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O QUE É SOCIOLOGIA? RESUMO DO LIVRO Para entender a sociologia de antemão é preciso compreender que sua posição é contraditória na sociedade, enquanto uns veem a mesma como massa de manobra da sociedade, outros enxergam como forma de revolução, mas para entender essa contradição, devemos aprender o que é sociologia. Ao pensarmos sociologia devemos compreender uma ciência que surgiu em meio as transformações sociais, econômicas, tecnológicas e culturais que duas revoluções – francesa e industrial – trouxeram para a sociedade da época. Com o objetivo de compreender essas mudanças, e entender o mundo social que se passava ao seu redor a sociologia foi criada. É importante lembrar que a mesma não nasceu de uma forma simples e provinda de apenas um cientista, ela nasceu de uma combinação de diversos estudos que procuravam entender a sociedade vigente, principalmente essa sociedade capitalista que acabará de se estabelecer. A revolução industrial não trouxe apenas máquinas e suas constantes modificações, trouxe novas formas de vida, de trabalho, de relacionamento. Trouxe nova forma de ocupação do ambiente, trazendo uma concentração urbana não estruturada, provocando doenças, aumento da violência, prostituição. O avanço industrial não apresentou apenas efeitos no sentido capitalista, apresentou efeitos no sentido social (enxergue social como sociedade, não socialismo), provocando uma extinção da luta pobres X ricos, mas agora proletariados e burgueses, um surgimento de classe que aclamou posteriormente sobre seus direitos, criando sindicados, queimando máquinas, fábricas. Os sociólogos então, se empenharam em estudar essa nova sociedade que formará, mesmo que não concordando em certas posições, todos concordavam que esses novos fenômenos eram dignos de análise e avaliação, escrevendo e refletindo sobre coisas de fundamental importância para uma formação e constituição de um saber sobre a sociedade. Outro fator marcante para a produção da sociologia se encontra na valorização que a ciência sofreu em apenas 150 anos, trazendo a tona mudanças em outras áreas como a literatura, arte, entre outros fatores que, além de mudar conceitos e incitar a mudança, param de obedecer apenas a lei do poder. Vemos também uma questão da matematização da sociologia, uma busca eminente por transformar a sociologia em uma ciência matemática, universal. A introdução de métodos observados pelas ciências naturais (indução), como a observação, foram de extrema utilização para a sociologia da época. Em prosseguimento vemos o fundamental papel da Revolução Francesa na constituição da sociologia. A mesma na época se propunha a estudar quais eram os fatos sociais que rodeavam aquela sociedade feudal, e ia além, incitava a mudança. Focada basicamente nos ideais iluministas no princípio, procura criticar a sociedade da época, trazendo e procurando demonstrar como aquela sociedade retirava a liberdade do homem. Logo após a revolução a sociologia tomou um rumo muito mais estabilizador do que revolucionário, trazendo a ideia de uma configuração nova que conseguisse modificar o caos desestabilizatório que se apresentava (pós-revolução, início da revolução industrial na França). Em todos os casos é de suma importância lembrar que a sociologia não se apresenta apenas como estudiosa da sociedade que a rodeia, mas sim com intenções práticas, de transformação e modificação daquela sociedade estudada, tanto para manter ou para alterar os fundamentos que a sustentam. Ao passo que a criação da sociologia buscou, independente de função ideológica, compreender o mundo, principalmente o mundo capitalista que surgirá, incitando inclusive ideias positivas sobre o mesmo, o seu desenvolvimento não fora tão positivo assim. A eclosão de guerras, a luta crescente de classes, a utilização das ciências sociais como forma de manter e justificar o poder foram o cenário, nada otimista, do desenvolvimento da sociologia. Posteriormente, como esse cenário instalado, a sociologia focou-se em ser a sociologia norte-americana. A mesma abandonou os princípios históricos que rodeavam a sociologia clássica e se preocupou com o empirismo dos seus estudos, com os detalhes fáticos das suas pesquisas. Concluo meu resumo com uma interessante finalização do livro: A ruptura de algumas tendências significativas da sociologia contemporânea com relação às preocupações dos pensadores clássicos, ao lado de um reformismo conservador preocupado com os problemas dos "desajustes sociais", de uma postura teórica antimarxista, e da a adoção de uma ética positivista que pressupunha uma separação entre os julgamentos de fato e os julgamentos de valor, tudo isso possibilitou à sociologia se firmar como ciência de uma prática conservadora. Os dinamismos que passaram a comandar o seu avanço daí em diante seriam motivados pela sua capacidade de resolver os "problemas sociais" da sociedade capitalista, principalmente para protegê-la na sua luta pela neutralização dos diferentes movimentos revolucionários que passaram a surgir em várias sociedades. É nesse contexto que surge a melancólica figura do sociólogo profissional, que passa a desenvolver as suas atividades de correção da ordem, adotando uma atitude científica "neutra" e "objetiva". Na verdade, a institucionalização da sociologia como profissão e do sociólogo como “um técnico”, um “profissional como outro qualquer”, foi realizada a partir da promessa de rentabilidade e instrumentabilidade que os sociólogos passaram a oferecer a seus empregadores potenciais, como o Estado moderno, as grandes empresas privadas e os diversos organismos internacionais empenhados na conservação da ordem em escala mundial. - a sociologia dos últimos 30 anos se mantém legitimando os interesses das classes dominantes através de um ideal funcionalista. - acreditam atualmente que a sociedade é organizada, extramente organizada, visando assim o estudo sobre a ordem social. - há uma domesticação dos sociólogos, restando poucos que prezam pela crítica e não pela mera profissionalização da sua função. - nos países que foram constituídos a beira do capitalismo, há uma sociologia que questiona a ordem. - Mas para que esta disposição de imprimir uma orientação crítica à sociologia, assim como a de recuperar o pensamento socialista clássico e incorporar os resultados das novas expressões deste pensamento, ganhe uma eficácia prática, é necessário que o sociólogo estabeleça uma relação com as forças e com os movimentos sociais que procuram modificar a essência das relações dominantes. Nesse sentido, é fundamental que o sociólogo quebre o seu isolamento e passe a interagir com os grupos, as classes e as organizações que procuram recriar a sociedade. Em grande medida, a função do sociólogo de nossos dias é liberar sua ciência do aprisionamento que o poder burguês lhe impôs e transformar a sociologia em um instrumento de transformação social. Para isso, deve colocá-la ao lado sem paternalismo e vanguardismo - dos interesses daqueles que se encontram expropriados material e culturalmente, para junto deles construir uma sociedade mais justa e mais igualitária do que a presente.
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