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Métodos sistêmicos para utilização do flúor

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MÉTODOS SISTÊMICOS PARA UTILIZAÇÃO DO FLÚOR – SAÚDE COLETIVA II 
 
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FLUORETAÇÃO DO LEITE 
 Efeito tópico pós-eruptivo inferior ao método da fluoretação da água (pois, no leite, o flúor 
não é completamente ionizado); 
 Possibilidade de livre escolha; 
 Consumido por crianças de nível econômico médio-elevado; 
 Na Bulgária, Chile e China foi incorporado 5 mg F/l de leite; 
 Poucos e inconsistentes estudos realizados. 
 
SUPLEMENTOS FLUORETADOS (Nativit) 
 Fluoreto de sódio (NaF) em forma de comprimidos e pastilhas; 
 Efeito sistêmico: insuficiente para a formação de fluorapatita e ineficaz contra a cárie; 
 Método considerado diante da baixa exposição a outras fontes de flúor; 
 Aumento do flúor na saliva, necessidade diária de ingestão (difícil controle); 
 Prescrição pré-natal sem indicação; 
 6 meses a 3 anos: ingestão menor que 0,3 mg/l de F, recomenda-se 0,5 mg/l de F; 
 3 a 5 anos: ingestão de 0,3 a 0,6 mg/l de F, recomenda-se 0,25 mg/l de F; 
 6 a 16 anos: ingestão de 0,3 a 0,6 mg/l de F, recomenda-se 0,5 mg/l de F. 
 
FLUORETAÇÃO DO AÇÚCAR 
 Pioneira: Luoma et al (1979) – Finlândia; 
 Atuação do flúor no exato momento do ataque ácido; 
 Questão ética: aceitação do método – estímulo ao consumo de açúcar; 
 Poucos estudos reportam redução significativa. 
 
FLUORETAÇÃO DO SAL 
VANTAGENS 
 Redução em torno de 60%; 
 Custo menor que a água; 
 Abrangência urbana e rural; 
 Menor desperdício de flúor; 
 Escolha individual – sem perda de liberdade. 
 
DESVANTAGENS 
 Dosagem ótima (variação no consumo); 
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 Consumo de sal grosso (37% da população); 
 Associação do consumo a outras doenças (hipertensão); 
 Falta de controle na distribuição (possibilidade de sobre dosagem). 
 
FLUORETAÇÃO DA ÁGUA NAS ESCOLAS 
 No Brasil, difundido nas décadas de 70 e 90 e atualmente sem utilização; 
 Reservatórios próprios de distribuição de água; 
 4,5 vezes acima do teor localmente recomendado; 
 O teor de flúor depende da temperatura; 
 Desvantagens: exposição tardia e curto período de permanência na escola. 
 
FLUORETAÇÃO DA ÁGUA DE ABASTECIMENTO PÚBLICO 
 
NÍVEIS DE FLUORETO NAS ÁGUAS 
 Raro em águas de superfície (rios e lagos); 
 Abundante em águas subterrâneas, devido a absorção de sais e minerais presentes no solo. 
 Em Araçatuba, varia entre 0,6 e 0,8 mg/F/l. 
 
DEFINIÇÃO 
 Adição intencional de flúor na água para que ela fique nas concentrações ideais para 
prevenção da cárie dentária. 
 
IMPORTÂNCIA DO MÉTODO (NIVEIS IDEAIS) 
 2º nível de prevenção (proteção específica – atinge grande número de pessoas); 
 2º nível de aplicação (ação governamental restrita) 
 
 Segundo Viegas 
 Adequado: atinge todas as crianças sem distinção de nível socioeconômico; 
 Eficiente: reduz a incidência de cárie dentária (60% em média); 
 Econômico: custo per capita é reduzido; 
 Prático: fácil aplicação; 
 Perene: o efeito perdura por toda a vida, protegendo os dentes contra o ataque de cárie e 
proporcionando efeitos benéficos a saúde do indivíduo; 
 Seguro: pois na proporção de 0,7 a 1,2 mg/l não produz malefício algum. 
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“A fluoretação da água de consumo público é o mais seguro, efetivo, simples e econômico método de 
proteção contra a doença, e sua adoção têm sido recomendada pelas organizações nacionais e 
internacionais do setor saúde” - OMS, FDI E MSB. 
 
“É um método de uso coletivo do flúor, consagrado no século XX como uma das principais medidas de 
saúde pública, em função do seu impacto em reduzir a cárie dentária em populações” - CURY et al. 
 
HISTÓRIA DA FLUORETAÇÃO 
 1945 – Grand Rapids: ajuste da concentração de flúor em 1mg/l de água; 
 1950 – Estudo realizado em três cidades (Grand Rapids, Muskegon e Aurora) comparou o 
efeito da fluoretação em três níveis: nível ajustado (Grand Rapids – 1 mg F/l), controle 
negativo (Muskegon – 0,1 mg F/l) e controle positivo (Aurora – 1,2 mg F/L), verificando a 
redução do CPOD em todas as cidades. No controle negativo, onde se esperava que a 
redução não ocorresse, a temperatura da cidade era elevada, levando ao maior consumo de 
água pela população; 
 Galagan e Vermillion: correlacionaram a temperatura média anual e a concentração de flúor; 
 1953 – Baixo Guandu: estudo realizado durante 10 anos verificou a redução em 80% da cárie. 
 
 SAIS UTILIZADOS 
Fluoreto de sódio 
 Custo elevado; 
 Utilizado para bochecho; 
 Incompatível com água dura (que são ricas em cálcio e magnésio). 
 
Fluoreto de cálcio 
 Insolúvel; 
 Forma não ionizada (sem ação preventiva). 
 
Ácido Fluossilícico – mais utilizado 
 Forma líquida e altamente solúvel; 
 Transparente; 
 Contém 80% de íon flúor ionizável; 
 Produz soluções corrosivas, mas são neutralizadas por outros produtos. 
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Fluossilicato de Sódio 
 Alto teor de flúor; 
 Baixa solubilidade; 
 Tóxico. 
 
BENEFÍCIOS DA FLUORETAÇÃO 
 Redução de 50 a 60% sob exposição contínua (10 anos); 
 Custos: maior relação com o tipo de sal utilizado – custo per capita anual; 
 Considerar a relação custo-benefício. 
 
FATORES QUE INFLUENCIAM NA EFETIVIDADE DO MÉTODO 
 Concentração em níveis ideais, variável conforme a temperatura; 
 Exposição contínua por, pelo menos, 10 anos. 
 
DESVANTAGENS 
 Interrupções no programa; 
 Falta de acesso a água tratada; 
 Alto desperdício; 
 Impossibilita a escolha individual. 
 
CUSTOS 
Capital inicial de instalação (1,92%) 
 Equipamentos (85%); 
 Instalação e consultoria técnica (15%); 
 20 anos de vida útil dos equipamentos. 
 
Produtos químicos (74,6%) 
 Depende da quantidade de flúor natural presente na água. 
Operacionalização do sistema (22,6%) 
 Depreciação e manutenção dos equipamentos; 
 Energia elétrica; 
 Recursos humanos. 
 
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Controle de teores de flúor (0%) 
 
“Além dos benefícios ligados a redução dos níveis de cárie dentária, cabe assinalar a 
decorrente diminuição na demanda por assistência individual de urgência, acarretando 
menor absenteísmo escolar e do trabalho, além da economia financeira em caso de 
necessidade de tratamento mais complexo”. – Frias, P.

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