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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA Anatomia das Espermatófitas – CH0901 Prof. João Luiz Pinheiro Bastos Célula Vegetal •Célula vegetal - A importância do estudo está na compreensão dos fenômenos de diferenciação celular e da morfogênese dos tecidos e órgãos. Sachs (1875) – definiu os três sistemas de tecidos com base na continuidade topográfica. Organização das Angiospermas Célula Tecido Sistema de tecidos Órgão Planta Parede Celular Protoplasto • Membrana plasmática • Conteúdo celular: Núcleo; Organelas de membrana simples (*vacúolos); Organelas de dupla membrana (*plastos); Sistema de endomembranas (RE; Golgi); Ribossomos; Citoesqueleto. Substâncias Ergásticas (orgânicas e inorgânicas) • Celulose; Cristais; grãos-de-amido (fécula); alcalóides (morfina, nicotina, cafeína, cocaína); terpenóides (óleos essenciais, borracha); compostos fenólicos (taninos, lignina; ác.salicílico, flavonóides); corpos protéicos (grãos-de-aleurona); resinas e gomas; *Idioblastos* Constituição da Célula Vegetal parede celular membrana celular organelas de membrana simples organelas de membrana dupla vacúolo retículo endoplasmático dictiossomos citoplasma microcorpos plastídios mitocôndrias núcleo ribossomos citoesqueleto microtúbulos microfilamentos filamentos intermediários Visão Geral de uma Célula Vegetal Célula Vegetal Singularidade Estrutural e Metabólica Ultraestrutura de uma Célula Vegetal C C C V V V V PC PC C= cloroplasto PC= Parede celular V= vacúolo *= amido ER= retículo endoplasmático G= dictiossomo M= mitocôndrias N= núcleo * * parede celular microfibrila de celulose moléculas de celulose celulose: polímero de glicose (ligações b-1,4) PAREDE CELULAR PAREDE CELULAR Constituição básica microfibrilas de celulose matriz (carboidratos não celulósicos) hemiceluloses pectinas Outros constituintes: proteínas (inclusive enzimas), lipídios (ceras, cutina e suberina), substâncias fenólicas (ligninas), carbonato de cálcio e sílica. moléculas de celulose glicose matriz péctica bainha de hemiceluloses microfibrila de celulose extensina Parede celular primária de parênquima de cebola Composição Química da Parede Celular PAREDE PRIMÁRIA água (65%) matéria seca (35%) polissacarídeos (90%) proteínas (10%) celulose (30%) hemiceluloses (30%) pectinas (30%) expansina extensina outras glicoproteínas PAREDE SECUNDÁRIA água (20-35%) matéria seca (65-80%) polissacarídeos (65-85%%) ligninas (15-35%) celulose (50-80%) hemiceluloses (5-30%) Monossacarídeos de parede celular primária Funções Principais da Parede celular Estrutural: define e mantém a forma da célula. Em última instância, a composição da parede, aliada ao arranjo e tipos de celulares, confere resistência à planta. Reserva: pode funcionar como local de acúmulo de nutrientes na célula (celulose e hemiceluloses nas paredes de células endospérmicas). Defesa mecânica contra a herbivoria: presença de lignina torna os tecidos duros (esclerificados), reduzindo a palatabilidade. Estruturas tais como espinhos e acúleos são ricos em células com paredes fortemente lignificadas. Sinalização: fragmentos de carboidratos oriundos da parede celular (oligossacarinas) são reconhecidos por enzimas no citoplasma capazes de gerar repostas específicas (fitoalexinas). HERBÍVORO MASTIGADOR OU DANO MECÂNICO receptor ác. linolênico ác. jasmônico resposta genética alteração metabólica radicais livres MORTE CELULAR SISTEMA ANTIOXIDANTE PRODUÇÃO DE SUBSTÂNCIAS DE DEFESA PAREDE CELULAR MEMBRANA CELULAR Produção de Sinalizadores Contra Estresses Bióticos na Membrana Celular Formação da Parede Celular A-D: Os microtúbulos corticais desaparecem e a banda pré-prófase é formada em torno do núcleo, no local da futura placa celular. E-H: O fuso da prófase forma-se a partir da região dos microtúbulos nos pólos. I-K: O envoltório nuclear degenera-se e os dois pólos tornam-se mais difusos. Formação da banda pré-prófase FORMAÇÃO DA PAREDE DURANTE A DIVISÃO CELULAR Durante a Telófase Plasmodesma mostrando desmotúbulo Ribossomos Parede celular 1ª. Plasmodesma Plasmodesma e Desmotúbulo Campo Primário de Pontoação. Formação da parede celular (complexo enzimático celulose sintetase) Entrelaçamento das microfibrilas de celulose Síntese e transporte da matriz polissacarídica, constituinte da parede celular Parede secundária (setas = pontoações) Pontoações MEMBRANA CELULAR bicamada lipídica proteína de canal Glicoproteína* proteína periférica proteína Integrante* Modelo Estrutural (Mosaico Fluído) COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA MEMBRANA CELULAR lipídeos Proteínas (glicoproteínas, etc.) fosfolipídios esteróides periféricas integrantes proteínas de canal Funções Principais da Membrana Celular Controle da entrada e saída de substâncias na célula: A membrana celular tem permeabilidade seletiva para solutos. Proteínas (carreadoras ou de canal e transportadoras) presentes na sua estrutura atuam nesse processo. Moléculas grandes e partículas sólidas podem ainda sair ou entrar da célula através da formação de vesículas (endocitose e exocitose). Sinalização: A ativação de proteínas receptoras na membrana celular transmite sinais hormonais e/ou do ambiente que regulam o crescimento e o desenvolvimento celular. Além disso, fragmentos de lipídeos oriundos da membrana celular são reconhecidos por enzimas no citoplasma capazes de gerar repostas específicas. Coordenação da síntese de parede: Na membrana celular se localiza o complexo enzimático celulose sintetase, responsável pela síntese da celulose. Essa enzima também atua na organização das microfibrilas celulósicas. poro membrana externa membrana interna RER ribossomos carioteca cromatina nucléolo cloroplastos núcleo nucléolo mitocôndrias NÚCLEO Estrutura e função: Organela envolvida por duas membranas lipoprotéicas (envoltório nuclear ou carioteca), cuja a mais externa possui um sistema complexo de poros e é contínua com o RER. A matriz nuclear é rica em DNA (cromatina), RNA e proteínas. O núcleo é responsável pela formação dos ribossomos (exceto os presentes nos plastídios e mitocôndrias) e controla a atividade metabólica da célula. Contém a maior parte da informação genética celular. Função Nuclear ribossomos Carioteca núcleo RER REL Contínuo Retículo Endoplasmático—Carioteca (sistema de endomembranas) RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO Estrutura e composição: Formado por uma membrana simples lipoprotéica que se dobra formando cisternas ou túbulos. Quando associado aos ribossomos denomina-se retículo endoplasmático granuloso, quando não, é chamado retículo endoplasmático liso. RER REL RER REL RER núcleo Função: Forma uma rede contínua de comunicação intracelular e intercelular (desmotúbulos). Também desempenha papel na pré-secreção de substâncias, síntese e modificação de metabólitos celulares. O RE granuloso atua na síntese protéica de exportação e o RE liso, na síntese lipídica. ribossomos membranas carioteca DICTIOSSOMO OU COMPLEXO GOLGIENSE Face cisVesícula transportadora (do RE) cisternas Face trans Vesícula transportadora (para a parede celular) Vesícula em Formação ESTRUTURA DO DICTIOSSOMO Estrutura e composição: Formado por um conjunto de sacos discóides achatados com membrana simples lipoprotéica. Função dos dictiossomos: Atuam na pré-secreção de substâncias (constituintes do néctar, mucilagens) e na síntese de polissacarídeos não celulósicos da parede celular (pectinas e hemiceluloses). Participam também da reciclagem da membrana plasmática, do tonoplasto e do próprio complexo de Golgi. São organelas numerosas em tubos polínicos e nas células da coifa. RIBOSSOMOS subunidade maior subunidade menor Síntese Protéica (Tradução) Estrutura e composição: corpúsculos citoplasmáticos, formados por duas subunidades produzidas no núcleo e que se unem no citoplasma. São compostos por RNA ribossômico e proteínas. Células com alta atividade metabólica podem apresentar agrupamentos de ribossomos, denominados polissomos ou polirribossomos. Função: Possui sítios de conexão para o RNA transportador (subunidade maior) e para o RNA mensageiro (subunidade menor). síntese protéica. MITOCÔNDRIA ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA MITOCÔNDRIA membrana dupla cristas matriz ou estroma Composição e estrutura semelhantes a da membrana celular DNA circular ribossomos enzimas do ciclo de Krebs metabólitos diversos Funções Principais das mitocôndrias: respiração aeróbica celular, fotorrespiração (em conjunto com os cloroplastos e peroxissomos), atuam no ciclo do glioxalato envolvendo reações que permitem a obtenção de energia a partir de lipídeos, culminando com a formação de carboidratos no citoplasma (gluconeogênese). membrana externa membrana interna cristas matriz Estrutura da Mitocôndria CITOESQUELETO CITOESQUELETO parede celular microtúbulos tubulina a b microtúbulo microfilamento filamento intermediário actina queratina ou lamina Estrutura e função dos microtúbulos: estruturas protéicas cilíndricas formadas por tubulinas (a e b). Associa-se a proteínas motoras (dineína e cinesina). Atuam no crescimento e diferenciação celular, controlam o alinhamento das microfibrilas de celulose, no direcionamento das vesículas dos dictiossomos. São responsáveis pelo estabelecimento do plano de divisão celular (banda pré-profásica), das fibras do fuso mitótico (metáfase) e do fragmoplasto (telófase). Estrutura e função dos microfilamentos: estruturas protéicas filamentosas formadas por actina disposta como dois cordões em arranjo helicoidal. São polares e se conectam a uma proteína motora (miosina) que está ligada às organelas, sendo responsáveis pelo movimento dessas organelas citoplasmáticas. Participam do crescimento e diferenciação celular. Parecem auxiliar na formação do fragmoplasto. Estrutura e função dos filamentos intermediários: estruturas protéicas filamentosas, formada pelo arranjo helicoidal de diferentes proteínas como as queratinas e as laminas. Estão envolvidos na reorganização do envoltório nuclear durante a divisão celular. PLASTÍDiOS ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS PLASTÍDIOS membrana dupla tilacóides matriz ou estroma Composição e estrutura semelhantes a da membrana celular (presença de clorofilas e/ou carotenóides) DNA circular ribossomos enzimas de transcrição e tradução protéica metabólitos diversos TIPOS PRINCIPAIS DE PLASTÍDIOS leucoplastos cloroplastos cromoplastos RESERVA FOTOSSÍNTESE ATRAÇÃO membrana externa membrana interna estroma tilacóide grânulo (granum) Estrutura do Cloroplasto Interconversões dos Plastídios cloroplasto leucoplasto cromoplasto cloroplastos senescentes amiloplasto plastídio pré-granal plastídio amebóide pró-plastídio estioplasto cloroplastos cromoplastos Capsicum annum Interconversão dos Plastídios: Maturação de frutos Interconversão de cloroplasto em cromoplasto (tomate) Diferentemente das Angiospermas, as Gimnospermas podem desenvolver cloroplastos no escuro VACÚOLOS Parede celular cloroplasto tonoplasto suco vacuolar vacúolo Pode ocupar até 90% do volume da célula. Uma célula vegetal diferenciada apresenta, via de regra, apenas um vacúolo central. Composição química variada. O principal componente é a água, onde se encontram substâncias hidrossolúveis: (enzimas, açúcares, proteínas de reserva, pigmentos, ácidos orgânicos, íons, etc.). Os vacúolos podem conter inclusões cristalinas prismáticas (ex. carbonato ou oxalato de cálcio) Funções Principais: controle osmótico, reserva de substâncias (ex. aleurona), autofagia. núcleo vacúolo parede celular citoplasma transvacuolar célula jovem célula madura Formação do Vacúolo Central Masdevallia naranjapatae Flavonóides (antocianinas) Vacúolos em células parenquimáticas “SUBSTÂNCIAS ERGÁSTICAS” TIPOS PRINCIPAIS carboidratos proteínas lipídios METABÓLITOS PRIMÁRIOS derivados fenólicos alcalóides terpenóides METABÓLITOS SECUNDÁRIOS sais orgânicos de Ca++ Acumulados, podendo constituir reservas De maneira geral, tem meia-vida celular curta* *Os metabólitos secundários, via de regra, encontram-se em um processo constante de síntese e degradação (“turn-over”). O material detectado numa célula representa o saldo desse processo. Os taninos e as ligninas figuram entre os poucos metabólitos secundários realmente acumulados pela célula vegetal. Grãos de amido de batata corados com lugol Anel de crescimento semicristalino anel de crescimento amorfo amorfo amorfo amorfo amorfo amorfo amorfo cristalino cristalino cristalino cristalino cristalino grão de amido de batata ULTRAESTRUTURA DO GRÃO DEAMIDO AMILOSE AMILOPECTINA COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO AMIDO batata trigo mandioca arroz milho Sagu (Cycas) MORFOLOGIA DO GRÃO DE AMIDO IDENTIFICAÇÃO MICROSCÓPICA Grãos de aleurona Célula contendo substâncias ráfides em () em Cordyline sp. Células contendo substâncias drusas em () em Begonia sp. Oxalatos de Cálcio litocisto cistólito cistólito Carbonato de Cálcio Cristais de piperina em Piper nigrum (pimenta do reino) Metabólitos Secundários Células contendo substâncias fenólicas () em um caule jovem de Tilia sp. córtex medula Células contendo taninos condensados () em braquiesclereides de uma galha de Calliandra brevipes Tipos de células vegetais
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