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Economia Brasileira

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Economia Brasileira – P2 
Principais tópicos
Governo Café Filho – Ministério da fazenda: Eugênio Gudin
A atuação de Gudin como ministro da fazenda no governo Café Filho se mostrou com políticas de cunho ortodoxo. As políticas monetária e fiscal adotadas eram restritivas, dado o intuito de diminuir o déficit público, conter a inflação e reverter o baixo crescimento. 
Gudin adotou a Instrução 113 da SUMOC, que foi uma das principais medidas adotadas para atrair capitais externos. 
Através dessa Instrução, o governo adotou licenças de importação sem cobertura cambial para entrada de máquinas e equipamentos. Os países que queriam investir aqui, não precisavam comprar divisas para trazer máquinas para o país, mas as importava na moeda do próprio país. Em troca, a empresa estrangeira recebia uma participação societária na empresa na qual investiu. Com isto, a importação era registrada com saldo positivo nos Investimentos Estrangeiros Diretos, na Balança de Pagamentos, e não como importação com saldo negativo. Isto ajudou na situação de déficit do BP. Além disto, essa medida foi importante para a entrada de equipamentos sem que fosse necessário gastar divisas de imediato, liberando-as para a aquisição de bens de produção que fortaleciam a infraestrutura interna. 
Algumas instruções adotadas por Gudin afetaram o mercado de exportação de café, uma vez que, ao perder inelasticidade, fixou-se bonificação para este produto abaixo da de outros produtos. Isso deixou alguns cafeicultores insatisfeitos, o que fez com que, através da grande influência que estes tinham na política, decretassem a queda de Gudin, que foi substituído por Whitaker. 
Plano de Metas – Governo JK
O governo JK foi caracterizado por um setor público altamente comprometido o desenvolvimento econômico. A instrução da SUMOC adotada no governo anterior possibilitou a entrada de grandes montantes de capitais externos, que permitiram o desenvolvimento de setores como as indústrias leve e básica. Além disso, houve um plano ambicioso de desenvolvimento implantado no governo JK: com a criação de um Conselho de Desenvolvimento, foi posto em prática o Plano de Metas: um plano que visava desenvolver obras básicas e de infraestrutura. 
O plano continha 31 metas para investimento em 5 áreas estratégicas: educação, energia, transportes, alimentação e infraestrutura. O plano contava também com a construção da nova capital do país, no Centro-Oeste brasileiro, a fim de fomentar a integração com as áreas mais afastadas da faixa litorânea. 
A política econômica envolta no plano tinha 4 pontos-chave: tratamento especial ao capital estrangeiro; financiamento dos gastos públicos por meio de expansão dos meios de pagamento e do crédito bancário; ampliação do setor público na formação de capital e estímulo à iniciativa privada. O enfoque no plano relegou às políticas monetárias e fiscais ao segundo plano. 
O plano foi um sucesso. No período do plano, o PIB cresceu à uma taxa de 8,2% a.a., a renda per capita cresceu 5,1% a.a., valores superiores aos estabelecidos pelo plano. Entretanto, a inflação média foi de 22,6% no período. O desenvolvimento trazido pelo plano foi perceptível, e a estrutura econômica mudou rapidamente com o crescimento e a modernização do setor industrial. 
Plano Trienal – Governos Jânio Quadros/João Goulart
O Plano de Metas, embora tenha sido essencial para o desenvolvimento no período em questão, também deixou uma herança pesada para o governo de Jânio Quadros: inflação, problemas fiscais, deterioração do BP e déficit público. Aliado a tudo isto, temos um cenário de total instabilidade política após a renúncia de Jânio, em 61, onde o governo adotou o sistema parlamentarista e o vice, João Goulart, não pode assumir como chefe de governo. Entretanto, após um plebiscito, o país voltou ao presidencialismo e Goulart assumiu, em 63. Contudo, à esta altura, a instabilidade política já tinha reflexo na instabilidade econômica do país. 
No final de 62, havia sido apresentado o Plano Trienal, que foi executado por Goulart logo depois no início de 63, como resposta à deterioração externa e a aceleração inflacionária. O plano diagnosticou de forma ortodoxa a situação da economia: o excesso de demanda via gasto público era a causa da aceleração inflacionária. Tendo em vista isto, o objetivo do plano era ajustar os preços que se encontravam defasados, reduzir o déficit público e controlar a expansão do crédito ao setor privado. Além disto, havia uma meta inflacionária de 25% para 63 e 10% para 64, e uma meta de crescimento do PIB de 7% a.a. 
Para a execução do plano, houve abolição de subsídios, reajuste de tarifas de transportes urbanos e corte de gastos públicos. Contudo, o plano foi um fracasso, não apenas por ser ambicioso demais, mas também devido à recessão que se instaurou em 63. O PIB caiu de 6,6% para 0,6% entre 62-63, indo na contramão das expectativas do plano. A restrição de crédito afetou o desempenho das indústrias que dependiam do crédito, sobretudo na produção de bens de consumo durável. 
PAEG – Governo Castelo Branco
Num cenário político autoritário combinado com uma instabilidade política, o novo governo precisava mostrar à população algo que os governos anteriores não haviam alcançado: a combinação de estabilidade com crescimento. Para tanto, criou-se o Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG). Os objetivos deste plano eram acelerar o crescimento, reduzir a inflação, atenuar desníveis setoriais e regionais, aumentar os investimentos para aumentar o emprego e corrigir o déficit do BP. 
Para alcançar os objetivos propostos, seriam trabalhadas as políticas financeira, internacional, de produtividade social e agrária, habitacional e educacional. A política financeira seria trabalhada de forma a diminuir os meios de pagamento (monetária), aumentar os tributos (tributária) e cortar gastos. A política internacional se daria no câmbio e no comércio exterior, com adoção de câmbio livre, consolidação da dívida e estímulo à entrada de capitais externos. A política de produtividade social foi, talvez, a mais importante entre as adotadas: neste âmbito, o governo trabalhou no reajuste salarial com o corte das relações sindicais e fixação dos salários. Essa política foi de extrema importância porque foi o pilar da política desinflacionaria. A intervenção autoritária e direta sobre a determinação dos salários foi o que distinguiu o PAEG das tentativas anteriores de conter a inflação, assim como foi a receita que trouxe a redução da inflação em 65. Neste período nasceram as bases do período de rápido crescimento econômico iniciado em 68. 
A inflação reduziu para 15%; as importações reduziram, trazendo superávit no BP após 15 anos de déficit, e o déficit público diminuiu. 
Inflação Inercial
A ideia de inflação inercial está ligada à memória inflacionária, e este tipo de inflação ocorre principalmente por causa das expectativas dos agentes. Aumenta-se generalizadamente os preços, indexando-os mais por conta dessas expectativas do que por conta de um aumento real dos custos. Com isto, a inflação tende a ser sempre maior no período seguinte, sendo difícil de trazê-la para baixo novamente.

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