que também reflete o egocentrismo intelectual infantil, que a criança lida com a realidade, o que a leva a raciocinar sem considerar todas as dimensões de um fenômeno ou de uma experiência. O pensamento intuitivo apresenta os seguintes traços característicos:
Justaposição – várias informações são colocadas lado a lado sem se chegar a uma síntese ou à formulação de um conceito. Ex: se perguntarmos a uma criança de 5 anos, se há mais meninos ou crianças numa sala de aula, ela não saberá ao certo como responder.
Transdução - é a tendência da criança de vincular mentalmente certos fenômenos, sem necessariamente ter uma relação lógica de causalidade (causa e efeito). 
Sincretismo – união de elementos que não possuem uma relação logicamente necessária, chegando a generalizações indevidas. É uma ligação indevida entre duas características pela ausência de esquemas conceituais. Ex: uma criança pode associar que uma fruta não está madura por ser de cor verde. 
Irreversibilidade – é a incapacidade de compreender um processo inverso ao observado. Seu pensamento é irreversível. Ex: a incompreensão de que a subtração é o processo reverso da adição.
Centralização – raciocínio centralizado rígido e inflexível no qual não se leva em conta várias relações ao mesmo tempo. Há uma incapacidade para se centrar em mais de um aspecto da situação. São incapazes de globalizar.
Período Das Operações Concretas (de 7 a 11 ou 12 anos).
O desenvolvimento mental, caracterizado no período anterior pelo egocentrismo, é superado neste período pelo início da construção lógica, isto é, a capacidade da criança de estabelecer relações	que permitam a coordenação de pontos de vista diferentes. Estes pontos de vista podem referir-se a pessoas diferentes ou à própria criança, que “vê” um objeto ou situação com aspectos diferentes e, mesmo, conflitantes. Ela consegue coordenar estes pontos de vista e integrá-los de modo lógico e coerente. No plano afetivo, isto significa que ela será capaz de cooperar cora os outros, de trabalhar em grupo e, ao mesmo tempo, de ter autonomia pessoal.
	O que possibilitará isto, no plano intelectual, é o surgimento de uma nova capacidade mental da criança: as operações, isto é, ela consegue realizar uma ação física ou mental dirigida para um fim (objetivo) e revertê-la para o seu início. Num jogo de quebra-cabeça, próprio para a idade, ela consegue, na metade do jogo, descobrir um erro, desmanchar uma parte e recomeçar de onde corrigiu, terminando-o. As operações sempre se referem a objetos concretos presentes ou já experienciados. Outra característica deste período é que a criança consegue exercer suas habilidades e capacidades a partir de objetos reais, concretos. Portanto, mesmo a capacidade de reflexão que se inicia, isto é, pensar antes de agir, considerar os vários pontos de vista simultaneamente, recuperar o passado e antecipar o futuro, se exerce a partir de situações presentes ou passadas, vivenciadas pela criança.
* Em Nível De Pensamento, A Criança Consegue:
Estabelecer corretamente as relações de causa e efeito e de meio e fim;
Sequenciar ideias ou eventos;
Trabalhar com ideias sob dois pontos de vista, simultaneamente;
 Formar o conceito de número (no início do período, sua noção de número está vinculada a uma correspondência com o objeto concreto).
A noção de conservação da substância do objeto (comprimento e quantidade) surge no início do período; por volta dos 9 anos, surge a noção de conservação de peso; e, ao final do período, a noção de conservação do volume. No aspecto afetivo, ocorre o aparecimento da vontade como qualidade superior e que atua quando há conflitos de tendências ou intenções (entre o dever e o prazer, por exemplo). A criança adquire uma autonomia crescente em relação ao adulto, passando a organizar seus próprios valores morais. Os novos sentimentos morais, característicos deste período, são: o respeito mútuo, a honestidade, o companheirismo e a justiça, que considera a intenção na ação. Por exemplo, se a criança quebra o vaso da mãe, ela acha que não deve ser punida se isto ocorreu acidentalmente. O grupo de colegas satisfaz, progressivamente, as necessidades de segurança e afeto.
Nesse sentido, o sentimento de pertencer ao grupo de colegas torna-se cada vez mais forte. As crianças escolhem seus amigos, indistintamente, entre meninos e meninas, sendo que, no final do período, a grupalização com o sexo oposto diminui. Este fortalecimento do grupo traz a seguinte implicação: a criança, que no início do período ainda considerava bastante as opiniões e ideias dos adultos, no final passa a “enfrentá-los”. A cooperação é uma capacidade que vai-se desenvolvendo ao longo deste período e será um facilitador do trabalho em grupo, que se torna cada vez mais absorvente para a criança. Elas passam a elaborar formas próprias de organização grupal, em que as regras e normas são concebidas como válidas e verdadeiras, desde que todos as adotem e sejam a expressão de uma vontade de todos. Portanto, novas regras podem surgir, a partir da necessidade e de um “contrato” entre as crianças.
Período Das Operações Formais (adolescência – 11 ou 12 anos em diante).
	Neste período, ocorre a passagem do pensamento concreto para o pensamento formal, abstrato, isto é, o adolescente realiza as operações no plano das ideias, sem necessitar de manipulação ou referências concretas, como no período anterior. É capaz de lidar com conceitos como liberdade, justiça etc. O adolescente domina, progressivamente, a capacidade de abstrair e generalizar; ele cria teorias sobre o mundo, principalmente sobre aspectos que gostaria de reformular. Isso é possível graças à capacidade de reflexão espontânea que, cada vez mais descolada do real, é capaz de tirar conclusões de puras hipóteses.
O livre exercício da reflexão permite ao adolescente, inicialmente, “submeter” o mundo real aos sistemas e teorias que o seu pensamento é capaz de criar. Do ponto de vista de suas relações sociais, também ocorre o processo de caracterizar-se, inicialmente, por uma fase de interiorização, em que, aparentemente, é antissocial. Ele se afasta da família, não aceita conselhos dos adultos; mas, na realidade, o alvo de sua reflexão é a sociedade, sempre analisada como passível de ser reformada e transformada. Posteriormente, atinge o equilíbrio entre pensamento e realidade, quando compreende a importância da reflexão para a sua ação sobre o mundo real. 
No aspecto afetivo, o adolescente vive conflitos. Deseja libertar-se do adulto, mas ainda depende dele. Deseja ser aceito pelos amigos e pelos adultos. O grupo de amigos é um importante referencial para o jovem, determinando o vocabulário, as vestimentas e outros aspectos de seu comportamento. Começa a estabelecer sua moral individual, que é referenciada à moral do grupo. Os interesses do adolescente são diversos e mutáveis, sendo que a estabilidade chega com a proximidade da idade adulta. São características observáveis nesse período: 
Progressos Intelectuais Na Adolescência.
Maior Capacidade De Compreensão Das Relações Lógicas Entre As Diversas Classes – o adolescente torna-se capaz de pensar em todos os tipos possíveis de relações que podem existir entre acontecimentos, em vez de se limitar simplesmente a compreensão das relações que efetivamente existem. Essa nova condição lhe permite lidar com o método científico de investigação, através do qual lhe seja possível controlar todas as variáveis e possibilidades de um determinado fenômeno.
Desenvolvimento Do Pensamento Combinatório – o adolescente torna-se capaz de rever, sistematicamente, todas as escolhas, numa determinada situação, de modoa esgotar todas as combinações possíveis. Em outras palavras, torna-se capaz de usar todo o sistema de lógica formal para conseguir o tipo de informação que deseja.
O Egocentrismo Na Adolescência.
	O adolescente, numa fase inicial, começa por incorporar o mundo através de uma simples assimilação egocêntrica (assimilação sem acomodação) e só mais tarde é capaz de realizar uma acomodação real. Assim é que, a princípio, apesar de já possuir uma lógica formal, apresenta um grande egocentrismo intelectual que o leva a acreditar na onipotência da reflexão, agindo como se o mundo devesse se submeter a esta e não à realidade. Daí a construção de “teorias e sistemas” que dão vazão a um processo permanente de auto-reflexão. Essa atividade cognitiva é importante, uma vez que, através dela o adolescente realiza a sua integração moral e intelectual à sociedade dos adultos. 
	O egocentrismo inicial do adolescente vai gradativamente, cedendo lugar a comportamentos mais adaptados ao real. O intercâmbio social de sentimentos, ideais, ações e atitudes, auxiliam-no na superação do egocentrismo ao descobrir a fragilidade de seus pontos de vista. É quando o adolescente começa a empreender tarefas efetivas, que se torna adulto passando de reformador idealista para um realizador construtivo. Piaget afirma que o trabalho é o que permite que o pensamento, exageradamente utópico e irreal, se ajuste de modo dinâmico, ao real.
7- O JULGAMENTO MORAL E O PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO.
	Piaget aborda a moralidade como um sistema de regras cuja essência deve ser procurada no respeito que o individuo adquiri por elas. Agir moralmente significa atuar em conformidade, apesar da existência de graus de liberdade, com o código moral determinado de determinado grupo social. Para Piaget, a moral, tal como a lógica, não é inata no individuo. Ela resulta de uma construção evolutiva decorrente da relação do individuo com o grupo social. No que se refere à evolução da consciência moral, Piaget caracteriza quatro estágios:
O Estágio Pré Moral – a tendência da criança, nessa fase é a de projetar no mundo exterior os seus desejos e impulsos. As ordens e proibições são simplesmente obedecidas. A criança é capaz de julgar suas ações e as alheias, desconhecendo, em grande parte, suas intenções e consequências.
Estagio De Moralidade Heterônoma – a criança vive nesta fase, o que Piaget denominou de realismo moral, ou seja, a tendência a considerar os deveres e os valores como existentes em si mesmos, externo à sua vontade e independentes do contexto. As normas são entendidas “ao pé da letra”. O realismo moral apresenta características distintas:
Os deveres são vistos como, externos, impostos coercitivamente, e não como obrigações elaboradas pela própria consciência. O “bem” nesse estágio é definido como o cumprimento do dever, como observância da regra, a qual deve ser cumprida sempre, não podendo ser transgredida, nem relativizada por interpretações flexíveis.
A responsabilidade pelos atos é avaliada de acordo com as consequências objetivas da ação e não por suas intenções. O tamanho do castigo deve ser proporcional ao grau de consequências do mal feito.
Estágio De Moralidade Semi-Autônoma – Nessa fase, a criança deixa de obedecer rigidamente às ordens, proibições e regras impostas pelos adultos e passa a observá-las segundo situações específicas. Apesar deste progresso, a criança ainda lida com as normas e as ordens como imposições de fora e não como resultado de uma elaboração capaz de ser revertida.
Estágio De Moralidade Autônoma – A verdade, em contraposição à mentira, nessa fase se torna um requisito para o respeito e simpatias mútuas. A necessidade da moral decorre da relação com o outro. As características mais marcantes desse estágio são as seguintes:
Os deveres, as regras e prescrições somente serão cumpridas quando percebidas e avaliadas como necessárias e significativas em cada situação em particular (prioridade mediante interpretação subjetiva).
A responsabilidade pelos atos é julgada pela intenção e não pelas suas consequências objetivas.
	A relação da criança com o adulto nesta fase embora Piaget não o tenha explicitado, é importante para a evolução da consciência moral infantil. Quando os adultos são muito autoritários, impondo uma relação de heteronomia, a criança ainda que ao nível de relação com os iguais tenha atingido o estágio de autonomia moral, regride a níveis mais primários de relação com a norma.
CONSIDERAÇÕES FINAIS.
	Uma das grandes contribuições de Piaget foi estudar o raciocínio lógico-matemático, que é fundamental na escola, mas não pode ser ensinado, dependendo de uma estrutura de conhecimento da criança. As descobertas de Piaget tiveram grande impacto na pedagogia, mas, de certa forma, demonstraram que a transmissão de conhecimentos é uma possibilidade limitada. Suas teorias buscam implantar nos espaços de aprendizagem uma metodologia inovadora que busca formar cidadãos criativos e críticos. De acordo com suas teorias, o professor não deve apenas ensinar, mas sim e antes de tudo, orientar os educandos no caminho da aprendizagem autônoma. 
	Por um lado, não se pode fazer uma criança aprender o que ela ainda não tem condições de absorver. Por outro, mesmo tendo essas condições, não vai se interessar a não ser por conteúdos que lhe façam falta em termos cognitivos. Isso porque, para o cientista suíço, o conhecimento se dá por descobertas que a própria criança faz - um mecanismo que outros pensadores antes dele já haviam intuído, mas que ele submeteu à comprovação na prática. Vem de Piaget a ideia de que o aprendizado é construído pelo aluno e é sua teoria que inaugura a corrente construtivista. Educar, para Piaget, é "provocar a atividade" – isto é, estimular a procura do conhecimento. O professor não deve pensar no que a criança é, mas no que ela pode se tornar.
	
REFERÊNCIAS
PORTAL EDUCAÇÃO. “Abordagem Psicogenética De Piaget” Artigo da Web. Postagem: 23 de fevereiro de 2013. Disponível em: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/psicologia/abordagem-psicogenetica-de-piaget/35737. Acesso: 10 de maio de 2017.
WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. “Jean Piaget: Vida E Obra”. Flórida: Wikimedia Foundation. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Jean_Piaget&oldid=48771585. Acesso em: 10 maio 2017.
CAVICCHIA, Durlei de Carvalho. “O Desenvolvimento Da Criança Nos Primeiros Anos De Vida”. Artigo da Web. Disponível em: https://acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/224/1/01d11t01.pdf. Acesso: 10 de maio de 2017.
TEIXEIRA, Hélio.“Teoria do Desenvolvimento Cognitivo de Jean Piaget”. Website HélioTeixeira.org. Postagem: 08 de dezembro de 2015. Disponível em: http://www.helioteixeira.org/ciencias-da-aprendizagem/teoria-do-desenvolvimento-cognitivo-de-jean-piaget/. Acesso: 12 de maio de 2017.
FERRARI, Márcio. “Jean Piaget, O Biólogo Que Colocou a Aprendizagem No Microscópio”. Website Nova Escola. Postagem: outubro de 2008. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/1709/jean-piaget-o-biologo-que-colocou-a-aprendizagem-no-microscopio. Acesso: 12 de maio de 2017.
BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria De Lourdes T. “Psicologias: Uma Introdução Ao Estudo Da Psicologia”. 13ª Ed. São Paulo. Editora: Saraiva. 1999. 
COUTINHO, Maria Tereza da C.; MOREIRA, Mércia. “Psicologia Da Educação: Um Estudo Dos Processos Psicológicos De Desenvolvimento E Aprendizagem Humanos, Voltados Para Educação, Com Ênfase Na Abordagem Construtivista”. 3ª Ed. São Paulo. Editora: Lê, 1993.
ANEXO
Algumas Obras de Piaget. 
A Construção do Real na Criança. Trad. Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Zahar, 1970. 360 p.
A Epistemologia Genética e a Pesquisa Psicológica. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1974.
A Epistemologia Genética. Trad. Nathanael C. Caixeira. Petrópolis: Vozes, 1971. 110p.
A Equilibração das Estruturas Cognitivas. Problema central do desenvolvimento. Trad. Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Zahar, 1976.A Evolução Intelectual da Adolescência à Vida Adulta. Trad. Fernando Becker e Tania B.I. Marques. Porto Alegre: Faculdade de Educação, 1993. 
A Formação do Símbolo na Criança. Imitação, jogo e sonho, imagem e representação. Trad. Alvaro Cabral. Rio de Janeiro: Zahar, 1971.
A Linguagem e o Pensamento na Criança. Trad. Manuel Campos. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1959. 307 p.
A Noção de Tempo na Criança. Rio de Janeiro: Distribuidora Record, (s.d.).
A Origem da Ideia do Acaso na Criança. Rio de Janeiro: Distribuidora Record, (s.d.).
A Práxis na Criança. In.: Piaget. Rio de Janeiro: Forense, 1972.
A Psicologia da Inteligência. Trad. Egléa de Alencar. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1958. 239 p.
A Representação do Mundo na Criança. Rio de Janeiro: Distribuidora Record, [s.d.].
Aprendizagem e Conhecimento. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1979.
Biologia e Conhecimento. Trad. Francisco M. Guimarães. Petrópolis: Vozes, 1973. 423p.
Conversando com Jean Piaget. Rio de Janeiro: Difel, 1978.
Da Lógica da Criança à Lógica do Adolescente. São Paulo: Pioneira, 1976.
Ensaio de Lógica Operatória. São Paulo: Editora Globo/EDUSP, 1976.
Estudos Sociológicos. Rio de Janeiro: Forense, 1973.
Fazer e Compreender. Trad. Cristina L. de P. Leite. São Paulo: Melhoramentos; EDUSP, 1978. 186 p.
Gênese das Estruturas Lógicas Elementares. Trad. Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Zahar, 1970. 356 p.
Inconsciente Afetivo e Inconsciente Cognitivo. In.: Piaget. Rio de Janeiro: Forense, 1972.
O Estruturalismo. Trad. Moacir R. de Amorim. São Paulo: Difel, 1970. 119 p.
O Juízo Moral na Criança. São Paulo:Summus, 1994. 302 p.
O Julgamento Moral na Criança. São Paulo: Mestre Jou, 1977.
O Nascimento da Inteligência na Criança. Trad. Alvaro Cabral. Rio de Janeiro: Zahar, 1970. 387p.
O Raciocínio na Criança. Trad. Valerie Rumjanek Chaves. Rio de Janeiro: Record, 1967. 241p.
Para Onde Vai a Educação? Trad. Ivete Braga. Rio de Janeiro: José Olympio, 1973. 89 p.
Psicologia e Epistemologia: Por uma teoria do conhecimento. Trad. Agnes Cretella. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1973. 158 p.

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