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1 DA AÇÃO DE DIVISÃO E DA DEMARCAÇÃO DE TERRAS PARTICULARES. Artigos 569 a 598 do CPC. 1- INTRODUÇÃO. Decorre do direito de propriedade – que tem a “exclusividade” como a faculdade do proprietário usar, gozar e dispor do que é seu, sem a interferência de outrem. (artigo 1.228 CC) O direito a ter o imóvel individualizado está previsto nos arts. 574 (demarcação) e 588 (divisão), ambos do CPC. Divisão* surge para situações de co-proprietários – CONDÔMINOS – para obrigar os demais consortes a partilhar a coisa comum. * somente para bens divisíveis, pois se for indivisível será ação de extinção de condomínio. Demarcação tem o objetivo de obrigar os confinantes a estremar os respectivos prédios, fixando-se novos limites entre eles ou tornando claro os já apagados. Art. 569 CPC. Cabe: I - ao proprietário a ação de demarcação, para obrigar o seu confinante a estremar os respectivos prédios, fixando-se novos limites entre eles ou aviventando-se os já apagados; II - ao condômino a ação de divisão, para obrigar os demais consortes a estremar os quinhões. Estas ações são exclusivas de terras particulares. 2 A demarcação de terras públicas se faz por meio da ação discriminatória, disciplinada na Lei nº 6.383/76. - São, duas as ações previstas com procedimento especial: a de demarcação e a de divisão. - Podem, entretanto, ser cumuladas (art. 570), ou seja, no mesmo processo se proceder, à demarcação (contra os confinantes) e, em seguida, à divisão (contra os condôminos). - Sendo Cumuladas: 1º - a ação demarcação, 2ª - a ação de divisão. Nessa hipótese, com a fixação dos limites de demarcação, os confinantes passam a ser considerados terceiros em relação à divisão, que, em tese, não lhes interessa. Todavia, permanecem no processo, para que se lhes assegure o direito de não serem prejudicados na divisão, seja vindicando a área de que, porventura, sejam despojados, por invasão das linhas limítrofes constitutivas do perímetro que se formará com a divisão, seja para reclamar indenização, a que julguem ter direito. Cabe a ação de demarcação ao proprietário para obrigar o seu confinante a estremar os respectivos prédios, fixando-se novos limites entre eles ou para aviventar os já apagados. Cabe a ação de divisão ao condômino para obrigar os demais consortes a partilhar a coisa comum. 2- ORIGEM no Direito Romano: Finium regundorum – divisão Communi dividendo – demarcação 3 1- Quando possível, a divisão era feita, em partes iguais, adjudicando-se 1 (um) quinhão a cada parte. Se um quinhão fosse superior a outro, o que ficou com o menor era condenado a pagar $.Se indivisível, um ficava com a coisa, mas era condenado a pagar $ à outra parte. 2- Permitia ao proprietário ir a juízo obter uma linha divisória entre os dois imóveis quando se confundiam. Restaurava a linha original. O Juiz buscava ajuda em agrimensores e registros públicos para optar por marcos divisórios mais claros. 3- DEMARCAÇÃO E DIVISÃO EXTRAJUDICIAL Art. 571 do CPC A demarcação e a divisão poderão ser realizadas por escritura pública, desde que maiores, capazes e concordes todos os interessados, observando-se, no que couber, os dispositivos deste Capítulo. REQUISITOS: - Concordância de todos os interessados - Maiores e capazes. 4. AÇÃO DE DEMARCAÇÃO JUDICIAL. Cabe a ação de demarcação ao proprietário para obrigar o seu confinante fixar novos limites entre eles ou deixar mais claros os já apagados. A ação de demarcação, prevista no art. 569, I, do CPC tem por finalidade: - fazer cessar a confusão de limites entre imóveis confinantes, - fixar novos limites para cada qual, seja aviventando os limites que havia, mas se encontram apagados, o que, de qualquer forma, ocasiona a confusão. 4 REQUISITO ESSENCIAL: - existência de dois ou mais imóveis confrontantes e a inexistência de limites certos entre eles. PROCEDIMENTO 1 A FASE – Acertar a existência de direito substancial. 2 a FASE - Destinada à sua efetivação. 1 a fase Petição INICIAL COMPETÊNCIA: Local do imóvel Art. 47. CPC - Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da coisa. § 1o O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova. PARTES: Autor – Proprietário e o cônjuge (qualquer condômino). Reú – Os Confinantes e o cônjuge. A ação pode ser promovida pelo proprietário único, ou, havendo compropriedade, por qualquer dos condôminos, hipótese em que os demais serão citados como litisconsortes ativos. Art. 575. Qualquer condômino é parte legítima para promover a demarcação do imóvel comum, requerendo a intimação dos demais para, querendo, intervir no processo. CAUSA DE PEDIR. 5 Petição inicial da ação demarcatória deve conter certos requisitos especiais (além dos requisitos de toda e qualquer petição inicial). - Designação do imóvel pela situação e denominação. (descrição da área objeto da ação, onde irá estremar os limites. Qual o imóvel que se pretende demarcar, ainda que os limites não sejam certos. - Descrição dos limites que entende corretos, e que espera que a sentença acolha. Embora o objetivo da ação seja, exatamente, a descoberta dos limites verdadeiros, impõe-se ao autor que demonstre a linha que acredita ser correta, para possibilitar a defesa dos réus, que não teriam como impugnar o pedido, por desconhecer qual a exata pretensão do autor. Por isso, a falta desse requisito conduz à inépcia da petição inicial. - Indicação de todos os confinantes da linha demarcada, porque todos podem ser atingidos pela demarcação. é caso de litisconsórcio necessário, exceto se a dúvida sobre os limites for em relação a apenas um confinante (art. 547 CPC) - Juntar os títulos de propriedade do imóvel. Art. 574. Na petição inicial, instruída com os títulos da propriedade, designar-se-á o imóvel pela situação e pela denominação, descrever-se-ão os limites por constituir, aviventar ou renovar e nomear-se-ão todos os confinantes da linha demarcanda. PEDIDO. SIMPLES: única e exclusivamente a demarcação. QUALIFICADO: com fundamento em esbulho ou turbação com a reintegração de posse, mais perdas e danos.(FOI MANTIDO PELO 581 DO CPC). * Foi revogado o art. 951 autorizava a cumulação, ao pedido demarcatório, de pedido possessório, na hipótese de entender o autor que um ou alguns dos réus, por não conhecer perfeitamente a linha divisória entre os imóveis, tenha praticado esbulho ou turbação.Em verdade, o que o autor busca é a restituição do terreno invadido, inclusive com os rendimentos que deu, ou ressarcimento pelos danos eventualmente 6 sofridos. A cumulação permite que, além de acertar os limites, a sentença outorgue a proteção possessória, determinando a restituição. Art. 581. A sentença que julgar procedente o pedido determinará o traçado da linha demarcanda. Parágrafo único. A sentença proferida na ação demarcatória determinará a restituição da área invadida, se houver, declarando o domínio ou a posse do prejudicado, ou ambos. CITAÇÃO: Art. 576. A citação dos réus será feita por correio, observado o disposto no art. 247. Parágrafo único. Será publicado edital, nos termos do inciso III do art. 259. PRAZO DE DEFESA Art. 577. Feitas as citações, terão os réus o prazo comum de 15 (quinze) dias para contestar. Art. 578. Após o prazo de resposta do réu, observar-se-á o procedimento comum. A partir dotérmino desse prazo, com ou sem contestação, o procedimento torna-se o COMUM, *exceto quanto à prova técnica. Exige o art. 579 que, em qualquer caso (ou seja, havendo contestação ou ocorrendo julgamento antecipado), a prolação da sentença está condicionada ao levantamento de campo. - O trabalho de campo consiste em duas atividades distintas. - A primeira, nos moldes da prova pericial, é o levantamento do traçado da linha demarcanda, ou seja, o estudo, no local, das direções, medidas e distâncias entre pontos, para que se defina quais os limites entre os imóveis. A segunda O PERITO elaborará um laudo minucioso do traçado da linha levantada, e o agrimensor ao laudo juntará planta da região e o memorial, onde descreverá todas as operações realizadas no campo. 7 - Apresentado o laudo, sobre ele as partes poderão manifestar-se, no prazo comum de dez dias. - Em seguida, o juiz proferirá a sentença homologatória, da qual constará a linha demarcanda. Esta sentença é apelável. Art. 579. Antes de proferir a sentença, o juiz nomeará um ou mais peritos para levantar o traçado da linha demarcanda. Art. 580. Concluídos os estudos, os peritos apresentarão minucioso laudo sobre o traçado da linha demarcanda, considerando os títulos, os marcos, os rumos, a fama da vizinhança, as informações de antigos moradores do lugar e outros elementos que coligirem. SENTENÇA Art. 581. A sentença que julgar procedente o pedido determinará o traçado da linha demarcanda. Parágrafo único. A sentença proferida na ação demarcatória determinará a restituição da área invadida, se houver, declarando o domínio ou a posse do prejudicado, ou ambos. Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo (sentença do 581 cpc 1ª fase). § 1o Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que: I - homologa divisão ou demarcação de terras; (sentença do artigo 587 CPC- 2ª fase) II - condena a pagar alimentos; III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado; IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem; V - confirma, concede ou revoga tutela provisória; VI - decreta a interdição. 8 § 2o Nos casos do § 1o, o apelado poderá promover o pedido de cumprimento provisório depois de publicada a sentença. § 3o O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1o poderá ser formulado por requerimento dirigido ao: I - tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-la; II - relator, se já distribuída a apelação. § 4o Nas hipóteses do § 1o, a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator se o apelante demonstrar a probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação. 2a fase - Após o trânsito em julgado, tem lugar a segunda atividade do trabalho de campo, que consiste: - na demarcação em si, com a colocação e inspeção dos marcos, bem como a documentação dessa última tarefa, com a elaboração de planta e memorial descritivo. Art. 582. Transitada em julgado a sentença, o perito efetuará a demarcação e colocará os marcos necessários. Parágrafo único. Todas as operações serão consignadas em planta e memorial descritivo com as referências convenientes para a identificação, em qualquer tempo, dos pontos assinalados, observada a legislação especial que dispõe sobre a identificação do imóvel rural. Art. 583. As plantas serão acompanhadas das cadernetas de operações de campo e do memorial descritivo, que conterá: I - o ponto de partida, os rumos seguidos e a aviventação dos antigos com os respectivos cálculos; II - os acidentes encontrados, as cercas, os valos, os marcos antigos, os córregos, os rios, as lagoas e outros; III - a indicação minuciosa dos novos marcos cravados, dos antigos aproveitados, das culturas existentes e da sua produção anual; 9 IV - a composição geológica dos terrenos, bem como a qualidade e a extensão dos campos, das matas e das capoeiras; V - as vias de comunicação; VI - as distâncias a pontos de referência, tais como rodovias federais e estaduais, ferrovias, portos, aglomerações urbanas e polos comerciais; VII - a indicação de tudo o mais que for útil para o levantamento da linha ou para a identificação da linha já levantada. Art. 584. É obrigatória a colocação de marcos tanto na estação inicial, dita marco primordial, quanto nos vértices dos ângulos, salvo se algum desses últimos pontos for assinalado por acidentes naturais de difícil remoção ou destruição. Art. 585. A linha será percorrida pelos peritos, que examinarão os marcos e os rumos, consignando em relatório escrito a exatidão do memorial e da planta apresentados pelo agrimensor ou as divergências porventura encontradas. Art. 586. Juntado aos autos o relatório dos peritos, o juiz determinará que as partes se manifestem sobre ele no prazo comum de 15 (quinze) dias. Parágrafo único. Executadas as correções e as retificações que o juiz determinar, lavrar-se-á, em seguida, o auto de demarcação em que os limites demarcandos serão minuciosamente descritos de acordo com o memorial e a planta. Art. 587. Assinado o auto pelo juiz e pelos peritos, será proferida a sentença homologatória da demarcação. - Os arbitradores, que acompanharão a demarcação realizada pelo agrimensor, apresentarão relatório escrito, onde verificarão a exatidão do memorial e da planta apresentados pelo agrimensor. - Apresentado o relatório, abre-se o prazo comum de quinze dias para que as partes sobre ele se manifestem, quando poderão alegar incorreções, que serão decididas pelo juiz. Decididas as impugnações e efetuadas, se for o caso, as correções necessárias, será lavrado o auto de demarcação, em que os limites dos imóveis são minuciosamente descritos. - O auto será assinado pelo juiz, pelos arbitradores e pelo agrimensor, e, em seguida, será proferida sentença homologatória da demarcação. - Esta sentença é apelável apenas com o efeito devolutivo. 10 Resumo Generalidades o Cessação de confusão de limites o Fixar novos limites ou aviventar os já existentes o Dois ou mais imóveis confrontantes Petição Inicial o Art. 319 + Art. 569 segs o Designação de imóvel que se pretende demarcar o Descrição dos limites que o autor entende corretos o Indicação dos confinantes da linha demarcada Procedimento 1ª fase. o Perícia com laudo e planta com a demarcação de onde será o traçado da linha com os confinantes. - 579 CPC o Sentença do artigo 581 CPC com a da fixação da linha demarcada na planta. Procedimento 2ª fase o Demarcação física no local – art. 582 e segs do CPC. o Sentença homologatória do relatório da demarcação física - artigo 587 do CPC DA AÇÃO DE DIVISÃO PROCEDIMENTO 1A FASE – Direito a dividir o imóvel – meramente declaratória 2a FASE - Destinada à sua efetivação. 11 1a fase Petição INICIAL COMPETÊNCIA: Local do imóvel Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da coisa. § 1o O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova. PARTES: Autor – Um dos proprietários (condômino) e o cônjuge. Reú – Os co-proprietários – CONDÔNIMOS e os cônjuges. Art. 569. Cabe: II - ao condômino a ação de divisão, para obrigar os demais consortes aestremar os quinhões CAUSA DE PEDIR. Petição inicial da ação demarcatória deve conter certos requisitos especiais (além dos requisitos de toda e qualquer petição inicial – 319 CPC) - Indicação da origem da comunhão e a denominação, a situação, os limites e as características do imóvel - o nome, o estado civil, a profissão e a residência de todos os condôminos, especificando-se os estabelecidos no imóvel com benfeitorias e culturas;Porque todos podem ser atingidos pela divisão. É caso de litisconsórcio necessário. 12 - As benfeitorias comuns. - Juntar os títulos de propriedade do imóvel. Art. 588. A petição inicial será instruída com os títulos de domínio do promovente e conterá: I - a indicação da origem da comunhão e a denominação, a situação, os limites e as características do imóvel; II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência de todos os condôminos, especificando-se os estabelecidos no imóvel com benfeitorias e culturas; III - as benfeitorias comuns. PEDIDO. SIMPLES: única e exclusivamente a divisão. QUALIFICADO : restituição dos terrenos usurpados e a indenização pecuniária proporcional ao desfalque sofrido. Art. 594. Os confinantes do imóvel dividendo podem demandar a restituição dos terrenos que lhes tenham sido usurpados. § 1o Serão citados para a ação todos os condôminos, se a sentença homologatória da divisão ainda não houver transitado em julgado, e todos os quinhoeiros dos terrenos vindicados, se a ação for proposta posteriormente. § 2o Nesse último caso terão os quinhoeiros o direito, pela mesma sentença que os obrigar à restituição, a haver dos outros condôminos do processo divisório ou de seus sucessores a título universal a composição pecuniária proporcional ao desfalque sofrido. CITAÇÃO: Art. 589. Feitas as citações como preceitua o art. 576, prosseguir-se-á na forma dos arts. 577 e 578. 13 Art. 576. A citação dos réus será feita por correio, observado o disposto no art. 247. Parágrafo único. Será publicado edital, nos termos do inciso III do art. 259. Art. 247. A citação será feita pelo correio para qualquer comarca do país, exceto: I - nas ações de estado, observado o disposto no art. 695, § 3o; II - quando o citando for incapaz; III - quando o citando for pessoa de direito público; IV - quando o citando residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência; V - quando o autor, justificadamente, a requerer de outra forma. Art. 248. Deferida a citação pelo correio, o escrivão ou o chefe de secretaria remeterá ao citando cópias da petição inicial e do despacho do juiz e comunicará o prazo para resposta, o endereço do juízo e o respectivo cartório. DA DEFESA 1- Defesa de fato e/ou preliminar e/ou mérito. 2- Apresentar seus títulos de propriedade 3- Formular os pedidos dos quinhões. Art. 591. Todos os condôminos serão intimados a apresentar, dentro de 10 (dez) dias, os seus títulos, se ainda não o tiverem feito, e a formular os seus pedidos sobre a constituição dos quinhões. Art. 592. O juiz ouvirá as partes no prazo comum de 15 (quinze) dias Art. 598. Aplica-se às divisões o disposto nos arts. 575 a 578. Art. 575. Qualquer condômino é parte legítima para promover a demarcação do imóvel comum, requerendo a intimação dos demais para, querendo, intervir no processo. 14 Art. 576. A citação dos réus será feita por correio, observado o disposto no art. 247. Parágrafo único. Será publicado edital, nos termos do inciso III do art. 259. 577. Feitas as citações, terão os réus o prazo comum de 15 (quinze) dias para contestar. Art. 578. Após o prazo de resposta do réu, observar-se-á o procedimento comum. DA INSTRUÇÃO A partir do término desse prazo, com ou sem contestação, o procedimento torna-se o COMUM, *exceto quanto à prova técnica. Exige o art. 590 que, em qualquer caso (ou seja, havendo contestação ou ocorrendo julgamento antecipado), a prolação da sentença está condicionada ao levantamento de campo. Art. 590. O juiz nomeará um ou mais peritos para promover a medição do imóvel e as operações de divisão, observada a legislação especial que dispõe sobre a identificação do imóvel rural. Parágrafo único. O perito deverá indicar as vias de comunicação existentes, as construções e as benfeitorias, com a indicação dos seus valores e dos respectivos proprietários e ocupantes, as águas principais que banham o imóvel e quaisquer outras informações que possam concorrer para facilitar a partilha. Art. 591. Todos os condôminos serão intimados a apresentar, dentro de 10 (dez) dias, os seus títulos, se ainda não o tiverem feito, e a formular os seus pedidos sobre a constituição dos quinhões. Art. 592. O juiz ouvirá as partes no prazo comum de 15 (quinze) dias § 1o Não havendo impugnação, o juiz determinará a divisão geodésica do imóvel. § 2o Havendo impugnação, o juiz proferirá, no prazo de 10 (dez) dias, decisão sobre os pedidos e os títulos que devam ser atendidos na formação dos quinhões. 15 Art. 593. Se qualquer linha do perímetro atingir benfeitorias permanentes dos confinantes feitas há mais de 1 (um) ano, serão elas respeitadas, bem como os terrenos onde estiverem, os quais não se computarão na área dividenda. Art. 594. Os confinantes do imóvel dividendo podem demandar a restituição dos terrenos que lhes tenham sido usurpados. § 1o Serão citados para a ação todos os condôminos, se a sentença homologatória da divisão ainda não houver transitado em julgado, e todos os quinhoeiros dos terrenos vindicados, se a ação for proposta posteriormente. § 2o Nesse último caso terão os quinhoeiros o direito, pela mesma sentença que os obrigar à restituição, a haver dos outros condôminos do processo divisório ou de seus sucessores a título universal a composição pecuniária proporcional ao desfalque sofrido. Art. 595. Os peritos proporão, em laudo fundamentado, a forma da divisão, devendo consultar, quanto possível, a comodidade das partes, respeitar, para adjudicação a cada condômino, a preferência dos terrenos contíguos às suas residências e benfeitorias e evitar o retalhamento dos quinhões em glebas separadas. DECISÃO – PARTILHA: a forma da divisão, - comodidade das partes, - preferência dos terrenos contíguos às suas residências - benfeitorias e - evitar o retalhamento dos quinhões em glebas separadas. Art. 596. Ouvidas as partes, no prazo comum de 15 (quinze) dias, sobre o cálculo e o plano da divisão, o juiz deliberará a partilha. 16 2a fase CUMPRIMENTO DA DIVISÃO REALIZANDO A DEMARCAÇÃO. ART. 596 - Parágrafo único. Em cumprimento dessa decisão, o perito procederá à demarcação dos quinhões, observando, além do disposto nos arts. 584 e 585, as seguintes regras: I - as benfeitorias comuns que não comportarem divisão cômoda serão adjudicadas a um dos condôminos mediante compensação; II - instituir-se-ão as servidões que forem indispensáveis em favor de uns quinhões sobre os outros, incluindo o respectivo valor no orçamento para que, não se tratando de servidões naturais, seja compensado o condômino aquinhoado com o prédio serviente; III - as benfeitorias particulares dos condôminos que excederem à área a que têm direito serão adjudicadas ao quinhoeiro vizinho mediante reposição; IV - se outra coisa não acordarem as partes, as compensações e as reposições serão feitas em dinheiro. Art. 597. Terminados os trabalhos e desenhados na planta os quinhões e as servidões aparentes, o perito organizará o memorial descritivo. § 1o Cumprido o disposto no art. 586, o escrivão, em seguida, lavrará o autode divisão, acompanhado de uma folha de pagamento para cada condômino. § 2o Assinado o auto pelo juiz e pelo perito, será proferida sentença homologatória da divisão. § 3o O auto conterá: I - a confinação e a extensão superficial do imóvel; II - a classificação das terras com o cálculo das áreas de cada consorte e com a respectiva avaliação ou, quando a homogeneidade das terras não determinar diversidade de valores, a avaliação do imóvel na sua integridade; 17 III - o valor e a quantidade geométrica que couber a cada condômino, declarando-se as reduções e as compensações resultantes da diversidade de valores das glebas componentes de cada quinhão. § 4o Cada folha de pagamento conterá: I - a descrição das linhas divisórias do quinhão, mencionadas as confinantes; II - a relação das benfeitorias e das culturas do próprio quinhoeiro e das que lhe foram adjudicadas por serem comuns ou mediante compensação; III - a declaração das servidões instituídas, especificados os lugares, a extensão e o modo de exercício. Art. 598. Aplica-se às divisões o disposto nos arts. 575 a 578. SENTENÇA- 597 DO CPC- § 2o Assinado o auto pelo juiz e pelo perito, será proferida sentença homologatória da divisão. Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo (sentença do 581 cpc). § 1o Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que: I - homologa divisão ou demarcação de terras; (sentença do artigo 587 e 597 do CPC). II - condena a pagar alimentos; III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado; IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem; V - confirma, concede ou revoga tutela provisória; VI - decreta a interdição. § 2o Nos casos do § 1o, o apelado poderá promover o pedido de cumprimento provisório depois de publicada a sentença. 18 § 3o O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1o poderá ser formulado por requerimento dirigido ao: I - tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-la; II - relator, se já distribuída a apelação. § 4o Nas hipóteses do § 1o, a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator se o apelante demonstrar a probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação.
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