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1 Professora Assistente do Departamento de Economia e Análise da Faculdade de Estudos Sociais da Universidade Federal do Amazonas – Mestre em Economia de Empresas pela UFPB. Grupo de Pesquisa: Demografia e Trabalho na Amazônia. E-mail: eni_enimar@hotmail.com UMA REFLEXÃO SOBRE O DESEMPREGO EM UM MERCADO DE TRABALHO FLEXIBILIZADO Enimar J. Wendhausen 1 RESUMO O objetivo deste artigo é levar o leitor a uma reflexão sobre o desemprego a partir de uma discussão inicial dos elementos que contribuíram com as mudanças ocorridas no mercado de trabalho, especialmente no tocante à flexibilização deste mercado. A crise vivenciada pelos países capitalistas nos anos 70 exerceu impactos diversos sobre as relações de trabalho, tornando a flexibilização inerente ao capitalismo. De natureza exploratória a pesquisa foi construída com base em revisão bibliográfica e documental. Constatou-se que as mudanças ocorridas no mercado de trabalho atenderam ao processo de acumulação do capital, e que a flexibilização do mercado de trabalho se tornou essencial para a promoção da manutenção e reprodução do capital. O desemprego passa a ser mais comum entre os indivíduos que possuem determinados atributos pessoais, tais como: mulheres, jovens, negros, pessoas com idade acima de 40 anos e não apenas entre aqueles com pouca ou nenhuma qualificação. Palavras-chave: Capitalismo ; Desemprego ; Flexibilização; Flexibilidade. 2 1 INTRODUÇÃO A crise pela qual os países capitalistas centrais mergulharam nos anos 70 refletiu no esgotamento de um padrão de desenvolvimento capitalista – ou seja, o fordismo, passando a ter com a reestruturação produtiva e com a globalização uma resposta a essa crise. Por sua vez, com a ideologia neoliberal disseminada pelo mundo, constituíram-se os alicerces para a sustentação do desenvolvimento de um novo padrão de acumulação do capital contrários a todas as formas de rigidez em prol de todos os meios da flexibilização. A flexibilização resulta de políticas econômicas ortodoxas como uma saída para o desemprego, incidindo sobre a jornada de trabalho, a remuneração e os direitos do trabalhador. Ao mesmo tempo, com a permanência de elevadas taxas de desemprego, o trabalhador passa a ser o único responsável e o vilão pela sua exclusão do mercado de trabalho, pelo fato deste não ser qualificado, condição essencial para a sua inserção nesse mercado, conforme verificado no discurso predominante veiculado pela mídia. A instabilidade atinge principalmente as mulheres, os jovens, negros, pessoas com idade superior a 40 anos, com baixa escolaridade e aqueles aos quais são atribuídos o etiquetamento da qualificação insuficiente. O objetivo deste artigo é levar o leitor a uma reflexão sobre o desemprego a partir de uma discussão inicial dos elementos que contribuíram com as mudanças ocorridas no mercado de trabalho, especialmente no tocante à flexibilização deste mercado. Vislumbra-se ao mesmo tempo: a) indicar quem são os excluídos do mercado de trabalho; e b) indagar sobre a possibilidade de determinadas ações contribuírem com a inserção destes indivíduos no mercado de trabalho flexibilizado. Inicialmente será realizada uma discussão sobre alguns aspectos condicionantes das transformações ocorridas no mundo do trabalho em que a flexibilização se apresenta como característica essencial do novo paradigma tecnológico/organizacional. A seguir aborda-se principalmente o significado de flexibilização e flexibilidade na concepção de estudiosos sobre o tema. Por último, será realizada uma breve discussão sobre quem são os excluídos do mercado de trabalho. 3 Com relação aos aspectos metodológicos, a pesquisa é exploratória, pois foi desenvolvida com o objetivo de proporcionar uma visão geral sobre o assunto. Realizou-se pesquisa bibliográfica e documental e foram utilizados dados secundários elaborados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). 2 AS MUDANÇAS OCORRIDAS NO MUNDO DO TRABALHO: elementos condicionantes Entre o final da década de 60 e início dos anos 70 presencia-se um enfraquecimento do fordismo, o que para Bihr (1999) é causado por fatores como: a) diminuição dos ganhos de produtividade; b) elevação da composição orgânica do capital; c) saturação da norma social de consumo; e d) desenvolvimento do trabalho improdutivo. A diminuição dos ganhos de produtividade presenciada nos países capitalistas pode ser explicada pelos limites técnicos e sociais encontrados pelos métodos tayloristas/fordistas, haja vista que o aprofundamento desses métodos nos setores em que já tinham sido introduzidos levou a uma revolta por parte do proletariado que passou a reagir contra os métodos de exploração do trabalho, seja pela utilização de greves e pelo aumento de absenteísmo, sabotagens e outras formas de reação, tendo como conseqüência a elevação do custo salarial e uma desorganização da produção capitalista, contribuindo, dessa forma, com a redução da produtividade. Um segundo fator apontado, é a elevação da composição orgânica do capital, provocada pela elevação técnica do capital (relação entre a massa de trabalho morto e a do trabalho vivo) própria do desenvolvimento do modo de produção capitalista, que em conjunto com a diminuição da rotação do capital (provocado por um aumento do capital fixo em relação ao capital circulante) promove a redução da taxa de lucro 1 . 1 A taxa de lucro é expressa como função da taxa de mais-valia e da composição orgânica do capital, e é tanto maior quanto maior é a taxa de mais-valia e é tanto menor quanto maior é a composição orgânica do capital (NAPOLEONI, 1981, p. 143). 4 Segundo Gounet (1999) o esforço individual das empresas para acumular sempre mais depressa faz com que as firmas invistam cada vez mais em máquinas e, empurradas pela concorrência, realizem investimentos cada vez menos rentáveis, o que resulta em uma tendência à queda da taxa de lucro. A queda da taxa de lucro ocorre, pois ao se automatizarem as empresas aumentam o capital constante sem conseguir aumentar a mais-valia na mesma proporção. A saturação do consumo verificada no mercado de bens duráveis (automóveis, eletrodomésticos etc.), nesse período, contribuiu para que esses mercados se tornassem flutuantes e fragmentados, o que vai de encontro ao aparelho fordista de produção que requeria uma demanda uniforme e contínua. O desenvolvimento do trabalho improdutivo foi outro aspecto apontado como responsável pelo enfraquecimento do fordismo. Durante o período fordista, nos países capitalistas desenvolvidos, a massa do trabalho improdutivo (bancos, seguros, gestão etc.) cresceu mais do que a do trabalho produtivo, limitando a valorização do capital e a escala de sua acumulação. Assim, para Bihr (1999), a conjugação destes fatores, seria responsável pela redução da taxa média de lucro e conseqüentemente pelo enfraquecimento da dinâmica do regime de acumulação do capital. Para Lipietz apud Druck (1999), a crise que se manifestou no período 1967/1974, foi uma crise de rentabilidade em conjunto com a desaceleração da produtividade, ao mesmo tempo em que os salários continuavam com aumentos reais. Surgem então, como possíveis alternativas de saída da crise da década de 70, as mudanças nas políticas de gestão e organização do trabalho e mudanças nos mercados de produtos,em que a qualidade e a diferenciação destes últimos passam a ser determinantes das novas bases de competitividade. A partir desse momento verifica-se um processo de reestruturação produtiva, visando principalmente à recuperação do ciclo reprodutivo do capital. Com o propósito de reorganizar esse ciclo, preservando seus fundamentos essenciais, verifica-se uma mutação no interior do padrão de acumulação, com a transição do padrão taylorista/fordista para as novas formas flexíveis de acumulação, propiciando, no final da década de 70, uma fragmentação crescente do proletariado ocidental. À medida que a crise se prolonga e se aprofunda, o núcleo de trabalhadores estáveis tende a se estreitar e suas garantias a se restringir. Trabalhadores idosos ou pouco qualificados de 5 setores em declínio passam a ser excluídos por mais tempo, ou definitivamente do mercado de trabalho; outros passam a não ter acesso à vida ativa, como ocorre com os jovens. Ao mesmo tempo, apresentam-se diferentes categorias de trabalhadores instáveis, como por exemplo: os trabalhadores terceirizados ou subcontratados que trabalham no ritmo das encomendas das empresas, que por sua vez, acompanham as flutuações econômicas, além dos trabalhadores por tempo parcial que são privados dos benefícios sociais reservados aos trabalhadores em tempo integral. Tem-se ainda os trabalhadores temporários, ou seja, aqueles com contrato de duração determinado e que não possuem qualquer garantia de emprego permanente. “Trata-se [...] de uma categoria de trabalhadores particularmente móveis, passando com freqüência da atividade para o desemprego e vice-versa” (BIHR, 1999, p.85). Sem falar nos estagiários, que sob esse rótulo, acabam na verdade, servindo de mão-de-obra barata para algumas empresas. Bihr (1999) ressalta que essas categorias de trabalho têm em comum a instabilidade do emprego e da renda; a desregulamentação das condições jurídicas de emprego e de trabalho; as conquistas e direitos sociais em regressão; e ainda a ausência de proteção e expressão sindicais. Segundo ele, o desemprego e a instabilidade atingem mais os trabalhadores não- qualificados do que aos qualificados, às mulheres do que os homens, aos jovens ou idosos do que aos adultos, aos estrangeiros do que aos nacionais. Diante de um quadro de concorrência exacerbada pela crise, ocorre uma maior exigência de flexibilidade da produção e do trabalho. A flexibilidade do processo de trabalho requer simultaneamente uma organização flexível do trabalho, isto significa que o trabalhador deve ser capaz de ocupar diferentes postos de trabalho e se inserir em diferentes segmentos desse processo. Como afirma Bihr (1999), trata-se do afrouxamento das condições jurídicas que regem o contrato de trabalho, implicando na possibilidade de se recorrer ao trabalho temporário e/ou em tempo parcial. 3 FLEXIBILIZAÇÃO E FLEXIBILIDADE: aspectos conceituais Qual é o significado de flexibilização e flexibilidade? A flexibilização é uma condição exigida, imposta ou construída por uma nova configuração em transição, associada ao capitalismo, às novas bases de competitividade e produção, às relações entre capital e trabalho, à 6 crise do fordismo e as tentativas de superá-lo, enquanto a flexibilidade refere-se a uma etapa ou situação já constituída ou estabelecida. Nos estudos brasileiros publicados entre 1990 e 2000, os termos flexibilidade e flexibilização eram utilizados para indicar os mesmos fenômenos, embora apresentassem abordagens diferentes no plano teórico-metodológico (DRUCK, 2007). “Entretanto, o uso mais recorrente é o de flexibilização, cujo significado apresenta algumas noções presentes nos diversos estudos, a exemplo de instabilidade, incerteza, insegurança, imprevisibilidade, adaptabilidade e riscos” (THÉBAUD-MONY;DRUCK, 2007, p. 29). Para Vasapollo (2006, p. 45-46) a flexibilização consiste em: liberdade da empresa para despedir parte de seus empregados, sem penalidades, quando a produção e as vendas diminuem; liberdade da empresa para reduzir ou aumentar o horário de trabalho, repetinamente e sem aviso prévio, quando a produção necessite; faculdade da empresa de pagar salários reais mais baixos do que a paridade de trabalho, seja para solucionar negociações salariais, seja para poder participar de uma concorrência internacional; possibilidade de contratar trabalhadores em regime de trabalho temporário, de fazer contratos por tempo parcial [...]. O que se percebe da idéia de Vasapollo (2006) é que a flexibilização atende adequadamente aos interesses do empresário em relação ao lucro e a competitividade das empresas, embora este tipo de competitividade possa ser destacada como espúria. Ao mesmo tempo deixa o trabalhador em situação de desvantagem e de vulnerabilidade, de insegurança e incerteza. Para Dejours (2006), a flexibilidade é inevitável e inerente ao capitalismo. Segundo o mesmo, o poder de modificar as características do emprego, em função das necessidades e das circunstâncias consiste na flexibilidade do emprego; enquanto a capacidade psicológica de adaptação às novas exigências, isto é, a “docilidade” para se submeter às novas ordens pode ser denominada como a flexibilidade de uma pessoa. A flexibilização é a maneira encontrada pelo capitalismo para promover o seu processo de acumulação. Enquanto a flexibilidade pode ser apontada como a forma encontrada pelos trabalhadores para que estes se mantenham no mercado de trabalho. 7 A crescente flexibilidade do trabalho em todo mundo capitalista apresenta-se na subcontratação, no emprego temporário e nas atividades autônomas. Representa novas necessidades do sistema num contexto da hegemonia da lógica financeira, que exige maior mobilidade para os capitais e processos produtivos menos rígidos e cada vez mais flexíveis. Mészáros e Antunes (2006) afirmam que a lógica das transformações no mundo do trabalho está relacionada a uma crise estrutural do capital, de caráter global e universal, em que a precarização e o desemprego se tornam características dominantes do capitalismo. De acordo com Castel (1995), a flexibilidade exige que o trabalhador adapte-se imediatamente às flutuações da demanda e, para tanto, a empresa pode recorrer à flexibilidade externa ou interna. Ao optar pela flexibilidade externa, a empresa realiza subcontratações; ou seja, confia a empresas satélites o atendimento das flutuações do mercado, o que ocorre a custa de riscos de desemprego. No caso da flexibilidade interna, passa a ser de responsabilidade da empresa a adaptação de seus operários às mudanças tecnológicas, porém com o risco de eliminação dos que não alcançarem as novas normas de excelência. A flexibilização passa a ser indissociável da precarização do trabalho. As formas precárias são utilizadas como recurso para garantir a flexibilização, tais como: contratos por tempo parcial e por tempo determinado e subcontratação de serviços de terceiros. Vale ressaltar que no Brasil, os estudos tratam a precarização e precariedade como termos idênticos ou sinônimos. O conteúdo referido nos estudos brasileiros é o mesmo que grande parte dos estudos franceses trata como precarização do trabalho. 4 QUEM SÃO OS EXCLUÍDOS DO MERCADO DE TRABALHO? Conforme apontado por Bihr (1999), o desemprego e a instabilidade atingem mais os trabalhadores não-qualificados do que os qualificados, as mulheres do que os homens, os jovens e os idosos. Os dados do DIEESE/SEADE (2009) confirmam o citado, pois a taxa de desemprego aberto no Brasil em 2003 para as mulheres foi de16% e para os homens de 10,1%, enquanto que no ano de 2008 presenciou-se uma redução desta taxa, mantendo-se, no entanto, 8 um percentual superior da taxa de desemprego do sexo feminino (12%) em relação ao sexo masculino (6,8%). Na Região Metropolitana de Salvador (RMS), em 2008, a taxa de desemprego entre os homens foi de 16,7%, enquanto entre as mulheres foi de 24,4%. Ao mesmo tempo, observou-se uma taxa de desemprego maior entre a população negra 2 , principalmente as mulheres. Segundo Braga e Rodarte (200?, p. 3), no ano de 2004 Salvador apresentou a mais alta taxa de desemprego para os jovens entre todas as regiões abrangidas pela PED 3 . A taxa de desemprego registrada para os jovens entre 16 e 24 anos na RMS foi de 41,7%. Exigências em relação à escolaridade e experiência são apontadas como fatores determinantes dos elevados índices de desemprego deste grupo etário (BRAGA; RODARTE, 200?). Contudo, as autoras ressaltam outras limitações enfrentadas por estes jovens ao tentarem se inserir no mercado de trabalho, tais como: idade, sexo, cor, condição econômica da família, bem como a região de domicílio. Quanto aos jovens empregados/ocupados, a maioria destes estão sujeitos a atividades precárias e associadas a jornadas de trabalho extenuantes. “Na ausência de empregos estáveis na economia local, os jovens acabam por se inserir em trabalhos temporários e parciais” (BRAGA; RODARTE, 200?, p. 13). Em outras palavras, passam a ser vítimas do processo de flexibilização da produção e do trabalho. Segundo o discurso predominante da mídia e dos governos, uma forma de enfrentar o desemprego seria através da qualificação. Foi assim que, em defesa dessa idéia, no ano de 1995, no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, foi implantado o Plano Nacional de Qualificação (PLANFOR), sob a justificativa de que o problema não era a falta e/ou geração de empregos, mas a qualificação dos trabalhadores desempregados. Em 2003, no governo do presidente Luis Inácio Lula da Silva, foi implementado o Novo Plano Nacional de Qualificação (PNQ). Uma das propostas do novo PNQ era promover melhorias na articulação das ações de qualificação social e profissional do Brasil, em conjunto com outras políticas e ações vinculadas ao emprego, ao trabalho, à renda e à educação. Em relação ao PLANFOR, o novo PNQ buscou garantir uma elevação da carga horária média dos cursos e promover a articulação prioritária com a educação básica (Ensino 2 Cor negra = pretos+pardos (DIEESE/SEADE) 3 Pesquisa de Emprego e Desemprego. 9 Fundamental, Ensino Médio e educação de jovens e adultos). Mas, até que ponto as políticas de trabalho, emprego e renda podem contribuir com a qualificação e inserção dos trabalhadores no mercado de trabalho? A qualificação será uma condição suficiente e essencial para o trabalhador se inserir no mercado de trabalho e ter acesso ao trabalho decente? Desconsiderar outros critérios como: a abertura de novas vagas, a raça, o sexo e a idade como elementos que podem contribuir ou não com a inserção dos trabalhadores no mercado de trabalho é fechar os olhos para a realidade. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os anos 70 refletiram o esgotamento de um padrão de desenvolvimento do capitalismo que e ao mesmo tempo adotou novas formas de acumulação para manter o seu desenvolvimento. Auxiliado pela política neoliberal, essa tarefa não tem sido muito difícil de ser realizada. Ao mesmo tempo, verificou-se o enfraquecimento dos trabalhadores que a cada dia que se passa se deparam com condições precárias de trabalho. Existe uma grande massa de indivíduos que não conseguem se inserir no mercado de trabalho, em sua maioria são: mulheres, jovens, negros, pessoas com idade acima dos 40 anos. Esses indivíduos adoecem, perdem a sua identidade, não se sentem cidadãos e são constantemente responsabilizados pela sua situação, pois, a qualificação insuficiente é o fator responsável pelas suas mazelas. Ao mesmo tempo, políticas públicas visam promover a inserção destes indivíduos no mercado de trabalho, tornando-os menos vulneráveis. É inegável a importância destas políticas para a vida do trabalhador. No entanto, acreditar que estas têm contribuído com a formação integral dos trabalhadores, com o aumento da probabilidade de obtenção de emprego e trabalho decente além de contribuir com a permanência destes no mercado de trabalho, é ter uma visão romanceada dos acontecimentos e ao mesmo tempo fechar os olhos para a maneira de agir do sistema capitalista que ao promover o seu processo de acumulação não apenas discrimina, mas também exclui, ao mesmo tempo em que qualifica, desqualifica, flexibiliza e precariza, descarta sem se importar com o ser humano, encontrando sempre novas formas de recuperação. 10 REFERÊNCIAS BIHR, Alain. 1999. Da Grande Noite à Alternativa: o movimento operário europeu em crise. SP: Boitempo, Coleção Mundo do Trabalho, 1999. BRAGA, T. S.; RODARTE, M. S. A inserção ocupacional e o desemprego dos jovens: o caso das regiões metropolitanas de Salvador e Belo Horizonte. 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