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resenha teoria da geografia

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O Conceito de Região e sua discussão. In: CASTRO, Iná Elias de; GOMES Paulo Cesar da Costa, CORREA, Roberto Lobato. Geografia: conceito e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.
 Paulo Cesar da Costa Gomes é graduado em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1980), mestre em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1988) e Docteur em Gépgraphe pela Soborne – Universite de Paris IV (1992). Professor convidado em diversas Universidades da França (La Rochelle, Pau, Lyon e Reims), bolsista-pesquisador na Universidade de Ottawa, Canadá (1995 a 2002), Pós-doutorado na Université de Paris III (2005), atualmente é professor associado na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tem experiência nas áreas de Teoria e Métodos em Geografia, com ênfase em Historia do Pensamento Geográfico, Epistemologia da geografia, e Geografia Política, atuando principalmente nos seguintes temas: espaço publico, território, epistemologia da geografia, cidadania e cultura.
 A proposta do autor no texto apresentado vem nos trazer a idéia do conceito de região sem o intuito de desconstruir as idéias até agora criadas sobre essa questão e ao mesmo tempo construir uma base para que acadêmicos e profissionais da área da Geografia possam ter uma séries de idéias construídas a partir dos principais pesquisadores do tema como La Blache, Claval, Hettner, Hartshome, Humboldt, Ritter, Milton Santos entre outros, como embasamento teórico.
 O Autor afirma que a denominação região vem historicamente da era do Império Romano, quando a palavra regione era usada para designação de áreas quando estavam subordinadas ao Império, não importando se eram independentes ou não, e alguns filósofos interpretavam esse conceito como a necessidade de centralização do poder e a extensão dele sobre a diversidade de cultura e sociedade que de certa maneira ficavam submetidos à ordem hegemônica de Roma. Com a decadência do Império Romano, associado ao reforço da Igreja sobre a divisão local, começou o processo de subdivisão de áreas, o que fortaleceu o poder feudal. Gomes diz ainda que neste caso existe a expressão da centralização do poder.
 O Autor coloca ainda que na Europa ainda exista a centralização, mas que essa centralização está ligada a um conceito de região na antiguidade clássica e se refere à “relação entre centralização, uniformização administrativa e a diversidade espacial, diversidade física, cultural, econômica e política” , onde sobre esta base o poder deve ser exercido. A partir deste breve e instigante histórico sobre o conceito de região, Gomes entende que há três grande debates que contribuem para as discussões geográficas do tema. O conceito de região permitiu, em grande parte, o surgimento das discussões políticas sobre a dinâmica do Estado, a organização da cultura e o estatuto da diversidade espacial.As discussões geográfica sobre o tema, permitiu também a incorporação da dimensão espacial nas discussões sobre à política, cultura e economia, e no que se refere às noções de autonomia, direitos e soberania, dividindo dessa forma em região natural e região geográfica e o peso à região natural, como região quantificada e analítica e região como realidade auto-evidente. Essas discussões atingiram maior importância na Geografia, já que esse é um conceito chave desta ciência.
 A partir dessas discussões, L. Febvre nos trás o possibilismo que diz: “A natureza pode influencias e moldar certos gêneros de vida, mas é sempre a sociedade, seu nível de cultura, de educação, de civilização, que tem a responsabilidade da escolha, segundo formula que é bastante conhecida – O meio ambiente propõe o homem dispõe.”. Segundo o pensamento de Vidal de La Blache, a região é uma realidade concreta, física, ela existe como uma referencia para a população que ai vive. 
 Ainda de acordo com La Blache, a região enquanto realidade independe do pesquisador. Ao geógrafo cabe desvendar a combinação de valores e fatores responsável pela sua configuração. Daí prove a descrição que somente através disso é possível penetrar na complexa dinâmica que estrutura esse espaço.
 Hettner dizia que a geografia era uma ciência idiográfica, ou seja, os elementos possuem uma relação interna e externa á área. Repetindo por diversas vezes esse procedimento e fazendo uma analise unitária e simples de vários elementos, obtendo dessa forma amplos conhecimentos de um determinado lugar. Ainda para Hettner a geografia não deve, no entanto, se ocupar unicamente apenas em descrever as diferentes paisagens, como um longo inventario de formas regionais, mas interpretar como uma dinâmica complexa.
 Segundo Hartshorne, um ponto chave para a Geografia é a localização espacial, pois é a partir disto que se cria uma epistemologia no campo geográfico. O que distingui Hartshorne dos demais da escola francesa é o fato de que para ele a região não é realidade evidente que apenas cabe ao geógrafo descrever e sim a região como um produto mental, uma forma de ver o espaço e a colocação dos fundamentos da organização diferenciado do espaço como evidência.
 Se partirmos para a utilização de idéias e teorias marxistas, vamos utilizar o material histórico dialético de Milton Santos, 1978, em que ele diz que “a região é a síntese concreta e histórica desta instância ontológica dos processos sociais, produto e meio de produção e reprodução de toda a vida social.” Durante a produção de texto, não foi tarefa de o autor produzir um conceito inédito sobre região que se adaptasse a contemporaneidade, mas a partir desses conceitos dados na linhagem histórica das pesquisas é importante repensar os pontos levantados visto que o conceito tem uma base política forte que coloca em jogo o interesse da população identificada.
 Voltando ao autor, é importante enfatizar que conforme Gomes a, “a globalização parece concretamente não ter conseguido suprimir a diversidade espacial, talvez nem tenha diminuído.” E ainda que “o mais provável nesta nova relação espacial entre centros hegemônicos e as áreas sob suas influências tenham surgidos novas regiões ou ainda se renovado algumas já antigas.” 
 Concluindo, o autor nos mostra que o conceito de região é muito amplo e que não temos como tarefa a produção de um novo conceito e sim repensá-lo a partir de uma reflexão política para não desvanecer uma dado fundamental que é o controle e gestão de um território como fundamento político.
 
Resenha elaborada por:
Potiguara Marques – 63367 – Acadêmico do curso de Bacharelado em Geografia – Universidade Federal de Rio Grande - Furg 
Disciplina: Teoria da Geografia
Prof. Mestrando Edirlei Antunes Tavares

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